Gabriela

 Andreia organizou tudo conforme o pedido de Pietra.  Depois seguimos para casa da minha morena, tomamos um belo banho e resolvemos ficar na sala conversando.

- Deia, Pietra está sentindo algo por Bianca? – Resolvi ser direta

- Sentindo como? – Andréia se fez de desentendida.

- Gostando como mulher...

- Oxe, de onde você tirou isso? – perguntou fingindo surpresa – sei de nada não!

- Por tudo que fizemos no píer a pedido dela. – Respondi pondo as mãos na cintura.

- É complicado! – confessou Deia.

- Por causa de Pietro? – pressionei um pouco mais.

- Bianca sente algo mais forte por Pietro? – respondeu-me com um questionamento curioso.

- Não! – respondi rápido - Ela sente carinho, amizade e queria tentar fazer o casamento funcionar, mas...

- Mas? – questionou Deia olhando-me fixamente.

- Mas eu disse a ela que Pietro é gay! – falei de supetão – Pronto, falei!

Andréa soltou uma gargalhada

- Essa foi boa! Pietro gay... – a morena em meio a uma crise de risos - Tenho que contar isso a Pietra!

 - Você tá doida? Nada disso!  - Gritei apavorada - O que a gente conversa aqui...morre aqui!

- Bom, sendo assim... sim, Pietra tá gostando de Bianca como mulher – Minha namorada soltou - Só que o problema não é Pietro, pois ela sabe que ele é apaixonado pela prima. Pietra tem receio de não ser correspondida, mesmo assim resolveu tentar.

- Como assim, Pietro é apaixonado pela prima? – meu queixo caiu de surpresa – Conta isso melhor!

- Bom, isso fica pra depois! – falou Deia sorrindo - Vamos primeiro torcer pra que hoje no píer dê tudo certo e que aquelas duas fiquem juntas! Agora, vem cá fazer um chamego em mim, vem.

Sorri da cara safada da minha namorada que já abria o zíper de minha bermuda. Ajudei-a despir-me e corri pra o quarto rindo com ela no meu encalço... Aquilo seria muito, muito bom!

Suspirei feliz pensando:

- Tomara que a Bianca tenha a oportunidade de desfrutar do que encontrei na Andreia: cumplicidade, tesão, felicidade e Amor.

Deitando na cama rolando sobre a Deia, me dei conta que estava apaixonada por aquela mulher alegre e carinhosa! Naquela noite fiz amor de um jeito que surpreendeu a Andréia tamanha emoção que fluía de mim a cada toque em seu corpo.

No momento do gozo, entrelacei nossos dedos e me declarei:

- Ti amo così tanto, Deia mia!

Os olhos da morena arregalaram-se de espanto e eu imaginei se não me precipitara...

Enquanto isso na casa de Pietra...

Bianca

Estava debaixo do chuveiro ao menos por uns 20 minutos! Tornei a enfiar a cabeça debaixo do jato da ducha tentando literalmente esfriar a cabeça.

O ciúme que tomou conta de mim ao perceber Pietra cheia de dedos pra não falar com seu “querido” em minha frente, voltava a me atacar.

- Merda! – xinguei pela décima vez desde que entrara em casa com a Pietra em meus calcanhares tentando puxar assunto – Onde eu estava com a cabeça, caspita? Quase a beijei, quase beijei a sorella de mio marito!

Fechei a torneira da ducha e enrolei-me numa toalha, com a mente turbada como estava; esqueci a prudência  e ao sair do banheiro com os pés molhados escorreguei no piso do closet e pra evitar uma queda machucando o bebê lancei o ombro no  guarda-roupa que ficava ao lado na tentativa de agarrando-o, não ir ao chão. Tive êxito na manobra, porém a dor espalhou-se pelo braço e o grito de dor escapou-me alto e  o barulho do meu ombro  chocando-se na madeira foi alto o suficiente para que Pietra entrasse desesperada, apenas de roupão, no meu quarto.

- Bianca! – Pietra pegou-me amparando-me – Você está bem? Como foi isso?

Eu buscava ar pra meus pulmões, pois o perdera de susto, assim nada consegui responder de imediato.

- Querida, fala comigo! – Pietra sentou-se me colocando no colo – o bebê... Bateu o ventre na porta também Bianca?!

- Calma – conseguiu enfim falar – Estou bem, foi um susto apenas; não choquei o ventre em local algum.

Pietra encostou a testa na minha expressando todo seu alívio. Toquei seus ombros e a senti tremendo inteira.

- Calmati! – falei acariciando suas curtas madeixas a consolando – Estamos bem, fui imprudente! Cabeça nas nuvens sai molhada do banheiro e escorreguei. Mas, nada aconteceu graças a Deus!

Nesta hora vi que Pietra erguera a cabeça e olhava vidrada os meus seios expostos, visto que a toalha abrira-se no impacto que ela me abraçou pra dar-me auxilio. Fiquei rubra de vergonha e rapidamente enrolei-me corretamente na toalha.

- Você é linda! – Pietra falou sem perceber.

Tentei sair de seu colo, mas foi em vão. Ela me segurou ali, nossos rostos estavam próximos e não sei quem fez o que primeiro. Quando vi estava de lábios colados aos dela. Devagarinho, aplicando inúmeros beijos em minha boca, a língua da Pietra penetrou suavemente por entre meus lábios e eu a recebi desejosa. Nosso beijo se aprofundou, senti os dedos da Pietra buscar minha nuca numa carícia! Seus dedos invadiram meus cabelos molhados. Gemi com o carinho recebido! Abracei-a forte enquanto a senti deitando de costas na cama e me levando junto sobre seu corpo! Respirávamos aceleradamente, mãos ganharam vida e meus hormônios explodiram! Os beijos intensificaram e se ouviam no quarto pequenos gemidos de prazer hora de Pietra, hora meus...

Quando estávamos neste enlevo, batidas na porta soaram e a voz da empregada soou na soleira da porta que ela não ousou entrar...

- Dona Bianca? – a voz preocupada nos alcançou – Tá tudo bem?!! A senhora deseja alguma coisa?

Levantei-me rápido de sobre minha cunhada cor medo da empregada invadir o quarto e nos pegar naquela situação embaraçosa!

- Tá tudo bem! – falei acalmando a respiração –  Pietra está aqui, descemos já pra jantar!

Pietra ergueu-se da cama e deu-me as costas passando as mãos nos cabelos.

- Desceremos dentro de alguns minutos – concordou comigo chegando na porta e diante da empregada assustada – depois peça pra enxugarem o quarto, por favor!

- Eu já coloquei a mesa, assim que dona Bianca sair do quarto eu mesma virei secar – falou olhando sua palidez – Você tá bem Pietra?

- Estou Glorinha! – afirmou ela tentando um sorriso – É que me assustei até ao ouvir o barulho da quase queda da Bianca!

- Ainda bem que o pior não aconteceu! – disse saindo.

O silêncio imperou no quarto após a retirada da empregada!

- Bianca – Pietra ainda de costas pra mim – Desculpa, perdi o controle! Você está mesmo bem?

- Er... Eu estou sim! – disse envergonhada também – O nervoso nos descompensou, esqueça! Não foi nada.

Vi as costas da minha cunhada enrijecer-se com minha fala.

- Sim – tom frio – realmente esqueçamos, não foi nada mesmo! Te encontro lá embaixo.

Saiu pisando duro e não me olhou em nenhum momento mais.

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O jantar foi muito silencioso e rápido. Eu perdi o apetite diante do distanciamento com o qual Pietra me presenteava; ela não estava com fome também, mexeu com o talher a comida e logo deu-se por satisfeita.

- Eu vou me recolher mais cedo se não se importa! – falou evitando meus olhos – Esteja a vontade pra me chamar se sentir algo a noite e precisar de ajuda. Boa noite, Bianca.

A sala ficou vazia sem ela... Meu coração estava sentindo a falta do seu calor. Andei pela sala um pouco...

Estava acalorada, incomodada! Sentia ainda a maciez do corpo da Pietra sob o meu naquela cama!

- O que teria acontecido sem a interrupção da empregada?!  - pensei passando a mão na testa angustiada – beijei duas vezes neste dia uma mulher! E não uma mulher qualquer, minha cunhada! E o pior... Gostara!

Meu corpo estava em brasas! Fui ao meu quarto com uma xícara de camomila, que não fez efeito. Estava agitada e assim fiquei até pegar num sono perturbado e acordar mais em chamas após um sonho tórrido onde eu fazia amor com: Pietra!

- Dios! – falei agoniada em meu leito – Eu estou com desejos sexuais pela sorella de mio marito! Que faço Dio Santo?

Peguei o meu celular e liguei para Biela, precisava da ajuda de minha amiga para sair desta confusão em que meus sentimentos e agora meu maldito corpo estavam me metendio!

Após uma sequência de 10 toques percebi que as seis da manhã Biela estaria no segundo sono com a namorada atirada dela!

Suspirando, tentei levantar e senti uma fisgada dolorosa no ombro.

- Preciso passar uma pomada neste ombro – falei comigo mesma olhando o roxo colorindo o local da pancada.

Ajeitei a camisola enquanto uma ideia diabólica induzida pelo fogo que me ardia no corpo assumia minhas vontades!

Com um sorriso provocante, ajeitei a camisolinha curta que usava e de posse da pomada, rumei para o quarto da Pietra!

Bati de leve na porta duas vezes até uma despenteada e sexy Pietra abrir a porta ficando boquiaberta ao me ver sorridente parada à sua frente.

- Cunhada – falei manhosa – estou com o ombro me matando, tentei massagear com essa pomada mais não alcanço a parte de trás onde mais dói... Será que pode aplicar no local?

Vi Pietra engolir em seco e não lhe dei chance de negar, passei por ela e sentei na beirada da sua cama estendendo-lhe o tubo da pomada.

Pietra murmurou algo que não entendi e veio em minha direção. Quando seus dedos começaram a massagear-me o ombro fechei os olhos deslizando no prazer dos seus toques enquanto pensei:

- Sto impazzendo, ma non mi interessa!

(* - Estou enlouquecendo, mas não ligo!)

Fim do capítulo