• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Amor em dose dupla
  • Recomeço

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A nova professora
    A nova professora
    Por Bia Ramos
  • A CARTOMANTE
    A CARTOMANTE
    Por Tay Bandeirah

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Amor em dose dupla por Maya Silva

Ver comentários: 5

Ver lista de capítulos

Palavras: 2283
Acessos: 1276   |  Postado em: 26/02/2020

Recomeço

O termômetro marcava 25°. Estava frio. Sim, frio! Como todo carioca que se preze, qualquer temperatura abaixo dos 30° já é motivo para tirar as roupas de frio do fundo do armário e o Rio de Janeiro se torna uma espécie de festival de inverno, com pessoas usando casacos grossos, botas e até cachecol. Acabamos nos tornando motivo de piada aos visitantes e turistas que são mais acostumados ao frio. "Talvez agora eu me torne uma dessas pessoas que vê graça nesse tipo de gente" pensei enquanto sentia aquela caixa metálica me afastar mais e mais da cidade onde vivi durante toda a minha vida. Trinta anos, para ser mais exata. Olhei o celular e vi meu reflexo na tela. Meus olhos azuis apresentavam olheiras levemente escuras. Prova das minhas noites mal dormidas. Suspirei, coloquei os óculos escuros e reclinei a cadeira do ônibus à procura de um conforto melhor. Só tentei mesmo já que fazia pelo menos uma hora que a minha bunda tinha adormecido no banco. Não havia muito o que ser feito. Tentei matar o tempo olhando a paisagem. Árvore, árvore e olha...árvore. Longe de mim achar isso ruim, mas depois de 6 horas de viagem, das quais 5 era encarando árvores, o desinteresse aliado a uma bunda dormente já me consumia. Não que eu estivesse ansiosa para chegar. Nunca fui do tipo que gostava de encarar grandes mudanças, mas ter a certeza de que eu precisava respirar novos ares e saber que eu não estaria sozinha nesse recomeço me motivou a pedir demissão da clínica veterinária onde ganhava um bom salário para trabalhar com meu amigo e colega de profissão: Pedro vulgo Pepê vulgo meu gay favorito num consultório que ele abriu há 3 anos no interior de Minas.

 

- Faremos uma parada de 30 minutos – Anunciou o motorista. "Obrigada Deus!".

 

O telefone tocou e esbocei um sorriso.

 

- Oi Pepê.

 

- Bicha, já falei pra senhora não me chamar assim – Fingiu estar magoado – Onde você tá?

 

- Eu não faço ideia. Pera ai, vou te mandar a localização. – Comentei abrindo o aplicativo.

 

- Ainda falta um pouco, mas já está mais perto do que longe.

 

- Que bom. – Respirei longamente e não disse mais nada. Sentia a garganta pesando pela enésima vez só aquele dia. Por algum motivo, ouvir a voz do meu amigo me fazia abaixar um pouco mais a guarda.

 

- Flor, tudo bem? – Sua voz soou preocupada com o meu súbito silêncio.

 

- Tudo sim. – Continuava monossilábica.

 

- Sabe que não tá me enganando nem um pouquinho, né?

 

- Não evitei e dei uma leve risada. Realmente, Pedro me conhecia como ninguém. Apesar do momento não ser dos melhores, sentia-me feliz por saber que estaria novamente ao lado daquele cabeção. Sempre fomos muito grudados desde que me entendo por gente e tínhamos muito em comum. Acabamos escolhendo o mesmo curso, cursamos a mesma faculdade e ainda moramos juntos, dividindo um apartamento perto do campus com um rapaz chamado Leo (de Leonardo? Não, só Leo), que hoje é nada mais, nada menos que o seu namorido.

 

- Ali?

 

Não obteve resposta. Eu estava com os pensamentos longe.

 

- Alisson? – Tentou mais uma vez e nada – PIRANHAAA!

 

- Ah, oi. Desculpa, acabei me distraindo.

 

- Agora você atente né! Tem que chamar pelo nome certo. – Me provocou. Esse viado tava no modo: "zuera on".

 

- Você é muito idiota, bicha!

 

- Eu também te amo.

 

O resto do caminho fluiu melhor. Consegui pegar no sono e acordei com o chacoalhar do ônibus enquanto o motorista ia estacionando na rodoviária. Me apressei na esperança de fugir da fila da bagagem e torcendo pela recuperação dos meus glúteos. A área de desembarque era grande e estava lotada. "Onde que isso é cidade do interior?".

 

- Ali! Ei, Ali! Aqui! - Podia ouvir a voz do meu amigo, mas Leo acabou entrando primeiro no meu campo de visão com seus 1,90 de altura.

 

- Finalmente! Achei que esse ônibus nunca ia chegar - Leo me puxou para um abraço.

 

- Nem me fale, a minha bunda já deu game over.

 

- Você não perde uma dona Alisson. - Pedro pegava a mochila que eu tinha colocado no chão. Nos encaramos e não nos dissemos nada. Não era preciso. Ele me conhecia, talvez melhor do que a mim mesma.

 

Nos abraçamos e pela primeira vez, depois de todos os acontecimentos, me senti desarmada e uma sensação de proteção tomou conta de mim. Ainda que eu quisesse, não conseguia segurar mais. As lágrimas foram caindo contra a minha vontade.

 

- Chora, flor, pode chorar. Vai te fazer se sentir melhor.

 

Pedro passou o braço ao redor do meu ombro e foi me conduzindo em silêncio até o carro enquanto Leo levava a minha mala.

 

- Tá com fome? Aposto que não comeu nada a viagem toda. Vamos parar em algum lugar pra almoçar. - Não me deixou questionar, mas respondi mesmo assim.

 

- Não estou com fome.

 

- Ahh, mas é claro que você tá, só não sabe disso ainda.

 

Ri enquanto fungava o nariz. Já me sentia completamente congestionada.

 

- Que tal se formos almoçar na Joana? - Leo olhou para nós pelo retrovisor.

 

- Quem é Joana?

 

- Joana é o nome de um Bistrô charmosinho perto do consultório. A comida é tão boa quanto as chefes de lá - Pedro me olhava com uma cara safada.

 

- Até parece que gosta.

 

- E quem disse isso? Eu apenas não sou cego e nem você Leo. Que egípcia é essa agora?

 

- Você tá fazendo um jogo comigo, garota? – Leo fez uma voz fina.

 

- Vinte reais e você cala a boca? – Pedro o imitou.

 

Maneei a cabeça negativamente. Esses dois não tinham jeito. Desde que morávamos juntos eles adoravam armar discussões entre si usando memes. Apelidei esses momentos de guerra das POCs

 

- Já acabou Jéssica?

 

- Eles me olharam.

 

- Alguém andou treinando – Leo comentou divertido.

 

Uma coisa eu precisava admitir, o bistrô realmente era uma atração à parte. O azul escuro das paredes naturalmente se destacava sobre o branco das portas e janelas. O telhado da varanda era feito de vidro e as mesinhas de madeira maciça davam um ar rústico ao local. Tudo de muito bom gosto, na minha opinião. Ainda admirava a arquitetura do local quando meus olhos bateram na figura de um doguinho, que de inho não tinha nada, dormindo num cantinho isolado da varanda. Era um husky siberiano cinzento bem peludo. Instintivamente fui falar com aquele Iti Malia seguida por Pedro. O cachorro continuava dormindo mansamente sem se importar com o carinho que estava recebendo.

 

- Cuidado que ele é muito folgado. Não vai deixar você em paz se acostumar. – Uma senhora apareceu na porta. Seu rosto como um todo lhe dava um ar naturalmente simpático. – Meus queridos, que bom encontrar vocês. Já tinha um tempo que não apareciam. – Ela os puxou para um abraço apertado.

 

- Desculpa Dona Laura, a senhora sabe que as coisas andam muito corridas no consultório, mas hoje trouxemos alguém para provar essa comida maravigold. Dona Laura, essa é a Alisson, ela vai trabalhar comigo e Ali, essa fada é Dona Laura, a gerente e dona desse lugar - A senhora virou em minha direção e com a mesma emoção com a qual tratou os meus amigos, me puxou para um abraço.

 

- Seja bem vinda, filha. Espero que goste da nossa cidade. - Ela segurou o meu rosto com as mãos e me deu um beijo em cada lado da bochecha. Senti o meu corpo rígido. Era estranho receber esse tipo de carinho de uma pessoa que acabei de conhecer, mas ela pareceu não se importar com isso.

 

- Obrigada, é um prazer conhecer a senhora.

 

- Só Laura, querida. A senhora está no céu.

 

- Sim senhora. Quer dizer, Laura.

 

Laura e os meninos se divertiam com o meu desconforto. Eu sentia as maçãs do meu rosto queimarem.

 

- Venham, vamos sair desse frio, devem estar famintos. Estão tão magrinhos.

 

O serviço era à la carte e não estranhei quando os pratos que ela trouxe pra nós tinham uma quantidade muito maior de comida do que a das outras pessoas. Me esforcei para engolir alguma coisa, apesar do ótimo cheiro. Leo e Pedro comiam com gosto e soltavam gemidos de prazer. Só faltava ir para debaixo da mesa igual à Ana Maria Braga.

 

- O que achou da comida? - Leo perguntou.

 

- Eu gostei, tem gosto de casa.

 

- Eu também acho. Não só a comida, as pessoas que trabalham aqui também são muito acolhedoras, mas nenhuma é como a Dona Laura.

 

- Ela é um espetáculo à parte - Pedro completou.

 

- É assim com todo mundo que vem aqui? - Ainda estranhava essa receptividade toda comigo.

 

- Mais ou menos. Você sabe que começar aqui não foi muito fácil para nós. Éramos novos na cidade, gays e um casal. As pessoas não eram exatamente receptivas e ela e as filhas foram muito fofas com a gente desde o começo. Elas entendiam o que estávamos sentindo.

 

- Como assim? Elas são..

 

- Lésbicas! Isso! Não todas nós, mas as minhas filhas sim - Dona Laura foi puxando uma cadeira e sentando conosco. Essa senhora me surpreendia cada vez mais com toda a naturalidade.

 

- Ela nos acolheu e nos tornamos uma espécie de arco-íris da resistência - Leo continuava levando enormes garfadas à boca.

 

- As pessoas apenas tem medo do diferente e do que elas não entendem, mas depois de ver a vida normal que as crianças levam, começaram a dar uma relaxada. Além disso, sou velha, mas sei bem a quantidade de gente incubada nessa cidade. - Engasguei tomando o meu suco. Essa senhora me chocava demais - Mas conte um pouco de você. Vai trabalhar como veterinária também?

 

- Sim. Eu e Pepê fizemos faculdade juntos. Somos amigos desde a infância.

 

Pepê chutou o meu pé como protesto por expor seu apelido.

 

- Não é possível! Achei que estava começando a faculdade agora. Você tem uma carinha tão jovem. Jurava que era mais nova que as minhas meninas.

 

- Elas..

 

- Vovó..Vovó - uma garotinha veio correndo em nossa direção. Veio tão rápido quanto suas perninhas permitiram.

 

- Cuidado filha, não corre - Uma mulher entrou cheia de bolsas seguindo a menininha. - Argos, calma..calma criatura. - O cachorro, que antes dormia serenamente, agora estava pulando, lambendo e tentando brincar com as duas. Ele se revezava entre pedir carinho à mulher e ir lamber as mãozinhas da garotinha no colo de Dona Laura. Para uma raça como aquela ele é muito manso. Certamente foi muito bem treinado.

 

- Ela já chegou? - A garota perguntou indo em direção ao corredor.

 

- Ainda não - Ela pareceu não gostar do que ouviu, foi reclamando alguma coisa inaudível e sumiu pelo corredor.

 

- Vovó..vovó..bolo..quero bolo - Ela apontava para o balcão com os bolos expostos.

 

- Vovó vai pegar meu amor, mas antes quero apresentar alguém, tudo bem? - A garotinha deu uma risadinha e fez que sim com a cabeça.

 

- Essa é a Alisson, a nova amiga da vovó

 

Ela se agarrou na senhora com vergonha. Me abaixei para ficar na altura dos seus olhos castanhos e reparei que usava um pijaminha de joaninha. Tava a coisa mais fofa

 

- Ei, oi Princesa. Qual é o seu nome?

 

- Ana Laura, como a vovó.

 

- Que nome lindo! E quantos anos você tem?

 

Ela fez 3 com aqueles dedinhos pequenos. Fiquei puxando conversa, perguntando de brinquedos, desenhos e personagens. Ela parecia gostar e aos poucos foi se soltando. Quando dei por mim, ela me puxava por todos os cantos do bistrô, querendo me mostrar as coisas e a vontade de comer bolo pareceu se perder em algum momento da nossa conversa.

 

- Ela tem jeito com crianças - Dona Laura observava a interação à distância juntamente com Pedro e Leo.

 

- Também acho e, apesar de parecer séria, a Alisson é uma mulher sensível e com bom senso de humor. É a irmã que eu nunca tive. Foi muito difícil me mudar e ficar longe dela porque sempre fazíamos tudo juntos. Vai ser bom ter essa rotina de novo. - Comentou emocionado pegando a mão de Leo por cima da mesa.

 

- Compreendo. É uma pena que os motivos que a tenham trago até aqui não tenham sido bons.

 

Os rapazes se entreolharam.

 

- Porque a senhora acha isso? - Leo questionou.

 

- Envelhecer traz mais do que osteoporose e dor na coluna, querido. Ganhamos alguns super poderes. Com um pouco de vivência é possível ler as pessoas pelo olhar.

 

- Tem razão, mas por favor, não comente nada perto dela. Queremos que ela se abra quando se sentir confortável.

 

- Tem que ser por camadas, como uma cebola. - Leo completou.

 

- Não se preocupem, não falarei nada. No que depender de mim, a faremos se sentir o mais confortável possível. Contem conosco.

 

- A senhora não existe, já está em ligação direta com o céu.

 

- Nem pensem nisso! Vocês não irão se livrar de mim tão cedo.

 


Fim do capítulo

Notas finais:

Olá você! Esse é o meu primogênito, então espero que goste, que ria, que se divirta e, principalmente, que se identifique. Críticas, sugestões, dúvidas e teorias da conspiração são muito bem vindos.


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Próximo capítulo

Comentários para 1 - Recomeço:
Gabi2020
Gabi2020

Em: 29/04/2020

Olá!

Que delicia de ler esse capítulo, parabéns!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Rose_anne
Rose_anne

Em: 07/04/2020

Aí que capítulo maravilhoso essa Laurinha conquistou todo mundo 

Fazer o que né saudades do a gente ainda não viveu......kkkkkk

Ansiosa pelo próximo capítulo

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 27/02/2020

Ola autora 

Gostei do início bora pra o próximo 

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Agatha
Agatha

Em: 27/02/2020

Interesante o começo e a escrita é gostosa de ler esperando o próximo cap.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Naty24
Naty24

Em: 27/02/2020

Já adoreiiiiii

Já qro ++++++++

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web