Essa poderia ser uma história de amor, mas até o amor tá limitado. Poderia ser uma historia de uma garota que se apaixona por outra garota e elas enfrentam obstáculo dos pais para ficarem juntas e no final ficam juntas e é amor a vida toda. Poderia ser. Mas não é.

Essa é a historia de uma menina inconstante que não sabia o que queria da vida. Uma hora ela estava feliz, outrora acontecia algo tão terrível que nem o dia ela queria ver.

Mas como toda historia essa menina conhece alguém e adivinhe, ela perde todo o rumo dela, mas não porque está apaixonada e sim porque simplesmente ela não consegue se entender.

Seus olhos estavam tristes naquela manhã, sentia que tinha um fardo grande em suas costas e ela não conseguia se libertar. Olhou para a mãe e logo depois voltou para o quarto, lugar onde naquele dia ela não devia ter saído.

Colocou as almofadas cobrindo e rosto e tentou dormi de novo. Estava cansada da noite anterior. Se pudesse não trabalhava mais, mas era preciso, tinha que se sustentar, sua mãe já não fazia mais isso.

Ganhava a vida tentando ser modelo. Às vezes tinha desfile, mas outras vezes saia com homens para fazer companhias e exibir sua beleza. Até que era um trabalho bom. Gostava de mostrar sua beleza aos outros e sua mãe essa não implicava em suas decisões.

Sua vida amorosa não era lá essas coisas, recebia muitas mensagens, muitas cantadas, muitos fleches, mais nenhum lhe agradava, por isso os ignoravam completamente, assim também era com as mulheres. Alguns fleches mais nada sério.

Sempre soube de sua sexualidade. Dominava-se bissexual. E por isso, ela nunca teve relacionamentos duradouros, pois se tava com um queria outro e vice-versa. Sua vida era uma inconstância e que por muitas vezes lhe deixava perturbada.

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Ela preferia as jantas que sua mãe fazia ou comprava, desde que as duas comessem juntas, mas o seu amigo de trabalho havia lhe insistido tanto que resolveu aceitar o convite de irem a um restaurante. Segundo ele seria uma conversa séria.

_Entre a vida e a morte. Te encontro as oitos da noite naquele nosso restaurante.

A voz estava nervosa. O restaurante era muito famoso e frequentado por pessoas da nobreza.

Emme não gostava de rótulos, mas não poderia fazer nada já que as próprias zonas davam títulos. Se fosse a zona norte o padrão de vida era baixo, as ruas pinchadas e tudo mais e assim sucessivamente, zona sudeste, oeste...

A zona leste era dos bambambãs, pessoas nobres que tinham um nível maior e ela vivia ali.

Aceitou o convite do amigo. Pegou o carro de sua mãe emprestado, pois o seu estava há dias na oficina. Estacionou o carro e sorriu simpática para o amigo e se surpreendeu ao ver seu chefe ali também sentado. Os dois se levantaram e a cumprimentaram.

Depois dos cumprimentos Emme se sentou e pediu também uma bebida.

_O que tá acontecendo aqui Léo?

Léo com sua feição de menino tímido conquistava o coração de qualquer menina. Era bonito, alto e magro. Alguns na agencia diziam que ele tinha “algo” com o chefe, mas nunca tiveram provas concretas e quando fofocas batiam no ouvido de Emme, ela ouvia por um lado e saia por outro, porém, sabia que o amigo de trabalho era gay, mais nunca invadiu sua privacidade.

Os dois olhando para ela começaram a ficar sem jeito e Emme logo pensou que se tratava de algo sério.

_Bom... – Disse e mexeu nos cabelos _Acho que não tem nada a ver com trabalho não é chefe?

_Emme, é Eduardo, por favor...! Léo, ela é diferente das outras meninas, você disse que podemos confiar nela.

_Emme, eu... É... Você sabe que eu sou, não é?

_Sei...

E foram alguns minutos um olhando para o outro.

_Bem Emme, a agência vai passar por algumas mudanças, como você sabe e com isso vamos receber outra acionista como você também já sabe.

_Para com isso Eduardo, já te falei que ela também é entendida, viu como é o cabelo dela? Emme, esse não é o motivo real, fala Eduardo da sua ideia e principalmente do motivo.

Léo zangou-se e não o olhou mais.

_Ok, desculpa, vou ao ponto. É que nós queremos que você namore o Léo.

Sua única reação foi sorrir enquanto Eduardo continuava a falar.

_Bom, você é discreta, não sabemos nada de sua vida. Tem uma vida quieta, é bonita mais não é vulgar, é também muito atraente, elegante. E acima de tudo linda e valorizada.

_Nossa, tantos elogios.

_Você sempre foi minha modelo numero um, você sabe disso Emme.

_Sou uma boa profissional Eduardo, obrigada, mais isso que você tá me pedindo não é profissional, é muito pessoal. A minha vida sentimental tá muito boa, não quero me relacionar com ninguém.

_Mas vai ser um namoro de mentira, claro que vocês não vão se relacionar, vamos te dar uma boa recompensa.

_Eduardo, não. Você é meu chefe e eu lhe respeito por isso, mas isso eu não posso.

_As pessoas tão desconfiando de nós e tudo o que não posso no momento é nos assumir.

_Porque você não quer Eduardo, porque você não quer – Léo disse agoniado.

_O Léo é novo, não sabe o que diz, mas eu sei muito bem como é isso, as pessoas simplesmente não aceitam.

_Mas quem tem que aceitar é eu e você e não essas pessoas. – Léo novamente falou.

_Entende Emme, você é de confiança, está solteira, o que você precisa fazer é apenas dizer que tá namorando, saírem juntos e o bom vai ter muito mais trabalho pra vocês porque fazem um belo casal... Por favor, aceite essa proposta, depois de cinco meses vocês podem terminar de mentira e o Léo encontrar outra namorada.

Emme apenas sorriu e não sabia no que estava se envolvendo ao aceitar a proposta depois de muita luta.

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De manhã Emme acordou com o celular tocando, era da agencia e pedia que ela fosse o mais depressa possível. Ao sair do taxi uma mulher logo atrás dela estacionava seu carro e também vinha em sua direção. Ela usava óculos escuros e seu cabelo era um corte masculino, mas dava pra ver que era mulher, devido suas curvas e seu jeito de andar. Sem perceberem forçaram a entrada da agencia juntas e logo olharam uma para outra, pois a porta estava travada.

_Desculpa... – Emme pediu delicadamente e retirou a mão.

_Ainda está fechado aqui? – Perguntou a outra sem se importar com as desculpas.

_Não, essa porta é que sempre trava.

Emme bateu na porta e não obteve nenhuma resposta, a outra tirou os óculos e a olhou dos pés a cabeça.

_Modelo?

Claro que era, dava para perceber e mesmo assim preferiu perguntar enquanto alguém vinha para abrir a porta.

_Sim e você tá sendo contratada agora? Nunca te vi aqui. Sou Emme e você?

Estendeu a mão para cumprimentar e a outra com o mesmo gesto disse: _Cacau.

Ela não tinha aparência de modelo, apesar de ser alta, seu porte físico já era de uma pessoa acima dos trintas anos, porém muito bonita e de uma sensualidade tamanha, principalmente aquele seu corte de cabelo o que lhe causava uma certa curiosidade e mostrava uma mulher equilibrada, decidida na vida.

_Bom, vai se acostumando com essa porta, o nosso chefe pra esse lado tem uma mão fechada – Emme sorriu _Não é falando mal, mas você vai ver como é ele, sempre dizemos pra ele “Eduardo essa porta é ruim e algum dia vamos ser assaltados” e mesmo assim ele nunca trocou. Bom, poderia trocar por uma porta automática, séria melhor.

Cacau também sorriu e olhou para os lábios da outra. Eles eram tão... Tão chamativos.

_E uma porta automática também correria risco de assalto, não acha?

_Sim, é verdade, mais se formos assaltadas pelo menos da para correr e pedir socorro lá dentro e com essa porta aqui vão nos socorrer como?

Cacau simplesmente concordou e as duas se olharam e novamente sorriram.

Depois que bateram na porta por mais alguns segundo uma mulher de óculos de grau abriu a porta nervosa.

_Desculpa a demora, essa porta eu não sei o que acontece, ela simplesmente trava.

_Bom dia Dina, tenho uma reunião com o Eduardo. Essa daqui é a Cacau.

Cacau a cumprimentou com o olhar.

_Também quero falar com o Eduardo.

_Ok! Ele tá na sala super nervoso. É hoje que aquela chefe vai vim. – Dina falou baixinho e Cacau conseguiu ouvir. _Dizem que ela acordou de mau humor, só porque não tinha o chá matinal no hotel.

Emme sorriu.

_Ta certo. Obrigada Dina.

Não se importou com o que ela disse e foi para a sala do chefe.

Ao entrar estava a maioria dos modelos, incluído Léo que ao vê-la abraçou-a forte e beijou seu rosto.

_Olá minha namorada.

_Oie, o que tá acontecendo?

_A nova chefe já esta chegando, isso é uma surpresa para ela.

_Ah legal. Que horas que ela vem?

_A qualquer momento, porque você demorou?

_A porta travou da agencia...

Eduardo ao ouvir ligou para a recepcionista mandando olhar a porta para não correr o risco de travar quando ela estivesse chegando.

_Senhor Eduardo, ela já está aqui esperando você. – Disse Dina ainda mais nervosa.

_Manda entrar. – E desligou o telefone. Ao desligar ouviu uma modelo perguntar.

_Sério que vocês tão namorando? Desde quando?

_Desde ontem a noite, não é Léo? Ele me preparou uma surpresa, uma cama cheia de rosas e eu não tive como recusar, foi simplesmente lindo. – E aproximando tocou seus lábios.

E no momento Cacau entrou e todos a aplaudiram.

_Seja bem-vinda.

E Cacau procurou o olhar de Emme que no momento estava abraçada com Léo.

Fim do capítulo