RED por Rose SaintClair
Casual
As minhas unhas cravavam na pele suada do corpo abaixo do meu, enquanto eu fechava os olhos sentindo o orgasmo iminente que se aproximava. Nossos gemidos ecoavam pelo ambiente. O sofá da minha sala nunca fora confortável, mas naquele momento era tudo o que tínhamos à disposição. Meus quadris rebol*vam em um ritmo frenético, mãos maltratavam meus seios e puxavam meus mamilos, me causando uma dor prazerosa.
— Ash... – Meu nome fora dito entre gemidos, no momento em que agarrava seus cabelos curtos e grisalhos.
— Cala a boca! – Minha mão encontrou a sua face, deixando uma marca avermelhada. Vi os seus olhos queimarem em um profundo desejo e sabia que ele goz*ria a qualquer momento, pois sentia os indícios que o seu p*nis dava dentro de mim. – Se você goz*r antes de mim, eu TE MATO! – Notei pela sua expressão que ele fazia força para se controlar.
Meus dedos procuraram o clit*ris para um alívio imediato e o gozo chegou forte. O diretor do FBI, Ryan Clancy, veio logo depois com a cabeça entre os meus seios. Saí de cima dele em silêncio, ainda com a respiração entrecortada. Encontrei alguns lenços de limpeza no interior de uma gaveta e iniciei o processo de retirar as evidências daquele ato do meu corpo. Podia sentir os olhos dele cravados em mim. Tinha a completa certeza que a expressão era a mesma dos últimos anos.
— Ash... – Ryan veio até mim, enquanto eu fingia estar absorta com o que estava fazendo. – Fica comigo essa noite?
Continuei a me arrumar, mas ele segurou delicadamente meu pulso para que o fitasse. Não queria aquela conversa novamente. Ryan era meu superior e, quando se divorciara há alguns anos, começamos um relacionamento de sex* casual. Mas, nos últimos tempos, vinha pedindo para que a relação se tornasse permanente, algo que eu nunca poderia dar a ele.
— Ryan, por favor, já disse a você que prefiro ir para casa.
— Não consigo parar de pensar em você sozinha naquele apartamento, como um zumbi, sofrendo por alguém que nem ao menos sabia o que realmente significava para você! – Pela minha expressão percebeu que fora longe demais. – Desculpe, mas eu me preocupo muito com você.
— Eu sei. – O olhei com ternura. Ryan era um grande amigo e muitas vezes me apoiou nas várias decisões polêmicas que tomei ao longo desses anos de Bureau. – Agradeço a você por isso, mas eu estou bem. – Beijei seus lábios em um selinho casto. – Vou indo, você tranque a porta quando sair, por favor. - Deixei o homem ainda nu, em pé ao lado da minha mesa. Desde que voltei para o trabalho, o meu amigo periodicamente vinha ver como eu estava.
Dentro do carro deixei a pose de durona de lado e desabei. As minhas lágrimas jorravam como se tivesse segurando há anos... na verdade estava. Chorei por me sentir incapaz de protegê-la, por não ter tido coragem de falar que a amava, por nesses anos todos buscar em cada corpo diferente o que sabia que encontraria apenas nela. Deitei a cabeça no volante e lembrei de quando a minha vida virou esse inferno...
Aproximadamente 1 ano atrás
Dentro do jatinho que havia pego “emprestado” do Bureau, roía as minhas unhas. Nada como chefiar a equipe de crimes hediondos do FBI. Isso me dava algumas regalias. Lógico que cheguei ao cargo por mérito e trabalho, mesmo tendo vários colegas virando o rosto por ter uma mulher tão jovem, latina, e assumidamente bissexual, em um cargo tão importante.
A viagem de Boston a Nova York geralmente era rápida, mas para mim parecia que estava levando uma eternidade. O meu desespero começou quando recebi o telefonema do assistente da minha melhor amiga a pedido dela falando de sobre um corpo que havia chegado ao necrotério. Na hora soube que precisava estar ao seu lado.
Kate havia seguido os passos do nosso amigo e mentor Mark. A garota tinha um QI acima da média, assim como o meu, mas ao contrário de mim sempre apreciou mais as ciências biológicas. Quando ela começou a se interessar por medicina e decidiu se tornar médica legista, o nosso velho amigo não conseguiu esconder a felicidade. Mesmo depois de ter passado por tudo o que passou, a minha amiga dizia que queria dar voz aqueles que mais necessitavam: os mortos. Falei a ela que para isso não precisava estudar tanto e era só comprar um tabuleiro ouija. Reddy ficou um dia inteiro sem falar comigo e só voltou quando pedi desculpas com uma torre enorme de panquecas de blueberry e um café quente e forte como ela gostava.
Durante todos esses anos em que eu trabalhei no FBI, a minha melhor amiga foi a minha consultora e trabalhei com ela em vários casos. Kate sempre fora a pessoa que mais confiava no mundo e a sua sagacidade me auxiliou na captura de vários assassinos.
Hoje pela manhã quando recebi o relato do seu assistente, sobre uma vítima de assassinato com tortura e estrupo, marcas de cortes, queimaduras de cigarro, ruiva, menos de vinte anos, com descendência irlandesa e, o mais importante, com as mesmas palavras que foram marcadas nela... marcadas como se ela fosse gado... Não pensei duas vezes e vim para a ilha encontrá-la.
Pressentia que Kate não estava bem. Sabia que ela poderia desabar e ter um ataque de pânico. Cheguei ao seu escritório um pouco antes do almoço e a encontrei ao microscópico examinando algumas lâminas histológicas. Uma vez ela me confidenciara que aquilo deixava a sua cabeça livre de tudo... como se não pensasse em nada além daquele amontoado de células que juntas formavam o tecido que poderia, ou não ter uma lesão. Esse pragmatismo fazia com que a subjetividade se extinguisse e ela pudesse pensar apenas no “aqui” e no “agora”.
Silenciosamente fiquei admirando a sua nuca descoberta. Naquela manhã ela havia prendido os cabelos tingidos de preto, as pintas e sardas do pescoço estavam a mostra. Respirei fundo, tentando controlar a emoção sempre que a via. Já fazia quase um mês que não nos encontrávamos. Mesmo que a gente se falasse por mensagem e vídeo todos os dias, eu morria de saudade de sentir o seu cheiro, sentir o seu abraço. Fechei os olhos, suspirando e sabendo que não poderia abraçá-la e beijá-la como eu tanto queria.
— Ô, gostosa... vai me matar de fome? - Como sempre, me escondi no humor. – Se você quer ficar trabalhando, pode deixar que almoço sozinha. Mas pensei que uma certa legista sexy tivesse me chamado... será que eu me enganei?
— Ash... – Seu olhar me procurou e ela abriu um sorriso triste. Holly shit! A coisa estava pior do que imaginava. Pela sua expressão via que ela não estava nada bem. Sem deixá-la me repelir, a abracei forte como sempre. E, novamente, assim como em todas as vezes ela se retraiu como uma pedra, mas a segurei nos meus braços até que ela relaxasse. Isso era como se fosse um ritual para nós duas. Kate sabia que só a largaria somente quando ela me retribuísse o abraço, mesmo que timidamente. – Achei que você estava em Boston. – Sua voz saiu abafada no meu peito.
— Tenho uma reunião à tarde aqui na cidade e deu sorte de eu estar vindo – Uma mentirinha não faria mal. Sei muito bem que ficaria brava ao saber que eu tinha vindo só por sua causa. – Vamos almoçar? Pode ser aqui perto mesmo.
— Vamos. – Ela disse e, como sempre, agarrei seu braço sem ela ter tempo de dizer não.
A minha relação com a Reddy sempre fora assim: eu fingia que não notava o seu modo retraído com qualquer tipo de contato e a tratava normalmente. Confesso que cada vez que sentia seu corpo enrijecer junto ao meu doía muito. Mas sempre nutri a esperança de que um dia ela me abraçaria por sua própria vontade, que o carinho viesse dela... apenas isso já me faria muito feliz.
Sentamos na mesa de sempre e eu falava sem parar sobre o meu último namorado. O filho de uma puta teve a petulância de olhar os peitos de uma garçonete enquanto estávamos em um restaurante, lógico que lhe dei um pé na bunda.
Kate me lembrou da maluca que me stalkeou durante a época da graduação. A menina era gostosa para caralh*, mas ficou um mês recitando poemas e odes para a minha bunda e seios embaixo da janela do nosso quarto. Comecei a cobrar dos vizinhos ingresso para o show porque ela sempre aparecia completamente nua e, claro, era um colírio para os olhos.
— Achei que Mark ia te jogar na rua quando descobriu. – Kate ria ao lembrar de um dia em que a menina pintou o corpo todo com o meu nome e dançava como se fosse a Natalie Portman no Cisne Negro.
— Ainda bem que não, Reddy, senão eu estaria completamente fodida. – Estava esperando-a começar a falar do assunto que me levara até ali. – Kate... eu estou aqui, desde que a gente entrou, te esperando começar a falar… mas como a minha paciência tem fim... desembucha. – Seus lindos olhos azuis me fitaram e quase me arrependi em tê-la pressionado.
— David... te enviou o arquivo.... – Sua voz não era mais nada do que um sussurro.
— Sim, e por isso que não pensei duas vezes e coloquei a minha bunda em um avião e vim direto te ver. – Ai, carajo, entreguei minha mentira. – Desculpe, não fique brava, eu precisava ver como você estava pessoalmente...
— Não pode ser ele, Ash... Não pode... Ele está morto. Eu... eu... fui ao seu enterro. Nós fomos! Faz cinco anos! – A minha melhor amiga falava desesperada, tentando segurar as lágrimas.
— Calma, Reddy... vamos pensar juntas, organizar a cabeça. Primeiro nós não chegamos perto do cortejo fúnebre, ficamos no meio das árvores, escondidas. Não vimos se ele estava dentro do caixão. Apenas vimos seu irmão e sua mãe! Mesmo assim, de longe, ninguém percebeu que estávamos ali.
Kate tinha medo de que ele estivesse vivo, já que tudo levava ao mesmo modus operandi. Um imitador não saberia de tudo que ela viu! Apenas ela sabia onde eram os cortes e as palavras abaixo da clavícula, escritas com um canivete.
— Nunca pensei que ele pudesse fazer isso com outras... se... se eu não tivesse fugido... talvez... Ai, meu Deus!
Procurei acalmá-la e tranquilizando-a que faria uma varredura nos arquivos da Interpool e FBI. A minha preocupação era no estado em que ela se encontrava. Kate me disse que Mark viajou para Los Angeles para visitar a filha e apenas voltaria no final do mês. Tinha deixado escapar da minha reunião no final da tarde em Boston, mas já estava pensando num jeito de voltar para ficar com ela naquela noite quando uma loira gostosa parou na mesa e me olhou com curiosidade.
— Doutora, desculpe interromper. Eu a vi e resolvi perguntar se você está melhor? – A desconhecida fez o impensável acontecer... sua mão segurou com delicadeza o ombro da minha amiga e essa NÃO repeliu o toque! Kate ainda por cima enrubesceu e sorriu. “O que, caralh*, está acontecendo?”
Meus esforços para não demonstrar meus reais sentimentos pareciam que estavam surtindo efeito. As duas certamente não perceberam o turbilhão de emoções que se passava dentro de mim. Kate respondeu à loira que estava bem e eu me perguntava o que haveria acontecido mais cedo.
— Como eu sou uma pessoa bem-educada, já umas e outras não são, vou me apresentar. Ashley Rodriguez, muito prazer. E você é?
— Jennifer Stuart, residente no Departamento de Medicina Legal.
— Hum, médica? Mas tão jovem! Qual a sua idade, se não for indiscrição. – Perguntei com a minha melhor cara inocente.
— Tudo bem – Sorriu – Tenho 25 anos. Bom, eu já vou indo, só queria saber se a senhora estava melhor.
E, novamente, a loira apertou os ombros de Kate que estremeceu..., mas não era medo, asco, timidez... não... eu... via que era algo como desejo! “Holly fucking shit!”. Tristeza e alegria tomavam conta de mim. Tristeza por perceber que não fora eu quem despertara aquele sentimento e alegria por ver a minha Reddy finalmente se libertando de todos os cadeados e amarras que anos de abuso a impuseram.
— O que aconteceu hoje pela manhã, Reddy? – Segurei a sua mão por cima da mesa, não deixando que ela a retirasse, como fora o seu primeiro impulso.
— Eu não me senti bem e a Jennifer me ajudou. – A legista murmurou e quase não consegui escutar. Então, uma ideia começou a tomar conta da minha mente. Tentei dar o meu melhor sorriso e perguntei:
— Jennifer, você vai fazer alguma coisa hoje à noite? – Kate arregalou os lindos olhos azuis e apertou a minha mão.
— NÃO! Não, Ash, nem pense...
— Deixe a menina responder, Kate!
— Não. Não tenho nenhum compromisso. – A garota respondeu curiosa.
— Você se importaria em dormir com a Kate? – A mulher a minha frente estava completamente vermelha e a loira sorria feliz – Não dormir no sentido bíblico... – Comecei a fazer piada, pois em pensar que aquela loira cuidaria da minha Reddy, daria carinho, a tocaria em locais que eu apenas sonhara... A minha angústia era tanta que a minha vontade era de pegar o meu telefone e ligar para qualquer um dos contatos de sex* casual e passar o resto do dia trepando... – A não ser que vocês queiram... – Tentei tirar a imagem das duas nuas na cama de Kate e fingi um sorriso malicioso – O que eu mais me preocupo é em deixar a Kate sozinha por esses dias.
— Doutora, se a senhora concordar, eu posso ficar sim. A agente Rodriguez tem razão!
— Ashley, me chama de Ash. Então está combinado, assim posso voltar para Boston mais tranquila.
Mesmo sob protestos da minha amiga, combinamos que a residente a faria companhia. Após trocar números de telefones conosco a loira saiu, quase que saltitando, feliz porta afora do estabelecimento.
— Ash, você...
— Não, Kate! – Falei firme. – Você sabe que eu tenho razão! Agora me fale, o que aconteceu hoje pela manhã?
— Eu... eu não aguentei... após ver aquela menina, tão parecida comigo, com tantas marcas pelo corpo, quase idênticas as minhas e... Ash, o monstro escreveu a mesma frase, exatamente no mesmo lugar que o meu! Surtei... fui para o vestiário... e tive uma das piores crises da minha vida... se não fosse aquela garota me ajudando... eu acho que não iria aguentar!
— Você iria, sim! Como você aguentou durante todos esses anos! Reddy, você é forte! – Sequei uma lágrima que caiu do seu rosto e ela se esquivou. Engoli em seco. – Mas agora me conta... essa garota aí, hein? Gostosa, né?
Fim do capítulo
Então........... o parquinho começou a esquentar!
Você já viveu algo assim? Amar a sua melhor amiga e ver ela se interessando por outra?
Conta ai!
E o que vocês estão achando da história?
Queria falar pra vocês que eu e mais algumas autoras temos uma página e um grupo no face para falar de cultura les e girl power. A gente troca várias dicas de filmes, contos, livros, e-book grátis, etc... Quem quiser entrar será bem vinda!
Grupo: https://www.facebook.com/groups/lescult/
Página: https://www.facebook.com/LesCult19/
beijoooo loviuxuxus
Comentar este capítulo:
Rosangela451
Em: 22/01/2020
Eu li Boa noite garotinha ... E muito bom vê pelo lado da Ash...
Lembro o tanto que te pedi uma continuação... então estou aqui ansiosa pelos próximos capitulos . Estou com saudade de kate A ruiva ... tomara que ela assuma os cabelos vermelhos...
Demora não
Beijos
Resposta do autor:
Vai assumir sim hehehehe
volto rapido pode deixar, sualinda
S2
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]