• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • A ORDEM DO LABRYS: CRÔNICAS DA HERDEIRA (AEL VOL II)
  • Capitulo 1 As Crônicas da Herdeira

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • O
    O Amor Não Existe
    Por Endless
  • A
    A Estranha
    Por ROBERSIM

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

A ORDEM DO LABRYS: CRÔNICAS DA HERDEIRA (AEL VOL II) por Jules_Lucena

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 6573
Acessos: 937   |  Postado em: 19/01/2020

Notas iniciais:

Boa noite a todxs,
Cá estou de volta ao universo da Ordem do Labrys e espero sinceramente que apreciem o que estou pensando para a continuação dessa saga.
Informo também que a postagem pode não ser tão regular quanto AEL nem com capítulos tão extensos, mas prometo sempre retornar.
Espero que deixem seus comentários, pois preciso muitíssimo saber o que acham dos caminhos escolhidos.

É muito bom estar de volta.
Uma ótima leitura e uma excelente semana.

Capitulo 1 As Crônicas da Herdeira

 

 

 

            TOMO 1: A Filha da Luz e das Trevas

Por Dominique Marie Carpentier

            Numa noite fria e carregada de tensão e incertezas, você veio para nós!

            Criada em meio ao que de pior a humanidade poderia fazer, envolta na mais sombria das atmosferas, você resistiu!

            Cercada dos horrores mais extremos que certamente poderiam macular sua fé e destruir sua inocência, você resistiu!

            E sua sobrevivência... Diria até sua persistência sempre esteve pautada numa inabalável certeza. Aquela antiga promessa de que nos encontraríamos. Ou seria um reencontro? Ambas sabemos a resposta! Mas você resistiu resignada e firme no que acreditava. A crença mais profunda de que nossos destinos estavam intimamente conectados.

            Questiono-me acerca do momento exato em que essa consciência fora gravada nas profundezas de sua mente e a manteve viva. Resiliente que, mesmo sem a real noção dos motivos, sabias que possuías uma missão em sua vida. Um caminho que precisava ser percorrido... Batalhas que precisariam ser travadas e vidas que necessitavam da sua presença... Do seu amor!

            Então, como uma tocha alimentada pelo fogo mais vivido e poderoso, você brilhou em meio à escuridão. Filha da noite e do dia... Das trevas e da luz...

            Aquela que carrega em cada fragmento de seu ser um legado inimaginável e marcado por um confronto secular.

            Os dois lados antagônicos de um embate ancestral se digladiam em seu intimo. E como alguém que conhece muito bem as facetas sombrias das trevas, preciso assumir que não sou capaz de ter dimensão do caos que bagunça sua mente e inquieta seu coração.

            Dona de um poder descomunal, sofres com o medo de um deslize. Um descontrole que nem mesmo eu tenho capacidade de prever as consequências.

            É com um sofrimento visceral que assisto sua crescente angustia. Seu duelo interno e a luta que travas consigo mesma. Ofereço-lhe toda a minha devoção. Todo o meu amor para ajuda-la a trilhar seu caminho. Mas reconheço que a cada dia que se passa você está um pouco mais longe. Afastando-se do meu alcance. Das minhas “asas protetoras” como bem me disseste certa vez.

            Rogo as deusas para que eu consiga passar-lhe tudo o que imagino que irás precisar para suavizar a sua sina. O seu destino como a Herdeira de um duplo legado tão poderoso quanto terrível.

            Carregas os dois lados da mesma moeda. És o Ying e o Yang em uma só pessoa. E espero muitíssimo que consigas encontrar o equilíbrio entre suas heranças. Uma poderosa alma profundamente ligada a uma terrível linhagem de sangue e de alma.

            E é justamente por desejar desesperadamente ajuda-la, que estou lhe escrevendo sobre a sua própria história.

            Cada uma de nós... Suas irmãs de Ordem, vivemos por você da mesma forma que você vive por nós. Essa é a mais sagrada faceta do que herdarás. É o seu caminho.

            Quero que saibas que sua mãe e eu sempre estaremos ao seu lado, travando todas as batalhas possíveis com e por você.

            Portanto, esse é a nossa oferenda a você...

            Minha amada Emanuelle Carpentier-Nichols!

 

            ******

            Tomada por uma profunda angústia, Dominique concluía o prólogo do que pretendia ser uma das partes mais importantes da história da Ordem do Labrys... Os passos de sua sucessora.

            Essa vontade já a assombrava ha alguns anos e vinha crescendo na mesma proporção que a sua já não mais tão pequena Manu. Porém adiou tal anseio até aquele momento, como se a espera evitasse ou até mesmo a protegesse de se confrontar com aquela realidade que a assombrava intimamente. Um temor que pairava em sua mente e que, por mais que tentasse, não conseguia esconder. Não de si mesma.

            A longa, embora frágil, sensação de paz que experimentavam nos últimos anos, acalentava sua alma atormentada e lhe permitiu viver algo que jamais havia experimentado. A mais pura e plena felicidade!

            Sempre fora precavida e mesmo após a grande vitória que obtiveram sobre o Martelo com a morte de seu maior inimigo, a terrível revelação que lhe foi mostrada lhe dizia que a verdadeira guerra ainda não havia acabado. Não até que aquele misterioso herdeiro de Lamartine fosse localizado e também “neutralizado”.

            Usou tudo o que a Ordem dispunha de tecnologia, fundos e contatos na busca incessante daquele garoto e, por mais de uma vez chegaram bem perto, mas ele sempre escapava. Chegou por algumas vezes a duvidar da existência dele. Mas sentia, assim como a sua menina lhe dizia que ele realmente existia, pois de alguma maneira, ela o sentia. Espreguiçou-se em sua cadeira e massageou a própria nuca sentindo a dolorida pressão da tensão.

            Sorriu como sempre fazia em situações corriqueiras como aquela. Pois era a constatação de sua tão ansiada mortalidade. Mesmo após vários anos decorridos daquela noite do confronto final, ela se permitia experimentar e celebrar as consequências do passar do tempo. Para qualquer mortal uma ruga ou cabelo branco poderiam representar algum tipo de preocupação, mas para ela não. Era o mais completo e perfeito significado da felicidade.

Voltou-se para uma estante ao lado da mesa que usava. Um dos novos móveis que foram adicionados a sua sala secreta. As prateleiras estavam repletas de porta-retratos que traziam recortes capturados dessa tão deliciosa felicidade. Ergueu-se da confortável poltrona e caminhou até lá, tomando em sua mão um deles que trazia a imagem dela, da menina e de sua amada companheira atrás de um imenso bolo de aniversário.

            Foi inevitável sorrir ao lembrar-se daquele dia em especial. O primeiro aniversário que comemoraram juntas, como uma verdadeira família. Seus olhos marejaram com a emoção, mas resistiu ao ímpeto do choro que naquela ocasião não foi contido logo após ter recebido a primeira fatia do bolo. Depositou aquele porta-retratos tão somente para buscar outro. Nesse o sorriso de Manu estava ainda mais exuberante, pois era devido a sua imensa alegria por estar indo para o tão desejado Instituto Chermont. A menina vestia o tradicional uniforme daquela antiguíssima instituição e não cabia em si de orgulho.

            Dessa vez as lágrimas foram mais fortes que a Toda Poderosa e ela, assim como naquele dia, chorou. Sua mente viajou até aquele dia quando precisou se despedir de sua preciosa criança, pelo menos enquanto durassem os dias do ano letivo naquela escola. Viu-se deitada na cama de Manu, abraçada ao travesseiro e lençóis que traziam o cheiro dela.

            O sono naquela noite só veio após o acolhedor conforto de sua amada Coraline, que sempre esteve ao seu lado, sendo a sua fortaleza. Sorriu em meio às lágrimas e se deixou preencher pelo orgulho assim que alcançou outra foto. E lá estava o registro do início da impressionante trajetória de Manu e de seu sucesso em absolutamente tudo que dizia respeito a sua vida acadêmica no Instituto Chermont, impressionando a todos que faziam parte dele e da Ordem.

            Como se vivesse um momento especial, sua mente viajou até o dia em que precisou ser dura e severa com a pequena garota. Ela fez a criança lhe jurar que ela jamais deveria usar de seus dons para obter sucesso em nada. A proibiu terminantemente de tal coisa e quase a retirou do instituto quando foi desobedecida pela primeira e única vez. Desde então uma determinada Manu passou a estudar três vezes mais, treinar arduamente para todos os torneios muito mais que qualquer uma. Delphine estufou o peito e suspirou ainda mais orgulhosa dos feitos de sua filha.

            Aquelas fotos contavam a impressionante história dos anos de vida daquela poderosa criatura e da maneira inimaginável como seus poderes também se desenvolviam. E pensar nisso sempre deixava Delphine profundamente aflita e angustiada.  A cada dia de vida de Manu representava um pouco menos de controle que ela pudesse ter sobre a menina. E por mais que tentasse manter aqueles tenebrosos pensamentos nas profundezas de sua mente, eles ganhavam força em momentos como aquele.

Sacudiu sua cabeça tentando mantê-los nas sombras e continuou caminhando por aquele secreto recinto que possuía uma baixa luz, permitindo que apenas alguns pontos da sala fossem iluminados. Dirigiu-se até um desses lugares e parou diante da belíssima tela que trazia lindamente ilustrada a imagem dela mesma enquanto criança, ao lado de sua mãe.

            - Acho que nunca precisei tanto de seus conselhos como agora minha mãe. – Conversou com a imagem e a acariciou com ternura. – E gostaria de me desculpar por todo o tormento e preocupação que lhe fiz passar. Hoje entendo um pouco o que lhe causei, já que estou do outro lado agora. – Sorriu de canto de boca e sentiu um leve pesar em sua cabeça. Era o sono cobrando o seu preço.

            Certificou-se de guardar o material que utilizava para a escrita e apagou as luzes antes de sair. Quando chegou até sua biblioteca, a lareira já estava em brasa indicando o avançar das horas. Constatou que havia passado mais uma madrugada em claro e ao olhar pela janela, viu as primeiras luzes daquela manhã de domingo. Espreguiçou-se e desamarrou seu robe de seda marrom enquanto caminhava em direção ao seu quarto onde Coraline dormia tranquilamente. Sempre invejou a capacidade de sua amada em literalmente desligar. Parada na porta do quarto delas, a admirou como sempre fazia e fez em cada uma das noites em que passaram juntas e decidiu, antes de retornar para a cama, passar no quarto de Manu.

            Aquele era o ultimo dia das férias de verão e muito em breve precisaria despedir-se de sua menina mais uma vez. Caminhou com cuidado e abriu a porta do quarto dela tentando fazer o mínimo de barulho possível e quase teve um sobressalto quando sentiu o felpudo e macio pelo de Andrômeda roçando em suas pernas. Abaixou-se para acariciar a inseparável gata de Manu e estranhou o fato do animal correr e saltar para o parapeito da janela. Deitando-se lá. Em todas as noites que a garota passava em casa aquela gata só dormia grudada a ela.

            Um frio cortante percorreu sua espinha e em poucos passos estava ao lado da cama, encarando o rosto amado e sereno de Manu que ressonava alheia a presença dela. Mas algo estava errado. Olhou novamente para a gata e essa estava concentrada em algo do lado de fora da janela e assim que o animal se levantou em sua usual alegria, Delphine percebeu o que acontecia.

Forçou os olhos e como se por mágica a imagem da garota desapareceu. A loira sentiu o terrível gosto do pavor lhe subindo a garganta. De alguma maneira, a menina havia burlado a todos com uma ilusão.

            - MANU?! – Berrou em pleno desespero!

            Poucos segundos depois, uma atordoada e sonolenta Coraline adentrou o quarto e encontrou uma consternada Delphine.

            - O que aconteceu? – Mas antes mesmo de ter qualquer resposta encarou o lençol que ela segurava em suas mãos tremulas. Contemplou também a cama vazia da menina. – Dom... Meu amor... – Tentou tranquilizar a mulher que já estava tremendo da cabeça aos pés.

            Um insistente miado de Andrômeda atraiu a atenção de ambas que caminharam até a gata que suplicava para abrirem a janela...

            - Eu não acredito nisso! – Dominique disse entre dentes e o seu tremor aumentou, só que a causa desse agora era outra. Coraline olhou e também mal acreditou no que seus olhos lhe mostravam. Vindo de uma das laterais da propriedade Carpentier, uma figura vestindo preto corria em direção ao castelo. A peculiar cabeleira lhe dizia exatamente de quem se tratava. – Eu vou matar essa menina! – Coraline assustou-se com a rigidez contida na voz de Dominique e tentou, em vão, detê-la.

            - Droga Manu! – Praguejou partindo atrás da loira.

            A menina contornava a lateral do castelo, pois pretendia entrar pela garagem, da qual possuía um controle remoto da porta. Avistou um grupo de quatro seguranças que faziam a ronda da propriedade e correu diretamente em direção a elas. Tranquilamente passou entre as mulheres sem nem se quer ser vista. Sorriu bem próxima ao rosto de um delas, justamente aquela que deveria segui-la em todos os lugares.

            Triunfante com sua façanha assobiava uma de suas canções favoritas enquanto sacava do bolso de sua jaqueta o pequeno controle. Nem o som do acionamento do mecanismo do motor foi ouvido pelas seguranças aumentando ainda mais o sorriso da menina que elevou o volume de seu assovio que foi bruscamente silenciado quando ergueu os olhos e se deparou com a figura de sua mãe, parada no centro da garagem com os braços cruzados e a feição mais dura que a menina já havia visto. Sentiu seu sangue gelar.

            Foi só nesse momento que as seguranças se deram conta da presença delas e olharam atordoadas para sua Mestra, tentando inutilmente se justificarem. Dominique nem se quer desviou o olhar de Manu e com um aceno de mão as fez calarem a boca e se afastarem. Apenas quando Coraline chegou que o silêncio foi quebrado.

            - Manu? Onde você estava? – A voz de Coraline denunciava o seu receio e justamente por isso se interpôs entre as duas. – Onde você foi? – Segurou a garota pelos braços e a encarou de baixo pra cima. Só então Manu cortou o olhar de sua mãe e voltou para Cora se deixando comover com a denotada preocupação.

            - Oi... Mamãe. – Sorriu timidamente.

            - A porr* de um concerto de rock? – Dominique finalmente explodiu!

            - Droga mãe! Você prometeu não mais entrar na minha mente! – Manu retrucou.

            - Dominique! – Cosima repreendeu sua companheira.

            - O que? Agora eu sou a errada aqui? – A loira protestou. – Essa garota sai SOZINHA à noite, totalmente desprotegida se arriscando dessa maneira e eu tenho de concordar com isso? – Coraline sentiu seus pelos arrepiando, pois pressentia a tensão cada vez mais alta entre elas.

            - Vamos acalmar os ânimos e conversar lá dentro. – A sempre apaziguadora Cora fechou a porta da garagem e as seguiu para o interior do castelo. Manu foi à frente, pisando firme e de forma desafiadora. Dominique, por sua vez, não ficava atrás em seu gênio e a morena sabia que sempre quando as duas estavam dessa maneira, os resultados eram imprevisíveis.

            - Você realmente acha que agiu de forma correta Manu? Você se expos ao perigo e a todas nós também. – Dominique continuava com sua reprimenda, mas Manu optou por seguir para seu quarto.

            - Emanuele Carpentier-Nichols!

            Coraline e a menina paralisaram bruscamente e literalmente o tempo fechou. A manhã de domingo, que apontava brilhante, deu lugar a um céu carregado de pesadas e escuras nuvens, evidenciando o estado emocional daquela poderosa mulher.

            Ainda de costas, Manu engoliu em seco e sentiu cada uma dos pelos de seu corpo arrepiar e um frio cortante lhe revirar o estômago. Sempre que ouvia seu nome completo sendo proferido naquele tom, tinha a certeza de que algo ruim estava por vir. A menina amava incondicionalmente sua mãe, porém a temia quase na mesma intensidade. Dominique era a única pessoa capaz daquilo, e no intimo a menina agradecia por isso, pois sua mãe sempre fora sua âncora. Sua referência de segurança em meio ao caos em que sua mente e sentimentos estavam.

            Finalmente virou para encará-la e sua cabeça girou assim que fora atingida pelo firme olhar da loira. Ela estava a poucos centímetros da menina e, a despeito da estatura já impressionante de Manu, ela se sentiu diminuta diante daquela poderosa mulher.

            - Manu! Sua mãe está certa em lhe chamar a atenção, embora não precise de tanto... – Coraline tornou-se o novo alvo do olhar colérico de Dominique.

            - Mas eu não sou mais nenhuma criança! Posso muito bem me cuidar sozinha! – Falou muito mais alto do que gostaria ou deveria e quase caiu para trás ao tropeçar em Andrômeda que roçava em suas pernas.

            - Será mesmo? Tem certeza que não és uma criança? – Dominique partiu para cima dela com tom irônico.

            - Sim! Logo estarei completando 17 anos! – Estufou o peito e empertigou-se, fazendo questão de encarar sua mãe de cima a baixo.

            Delphine arregalou os olhos e sentiu um medo antigo e que tanto a assombrava.

            “Ela se parece tanto com... Ele.” Pensou secretamente e percorreu o lindíssimo rosto da menina diante dela.

            Em momentos como aquele, quando ambas estavam no limiar da perda completa do controle, uma sombra ancestral pairava no fundo dos olhos de Manu e se não bastasse isso, havia todos os demais traços físicos do rosto e da postura dela que traziam muito da carga genética de seu pai.

            Manu, que sempre impressionou por sua altivez e espontaneidade havia crescido. Cada vez menos daquela doce menina era visto, e o que predominava nela era uma rebeldia mal contida. Uma revolta crescente e a terrível inconsequência pertinente a sua idade.

            A outrora menina, já havia passado em estatura a sua mãe. Todo o seu corpo passava por uma profunda transformação e a garota já possuía trejeitos de uma mulher adulta. Certamente poderia passar por uma se assim o desejasse. Porém, a imaturidade e a inconsequência não condiziam com tal.

            “Serás sempre minha menininha.” Respirou resignada e sentiu o pesar do olhar de Coraline sobre ela. Não precisava que sua mente fosse lida. Estava estampado em seu rosto o seu sofrimento. E por mais que a morena detestasse, ela sabia que algo precisava ser feito com a imprudência e desobediência da filha delas. Encarou o olhar de Dominique, que silenciosamente lhe pedia algum tipo de permissão.

            Elas possuíam aquele pacto a muito estabelecido. No que dizia respeito a criação de Manu, elas precisavam concordar uma com a outra. Tomar as decisões juntas, embora que sempre coubesse a Dominique o duro papel da mãe que pune.

            - Nossa! Impressionantes DESESSETE anos! – Carregou na ironia, lançando a menina ao seu limiar. – Manu, você não consegue compreender que és preciosa demais para se arriscar assim?

            - Preciosa? Para quê? Para a Ordem? – Abriu os braços indicando tudo ao seu redor. – É só com isso com a Sra. se importa mesmo não é? – Arrependeu-se do que disse no meio da frase e antevia que seu atrevimento não passaria ileso. Dominique não respondeu, apenas cerrou os punhos e comprimiu os lábios ao ponto deles perderem a cor, tamanha era sua raiva.

            - Sim Manu! És muito preciosa para a Ordem... – Coraline novamente se colocou entre elas repousando suas mãos no peito de ambas. – Porque a Ordem somos todas nós! Assim como todas nós somos você! – A ruga que havia surgido na testa da garota suavizou-se e ela encarou sua mãe, que ficava ainda mais diminuta diante dela, mas que sempre se agigantava em momentos como aquele.

            - Mas eu só queria me divertir um pouco mamãe! O verão está acabando e eu praticamente fiquei internada nessa casa estudando... Treinando... Me preparando para sabe-se lá o que!

            Apesar das repreensões, a teimosia daquela pessoa não lhe deixava enxergar seu erro.

            - Você tem uma responsabilidade muito importante criança! – Dominique falou enquanto tentava soltar o ar que lhe comprimia o peito. Manu abriu e fechou a boca algumas vezes, buscando a melhor resposta para aquilo e Coraline temeu o que estava na iminência de acontecer. Torceu demais para que sua filha escolhesse as palavras certas para dizer. E ela fez uma escolha muito dura.

            - E seu eu não quiser ter essa “responsabilidade”? – Novo arrependimento, mas dessa vez não desejou esconder seus sentimentos. A muito que estava sofrendo com essa dúvida se realmente queria receber aquela herança. Lembrou-se de tudo o que representava ser o que suas mães queriam que ela fosse. Todos os sacrifícios e concessões... As perdas.

            Quando era criança achava tudo fantástico e apaixonante. Mas à medida que foi se dando conta das implicações, um crescente medo tomava conta de seu ser. Porém, a origem dele estava em algo muito mais perturbador e intimo.

            - E quem disse que você tem escolha? – Dominique perdeu totalmente o controle e Coraline a olhou com profunda decepção. Mas no fundo sabia que o pânico de sua amada ia muito além da Ordem. Sabia o quanto Dominique amava Manu e a menor possibilidade de que algo acontecesse a ela, roubava a sanidade de sua companheira.

            - Vá para o seu quarto arrumar suas coisas para a escola. – Coraline interrompeu Manu, antes que ela dissesse algo que pusesse ainda mais fogo na conversa. A garota tremeu seu queixo e quando se virou para obedecer sua mãe, Dominique se pronunciou.

            - Não! – As outras duas olharam para ela.

            - Não? – Coraline sentiu-se desafiada em sua ordem.

            - Isso mesmo! Não. Ela não irá para o instituto amanhã! – Disse com estrema rigidez em sua voz, denotando que não cabiam contestações a sua determinação.

            - Como assim mãe? – Manu já tinha a voz embargada. A coisa que a menina mais adorava era aquela escola e Delphine a estava punindo na ferida certa.

            - Você me ouviu Emanuelle! Vá para o seu quarto! – Deu as costas para a jovem que tremia da cabeça aos pés, no limiar do choro.

            - Vá meu amor... – Coraline tentou acalmá-la.

            - Mas mãe...

            - Vá agora! Eu decidirei... Nós decidiremos – Corrigiu-se assim que recebeu um terrível olhar de Coraline. – Quando deverás retornar.

            - Mas e o Torneio de Ártemis? Mãe! – Suplicou para a morena. – MÃE!

            - Eu já falei! Para o seu quarto agora! – Dominique marcou cada silaba indicando a sua resolução. – E não bata a porta! – Ainda deu mais essa advertência que foi lindamente contrariada, pois sem esforço algum, Manu fez com que todas as portas do castelo fossem batidas ao mesmo tempo. Causando um estrondo alto, alertando as seguranças que entraram no castelo atentas a um possível perigo, mas que recuaram com um rápido aceno de Coraline.

            - Manu!!! – Havia ainda mais ameaça na voz de Dominique. A garota tremia por completo e Coraline tentava contê-la em vão. – E, por favor, Emanulle Carpentier-Nichols...

            - Dominique acho que já chega! – Cosima tentou interceder mais uma vez sem efeito, pois a loira continuou.

            - Seja mais responsável com essas meninas... – Coraline e Manu se entreolharam e voltaram sua atenção para Dominique compartilhando a confusão. – Não se deve brincar com os sentimentos dos outros. – Havia resolução em sua voz e clara repreensão.

Completamente frustrada e no limiar da total perda de controle, Manu compreendeu a que sua mãe estava se referindo e precisou unhar as próprias mãos para não explodir ali mesmo contra ela e sentindo o duro nó lhe subindo a garganta, retirou-se. Porém, não subiu as escadas que a levariam até seu quarto. Ao invés disso sumiu através da porta da cozinha, causando uma profunda preocupação em suas mães.

            Antes que Dominique dissesse algo, Coraline correu atrás da menina e a viu descendo uma escadaria que a levaria para os porões do castelo. Chamou o nome dela algumas vezes, mas não foi ouvida, ou então foi plenamente ignorada pela raiva que consumia aquela jovem mulher. Com pesar a assistiu acionar um código em uma porta de metal extremamente grossa e essa se abrir, revelando uma espécie de quarto do pânico.

            Já na segurança de seu interior ainda encarou o olhar compadecido de sua mãe que, assim como ela, sabia o que estava prestes a acontecer. Com a porta devidamente trancada, Manu soltou o nó que lhe comprimia a garganta e esse veio seguido de um violento e gutural grito. Numa verdadeira explosão de puro poder e ira. Do lado de fora e em toda a extensão do castelo, um leve tremor foi sentido.

            Coraline detestava aquele lugar quase tanto quanto a menina a quem ele se destinava. Aquele cubículo fora construído no mais resistente aço, com paredes de vários centímetros de espessura. Toda aquela construção era reforçada por expeças camadas de concreto e fora construído após uma explosão de ira da menina e que levou a baixo, parte do castelo e feriu várias pessoas.

            Naquela ocasião foi consenso à necessidade de um lugar como aquele, apesar de Coraline achar aquilo doloroso demais para sua menina. Pois, apesar de poucas vezes usado, sempre era arrasador para todas quando Manu precisava lançar uso desse ultimo recurso para evitar machucar outras pessoas e isso incluía suas próprias mães.

            Coraline passou sua mão suavemente sobre a cicatriz que possuía no antebraço esquerdo, devido a uma fratura que sofrera no mais forte dos ataques de descontrole da menina. E justamente devido a isso que Dominique decidiu construir aquele maldito cubículo. Mas que em momentos como aquele, todas no castelo agradeciam, mesmo que ele pudesse parecer cruel, era preciso.

            Resignada, esperou pacientemente a menina sair dali, não importando quanto tempo fosse necessário. Seu coração estava sofrendo dividido entre a sua filha e sua esposa, que certamente estava sendo consumida pela culpa devido à punição dada a menina. Cosima sabia que era necessária a rigidez para com a educação de alguém tão poderosa como Manu, ainda mais que ela se tornava cada vez mais imprevisível.

            Logo ela e Dominique haviam chegado num acordo silencioso dos papeis a serem cumpridos na educação da Herdeira. Cada uma a seu jeito, precisavam lapidar uma joia bruta e muito rara, cabendo a Dominique o papel mais rígido e de autoridade. Já para Coraline cabia à compreensão, mas sem abdicar do respeito que recebia da menina e mesmo sem precisar elevar sua voz, sempre acabava sendo ouvida por ela.

            “Tão parecidas...” Cosima suspirou referindo-se as duas mulheres de sua vida. E era justamente essa semelhança entre Manu e Dominique que tornava a relação das duas quase explosiva. Era impressionante como aquela jovem mulher se parecia cada vez mais com sua amada companheira e sabia que a menina fazia aquilo tanto inconsciente quanto conscientemente. Desde pequena a garota procurava copiar tudo o que sua mãe fazia e representava.

            Lembrou-se do dia em que a flagrou brincando com suas pelúcias, simulando uma reunião do Conselho da Ordem, onde ela era a Mestra e a pobre da Andrômeda era a sua protetora.

            Em outro momento a encontrou enfiada no closet do quarto dela e de Dominique, provando roupas e sapatos dela, desfilando diante do espelho, forçando até mesmo o sotaque característico que a loira possuía.

            Perdida em seus pensamentos, teve um sobressalto quando sentiu o leve vibrar da porta, indicando que ela estava sendo aberta. Virou-se no momento em que Manu ergueu o rosto lavado de lágrimas e a encarou. Coraline sabia que precisava ser dura com a menina, pois ela havia cometido em tremendo erro. Mas lhe doía na alma ver aquela garota que tanto amava em meio a todo aquele sofrimento. Sem poder evitar, a tomou em seus braços envolvendo-a num caloroso e aconchegante abraço.

            - Venha! Vamos para o seu quarto. – Decidiu deixar qualquer conversa mais séria para depois. – Precisas de um bom banho e descansar um pouco. – Manu não respondeu nada. Apenas se deixou ser levada por sua mãe.

 

            ______

 

            - Ela está dormindo agora. Um pouco mais calma. – Coraline disse assim que se aproximou de Dominique, que estava sentada em sua poltrona favorita. Ela tinha um copo de whisky na mão e os olhos vidrados nas chamas da lareira. – Quer um pouco mais de whisky?

            - Ela tem de aprender Coraline! Ela precisa. – Disse resoluta, embora que sua voz não escondia o temor da preocupação que a atormentava e era partilhada por ambas.

            - Eu sei meu amor. – Sentou-se no braço da poltrona e a envolveu pelos ombros.

            - É sério Cora... Será que ela não tem dimensão do risco que ela corre quando faz coisas assim?

            - Sendo bem sincera? – Dominique ergueu o rosto e procurou os olhos de sua amada. – Ela não tem essa noção do perigo como eu e você temos.

            - Lá vem você com essa conversa de estágios de desenvolvimento e adolescência inconsequente. – Dominique bufou.

            - Você sabe que tenho razão. – Segurou o queixo da outra, fixando seus olhos nela. – Além do mais, Manu não é uma menina como as outras. – Dominique soltou um longo suspiro, assumindo que sua companheira estava certa. – Ela pode fazer coisas que mais ninguém pode. Nem mesmo você! – A loira desviou o olhar, temerosa com o poder daquelas palavras. – Isso faz com que ela tenha a certeza que é... Imparável... Invencível!

            Dominique afundou o rosto no peito de Coraline e a abraçou pela cintura, buscando a sua fonte de força. Aquela que era a sua fortaleza em momentos como aquele e era quase irritante como Coraline sempre tinha a coisa certa para se dizer.

            - Além de tudo isso... – Jogou-se no encosto da poltrona. – Ela não enfrentou nenhuma grande ameaça. Pelo menos não depois da derrota do Lamartine. – Dominique concluiu antes de ser interrompida.

            - De fato! Desde aquele dia, o Martelo foi praticamente desmantelado... Todas as grandes operações deles desmembradas. Muitos membros presos, até os mais poderosos e influentes. Será que realmente ainda existe essa real ameaça? – Coraline lançou aquela pergunta e as duas se encararam por um bom tempo. Ambas sabiam a resposta, pois a sentiam em seu intimo.

            - Enquanto não encontrarmos esse garoto... Não haverá sossego para nós, nem para a Manu.

            - É eu sei! – Coraline assumiu o temor que já era conhecido de Dominique. Manhosamente escorregou do braço da poltrona e aconchegou-se no colo de sua amada, aninhando a cabeça sob o queixo dela. – Ainda nenhuma notícia?

            - Desde as ultimas informações do ano passado? Nada! – Havia bastante frustração em Dominique. – Como ele pode se esconder dessa maneira? O mundo não é um lugar tão grande assim!

            Coraline riu de canto de boca. Para alguém como Domonique Carpentier realmente o mundo não parecia tão grande, pois ela o explorou de uma ponta a outra ao longo de sua longuíssima existência e todo o seu alcance enquanto Mestra da Ordem lhe atribuíam essa sensação de grandeza diante do mundo com ares pequeninos.

            - Será que eles sabem da existência de... Manu? – Coraline lançou aquela questão mais uma vez. – Ou melhor, será que eles sabem quem ela é? – Novamente aquela perturbadora duvida que obrigava Dominique a novamente mentir para sua amada.

            Ha pouco mais de um ano, quando a equipe liderada por Helena encontrou um dos esconderijos usados pelo Martelo para manter o menino protegido fora descoberto nos arredores de Lótz, na Polônia. Apesar de não terem encontrado o garoto ou indícios para onde ele teria ido, Helena achou evidências de que ele e o Martelo sabiam muito bem quem era Manu. Pois haviam muitas horas de vídeos da menina, além de inúmeras páginas de relatórios sobre ela.

            - Ainda não sabemos! – Mentiu de forma desconfortável. Havia optado por esconder aquele terrível detalhe de Coraline a fim de protegê-la. E indiretamente estaria fazendo o mesmo com Manu. Sabia que se Cora tivesse aquela informação seria o mesmo que Manu também a ter. Sua amada companheira não era páreo para os poderes da menina que buscaria essa informação sem esforço algum na mente da mãe. E o medo de Dominique era justificado, pois ela tinha a dura certeza que se Manu soubesse qualquer coisa sobre seu irmão, iria atrás dele. Como tentou fazê-lo ha alguns anos, quando fugiu do Instituto e cruzou dois países de trem para tentar encontrar com o irmão. – Mas não podemos arriscar, não é mesmo? – Moveu-se indicando que gostaria de se levantar.

            - Claro que não! – Coraline concordou veementemente, reconhecendo que toda a cautela que Dominique estava tendo era bastante acertada, embora realmente tirasse muito da privacidade da menina. Pois sempre haviam seguranças com ela o tempo todo e ela só se sentia um pouco mais livre dentro dos muros do Instituto Chermont. E sabendo disso, era essa a moeda de barganha que Dominique precisava lançar mão se quisesse atingir a menina.

            - Além do mais, muito em breve ela será uma adulta. Precisa amadurecer. – Dominique caminhou até sua mesa.

            - Tudo há seu tempo meu amor. Ela acabou de completar 16 anos. – Coraline intercedeu.

            - Sim Cora, mas também não é mais uma criança. Ela precisa assumir algumas responsabilidades...

            - Dom... Sei que faz um certo tempo... – Coraline a abraçou por trás. – Mas faz um esforcinho e... Lembre-se como era ter essa idade. – A provocou. – Como você era aos 16?

            - Uma peste petulante e insuportavelmente inconsequente! Ninguém me segurava, nem mesmo a mamãe.

            - Olha ai! – Coraline riu.

            - Mas é justamente esse o meu medo. Eu fiz muita porcaria naquele tempo e me expus demais... E olhe que não havia nenhum gêmeo do mal me ameaçando. – Desvencilhou-se e gesticulou enfaticamente tentando atribuir alguma suavidade aquela trama.

            - Calma amor! A Manu tem a nós para ajuda-la! – Coraline insistiu no abraço. Sabia que sua companheira precisava daquele carinho para se tranquilizar.

            - Eu fiz muita loucura Cora... – Baixou os olhos. – Me... Aproveitei de muita gente... Magoei muitas... Pessoas. – Ergueu os olhos cortados pela vergonha.

            - E você acha que Manu fará o mesmo?

            - Eu espero muitíssimo que não! Mas me incomoda bastante essas... Meninas ligando para ela e aparentemente ela não está nem ai para elas. – Coraline a encarou com expressão de dúvida. Sabia que havia algo mais por trás daquele receio de sua amada. – Tem até mesmo esse garoto... Como é mesmo o nome dele? Zap... Zed...

            - Siggy!

            - Isso, Siggy! Que tipo de nome é esse? – Dominique franziu a testa para Cosima.

            - Acho que é apelido. – Coraline riu.

            - Mas veja, nós nem sabemos o que ela... Quer ou o que ela... É!

            - Dom! Por favor, né? Precisa mesmo desse rótulo? – Coraline a repreendeu.

            - Eu sei, eu sei! Desculpe-me! Mas é que ela é a nossa menininha...

            - Ah! Ai está o problema! – Coraline estalou os dedos. – A questão não é a quantidade de pessoas atrás da Manu ou o gênero delas, mas sim o fato dela estar crescendo e não ser mais a “nossa menininha”! – Ela foi certeira no diagnóstico. 

            - Ah Cora... Eu me preocupo com ela. Quem se aproxima dela... O que fazem com... Ela! – Sua voz foi diminuindo e ela sacudiu a cabeça para afastar absolutamente todas as imagens de Manu se envolvendo com qualquer pessoa.

            - Meu amor... Venha cá! Olha só... – Segurou o rosto de Dominique entre as mãos. – A Manu AINDA continua a “nossa menininha.” – Lançou uma mensagem bastante significativa naquela frase.

            - Como assim? – Dominique questionou sua amada embora já fizesse ideia a que ela se referia. – Como você pode ter certe... CORALINE! – Falsamente a repreendeu.

            - O quê?

            - Você... Entrou na mente dela e descobriu... Isso? – O tom era quase de cochicho entre elas.

            - Ah... Eu estava preocupada por que ela estava tão quieta uma vez...

            - RÁ! Tá vendo que não sou só eu! – Dominique vangloriou-se.

            - Sei que foi errado e que prometemos não fazer isso umas com as outras. Mas eu estava ficando aflita! – Cora confessou diante da sua amada que a encarava de braços cruzados com fingida indignação. No fundo estava bastante aliviada por saber daquilo.

            - Mas... O que você viu? – Não se conteve.

            - DOMINIQUE! – Foi a vez de Coraline repreendê-la rindo. – Bom... – Aproximou para cochichar para sua amada. – Ela apenas beijou duas garotas e um garoto. Mas nada que significasse muito. Na verdade um dos beijos foi uma aposta com as amigas. – A loira a olhou com expressão de surpresa e alivio, embora até isso a incomodasse de algum jeito.

            - Só isso? – A loira precisava de mais.

            - Sim Dom! Só isso. Acreditas que ela não consegue entender o que as pessoas enxergam nela? – Disse quase incrédula. – Pasme, ela não se acha “isso tudo”... Tão bonita como dizem.

            - Como não? – A incredulidade de Dominique era real. – Ela é linda e não falo isso porque sou a mãe dela.

            - Sim ela é! Mas não se enxerga assim.

            - Bom, nisso não nos parecemos. Na idade dela eu me achava irresistível!

            - A modéstia mandou lembranças à jovem Evelyne-Arrasadora-de Corações-Chermont! – Coraline ironizou.

            - Engraçadinha!

            - Mas Dom... Você... Quer dizer, nós precisamos compreender que mais cedo ou mais tarde ela vai se envolver com alguém e vai... – Coraline não conseguiu prosseguir. Apesar de se considerar extremamente liberal no que dizia respeito ao sex*, sofria sempre que precisava usar aquela palavra e o nome de sua filha na mesma frase.

            - Se for “mais tarde” será melhor! – Dominique brincou enquanto saia da biblioteca de mãos dadas a Cora.

            - Olha só quem fala... Com quantos anos você perdeu a sua virgindade mesmo? 14 não foi? - Estava se referindo a descoberta do amor através de Adele, a prostituta que Evelyne salvou da morte e a quem amou.

            - Porcaria de Diário! – Praguejou fingindo indignação. – Não consigo ter mais “segredos” de você, não é mesmo?

            - E com uma... Mulher mais velha que você – A provocou, mas tendo cuidado de não ferir aquele que foi o primeiro relacionamento significativo da jovem Evelyne Chermont.

- Por favor! Podemos mudar de assunto? – Dominique suplicou e Coraline riu ao concordar que poderiam deixar aquela conversa para uma outra hora. – Até porque eu adoraria tentar aproveitar ao máximo o meu ultimo dia ao seu lado. – Caprichou no drama, insinuando um biquinho forçado.

- O seu “ultimo dia ao meu lado”? Nossa! Quanto drama meu amor! – A abraçou pela cintura. - Ficarei, no máximo, cinco dias longe de você. Sabes que a primeira semana de aulas do ano letivo é bem complicada no Instituto.

- Claro que sei Sra. Reitora Nichols. – Brincou de volta. – Mas sabes o quanto detesto passar tanto tempo assim longe de você.

- Eu também meu amor, mas são ossos do ofício. Além do mais, tens aulas para dar e reuniões a conduzir. – Acariciou o rosto dela. – E não se esqueça dos preparativos para a nossa festa. – Piscou um dos olhos. E a menção àquele evento provocou o mais belo dos sorrisos em Dominique.

- Como poderia me esquecer disso?

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Em breve estarei de volta!


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Próximo capítulo

Comentários para 1 - Capitulo 1 As Crônicas da Herdeira:
patty-321
patty-321

Em: 30/03/2020

Que maravilha ler sobre este universo aqui de novo  amo.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Aureapp
Aureapp

Em: 03/02/2020

Nossa continuação de ALE socorro. Amei aquela história e choro pois não consegui ler os cinco últimos capítulos. E não acho mais no lettera. Mais esse vou seguir sempre que atualizar. Parabéns e bora Ordem dos Labrys...

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web