Aqui se faz...
Caminhava pelos corredores sem ao menos ver para onde ia. Eu sabia que um dia isso iria acontecer, cedo ou tarde. Afinal, Clarinha, My Sunshine, era linda, amorosa, gente boa, humilde... "Ah, mano, eu vou surtar!". Acabei tomando o rumo da academia da escola, depois daria um jeito de buscar meus materiais na sala de aula. Precisava bater em algo urgentemente para extravasar essa angústia senão eu enlouqueceria.
No vestiário, coloquei o uniforme que consistia em um top e um short, calcei as luvas e me aqueci por alguns minutos. Comecei a bater e a socar furiosamente o saco de areia. Meu desejo era que o aperto que sentia no meu peito sumisse e a dor fosse embora, como o suor que escorria por todo o meu corpo. Mano, eu só queria que tudo fosse diferente. Por que eu fui me apaixonar pela minha melhor amiga? E ainda por cima, por uma menina hétero! Por que, CARALHO? Lágrimas salgadas se misturavam com o suor do meu rosto. Meus longos cabelos estavam presos em um rab* de cavalo que aos poucos se desfazia cobrindo meus olhos. E eu continuava batendo... batendo. Batendo. Batendo. Uma. Duas. Dez vezes. Meus punhos já doíam, mas nada se comparava com a dor e a angústia que ainda estavam dentro de mim, do meu peito... do meu ser.
Parei e fui até a sala do treinador procurando o objeto que eu queria. Encontrei na primeira gaveta uma tesoura afiada. De frente para o espelho, fiquei me olhando por alguns minutos, até que por fim segurei a tesoura entre os dedos, levantei meu braço direito e... cortei meu rab* de cavalo fora deixando meu cabelo rente ao pescoço.
Voltei ao saco de areia. Continuei a bater forte como se a minha vida dependesse disso. Quando dei por mim já havia passado a hora do almoço e já era o turno da tarde. Vi a equipe de ginástica rítmica sair do vestiário e ir treinar. Resolvi tomar um banho. Enquanto a água quente varria o suor e as lágrimas do meu corpo, pressenti que alguém estava me olhando.
— A sapatão resolveu cortar o cabelo, então? Qual vai ser o próximo passo? Fazer uma tatuagem no pescoço? Raspar a lateral acima da orelha? Anel de coco? Comprar um caminhão? Ah, é mesmo... você não tem dinheiro pra isso — falava Letícia com desdém, uma garota do segundo ano que sempre gostou de me perseguir.
Ela era ruiva e gostosa demais. No entanto, a aparência era inversamente proporcional ao seu caráter, já que o que tinha de bonita, tinha de babaca. E, para piorar, ela era uma das peguetes do idiota do Vitor. Sempre que tinham uma oportunidade eles faziam chacota com a minha orientação sexu*l*, ou com a minha condição financeira, logicamente, sem que a Ana Clara presenciasse. Geralmente eu os ignorava, mas hoje não. Hoje eu só queria um motivo para extravasar toda a minha raiva.
Saí do box me secando calmamente e notei que ela olhava meu corpo de cima a baixo, principalmente meus seios, que modéstia à parte, sempre foram bem bonitos. Sem falsa modéstia, eu sabia que as horas de treino constantes me fizeram uma morena muito gostosa e isso ninguém podia negar.
— Gostou do que viu? - Dei uma volta para ela poder admirar a minha bunda.
— Deixa de ser ridícula. Eu... eu... ahm... eu tô olhando essa tatuagem horrível que você tem aí. - Enquanto ela falava fui chegando cada vez mais perto e percebi que ela começava a ficar ofegante.
Me aproximei e a encurralei na parede, colocando uma mão em cada lado do seu pescoço e sussurrei ao seu ouvido:
— Você sabia que quem desdenha quer comprar? E eu tenho certeza que se eu colocar a mão dentro dessa malha de ginástica eu vou sentir essa bucet* toda molhadinha.
Ela não se segurou me puxando em um beijo intenso, que a deixou completamente sem fôlego. A garota estava enlouquecida... me mordia e arranhava, parecia uma gata no cio. Puxei-a pela mão, até o almoxarifado, onde eu sabia que ninguém iria nos interromper. Se era sex* que ela queria, seria sex* que ela teria. E o melhor de toda a sua vida. "Talvez seja isso que eu esteja precisando e essa seja a solução para eu esquecer a Clarinha.".
Letícia nem esperou fechar a porta e já começou a me beijar novamente, quase me engolindo.
— Vem, Nanda, quero conferir se o que as outras garotas falam de você é verdade. Me faz goz*r bem gostosinho, faz... - Falou manhosa.
A virei bruscamente contra a parede e comecei a beijar e morder a sua nuca. Puxei seu top para baixo deixando os seios descobertos e os braços presos. Enquanto roçava meu sex* na sua bunda, lambia seu lóbulo da orelha e apertava os biquinhos dos seios simultaneamente.
— Ai, Nanda, não me tortura... me come logo vai... - Choramingou cheia de tesão.
Eu a virei retirando a malha que ela usava, me ajoelhando. Olhei por um momento a sua bucet*, com pelos ruivos bem aparados e vi que realmente ela estava muito excitada. "Safada! Deve ter ficado um bom tempo me olhando no banho!". Olhei para cima e dei um sorrisinho sacana. Comecei a beijar a parte interna da sua coxa direita até a virilha e lambi ao redor dos grandes lábios, sem pressa nenhuma. Ela rebol*va tentando fazer com que eu chegasse, finalmente, ao seu ponto de prazer, mas eu queria torturá-la mais um pouquinho. Dei beijos na sua bucet* como se fosse a sua boca e, os pequenos lábios, a sua língua, tomando o cuidado para não chegar ao seu clit*ris.
Ela já não aguentava mais, com as mãos soltas ela massageava seu seio direito e com a outra puxava meu cabelo, tentando conseguir o que queria. "Acho que até o fim dessa trans* eu fico careca! Que garota louca da porr*!".
Assim que me levantei do chão, a puxei para um beijo colocando minha perna direita pressionando seu sex*. Agarrei sua bunda redonda, auxiliando nos movimentos de vai e vem que ela fazia na minha coxa, friccionando seu clit*ris querendo chegar ao ápice.
A safada, soltava gemidos e falava palavras sem sentido, ao mesmo tempo em que tentava loucamente mais contato. Minha perna já estava completamente encharcada pela sua umidade e ela continuava rebol*ndo de olhos fechados, gem*ndo meu nome. Quando eu senti que ela estava na borda e goz*ria, me afastei e sorri.
— Você já ouviu falar que toda ação tem uma reação? Então... você vai ficar na fissura. Isso é para você aprender a ser melhor com as pessoas e, principalmente, ficar longe de mim. - Peguei minha toalha do chão e sai pela porta a tempo de ouvir ela gritando de raiva.
Quando passei pelo treinador, ele me chamou na sua sala e perguntou o que eu estava fazendo ali ainda. Não gostava de mentir e contei que estava há várias horas batendo no saco de areia. Vieira me liberou para ir embora, mas não sem antes me dar uma bronca, porque eu deveria estar descansando para o campeonato de amanhã cedo.
Fui pegar meu material que deixei na sala e vi que a Luiza tinha deixado na coordenação. Quando liguei meu celular recebi umas 20 mensagens da Ana Clara e várias chamadas perdidas da Luiza. Ignorei e fui a pé pra casa. Eu já sabia o que faria. Teria uma conversa séria com o Vitor. Chegando em casa fui direto para o meu quarto e dormi.
Acordei com Mainha me chamando para jantar.
— Fernanda Duarte, o que a senhorita fez com o seu cabelo, minha nossa senhora! - Falou apavorada olhando o ninho de ratos que havia na minha cabeça.
— Cortei, Mainha, não tava conseguindo treinar com ele tão comprido!
— O que eu faço com você, menina? Nunca vai crescer? Parece que continua com 8 anos. Lembra o que vocês aprontavam? Quando eu peguei você e Clarinha em cima da casa querendo pular com um guarda-chuva aberto porque viram num desenho?
— Era no pica-pau...
— Que seja, Nanda, você tem que crescer, menina. Vem, vamos ao banheiro pra eu dar um jeito nisso.
Fui com ela e sentei na privada fechada. Mainha cortou meu cabelo e até que ficou estiloso! Ficou bem curtinho e quase raspado atrás, com uma franja grande que eu poderia colocar atrás da orelha, ou até passar um gel e fazer um topetinho!
— Mainha, a senhora entende de sonho? - Olhei para ela que estava limpando os cabelos que haviam caído ao chão. - Tipo do que significa?
— Olhe, minha filha, até que de alguma coisa entendo sim. O que houve, sonhou, foi? Me conte.
Então narrei todo o sonho, mas só ocultei para ela quem era a menina. Acho que Mainha desconfiava dos meus sentimentos por Ana Clara, mas nunca falamos nisso.
— Sempre que a gente sonha é importante lembrar as sensações que ocorreram no sonho. Você me falou que estava angustiada, mas quando abraçou a menina se sentiu acolhida. E você tava descalça e nua, significa que você encontrará seu amor e a pessoa terá a capacidade de te apoiar em todos os sonhos, desejos e aspirações que vocês têm. Mas como você se machucou, correu até chegar nela e várias pessoas riram, pode significar que para que isso ocorra, você terá várias dificuldades e pedras pelo caminho. - Ela me olhou e viu que eu estava com a cara preocupada - Ah, meu amor! Não fica assim por causa de um sonho. Muita coisa vai acontecer na tua vida! E você sempre terá sua Mainha com você, mesmo que eu não esteja mais nesse plano, sempre estarei aqui te protegendo.
— Mainha, não fale isso, que a senhora sabe que fico chateada em pensar que um dia não terei mais a senhora comigo. - Me abraçou e me beijou na testa.
— Bora, jantar? Hoje a gente janta aqui na nossa cozinha porque os patrões saíram.
— Saíram, é? Clarinha também?
— Sim, foram jantar na casa daqueles amigos deles, o seu Cléber e a dona Theodora, pais do Vitor.
— Sei...
Tomei um banho e fiquei pensando na Clarinha e que, se o Vitor a machucasse de alguma forma, eu seria capaz de matar ele. A noite estava fria, então coloquei uma calcinha e uma camiseta velha do RBD (sim, sou fã, me julguem) me deitando logo em seguida.
No meio da noite acordei sobressaltada com um trovão lá fora. Meu coração começou a bater descompassado, eu sabia que teria uma crise de pânico a qualquer momento, eu já esperava pelo pior... Quando dei por mim, senti um braço na minha cintura e uma respiração em minha nuca.
Clarinha veio dormir na minha cama novamente. Ela sempre fazia isso quando iria chover, porque quando pequena eu tinha medo. Meu pai morreu em um acidente de trânsito, em uma noite de tempestade e eu estava junto com ele. Fiquei muito tempo esperando socorro dentro do carro e, sempre que chovia, era inevitável não sentir a mesma angústia que senti naquela noite.
Virei de frente para ela e fiquei olhando seu rosto, sua boca carnuda e rosada, sua pintinha, a bochecha que quando ela sorri surgem duas covinhas que são as coisas mais lindas do mundo. Fiquei vendo sua respiração calma e velando seu sono por um tempo. Mais um trovão na rua e ela se aconchega no meu peito ainda dormindo, sua perna entre as minhas, seu rosto no meu pescoço. Cheirei seus cabelos sentindo o perfume do seu shampoo tão familiar. Como um aroma, ao mesmo tempo, era capaz de me excitar e acalmar? Abracei ela apertado, fazendo os exercícios de respiração que aprendi para me acalmar e deixei o sono me levar.
Fim do capítulo
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