Coincidências por Rafa e
Capitulo 28
Ulisses estava conversando com alguns homens
quando ouviu a voz da irmã.
-- Bom dia garotos! – a morena cumprimentou a todos com um sorriso sexy e segurando o capacete. Ouviram assobios dos rapazes e Ulisses perguntou sorrindo.
-- Preparada mana?
-- Nunca estive tão preparada. – piscou. Um rapaz ruivo e com o rosto cheio de sardas se aproximou e entregou a Haidê um pequeno microfone e fone de ouvido.
-- Vamos tocar algo mais animado desta vez. – sorriu para morena que agradeceu e colocou o pequeno aparelho.
-- Então, prontos para matar alguns seres desprezíveis? – todos se aproximaram em um pequeno círculo e estenderam a mão, até que todas as mãos se juntassem.
-- Sim. – responderam juntos.
-- Ótimo! – Ulisses completou com um sorriso. – E aí maninha, como conseguiu se livrar da ameaça loira? – Haidê deu de ombros e revirou os olhos com uma expressão de enfado.
-- Usei de métodos pouco ortodoxos e não quero falar sobre isso. – Ulisses estava pronto para falar algo, mas foi interrompido pelo mesmo ruivo que falou com Haidê.
-- Ulisses será que vocês dois podem vir aqui? – os irmãos se olharam e seguiram até uma pequena sala cheia de computadores e câmeras.
-- Fala. – pediu em um tom sério.
-- Consegui quebrar a criptografia do pendrive. – olhou de um para outro. – Tem informações valiosas e gente nossa jogando em vários times. – os dois se olharam e Haidê perguntou com curiosidade.
-- Como assim?
-- Melhor vocês mesmos olharem. – os irmãos se aproximaram do computador.
-- O que ele quis com isso? – Haidê pensou alto.
-- Uma confissão de culpa e perdão no mesmo momento.
-- Melhor pedir perdão sem fazer mal para minha esposa.
-- Olha só, temos nomes e contas bancárias. – Ulisses fez a observação.
-- Essa é a tal chefe? Rosária Provence?
-- Esse é o nome relacionado, mas não temos como ter certeza. – o ruivo explicou. – Não há registros dela em nenhum banco de dados.
-- Um fantasma?
-- Ulisses, ela é a chefe da organização, deve ser nome social.
-- Nome social? Eu tenho é medo quando você se encontrar com ela, não sobrará nome social ou fantasma. – declarou em tom cômico. Foram interrompidos por um dos agentes que trabalhava com Ulisses.
-- Ulisses, precisamos passar o plano. – o ruivo olhou para David e depois para os irmãos.
-- Isso é bem importante para ser resolvido. – Haidê puxou o ruivo e fez sinal para que o irmão a seguisse.
-- Eu quero que envie isso para John Peterson. – pediu e depois passou o cartão magnético na porta, deu passagem para os dois entrarem e fechou. – Faça uma lista dos infiltrados e suas respectivas agências. – Ulisses voltou e chamou à irmã, ela explicou o que estava fazendo. – Estou passando algumas orientações.
-- Eu quero uma daquelas drogas que você é especialista. – Haidê o olhou com surpresa. – Não vamos levar estes dois.
-- E esse plano terá que ser alterado. – Ulisses coçou a testa com impaciência.
-- Eu fico puto quando encontro um traidor na minha frente.
-- Calma. Precisamos usar de paciência e sabedoria. – olhou para o ruivinho. – Consegue uma planta do local?
-- Acho que deve haver no arquivo da prefeitura, porque antes era uma fábrica.
-- Maravilha! Depois você encaminha esse arquivo para John e alerta que precisaremos da ajuda da CIA.
-- Esses caras não retornarão para lá. – afirmou irritado. – Conheço o pessoal da CIA.
-- Isso é um problema deles e não nosso. – abriu um sorriso diabólico. – Até porque teremos nossos próprios cadáveres.
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Lívia acordou e se espreguiçou. Sorriu se lembrando da noite anterior, Haidê estava insaciável. Pensou na sua morena e olhou para o vazio ao lado, só então percebeu o bilhete em cima do travesseiro. Pegou e leu, logo fechou o punho e bateu com força na cama, só então se levantou.
-- Haidê me paga! – saiu irritada em direção ao banheiro.
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Bá estava preparando o almoço quando a loira chegou irritada.
-- Quando ela foi? Você viu?
-- Com tantas perguntas assim eu não sei nem o que responder.
-- Não se faça de engraçadinha, eu sei que você acorda cedo e fica andando por aí. – Bá revirou os olhos.
-- O que você iria fazer atrás dela?
-- Bá...
-- Sem essa de Bá. Ali você seria mais um peso do que companhia. Não conseguiria ajuda-la em nada.
-- Eu sei lutar.
-- Lutar? Capoeira e uns murros que seu tio ensinou não são luta. Ela passou anos em treinamento, acha mesmo que poderia ajudar? Agora sente que vou servir seu café.
-- Não quero, estou sem fome.
-- Sem ou com fome, vai comer. Não quero que Haidê volte e lhe encontre fraca, vai sobrar para mim. – Lívia apenas bufou e sentou resmungando algo incompreensível. Bá deu um sorriso discreto e voltou ao seu serviço.
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-- Doug chama o Bunpper e vem aqui. – Haidê chamou o agente e piscou em sua direção. Ele deu um sorriso convencido e foi chamar o amigo.
-- Casada com mulher? Eu sei que está precisando de um pau bem grande. – pensou alto e seu amigo Bunpper o ouviu.
-- O que foi cara? Deu para falar sozinho?
-- Haidê nos chamou e jogou um charme para mim. – Bunpper estava bebendo café e quase cuspiu fora.
-- Como é? Ela não gosta mais da fruta, ou esqueceu que casou com uma mulher?
-- Pode até ser, mas vou colocar o Doug filho para trabalhar hoje. – saíram em direção à sala que a morena estava com insinuações.
-- Olá morena, nos chamou?
-- Entra ai “Bunp” – usou o apelido íntimo do agente, o que deixou mais animado. Doug lhe deu uma olhada e sorriu como quem diz: “Eu falei”.
-- O que você queria com a... – não completou a frase, sentiu um pano com um cheiro forte em seu nariz. O mesmo aconteceu com seu amigo Doug.
-- Traidores de uma figa! – Ulisses declarou irritado e esmurrou a mesa.
-- Ei mano, precisamos de calma.
-- Agora chamo o resto do pessoal para que saibam sobre eles? – o ruivinho perguntou.
-- Não. – Haidê trocou um olhar cumplice com irmão. – Dois agentes traíras? – deu de ombros. – Pode haver mais. – Ulisses passou a mão pelo rosto.
-- Isso me deu uma ideia. – Ulisses procurou nos celulares dos traidores algum contato falando sobre o plano de invasão. – Achei! – gritou. – O filho da... – parou com o olhar de censura da irmã. – O idiota enviou até a hora que iriamos. – sorriu. – Mudanças de plano...
-- O que vai escrever?
-- Confundi-los e trazer de volta o elemento surpresa.
-- McNamara, você tem como isolar os áudios de cada um? Pode nos deixar... – apontou para o irmão e para si mesma. – Nós poderemos manter conexão só nossa?
-- Ok. – o ruivo fez sinal de positivo e prosseguiu. – Haidê, acha que tem mais gente? – ela o olhou firme enquanto Ulisses trocava mensagens com o “possível” contato.
-- Acredite em mim. – apoiou as mãos sobre a mesa. – Pior que isso vai atrasar tudo e Lívia ficará ainda mais irritada.
-- Não quer ligar para ela?
-- Com certeza o celular dela está com grampo. – bufou.
-- Então vamos fazer algo diferente.
-- Como assim? – perguntou interessada.
-- Ohw... Não vamos ligar para a loirinha, ela vai lhe pegar de jeito e você vai pirar. – Haidê ponderou o conselho do irmão.
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Logo depois do café, Lívia ouviu Bá chama-la, tinha duas pessoas na sala, aguardando-a.
-- Cloe? Marcia? O que vocês fazem aqui?
-- Ué loirinha, você já foi mais receptiva com suas amigas. – Marcia declarou com ironia.
-- Desculpem... – forçou um sorriso. – Só não estou em um bom dia.
-- Você? O que aconteceu, meu bem? – Cloe perguntou após se aproximar e abraça-la. Lívia tentou sair do contato de forma discreta. – A Lívia que eu conheço não se estressa com nada. – estranhou o comportamento da surfista.
-- Eu mudei. – confessou com um sorriso.
-- Espera aí, eu li e ouvi comentários, mas imaginei que seriam boatos.
-- Eu lhe falei Cloe: onde tem fumaça, tem fogo.
-- É isso mesmo garotas, eu me casei e agora sou uma mulher responsável. – confessou feliz.
-- Não acredito que estou viva para assistir algo surreal como este.
-- Qual é Cloe? Aceita que dói menos. – Cloe olhou irritada para Marcia, repreendendo-a.
-- Conte como tudo isso aconteceu. – puxou a loirinha para sentar ao seu lado, mas Lívia se levantou determinada.
-- Meninas, realmente, eu não estou bem hoje. Além disso, preciso resolver algumas coisas da empresa.
-- O que? Isso também?
-- Sim Cloe, assumi todos os negócios da família.
-- Foi por isso que deixou o surf ou por causa desta... Esposa? – Lívia viu um pouco de ironia na pergunta da amiga.
-- Deixei o surf porque alguém tinha que assumir o lugar do meu tio na empresa. Mas confesso que estou feliz por não precisar viajar tanto, ainda mais agora que estou casada.
-- Uau! Isso que é mudança radical. – novamente Cloe olhou para Marcia repreendendo-a.
-- E onde está essa mulher que lhe agarrou de jeito?
-- Haidê é advogada, foi para uma audiência em São Paulo. – Marcia assobiou.
-- Então esse é o nome dela? – Lívia balançou a cabeça sorrindo. – Nome incomum... – brincou. – Ela é como o nome?
-- Ela é uma linda mulher de descendência grega. – admitiu com um imenso sorriso. Cloe cortou a conversa entre as duas.
-- Pensei que fosse de Atlântida. – disse com ironia.
-- Atlântida? – Marcia perguntou confusa, mas Lívia entendeu e adiantou-se na explicação.
-- Ela não é a mulher maravilha, mas seria uma excelente amazona. Quanto o local não é Atlântida, e sim Ilha Paraíso, Temíscira. – Cloe forçou um sorriso e continuou.
-- Ah, então podemos aproveitar da ausência desta excelente amazona e colocar o assunto em dia. – Lívia revirou os olhos com impaciência.
-- Hoje não posso, estava terminando o café quando vocês chegaram, tenho muita coisa na empresa.
-- Nós podemos lhe acompanhar.
-- Cloe, eu acho melhor outro dia, nossa amiga não está disponível hoje. – Marcia conhecia bem a surfista e percebeu sua impaciência.
-- Não está disponível ou a esposa não quer? – insistiu com o mesmo tom irônico.
-- Olha só Cloe, realmente tenho coisas a fazer hoje, e só para constar, ela não conhece vocês. – balançou a cabeça em negação. – Não tem como falar sobre vocês. – as duas mulheres se olharam e depois se voltaram à dona da casa.
-- Cloe está na nossa hora.
-- Claro. – olhou firme para Lívia, que sustentou o olhar. – É uma pena porque amanhã estaremos em São Paulo e depois no Rio, não sei quando retornaremos.
-- Quando retornarem nós poderemos marcar algo. – falou séria. Despediram-se e saíram. Lívia sentou e baixou a cabeça, segurando-a. Bá entrou na sala e estranhou.
-- O que foi? Alguma notícia de Haidê?
-- Não. – respondeu com a cabeça ainda baixa.
-- Então...
-- Eu tenho uma vida antes dela. – confessou com tristeza. Bá a olhou e imaginou a que se referia.
-- E o que tem isso? Ela também tem uma vida antes de você, não vejo problemas. – Lívia levantou a cabeça e olhou para velha senhora.
-- Ela sempre foi correta, enquanto eu...
-- Ela sabia quem você era não foi iludida, então deixe de bobagem porque agora estão casadas e isso pode prejudicar a relação.
-- Mas Bá...
-- E vou lhe adiantar uma coisa, esqueça essas amizades. Essas meninas não são boas companhias.
-- Eu me sinto naquele filme com a presença dos fantasmas do Natal passado, presente e futuro. – declarou em um tom de derrota.
-- Não fale bobagens. Haidê... – foram interrompidas por vozes. Bá foi até a porta e abriu.
-- Vamos ficar aqui com vocês. – Mariana avisou. Bá deu passagem para que todos entrassem. Lívia ficou surpresa com a presença de Mariana, Júnior, Isadora, Melissa e Helena.
-- Aconteceu alguma coisa?
-- Fora sua esposa partir para essa aventura sem me falar nada? – Melissa perguntou emburrada.
-- Mel, ela fez o certo. Essa é uma ação exclusiva de agentes treinados.
-- Lívia, querida, vamos ficar aqui com vocês até tudo isso acabar. – Helena explicou e ela olhou entre todos.
-- Onde está Yan? – perguntou aflita.
-- Não se preocupe... – Isadora a acalmou.
-- Ele ficou com meu avô e acredite, está muito bem protegido. – Melissa completou e olhou para Júnior que estava chateado. – Em compensação, trouxemos o agente Júnior para lhe acompanhar. – o loiro a olhou desolado.
-- Oi? – percebeu o olhar triste do rapaz e tentou corrigir. – Eu sei que Júnior é ótimo, mas não preciso de ninguém na minha sombra.
-- Eu não sou parede. – respondeu triste. Lívia bufou e revirou os olhos com impaciência. Isadora se levantou e lhe fez um sinal com a cabeça para que seguisse.
-- Olha Isa, eu não preciso de um crianção atrás de mim para me proteger, nem sei se ele sabe fazer o mesmo por si mesmo.
-- Lívia, eu passei por momentos horríveis com Mel. Sequestraram nosso filho e acredite as ameaças não eram tão diferentes dessas. – Lívia tentou argumentar, mas Isadora a impediu. - Quando eu fui presa por terroristas, foi o Júnior que deu uma boa cobertura para Mel me pegar. Ela estava lá com Haidê, Ulisses e Enrico, mas Júnior atuou muito bem, tanto que pensamos nele em lhe fazer companhia. Não julgue pelas limitações, na ação ele é ótimo. Campeão de luta, além de ter treinado com os dois melhores que conhecemos.
-- Os irmãos Aqueu. – afirmou com tristeza. – Estou com medo por eles.
-- Não fique. – pegou as mãos da loirinha. – Eles são bons, tem um ótimo treinamento e são concentrados.
-- Eu tentei acompanha-la. – Isadora disfarçou o sorriso. – Ela lhe contou o que fez, não foi?
-- Não foi ela. – apertou as mãos de Lívia. – Foi dona Helena, ela imaginou que Haidê faria isso. Lívia, não fique chateada, ela coloca sempre a sua segurança em primeiro lugar.
-- Essa segurança quer dizer que ficarei presa aqui em casa?
-- A casa está cercada, isso foi coisa dela e Mel, mas você não está presa. Só aconselho sair com Júnior e mais dois seguranças. Não vacile, eles querem você e isso significa pegando uma, aniquila a outra. – Lívia estava com muito medo, nunca havia se sentido assim, tão inerte a alguma situação.
-- Não tenho forças. – confessou baixinho. – Não sei o que fazer... Essa espera me martiriza. – estava com os olhos cheios d´água.
-- Acredite, eu lhe entendo perfeitamente bem. – Isadora a puxou para um abraço.
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-- Então, mudou o plano? – um dos homens perguntou a Ulisses.
-- Sim.
-- Aqueu, onde estão Doug e Bunpper?
-- Pessoal, eu poderia mentir ou omitir para vocês, mas não vou. Eles estão sob custódia, serão levados pelos agentes da CIA. – um dos agentes descruzou os braços e perguntou assustado.
-- Isso é sério?
-- Eles serão conduzidos...
-- Ulisses, eles não chegarão lá. Eles irão mata-los, porr*. – bateu com força na mesa. – Eles são como nós.
-- A diferença que nós somos agentes que trabalham porque acreditamos na lei e não em dinheiro. – Iris que estava fora se aproximou falando com todos e ouviu a conversa.
-- Cara, nós vamos para uma ação camuflada, um embuste, e você está aí julgando os dois? – Ulisses estava perdendo a paciência, mas Iris o interrompeu.
-- Estamos aqui para pegar uma quadrilha internacional. – trocou um olhar de cumplicidade com Haidê.
-- Mas a ação é para salvar a esposa de Haidê. A cabeça dela está a prêmio e isso tudo foi para pegar seu meio irmão. – Ulisses ergueu Mitchel pela camisa e o olhou dentro dos olhos.
-- Doug e Bunpper são dois agentes duplos, além de atuarem nesta mesma quadrilha. – Haidê passou a mão pelos braços do irmão para que ele soltasse o agente.
-- Mitchel, nós não estamos obrigando ninguém a participar desta ação conosco. – olhou para os outros homens. – Doug havia passado informações sobre nossos planos para a quadrilha, iríamos para uma armadilha e com certeza morreríamos. Ele não pensou em nós como equipe. – passou a mão pelo rosto. – Minha esposa está ameaçada de morte. Alguns anos atrás, meu marido, um agente infiltrado na quadrilha, nos traiu da mesma forma e perdemos nossos pais, nosso irmão adolescente e meu filho. – andou em círculo avaliando cada um presente. – Não vamos obrigar ninguém a nos acompanhar. Fiquem tranquilos quanto as nossas relações, a recusa não abalará em nada o que sempre tivemos.
-- Foi um erro pedir a vocês que nos acompanhassem, podem voltar para suas vidas. – Ulisses completou derrotado.
-- E como vocês farão? – Walter perguntou surpreso. Os irmãos se olharam e sorriram em cumplicidade.
-- Faremos como antigamente. – Haidê respondeu e bateu na mão do irmão.
-- Só nós dois.
-- Sem chances cara. – Walter afirmou. – Se não fosse você, Haidê, eu não estaria vivo. Quando fui baleado na perna, você voltou e me ajudou no meio de um tiroteio, colocando-se em perigo. – olhou para os amigos. – Eu sei que terei uma boa cobertura na companhia de Haidê e Ulisses, não vou deixa-los sozinho.
-- Nem eu. – Morgan completou. – Foi Haidê quem se colocou em perigo quando fui capturado e graças a ela escapei daquela ação no Chile.
-- Quer saber? – foi à vez de Iris apoiar. – Eu não perco isso por nada. Lembro quando você ficou na UTI com o corpo todo queimado, parte da culpa creditada ao Ricardo que era um dos nossos.
-- Aí cara, estamos perdendo tempo. Vamos logo ao nosso plano. – Adam chamou os outros. – Mitchel, você está dentro? – ele balançou a cabeça e sorriu.
-- Esse cara já me salvou de uma explosão. – apontou para Ulisses e sorriu. – Só acho estranho eles estarem aqui horas atrás e agora presos.
-- Ele nos traiu. – Adam falou quase gritando.
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-- Haidê... – o ruivo a chamou na sala reservada. – Mandei tudo para o nosso contato na CIA.
-- Conseguiu quebrar a criptografia?
-- Sim. Instalei algumas armadilhas se tentarem entrar em nossos sistemas.
-- Isso quer dizer... – o ruivo sorriu.
-- Consegui entrar no sistema deles. – a morena sorriu e socou o ar.
-- Quero que rastreie Franciele e entregue isso aos federais quando o bicho pegar por lá. Ela tem que sair intacta.
-- Isso aqui são provas de vários crimes... Essa mulher é uma sociopata.
-- Quero segurar Jacques, mas se não for possível...
-- O que ele fez lhe enviando essas informações com um bilhetinho de amor... – sorriu. – O cara ama você.
-- Sério isso? – bufou e revirou os olhos. - Por que não começamos o nosso plano?
-- Antes, tenho uma surpresa para você. – entregou um fone e quando ela o colocou ouviu a voz da loirinha.
-- Alô.
-- Anjo?
-- Amor, como você está? Meu Deus, por que fez isso?
-- Anjo, eu não tenho muito tempo. – imaginou a expressão da loirinha. – Querida, por favor, mantenha-se segura em casa. Cristina vai colocar alguns homens de confiança na proteção da casa e Júnior vai diverti-la um pouco, mas vai lhe proteger com a própria vida.
-- E você? Quem vai lhe proteger?
-- Anjo, eu estou bem. – fez um silencio – Não se coloque em perigo. Eu lhe amo e quero que fique bem. Confie em mim, vai tudo acabar e poderemos curtir nossa vida sem sombras.
-- Eu também lhe amo. – não conseguiu segurar o choro. – E não deixe ninguém lhe machucar, ou eu mesma o farei quando voltar. Não engoli essa brincadeirinha de me fazer dormir. Quando voltar nós conversaremos. – Haidê sorriu.
-- Acredite, eu conto com isso. Eu amo você. – desligou e olhou para o ruivo. – Obrigada. Agora estou bem revigorada.
Lívia passou pela sala, todos fizeram silêncio e a olharam.
-- Alguma novidade?
-- Era Haidê... – todos se aproximaram e ela baixou a cabeça. – Ela só ligou para me tranquilizar.
-- Eles já foram lá para o esconderijo? – Mariana perguntou aflita.
-- Você disse que posso enviar mais homens se necessário? – Helena percebeu o olhar triste da neta postiça e resolveu interromper.
-- Meu povo, ela está preocupada. Lívia, por que não sobe um pouco para descansar e depois conversamos. – a loirinha forçou um sorriso.
-- Não deu para conversar muito, foi mais uma despedida. – explicou com os olhos marejados.
-- Eu subo com você. – Júnior se prontificou.
-- Não precisa. Eu vou ficar deitada e...
-- Está vendo Mel? Depois não reclame se não fui o lagarto dela. – disse interrompendo-a e Melissa revirou os olhos com impaciência.
-- É lagartixa. – Isadora interrompeu a eterna briga entre os dois.
-- Lívia pode subir, nós estaremos aqui caso precise de algo. – a loirinha seguiu acompanhada de seu cachorro.
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-- Haidê, mais alguma consideração? – era a forma de pedir a opinião da irmã.
-- Eu posso ser injusta.
-- O que você está pensando?
-- Tenho certeza que tem mais gente jogando em vários lados. – Ulisses coçou a barba rala, mania que tinha quando ficava pensativo.
-- Alguma suspeita? – Haidê jogou a cabeça.
-- Não tenho a mínima noção.
-- Precisamos pensar em um plano B.
-- Eu já tracei um plano B e C com o ruivo. – Ulisses deu um sorriso e abriu os braços.
-- Essa é minha irmãzinha. – abraçou a morena.
-- Vem aqui que vou lhe explicar. – depois de uma breve conversa, ela o olhou com o cenho fechado.
-- Precisa passar isso para Travel. – Ulisses bufou.
-- Não confio nele.
-- E?
-- Vou direto no chefe Kane. – ela balançou a cabeça em concordância.
-- Informe logo, não demora o John aparece com o pessoal da CIA e a nossa barra vai sujar.
-- Tem razão. – bateu com a mão na parede. – Melhor reunir pessoal depois de conversarmos e partirmos.
-- O comando é seu. – piscou para o irmão e saiu em direção ao ruivo.
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-- Certo pessoal, nós vamos cercar e ter muito cuidado. – Ulisses orientou. – Haidê, Walter, Adam e Mitchel vocês seguem por trás.
-- Haidê é ótima de trepar planta, ela sobe. – Walter explicou e todos sorriram, enquanto a morena revirou os olhos e bufou.
-- Vamos por trás.
-- Iris e Morgan, vocês ficam responsáveis pelos explosivos. – os dois acenaram em concordância. – Os outros comigo, vamos invadir esse troço.
-- Aqueu, faremos prisões ou será uma operação sem rastro?
-- Tentaremos reduzir danos, precisamos da Rosária viva. – todos olharam para Haidê que deu de ombros.
-- Fazer o que?
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Haidê estava na frente, seguida dos três agentes que lhe acompanhava. Ela olhou e fez sinal com os dedos para que dois fossem para um lado, ela e o outro foram na direção contrária.
-- Aqueu dois têm três homens às três horas. – o ruivo falou pelo fone.
-- Aqueu dois? – Haidê perguntou fingindo irritação.
-- Claro, eu nasci primeiro. – Ulisses retrucou.
-- Damas primeiro, nosso pai nos deu educação. – ela fez sinal para Adam que estava ao seu lado, ele acenou em concordância e foi andando para trás de um dos homens, enquanto Haidê lançava uma faca nos dois que conversavam afastados. O terceiro homem se virou com o barulho e sentiu uma gravata, tentou se soltar, mas Adam quebrou seu pescoço. Haidê se aproximou e cortou a jugular do quarto homem. – Limpo.
-- Aqueu dois limpou tudo. – o ruivo brincou e sorriu quando ouviu a morena resmungar algo. – Walter, tem um grupinho especial para o lado de vocês... – verificou pelas câmeras. – São uns nove homens. Haidê, próximo à entrada sul do salão que vocês estão. – ela fez sinal para Adam e foram ajudar os amigos.
-- O bêbado e o equilibrista? – Walter perguntou empolgado.
-- Ok. – foi à resposta de Adam e olhou para Haidê mostrando o vidro de uma janela onde dava para vê-los.
-- Quando você quiser. – Mitchel concordou com Walter e ele entregou a metralhadora que levava.
Walter se aproximou se fingindo de bêbado, o grupo se colocou em alerta, ele atraiu algumas armas em sua direção.
-- Oh rapa, eu tô perdido aqui... – fingiu se desequilibrar.
-- Fica aí cara ou nós atiramos.
-- Paz amigo... – fingiu tropeçar. – Eu tô perdido, minha mulher me mandou descer do carro. – os homens se olharam e riram.
-- Como é? – um dos homens perguntou sorrindo. Haidê aproveitou o momento e falou com Ulisses.
-- Aqueu, como estão às coisas por aí?
-- Menos treze.
-- Isso é presságio do oráculo, treze é cabalístico. – o ruivo se manifestou sorrindo. – Iris completou os explosivos na frente.
-- Walter pode terminar seu desempenho. – Haidê orientou.
-- Ela quis ficar com meu padrinho. – todos riram, haviam abaixado às armas. – Porr*! Ela me trocou pelo corno do meu padrinho. – gritou caído no chão e fingindo chorar.
-- Nesse caso tu que é corno Mané. – brincou e fez os outros rirem também. Neste momento Walter puxou duas pistolas e começou a atirar. Haidê, Adam e Mitchel fizeram o mesmo, enquanto a frente do prédio explodia.
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-- O que foi isso? – Jeanine perguntou após abrir a porta e se encontrar com um tumulto no corredor. Pedro vinha logo atrás vestindo a calça.
-- Senhora, estamos no meio de uma invasão. – um homem correu para avisa-la.
-- O tal do Bombom não disse que tinham adiado para quinta?
-- Bumper. – Pedro repetiu e bateu com força na parede. – Merda! – Jacques veio pelo corredor e olhou os dois juntos.
-- Olhem o novo patinho da “chefe”. – debochou. – Pena que ela seja igual a uma abelha: trans* e depois mata seu soldado.
-- Saia daqui Jacques, você está bêbado. – Jeanine afirmou com desprezo.
-- Ao meu grande amigo. – levantou um brinde a Pedro e outro a Jeanine. – Outro a mulher que me destruiu. – ela revirou os olhos e bufou.
-- Não me amole! – olhou para os seguranças. – Já perdemos tempo demais,
-- Senhora, sua saída já está pronta.
-- Ótimo! – seguiu os homens que se fecharam em círculo.
-- Eu vou com vocês. – Pedro se manifestou, mas ouviu a voz atrás dele.
-- Você vai ficar e lutar como homem. – Jacques o puxou e começaram uma pequena discussão, enquanto Jeanine se distanciava.
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Haidê entrou atirando em vários homens, Adam a seguia como uma sombra cobrindo-a por trás.
-- Adam, as escadas. – fez sinal com a cabeça e correram na mesma direção, enquanto Mitchel e Walter davam cobertura.
-- Aqueu, tem um grupo indo em direção ao heliponto. – Ulisses olhou para cima.
-- Ruivo, não tem aeronave na área.
-- E não há outra rota de fuga pela planta do prédio.
-- Verifica se há conexão com alguma aeronave. Iris está na escuta?
-- Perfeito Aqueu.
-- Foi colocado algum explosivo no telhado?
-- Não havia como passar, mas colocamos no ultimo andar inteiro.
-- Ok. Haidê, qual a posição de vocês?
-- Subindo as escadas, estamos no segundo andar.
-- Jacques está aqui. – Adam disse para morena e Ulisses ouviu.
-- Sozinho? – Ulisses perguntou surpreso.
-- Com Pedro. – Haidê respondeu entre balas.
-- Porr*! – Ulisses gritou.
-- O que foi?
-- Cosquinha rápida no braço.
-- Droga Ulisses! Eu lhe ensinei a se desviar de balas. – Haidê gritou enquanto acertava uma bala na cabeça de um homem que se aproximava. Ulisses revirou os olhos.
-- Se decidam o que farão com estes dois pacotes de esterco e desçam logo, vamos explodir tudo.
Haidê parou para recarregar sua arma, mas um homem se aproximou e colocou uma arma em sua cabeça.
-- Jogue a arma no chão sua vadia. – ela respirou fundo e jogou a arma no chão, quando ele olhou para o lado, ela levantou o braço e empurrou a mão do homem, forçando-o a soltar a pistola. Ela puxou uma faca e lhe golpeou, quando ele se ergueu para reagir, a morena passou a faca.
Dois homens cercaram Haidê, sem tempo para puxar outra arma. Adam atirou em um enquanto ela lutava com o outro. Mitchel e Walter subiram em direção ao heliponto. Um homem por trás, atirou contra Adam, acertando-o com dois tiros nas costas e um na perna, derrubando-o depois. Haidê olhou o amigo e não quis mais perder tempo, pulou sobre o homem, acertando com um chute no estômago e depois uma gravata, sufocando-o até que caísse desmaiado.
-- Adam... – levantou a cabeça do agente.
-- Está tudo bem, foi no colete. – piscou. – Mas na perna... – gem*u.
-- Calma, eu vou ajudar.
-- Adam, o que está acontecendo? – Ulisses perguntou preocupado.
-- Eu fui atingido. – Haidê o olhou sem entender. – Aí Aqueu gata, melhor colocar isso, o seu foi danificado. – entregou o comunicador para morena. Ele olhou para uma das portas e viu Jacques e Pedro ainda brigando. – Por favor, aquilo parece briga de comadres, dê um fim ou vou vomitar. – pediu a morena.
-- Deixa comigo. – pegou uma arma e entregou ao amigo, puxou sua pistola no coldre e sorriu com ironia. – Essa aqui tem bala de prata para monstros. – piscou e de onde estava viu que Pedro iria atirar em Jacques, antes disso ela mesma atirou acertando-o na cabeça. Ele caiu após espirrar sangue em Jacques que olhou para Haidê assustado. – Viu como mata monstros? – perguntou a Adam que sorriu. – Aqueu, eu preciso de ajuda, Adam foi baleado na perna. Estou com Jacques.
-- Ok. Otávio e Ray estão subindo para primeiros socorros. Pessoal, Jeanine sumiu do nada? Alguma coisa Walter? Mitchel?
-- Não chefe, eles evaporaram. – Walter respondeu.
-- Desçam. Haidê traga Jacques, tenho uma surpresinha para ele.
-- Eu também. – olhou para o moreno todo machucado pela briga com Pedro. – Olá “querido”! – deu um sorriso de lado com a arma apontada para ele.
-- Qual é Haidê? Eu já dei várias provas de que lhe amo. – afirmou em tom cansativo.
-- Como oferecer um prêmio milionário pela cabeça da minha esposa?
-- Aquela puta não é mulher para você. – Haidê não aguentou e lhe bateu forte no rosto com a mesma mão que segurava a arma.
-- Você vai respeita-la. – exigiu em um tom ameaçador.
-- Ou você vai me bater? Então pode vim, porque ela nunca vai deixar de ser uma puta. – Haidê estava com os olhos escuros.
-- Eu posso fazer bem pior do que apenas bater. – afirmou com um tom que o fez arrepiar.
-- Algum problema Aqueu? – Haidê ouviu Walter se aproximar.
-- Pode me ajudar com este saco de esterco?
-- Com o maior prazer. – ele tirou as algemas da cintura e empurrou o homem contra a parede algemando-o depois. – Vamos ver se tem alguma coisa escondida. – fez a revista. – Limpo.
-- Não tem nada, nem mesmo entre as pernas. – Haidê mostrou o dedo mindinho e não só Walter, como os outros que ouviam riram.
-- Haidê ele pode usar a máxima de quem desdenha quer comprar.
-- Só se for um consolo para ele usar como prótese.
-- Você se acha esperta não é? – perguntou irritado. – Jeanine fugiu e sabe de uma coisa? Se ela estalar os dedos aquela sua puta vai correndo atrás dela com o rabinho abanando. – Haidê o segurou pelo cabelo, trazendo sua cabeça para frente.
-- Se Jeanine fizer qualquer coisa contra Lívia, eu mesma vou me encarregar de cortar esse pedaço de nada do meio das suas pernas. – o empurrou. – Aquela recompensa você vai receber em dobro no presídio. – piscou.
-- Pessoal, eu sei que está bem divertido aí em cima, mas tenho um prédio para colocar abaixo em quatro minutos. – Ulisses avisou.
Fim do capítulo
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Mille
Em: 29/12/2019
Oi Rafa
Começou a missão da Haide contra os malvados, e já ansiosa pelo próximo.
Lívia espero que ouça a morena e seus amigos e não tente se colocar em perigo.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oii
Amanhã tem mais um capítulo novinho.
Bjs
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