- Mel.

- O que pensa que está fazendo Mel?

- Desculpe, Sam.

- Está louca?

- Realmente me desculpe eu não sei o que aconteceu aqui.

- Sam fala com raiva em sua voz: - Espero que esse seu ato não aconteça mais amo o Diego e somente a ele e gosto de você como uma grande amiga, não faça essa amizade se perder com atitudes desse tipo novamente.

- Novamente desculpe Sam e garanto que nunca mais vai acontecer.

- Depois daquele ocorrido o clima entre mim e Sam ficou um pouco tenso e mesmo tentando mudar a situação, não conseguir e dou graças a Deus quando dona Lúcia bate na porta e pergunta se já estávamos prontas.

- Sim, dona Lúcia. – Espero Sam sair do quarto e sinto cada vez pior ao perceber que quase, pois tudo a perder com minha atitude e descido a vida seguir seu curso e decido viver e esquecer esse amor que corrói meu coração que naquele momento sagrava sem parar.

- O casamento de ambos foi simples somente uma celebração com amigos íntimos e familiares a mãe de Sam estava lá toda impotente, ela me detestava cismava que queria transformar a filha dela em uma aberração da natureza, Sam fazia de tudo para que não percebesse a antipatia natural e gratuita que a mãe dela por mim, Diego não me tolerava e a única pessoa daquela festa que me tratava com respeito e com solidariedade era dona  Lúcia, no momento que o juiz de paz perguntou se Samantha Alice Roberts Campbell aceitava Diego Maia como seu legítimo esposo, Dona Lúcia toca em minha mão como se passando conforto e sorrir para mim e penso: - Será que ela sabe que amo a Sam?

- Minhas dúvidas são retiradas quando ela fala: - Vai dá tudo certo e espero que um dia seja muito feliz com uma pessoa que a ame como merece.

- Obrigada.

- Quando Sam responde: - Sim e beija Diego e todos aplaudem meu coração que antes chorava agora tinha um buraco bem grande e alguns convidados começa a saudar os noivos e quando chego próximo percebo que Sam me evitava com os olhos e agia friamente.

- Espero que sejam felizes de todo o coração e espero que nunca faça a minha amiga sofrer.

- Jamais, amo a Sam.

- Se me derem licença preciso falar com outros convidados e sem querer acabo ficando sozinha com Sam e tento puxar assunto com a mesma: - -Novamente desculpa pelo que aconteceu mais cedo.

- Já está esquecido, vamos fingir que nada aconteceu.

- Se prefere assim.

- Prefiro. – Nisso Sam sai e me deixa sozinha, como não estava aguentando o desprezo de Sam decido ir embora me despeço de dona Lúcia e invento que estava com dor de cabeça, ela fala que entende e que informará a Sam, peço a ela que não avise que não queria atrapalhar a felicidade dos noivos, antes de ir vejo Sam dançando com Diego no salão sorrindo e penso: A partir de hoje tentarei vê-la como uma amiga se ainda quiser minha amizade, mesmo sabendo que isso seria impossível.

- Chego em casa e como sempre encontro a casa em um silêncio absoluto e decido trocar de roupa e sair sem rumo para espairecer a cabeça e acabo parando em uma praia e fica sentada na areia pensando em todas as coisas que tinha acontecido nos últimos meses e sinto que preciso viver, já tinha prestado vestibular somente estava aguardando o resultado, fico na praia por um bom tempo e somente percebo que está tarde quando viro para o lado e não tem ninguém e decido retornar para casa.

-Chegando em casa já estava amanhecendo como somente pegava no trabalho no segundo horário subo para meu quarto e caio na cama e acabo dormindo acordo com os gritos de minha mãe em seu quarto, saio do meu quarto desorientada e vou atrás de minha mãe e encontro a porta do quarto dela trancada e sons de choro e gemidos.

- Mãe, abre essa porta. – Bato na porta como não encontro resposta vou para meu quarto onde tenho a chave reserva do quarto dela e quando abre a porta, encontro um homem em cima da minha mãe batendo nela.

- Solta ela agora.

- O homem desconhecido virá para mim e ainda segurando os pulsos de minha mãe fala:

- Quem é você para mim impedir?

- Vou chamar a policia.

- Ele sorrir com um sorriso presunçoso: - Quem vai acreditar na sua palavra.

- Enquanto ele falava me aproximava e olhei para minha mãe que estava com sangue escorrendo pelo canto da boca e olhava para mim assustada.

- Larga ela agora.

- Ele salta minha mãe e vem para cima de mim e me afasto assustada e ele toca em meu rosto.

- Até que você é bonita, creio que com você terei um prazer maior.

- Esquivo o rosto da mão que tocava em minha pele e cuspo em seu rosto.

- Sai agora da minha casa.

- Não antes de provar de você minha doce criança, tento me afastar, mas ele me prende na parede e começa a me beijar no pescoço.

- Me solta asqueroso nojento.

- Tenho certeza que vai amar o trato que farei com você.

- Me larga, tendo bater nele como é mais forte, não consigo me esquivar.

- Me deixa em paz, por favor, olho para minha mãe que me olhava com lágrimas nos olhos e peço ajuda em silêncio.

- Sinto um volume sobre as calças dele e sinto que o pior podia acontecer naquele momento e não queria.

- Por favor, senhor me deixe em paz. – Começo a gritar até que ele coloca as mãos em minha boca e fala: - Ou cala a boca ou te mato.

- Começo a chorar lágrimas e pedir a Deus que me tirasse daquela situação, sinto aquelas mãos brutas rasgando minha blusa.

- Por favor, tenha compaixão.

- Ele me joga em cima da cama onde minha mãe estava deitada.

- Nada como duas mulheres para se ter prazer.

- Aproveitando que ele se distrai para tirar a calça pego se aproximo do criado mudo e vejo a abaju e espero ele se aproximar e assim que ele de deita sobre mim pego o abaju e bato na cabeça dele e ele cai ao lado de minha mãe desnorteado se levanto da cama e tento puxar minha mãe como a mesma não se movia decido sair dali correndo e já estava na escada quando escuto a voz dele ainda me paga criança saio correndo de casa com a blusa rasgada e bato na porta de dona Lúcia.

- Assim que dona Lúcia abre a porta entro assustada dentro de casa.

- O que aconteceu?

- Eu.. Começo a chorar copiosamente e soluços brotam de meu peito sem controle.

- Dona Lúcia se aproxima e me abraça.

- O que aconteceu Mel?

- Dona Lúcia, não quero falar sobre isso, por favor, somente me abraça.

- Quer que ligue para Sam?

- Não vou ficar bem a deixe curtir a lua de mel.

- Ok, quando tiver preparada me conta.

- Dona Lúcia posso ficar somente hoje.

- Cadê sua mãe?

- Ela viajou e não quero ficar sozinha.

-E essa blusa rasgada?

- É uma blusa velha que uso para dormir.

- Tem certeza moçinha?

- Sim.

- Sam.

- - Após ligar para Érika decido me arrumar para nosso jantar, mas ao subir em meu quarto passo no quarto de Mel e encontro uma blusa em cima da cama e levo ao nariz e sinto seu cheiro marcante de repente sinto uma pontada na cabeça e levo à mão a têmpora e um flash de memória surge onde me vejo em uma casa e na imagem vejo Mel com uma mulher bonita conversando e depois vejo as duas se beijando, sinto uma dor desconhecida até então e um desconforto.

- Quem será essa mulher?

- Levanto da cama e vou para o banheiro e decido tomar banho de banheira. -Passo alguns minutos submersa dentro da água e pensando em minhas memórias e decido sair da banheira e se trocar detestava fazer os outros esperarem. – Depois de terminar de se arrumar vou para a casa de Érika para irmos juntas ao restaurante.

- Boa noite, Sam.

- Boa noite, Érika.

- Nos cumprimentamos com um beijo no rosto e vamos o caminho todo conversando sobre amenidades e após sentarmos e fazermos o pedido, Érika de repente pergunta o qual motivo do jantar de ambas.

- Preciso desabafar.

- Estou aqui. Érika toca a mão de Sam sobre a mesa e fala: Pode falar o que quiser e estarei aqui ajudando.

- - Como sabe sofre um acidente e com ele perde as memórias meu casamento está passando por um processo complicado, minhas memórias com Mel se perdeu em minha cabeça e agora sinto que nosso casamento está por um fio.

- Você a ama?

- Não sei, mas sinto que tenho um sentimento muito forte por ela.

- Então tente se reaproximar dela e se apaixone novamente.

- Agora está complicado.

- Por quê?

- A gente resolveu se afastar um pouco para colocar as ideias no lugar.

- E crê que ainda voltam?

- Essa resposta ainda não sei.

 - Espero que de tudo certo e fiquem juntas.

- Obrigada, pelas palavras de apoio.

- As duas permanecem ainda conversando e sorrindo animada.

- Mel.

- O trabalho na editora estava tão corrido que tinha esquecido de almoçar, quando olhei já era quase seis da noite e ligo para Marina só que a mesma não atendia as ligações e sei que a mesma deve está morrendo de raiva de mim,termino as coisas e vou até o hotel de Marina falar com ela e me desculpar pessoalmente, estava no caminho do hotel dela , quando vejo Sam na porta de um restaurante conversando com uma mulher, mas não conseguia ver o rosto e paro o carro e fico olhando aquela cena, vendo o manobrista trazendo o carro e as duas entrarem nele sorrindo e irem embora, decido ir para casa e no caminho fico pensando se era por causa da cena que vir que Sam preferiu se afastar, será que ela se apaixonou por outra pessoa.

- Chego em meu apartamento fico pensativa sobre a cena vista e fico triste e decido ficar em meu apartamento e decido abrir uma garrafa de vinho e fico tomando relembrando do passado,após o incidente que sofre com mais um paquera da minha mãe, passei aquela noite na casa de Dona Lúcia  e retornei para casa e encontro minha mãe com a face inchada e falo:

- Mãe a senhora está bem?

- Estou sim, garota.

- Quando toco em seu ombro ela se dá um gemido.

- Mãe?

- Quando puxo sua blusa encontro seu corpo com hematomas e falo: - Vamos denunciar aquele idiota que fez isso contigo.

- Deixa para lá quem vai acreditar em uma bêbada.

- Mãe ele tentou me violentar.

- Se não tivesse dado uma de bisbilhoteira, nada disso tinha acontecido.

- Eu fiquei preocupada com a senhora.

- Já disse que sou adulta e sei me cuidar se meta com a sua vida.

- Fico chocada com as palavras de minha mãe e saio arrasada e penso em um modo de sair daquela casa o mais rápido possível.

- Depois do ocorrido entre mim e Sam, não tivemos tempo para nós ver havia pedido a dona Lúcia que não informasse nada do ocorrido para ela, afinal não queria pertuba-la com os meus problemas já que depois do beijo que dei nela a mesma não me respondia e nem retornava as ligações deixei o tempo amenizar as coisas entre nós e sempre tinha informações dela sobre dona Lúcia que contava que eles iriam passar quinze dias Rio Grande do Norte curtindo a lua de mel e assim continue vivendo morrendo de saudade da Sam, pois além de ser a pessoa que amava também era uma amiga e a pessoa que mais confiava na vida, já na minha cassa as coisas continuava a mesma passei um tempo com medo da represália daquele homem e se ele poderia voltar, não dei queixa, pois não queria mas problemas para minha mãe, tinha medo dele fazer algo contra ela, passado algum tempo saiu o resultado do vestibular e passe em segundo lugar , olhei também o de Sam e a mesma tinha passado, mandei uma mensagem informando que tínhamos passado, mas não obtive retorno e pedir para dona Lúcia informá-la quando a mesma ligasse.

- Estava tão contente com o resultado que decide comemorar e sair com alguns colegas da escola entre eles estava Marina que após o ocorrido entre nós tinha se afastado afirmando que precisava se curar, as coisas não eram iguais como antes a mesma preferia se manter distante de mim quando estávamos sozinhas, mas tento uma aproximação, pois não queria perder outra pessoa que era muito querida na minha vida, por um erro meu.

- Oi, Marina.

- Oi, Mel.

- Soube que também passou na faculdade fico feliz por você.

- Obrigada.

- Vai fazer em qual ?

- Na USP.

- Vai para São Paulo?

- Sim, preciso conhecer pessoas novas.

- Vou sentir sua falta.

- Também.

- Posso te abraçar?

- Claro. – Nós duas nós abraçamos e sem perceber estamos chorando.

- Não, podemos chorar, hoje é um novo começo para ambas.

-Você tem razão.

- Toco no rosto de Marina e falo: - Eu quero que seja muito feliz e realizada.

- Desejo o mesmo para você Mel.

- Ficamos conversando sobre os nossos projetos e sonhos, e acabei falando que meu sonho foi trabalhar na editora Collins, não via a hora de começar a estudar e depois tentar um estágio lá, Marina falou que sonhava em ser uma artista plástica reconhecida, nós divertimos muito e relembramos sobre a infância e nossas aventuras.

- Quando chego em casa já são quase cinco horas da manhã, tomo um banho rápido e caio na cama cansada, já acordo ia dá oito da noite, se levanto e vou procurar algo para comer e decido sentar na varanda, pois a lua estava maravilhosa  e fico refletindo algum tempo, quando vejo um táxi parar na porta da tia de Sam e vejo a senhora Lúcia descendo do carro a mesma me ver e vem em minha direção.

- Boa noite, Mel.

- Boa noite, Dona Lúcia.

- Parece triste..

- Coisas da vida e a senhora está bem?

- Sim. – Sam deve está chegando semana que vem.

- Que bom, ela perguntou por mim?

- Não.

- Percebendo minha cara triste, Dona Lúcia toca em minha mão e fala com carinho: - Melinda já vive mais coisas que você nessa vida e passei por situações complexas também e por essa experiência vivida, te digo que minha sobrinha te ama e não somente como uma amizade, ela ainda não percebeu, mas ao seu lado ela é mais feliz, espero que ela perceba isso e que não seja muito tarde.

- A senhora não critica minha opção sexual?

- Minha querida quem sou eu para criticar alguém, desejo que seja feliz e que minha sobrinha acorde e abrace esse amor, pois sinto que somente ao seu lado ela será realmente feliz.

- Eu amo a Sam, pode parecer para quem está fora como algo banal, mas não é, quero cuidar dela e do bebê, quero abraçar, amar, cuidar e fazê-la sempre feliz.

- Eu acredito no amor que sente e não desista dele.

- Mas ela não me ama.

- Ela acha que somente te ama como uma amiga, mas ela te ama mais que isso e o tempo vai mostrar.

- Nisso dona Lúcia informa que precisa entrar que estava cansada, me dá um abraço e vejo aquela senhora entrando em casa e sinto que ainda tinha chance de ser correspondida um dia, mas que não esperaria muito, pois Sam amava Diego e naquele momento nunca seria mais que uma simples amiga.

- Sam.

- Deixo Érika em casa nós despedimos com dois beijinhos na face e sigo sem rumo pela cidade e resolvo parar na praia e tiro minhas sandálias de salto e sento na areia e fico olhando o mar e sentindo as vibrações boas que aquele simples ato causava em mim. – E sem perceber acabo pensando em Mel e o quanto ela demonstrava que me amava e eu renegava aquele sentimento sem entender o por que.

 - Fico refletindo na minha vida e minhas últimas atitudes e sem percebe acabo indo em direção ao mar para molhar os pés e decido entrar na água, mesmo sabendo que era perigoso nadar a noite, decido fazer isso, pois era uma boa nadadora e fico mergulhando naquelas águas e sem percebe mesmo com o rosto molhado sentia lágrimas descendo de minha face e decido retornar para a praia e quando submerjo na água sinto uma dor terrível na cabeça e acabo desmaiando e meu último pensamento era em Sam.

 

 

 

           

 

 

                                        

 

 

Fim do capítulo