Capitulo 10 - Agente Especial
Anabelle teve poucos namorados até o período que recebera o tal convite naquela enorme mansão.
Durante o período da escola, aos treze anos teve um rápido relacionamento com um rapaz um pouco mais velho. Logo acabou devido à possessão do menino que queria que ela trocasse as longas horas de estudo para sair com ele, além do ciúme da bela loira que tomava corpo de mulher.
Fora isso, apenas algumas ficadas de uma só noite nas poucas festas que se permitiu ir.
Seu pai estranhava os hábitos da filha quando a comparava as filhas de seus amigos de escritório, mas amava saber que ela entendia de todos os assuntos e prezava sua integridade como ninguém. Nunca dera palpite quanto a isso, aquilo era a vida dela e ele não faria uma campanha para ter um genro desfilando pela sua casa de cueca nos finais de semana.
Anabelle sempre prezou a inteligência e trabalhar para uma organização como aquela era o reconhecimento que qualquer profissional dedicado queria ter.
Olhou para o homem loiro a sua frente e enquanto pensava em sua decisão, escutava-o com atenção.
_ Anabelle, minha querida, você deverá manter segredo desse nosso encontro e se trabalhar para mim, para o meu país, quero dizer, terá que esquecer meu nome, para falar a verdade, deverá esquecer tudo o que vê em suas missões e em sua repartição no trabalho. Porque apesar de trabalharmos fora do país , você terá um escritório em nossa filial aqui em São Paulo e terá que conviver com mentes tão brilhantes quanto a sua. Não quero lhe amedrontar com todo esse papo de verdades cruas antes mesmo de você aceitar o que lhe proponho, mas quero que tenha em mente o que tem pela frente se escolher seguir esse longo e árduo caminho da espionagem. Se você me perguntasse um motivo para você trabalhar na minha equipe, eu diria apenas uma palavra: aventura. Somos, eu e todos que trabalham na IBBIN aventureiros. Gostamos do risco, de quebrar paradigmas, de adentrar em sistemas, de sermos detentores do que vale fortunas inestimáveis, o conhecimento. Se você quer desconhecer rotina e se tornar amigo íntimo do risco, estará no lugar certo. Mas se quiser permanecer onde está, sabendo o caminho que percorrerá até o topo do Exército, uma vida mais estável, sem tantos perigos, não me verá mais e não voltaremos a lhe procurar, tenha certeza disso. Vale ressaltar que o que conversamos ficará entre nós e ninguém poderá ao menos sonhar que eu estive aqui.
Anabelle concordou com a cabeça e então buscou encerrar a pequena reunião naquela longa quarta já beirando a madrugada.
_ Agradeço o convite e me sinto lisonjeada que tenha vindo pessoalmente para conversar comigo. Amo mais do que qualquer pessoa o meu país e sirvo com grande fervor o Exército Brasileiro e largá-lo nunca me passou pela cabeça. Mas é claro que trabalhar para outro país em busca de informações confidenciais, em missões especiais, mexe com o meu brio, com o meu vício por adrenalina. Vou precisar pensar e se possível gostaria de lhe dar a resposta na semana que vem.
_ É claro, pode pensar sim. _ ele sorri, parecia já adivinhar o desfecho daquele convite. _ Procure o diretor quando tiver uma resposta. Ele tratará de lhe ajudar com os detalhes. E por favor, não o julgue mal, ele fará isso a contragosto, não quer perder sua principal soldada e eu, é claro, terei muita felicidade se vier trabalhar comigo.
O homem olhou o relógio e viu que era hora de partir. Sorriu para a mulher séria a sua frente, sabia que ela passaria noites, dias, horas e horas pensando em tudo que havia sido dito naquela noite fria e chuvosa.
Esticou a mão direita, que Anabelle fez questão de apertar com força:
_ Agradeço a sua presença, sei o quanto está cansada. Descanse e até a próxima semana, espero. _ Dito isso sorriu e destrancou a porta.
Fim do capítulo
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