Rubi estava inquieta em seu quarto, tinha pensado que reencontraria a morena linda naquele mesmo dia, mais Valentina e Jade não ajudaram. Não conseguia tira-la da cabeça. Sempre se relacionara com homens e mulheres, mais sempre dera preferência aos homens, era engraçado, quando o relacionamento com um homem terminava era menos doloroso, mulheres sempre eram mais profundas e sempre lhe causava mais danos nos términos. Depois de tanto sofrer por uma decidira levar a vida leve e solta. Evitava sempre relacionamentos duradouros e quando via que a coisa estava ficando seria se mandava. Já estava calejada de sofrer procurando a pessoa certa e sempre dando de cara com a parede. Outra coisa que tinha que resolver é como faria para passar o tempo, estava pensando em montar um pequeno estúdio na cidade para voltar a tatuar, mais primeiro tinha que ver com Ágata se durante esse tempo o valor da mesada seria maior. Passou as mãos nos cabelos, sempre detestara ficar presa e o pé não estava ajudando tendo que andar com essas muletas. Mais de amanha não passava ia atrás da morena. Na hora da janta cercaria a grandona dois e pegaria o endereço com ela para poder ir a cidade logo de manha. Olhou-se no espelho e deu uma risadinha, sabia que era gostosa pra caralh*, a morena linda já estava no papo. Pegou as muletas e desceu para poder jantar, estava com uma fome de cão. Encontrou o pessoal reunido na sala, safira falando algo sobre começar a trabalhar no outro dia mesmo. -Hei chaveirinho, como assim trabalhar? – quis saber. -Conversei com Ágata sobre fazer algo aqui na fazenda Rubi, não quero ficar sem fazer nada o dia inteiro não daria conta. -E vai trabalhar onde? – olhou para Ágata curiosa. Safira por ser a mais nova tinha virado sem querer a protegida de todas elas. -Ela conheceu Otávia hoje, lá nas instalações de produção de queijo, disse que gostou do ambiente, amanha vou lá ver onde ela pode ajudá-la. – Ágata explicou. -Pelo visto andou dando umas voltas boas chaveirinho. – quem falou foi Valentina. – O galpão de produção de queijo é bem longe. -Queria fazer uma caminhada. Conheci a filha de Otávia também. – contou Safira inocente. – É uma garota bem estranha. Valentina deu uma olhada discreta para Ágata que não passou despercebida a Jade. -Por que a troca de olhares? – Quis saber. Ágata suspirou e decidiu contar. -Leandra é a filha de Otávia, tens uns vinte anos acho esta na faculdade de veterinária. Uma garota boa que de uns tempos pra cá mudou da água pro vinho, vem dando muito trabalho para mãe dela. -Dando trabalho como? –Helena se interessou. Logo recebeu aquele olhar de Ágata, mais não desviou os olhos. -O pai dela trabalhava pra mim levando e trazendo gado, morreu um tempo atrás quando voltava de uma viagem que fazia pra levar uns gados meus a outra cidade. -Ela culpa Ágata pela morte do pai. – Valentina revelou surpreendendo a todas. -Como assim foi um acidente. – Safira exclamou indignada. -Todos sabem chaveirinho, mais na cabeça dela o pai ainda estaria vivo se eu não tivesse pedido a ele para fazer essa viagem para mim de ultima hora. Se soubesse que o tempo pros lados da cidade aonde ele iria estava fechado e trazia tempestade, teria adiando a viagem. -Não dá para adivinhar isso Ágata. –Valentina voltou a usar as mesmas palavras que usara no dia do funeral do pai de Leandra. Olhou para as outras irmãs e continuou. – Ela vem sabotando Ágata de todas as maneiras possíveis. Fura os pneus da caminhonete quando ela esta na cidade, fala mal dela para as pessoas e outro dia deixou mais de cem cabeças de gado escapar por ter deixado o portão da ala sul aberto. Deu maior trabalho para junta-los novamente. -E você não contou para mãe dela não? – Helena quis saber. -A mãe não a controla mais e agora deu para fazer amizade com delinquentes da cidade, outro dia foi detida por pinchar muros da prefeitura. Mais logo foi liberada. Valentina estava andando de um lado para o outro e estacou do nada olhou para Ágata e falou. -Depois do jantar precisamos conversar. – Ágata concordou já adivinhando o que ela pensara, também estava desconfiada. Mais não queria preocupar as irmãs. -Mais se essa menina esta dando tanto trabalho assim é melhor colocar Safira para trabalhar em outro lugar. - Rubi opinou. -Gostei do local e de Otávia. Vou trabalhar lá. – Safira disse decidida. Ficaram caladas cada uma com seus pensamentos ate Rubi soltar. -Valentina ainda esta me devendo o endereço onde encontro Paloma, tenho que resolver com ela sobre minha moto. – falou com a cara deslavada. -Vocês foram à cidade hoje por que já não passaram na delegacia? – Ágata estranhou. Valentina e Jade se olharam e ficaram caladas. Mais Rubi sendo Rubi soltou. -Valentina e Jade acabaram se estranhando no restaurante de Sonia. Decidimos vir almoçar aqui na fazenda mesmo. Coitada da Amélia ficou doida arrumando algo de ultima hora pra gente comer. -Por que se entranharam? Ágata quis saber. -Nada, já conversamos e resolvemos. – Jade falou sem olhar para Valentina. Ágata tinha prometido a si mesma que não se intrometeria mais nas coisas de Valentina, por mais que isso envolvesse uma de suas irmãs. Então falou apenas. -Que pena não ficaram, lá servem uma ótima comida. – Falou inocente arrancando uma gargalhada de Helena e Rubi. Safira deu um risinho sem graça. -Ágata tenho certeza que já pensou na mesma hipótese que eu certo? – Valentina quis saber fechando a porta do escritório. Tinham ido conversar depois do jantar. -Sim Val, e se for Leandra por trás desses roubos junto com a turma dela? -Tem que conversar com Otávia. -Queria ter certeza primeiro, a coitada da Otávia não teve um momento de paz desde a morte do marido. -É uma pena a menina ter mudado assim, sempre foi uma ótima pessoa. – Valentina falou descrente. – Se ela estiver no meio desses roubos vai acabar indo pra cadeia, menina tonta. Tem certeza que quer colocar Safira perto dela Ágata, sabe que vira e mexe ela esta lá no galpão com a mãe. -A questão não é essa Val, a chaveirinho já esta decidida. -Então converse com ela sobre o que achamos. Ela pode usar Safira para atingi-La Ágata, seja realista. -Ela não seria boba de se meter com minha irmã, por mais que goste da mãe dela, não pensaria duas vezes em dar uma lição nela se ela se atrevesse a isso. E outra é apenas uma hipótese, não temos certeza Val. -A garota conhece a fazenda, onde guardamos o gado Ágata, eles estão sendo roubados bem debaixo dos nossos narizes, isso é coisa de gente que conhece as rotinas da fazenda. A grandona um passou as mãos pelo rosto sem saber o que fazer. Apenas pediu. -Vamos esperar mais um pouco Val, se voltar a acontecer converso com a mãe dela, prefiro dar o beneficio da duvida. -Você quem sabe, infelizmente não costumo estar errada. -Eu sei. – Disse Ágata pesarosa. Rubi seguia para cidade com um sorriso no rosto, como Valentina e Ágata tinham o que fazer na fazenda tinha chamado um táxi. Alem de procurar Paloma queria dar uma volta pela cidade com mais calma, quando fora fazer compras com as irmãs tinha visto algumas lojas pra alugar, poderia muito bem montar um estúdio fácil, fácil. Na noite anterior ligara para a mãe pedindo a ela que enviasse por transportadora suas coisas de trabalho. Tinha a convidado para vir passar um tempo na fazenda, contara que Ágata e as outras irmãs eram muito gente boa e que estava sendo muito bem tratada, mais a mãe recusara dizendo que era muito cedo ainda para se intrometer nas coisas da filha. Então em pouco tempo suas coisas chegariam, agora precisava achar um lugar para trabalhar. O taxi parou em frente a policia rodoviária bem a tempo, Valentina descobrira que o plantão de Paloma acabava agora as dez, faltavam quinze minutos pro horário. Sorriu maquiavélica. A morena não lhe escaparia de jeito nenhum. Desceu do taxi, pagou a corrida e com a ajuda das muletas entrou no prédio alto. Foi ate o balcão e perguntou por Paloma. -Ela esta no fim do plantão senhorita. – O jovem falou apontando para duas pessoas que conversavam e uma delas era Paloma. Sorrindo se encaminhou onde ela estava. Paloma logo notou sua presença. -Olá Paloma tudo bem. – armou seu melhor sorriso e falou. – Vim para resolvermos o assunto sobre minha moto. -Oi tudo bem Rubi, nossa meu plantão já esta acabando, mais podemos conversar um pouco, vamos ate minha mesa que te falo como devera proceder. – Acenou para o colega de trabalho que não tirara os olhos de Rubi hora nenhuma. A ruiva tinha se vestido para matar. Uma calça jeans bem apertada, marcando todas suas curvas e um cropped vermelho que ia um pouco à cima do umbigo e que tinha um generoso decote. O perfume ficava por onde passava e os olhares a seguiam. Sabia usar todas suas armas de sedução quando queria, e queria Paloma de tudo quanto é jeito. Assim que chegaram a sala dela se sentou de forma bem provocante apor colocar as muletas de lado. -Vejo que esta tendo uma ótima recuperação. – Paloma falou educada e hora nenhuma a olhou de forma que não fosse profissional. - Sim estou ótima, já comecei uma seção de fisioterapia. – contou sorrindo. Paloma a olhou mais um pouco e falou. -Bem sua moto deu P.T. então a aconselho a tirá-la do estacionamento da policia e vende-la para um ferro velho da cidade, e depois dar baixa nos documentos dela claro. Não compensa mandar arrumar gastaria muito. -Nossa aquela moto sempre foi meu sonho. – Rubi falou triste por não ter como consertar. -Pois é, tente dirigir com prudência da próxima vez, teve muita sorte já te disse isso. – chamou a atenção da ruiva. -Como já deve saber estava vindo encontrar minha irmãs que não conhecia, estava com a cabeça em outro lugar. – se justificou. -Mais nos ouviu com a sirene quando estávamos atrás de você, lembro que olhou para trás, a decisão de acelerar foi sua Rubi. – Paloma não facilitou. A ruiva percebeu que a morena não era fácil, que droga ate agora ela não dera uma única olhada para seu decote. -Obrigada mais uma vez por te me socorrido. – pediu verdadeira. -Bem meu plantão acabou. – Paloma avisou. -Que bom poderia me ajudar com uma coisa. – A ruiva teve uma ideia. -Que coisa? – Paloma perguntou curiosa, enquanto juntava suas coisas. -Eu sou tatuadora sabe, estou pensando em abrir um estúdio aqui, mais não conheço um local legal e bem central. -Esta querendo alugar ou comprar? – Paloma perguntou pensativa. -Alugar por enquanto, vou ficar por aqui durante um tempo, tenho que trabalhar. Paloma ficou pensativa pensando se oferecia a loja que tinha, mais já tinha sacado qual era a da ruiva e tinha prometido a si mesma que não se meteria mais com os Alcântara. Ágata fizera um belo estrago no seu coração, pois tinham ficado juntas por dois meses ate Paloma perceber que a grandona queria sex* e não compromisso, tentara levar o caso mais acabou se envolvendo sentimentalmente por ela e decidiu se afastar. Agora a ruiva aparecia e pelo visto não queria amizade e ela não estava disposta a dar mais que isso. -Tenho uma loja aqui no centro mesmo se quiser dar uma olhada, esta desocupada a três meses vai precisar de uma reforma. – se viu falando A ruiva abriu um belo sorriso. E falou. -Querida é claro que quero dar uma olhada. – e desceu os olhos pelo corpo da morena. -Ótimo então vamos, te mostro a loja e você me diz se da para seu estúdio. – falou seria, não querendo que ela achasse que estava dando abertura. Saiu do prédio com a ruiva não sem perceber os olhares que ela atraia. Com certeza não entraria numa roubada dessa pensou decidida. –Consegue andar Rubi são uns três quarteirões? -Consigo sim, essas drogas de muletas já estão ficando bem fáceis de usar. Seguiram rumo à loja e Paloma começou uma conversa. -E então o que esta achando das suas irmãs, já sabe que são assunto por aqui NE? -Sabemos sim, por mim não ligo, gosto de causar. – falou divertida. – Ágata é super maneira e muito justa, achei que seria um problema quando estava vindo, mais não, aquela mulher tem um caráter de ouro. Passei a gostar muito daquela grandona. – Rubi olhou para Paloma pra ver se conseguia adivinhar se a morena ainda tinha uma queda pela irmã, pelo visto não pois seu semblante não mudou em nada. – Já Jade é uma mulher bem decidida viu, cria aquele bebe tão lindo com a ajuda da amiga Helena que também é super gente boa. -Ela é chinesa né? -A mãe era. – Rubi explicou. –E tem também a chaveirinho. -Chaveirinho? -É assim que chamo a mais nova tem apenas dezenove anos, Safira. -Há sim ela estava no hospital certo? -Ela mesma, ia fazer votos para virar freira mais desistiu. -Nossa ela é bem nova, mais por que desistiu? -Coisas de Demétrius. – falou com magoa e não prosseguiu no assunto. Andaram em silencio por um tempo ate que Paloma avisou. -Pronto chegamos. – e apontou para um prédio de dois andares. O primeiro a loja o segundo parecia um apartamento, Rubi notou. A fachada era muito bonita, a ruiva logo gostou do lugar, deu uma olhada em volta, vários comércios, era isso que queria. – Eu moro La em cima. –Avisou. –Vou lá pegar a chave e já volto. - falou e foi logo entrando numa porta ao lado sem convidar a ruiva para segui-la. Rubi suspirou, a morena não estava ajudando, mais não desistia tão fácil. Depois de um tempo Paloma voltou com outra roupa mais casual, um short jeans e uma blusinha branca e chinelos, pelo visto não sairia mais. A ruiva não conseguiu não olhar para aquelas longas pernas morenas. Vai ser gostosa lá longe gente pensou. Paloma abriu a loja e elas entraram, a loja era dividida em três ambientes e um banheiro, mais não era coisa grande. Exatamente o que Rubi queria. Olhou mais um pouco, ia precisar pintar o local e uma boa faxina, tirando isso já estaria ótimo. -Gostei do lugar, o aluguel é quanto? – Paloma disse o valor e Rubi achou ate barato. – Certo vamos fechar negocio, vou ficar com a loja. -Vou fazer um contrato então, vou precisar de seus documentos e o período. -Pode fazer contrato de um ano. – A ruiva pediu. -Então vai ficar por um tempo. – Paloma comentou. -Vou sim. - a ruiva decidiu dar o bote e se aproximou da morena. – podíamos marcar algo o que acha? Paloma recuou um passo e foi logo falando. -Rubi já vou logo avisando, vou alugar o espaço pra você e é só. Não quero um envolvimento mais intimo. Saquei que você esta afim, mais eu não ok, gostaria que respeitasse isso, senão não vamos fazer negócios. O sorriso de Rubi morreu na hora e ficou sem saber como agir, era a primeira vez que era dispensada tão rápido. Logo se recompôs e respondeu. -Que isso morena, eu sou solteira você também, o que tem passarmos um tempo juntas. –Falou de forma sensual. Paloma se lembrou da irmã dela que também gostava desse tipo de relacionamento e decidiu cortar de vez. -Não to afim, então já se decidiu? –falou firme e meio grossa. Rubi levantou as mãos pro auto de rendendo. Perderia a batalha mais a guerra ainda esta por vir. Ela não conhece o poder de sedução9 da ruiva. -Certo morena, digo Paloma do jeito que você quiser. -Ótimo vou anotar meu e-mail para você me mandar as copias de seus documentos, assim que o fizer já providencio o contrato, há e o aluguei é adiantado ok? A ruiva apenas balançou a cabeça concordando. -Então terminamos, vai me desculpar mais estou virada do plantou e super cansada. Preciso dormir um pouco. -Tudo bem sem problemas, me passa seu telefone para irmos conversando sobre o contrato. –Rubi não desistia, mais Paloma já tinha deixado bem claro sua posição, deu seu telefone, pois realmente precisariam conversar, fechou a loja e foi embora com um aceno de cabeça. -Mais que merd* já tomei o primeiro toco. –Rubi falou inconformada. Sua barriga roncou de fome e olhou no relógio percebendo que já estava na hora do almoço. – Vou La no restaurante da Sonia, fiquei com vontade de comer daquela comida. – falou para si mesma e começou a rir sozinha lembrando-se de Jade.

Fim do capítulo