Quando voltaram para o quarto encontraram Valentina e Rubi numa conversa animada e cheia de risos. Ágata viu aquilo e fechou a cara. Valentina percebeu mais não entendeu. -Ágata a Valentina esta aqui me contando que vocês deram muito trabalho por ai. – Rubi disse risonha. -Sua irmã também não é flor que se cheire viu. – Valentina disse se referindo a Rubi. -Vejo que estão se dando muito bem. – Comentou Ágata. -Claro por que não nos daríamos bem, gata e divertida. Uma ótima companhia. Valentina é gente boa. -Rubi respondeu e se voltou para Safira. – Oi me desculpa, vou começar a prestar mais atenção no que falo viu. Safira apenas deu uma risadinha, essa Rubi era meio avoada mesmo. -Valentina vamos ali fora por um momento. – Ágata chamou à amiga. As duas saíram do quarto e ela foi logo perguntando. -O que esta rolando entre você e Rubi hem? -Oi? – Valentina ficou surpresa com a pergunta. -Há Val te conheço cheia de conversa pra cima dela... -Espera esta achando que estou dando em cima da sua irmã? -E não estava? Valentina estranhou o comportamento da amiga e fechou a cara. -Ela é bem gostosa, e se estivesse? – alfinetou para ver ate aonde chegava. -Se estiver então pare, Rubi é minha irmã. – exigiu Ágata. -Não to nem ligando. Se ela tiver dando abertura por que não posso chegar? -Por que você não fica só com uma e Rubi não vai ser mais uma em suas mãos. Ora, ora se aquilo não era ciúme, Valentina não sabia o que mais era. Mais se sentiu um pouco ofendida então soltou. -Não se preocupe Ágata, estávamos apenas conversando, e por mais que ela seja bem gostosa, o que estava rolando lá dentro era um começo de amizade. Mais já que você não me quer por perto to saindo fora. Vou ver como anda as coisa na fazenda. – se virou para ir embora mais antes disse para ela. – E outra coisa se o que tivesse rolando lá dentro fosse algo diferente que amizade pode ter certeza que eu também seria apenas mais uma das muitas e muitos que passaram na vida da sua irmã pelo que pude perceber. -Esta chamando minha... -Não estou a chamando ela de nada Ágata, estou apenas lhe dizendo que Rubi sabe curtir a vida assim como eu e você. – Falou e foi embora sem olhar para trás. Ágata sabia que tinha magoado a amiga, mais quando vira aquele entrosamento entre elas não gostara nem um pouco. Será que era instinto de proteção por ser a Irma mais velha? Depois se desculparia com Valentina La na fazenda. Respirou fundo e voltou para o quarto e encontrou uma Safira mais vermelha do que da outra vez. -Mais o que você fez agora Rubi? -Nada Ágata, apenas perguntei para Safira se ela já tinha trans*do, pois depois que fizer os votos não vai poder mais, se não tiver tem que experimentar viu é bom demais, tanto homem quanto mulher. -Minha nossa senhora. – exclamou Ágata que também sentiu o rosto esquentar um pouco. -Que foi gente? – Rubi avoada nem ligava. -Bem vamos mudar de assunto, ta bom Rubi. Você não me respondeu antes, quanto ano tem mesmo? -Vinte e quatro. Por quê? -Por nada. Faz o que da vida? -Sou tatuadora. Fechei meu estúdio na minha cidade para vir pra Ca. E você alem de tomar conta da fazenda faz mais alguma coisa? -Sou formada em veterinária de animais de grande e pequeno porte. E fiz alguns cursos por ai. -Filhinha de papai mesmo. –Rubi falou. – Tinha vontade de ser arquiteta sabe mais a grana era curta, era boa com o lápis então comecei a tatuar, quando vi tinha um pequeno estúdio e alguns clientes. -Como assim grana curta? Meu pai não mandava dinheiro para vocês? – A pergunta foi feita para as duas irmãs. -Sim para as despesas básicas, nunca se ofereceu para pagar faculdade. – Rubi quem respondeu. -E você? – Ágata quis saber de Safira. -A mesma coisa, mais quando minha mãe adoeceu ajudou com os remédios e uma enfermeira. Já foi de boa ajuda. – Ela respondeu de forma contida. -A mais não foi mesmo. – Ágata estava indignada. Sempre tivera do bom e do melhor, viajara para fora do Brasil, conhecera outros lugares e suas irmãs foram privadas dos mesmos privilégios que ela. - Olha ele nos deixou tudo para dividirmos em partes iguais, Vocês terão o que merecem por direito... -Ágata pare não se culpe pelas escolhas do pai. Vivemos sim de forma modesta e simples, sem luxo mais ele nunca nos deixou faltar comida. – Rubi falou algo serio pela primeira vez. – Você não sabia. Estamos tendo nossa chance agora de nos conhecermos e ficarmos juntas. Se ficarmos com esse sentimento de revolta e angustia, ele vai ter vencido no final das contas. Vamos mostrar para o pai que mesmo tendo tentado nos separar, hoje estamos juntas e bem, sem brigas. Safira foi ate Rubi e pegou na mão dela e estendeu a outra para Ágata que a segurou. -Esta mais que certa Rubi. Se o motivo dele nos separar foi prevendo discórdia vamos mostrar que somos diferentes. –Safira pediu apertando forte as mãos das irmãs. Ficaram um pouco em silencio naquele momento de aceitação por parte delas. -Mais esta faltando Jade ainda. – Ágata disse pesarosa. -Ela vai chegar. – A freira confortou a irmã. A porta se abriu e uma morena alta entrou. Ágata chamou Paloma para dentro do quanto. -Rubi essa é Paloma, foi ela que te socorreu após o acidente. – Apresentou à morena. -Paloma se você veio me prender pelo excesso de velocidade pode me levar para onde quiser. – disse juntando os pulsos em direção a policial. Safira soltou a mão da irmã e se sentou na poltrona dando um sorriso discreto. -Quer fazer o favor de parar com suas gracinhas. –Ágata pediu constrangida, Paloma apenas olhava as irmãs. -Então, não vim te prender Rubi, vim ver como estava o acidente foi bem feio. -Estou ótima. – Rubi respondeu sorridente passando as mãos nos cachos rebeldes, tentando arrumar a aparência. -Que bom então, você vai se safar de uma bela multa, mais vou logo avisando pode dar adeus para sua moto. Não sobrou nada dela. -Nossa então foi bem feio mesmo. – Safira falou assustada. Paloma olhou para freira confirmando. -Foi sim Rubi teve muita sorte. Sua moto esta no pátio da prefeitura, tem que tira-la de lá e mandá-la para um ferro velho, depois dar baixa nos documentos dela ok? -Claro me da seu numero para eu te procurar quando estiver melhor ai você me passa direitinho que tenho que fazer. – pediu Rubi e Ágata revirou os olhos. Pelo visto Rubi não sossegava nem machucada. Paloma que já tinha percebido qual era a da ruiva disse apenas. -Ágata já tem meu numero, quando estiver melhor peça a ela para me ligar que volto a dar as instruções ok. – se virou para sua antiga paixão e disse. – Já estou indo tenho umas coisas para resolver, a gente se vê por ai. Tchau meninas. – E saiu do quarto. -Há só pode ser brincadeira, já pegou ela também? – Rubi falou inconformada. Safira apenas olhava a cena com um sorriso discreto. Estava começando a se acostumar com o jeito de Rubi.

Fim do capítulo