Ciranda por Nay Rosario
Notas iniciais:
Sugestão musical
Cirabda da rosa vermelha - Alceu Valença e Elba Ramalho
Capitulo Único
Ela dança e sorri enquanto balança sua saia.
E gira. E gira. E torna a girar.
O zabumbeiro continua marcando o ritmo da música.
A cantadora verseja as rimas preciosas e ela...
Ah! Ela canta enquanto me sorri.
Hipnotizada pelos ritmos não me dei conta da troca de música.
Dos giros e sorrisos contagiantes passamos ao drama do amor. A bela jovem que eu acompanhava através do olhar encostou-se em um balcão do pequeno bar improvisado e pediu uma bebida forte. A ciranda era cantada por uma mulher de voz encantada, lindos olhos e um sorriso encantador, embora timido.
Não havia um palco no salão ornamentado de flores vermelhas nas pilastras e em arranjos em algumas mesas dispostas de maneira circular. Toda a preocupação da organização do evento era deixar o espaço para que as cirandeiras brincassem e quem quisesse poderia entrar na roda. Confesso que depois de ver aquela moça, uma ebulição começou a me tomar. Aliada a melodia compassada e a doce voz a versejar.
"Teu beijo doce tem sabor do mel da cana
Sou tua ama, tua escrava, meu amor
Sou tua cama, teu engenho, teu moinho
Tú és feito um passarinho que se chama Beija-flor..."
A olhava de maneira tão intensa que quando me vi flagrada pela recíproca do olhar senti-me uma boba, uma adolescente pega em pleno ato ilícito. Me retirei do salão para esfriar os ânimos e acalmar meu descompassado coração. A noite estava linda. O céu estrelado, a brisa fresca a beira-mar, o pequeno jardim com caminho de pedras... Tudo ali inspirava romance. Decidi voltar ao salão e despedir-me de alguns conhecidos. Ao dar meia volta houve um choque, um susto e uma surpresa.
-- Oi! Será que posso conhecer o nome da moça que tanto me enamorava durante a ciranda?
Li seus lábios, escutei sua pergunta enquanto pensava milhões de coisas até que, por fim, apresentei-me. Minhas mãos transpiravam, mas ousei dar alguns passos e tocar na mão estendida. Ainda com a voz embargada, disse-lhe meu nome; Rosa. E ela cantarolou.
--"A Rosa vermelha é do bem querer. A Rosa vermelha e branca hei de amar-te até morrer."
Fim(?)
Fim do capítulo
Notas finais:
Até breve.
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