Valentina estava sentada a mesa esperando sua mãe acabar de colocar o almoço. -Então querida me conta mais sobre essa Rubi, que historia hem, sofrer um acidente justo quando estava chegando para se encontrar com Ágata. – Dona Amélia mãe de Valentina pediu mais esclarecimento. -Pois é mãe, parece que estava em alta velocidade, perdeu o controle da moto. Mais ela esta bem. -Você a viu, como é? -Não tenho a menor ideia, quando o medico liberou a entrada achei melhor deixar a Ágata conversar com ela. A situação já é muito estranha para se ter platéia. -Fez certo Valentina. – Afrânio chegou à cozinha foi lavar as mãos para o almoço. Estavam todos na casa principal, era aonde todos almoçavam. –Ágata agora é nossa chefe e temos que agir com respeito. -Que isso homem, a menina sempre tratou a nossa filha como irmã, não é agora que vai começar com essas frescuras. -Deixa disso pai, entre eu e Ágata não tem formalidades. –seu pai por mais que fizesse anos que estavam naquela fazenda, sempre tratara os Alcântara com muito respeito. -Mesmo assim filha agora as irmãs estão chegando... -E daí? Esta falando que por que elas estão chegando não posso mais ter amizade com a Ágata? – Val quis saber surpresa. -Não é isso, que quando elas chegarem serão nossas patroas também vai que alguma não goste de toda essa intimidade pro lado delas? -Que vão todas a pu... -Vamos parar de palavreado na minha coisinha agora. – Amélia repreendeu a filha. -Desculpa mãe mais isso não tem nenhum cabimento... -Bem acho melhor começar a pensar nisso querida, Ágata agora não é a dona de tudo, daqui a pouco essas mulheres começam a chegar e podem não gostar dessa sua liberdade dentro da casa que agora são delas também. – opinou. Valentina ficou calada, com isso na cabeça, com certeza não nem pensado na hipótese. Ouviu a companhia tocando e seu pai foi atender. A cozinha ficou em silencio ate Afrânio voltar falando; -Tem uma freira lá na porta querendo falar com a Ágata. Valentina olhou para o pai com os olhos arregalados. Pelo visto as irmãs decidiram chegar todas juntas. Respirou fundo e saiu em direção a sala. Assim que chegou se deparou com uma mulher de uns dezenove vinte anos no máximo a olhando ansiosa. -Você é a Ágata? – sua voz saiu tremula e baixa, deu para notar que a garota estava nervosa. Vestia um vestido de uma cor feia e estava com uma touca, véu ... Na cabeça. Do corpo só se via mãos e rosto. Era clarinha com uma sobrancelha totalmente preta, tinha algumas sardas no rosto e seus olhos... seus olhos eram de um azul tão diferente. Safira estava nervosa e a outra não ajudava a olhando como se fosse um e.t. A mulher era alta, muito mais alta que ela tinha os cabelos presos num rabo de cavalo, eram castanhos, seus olhos também. Estava vestida como peão, calça jeans, botas cinto e blusa xadreza. -Eu sou Safira, você me mandou uma carta... -Não sou Ágata, Safira, me chamo Valentina, vem entra direito. A Ágata não esta, foi...resolver um problema na cidade. A garota a seguiu cautelosa olhando ao redor, era uma sala muito ampla e bem decorada. Dava para notar que a família Alcantra era uma família de posses. -Vim vê-la, pois ela entrou em contato comigo através de uma carta solicitando minha presença. –Quis explicar sua presença ali. -Queria saber de uma coisa se possível? -O que quer saber? – ela indicou um sofá e Safira sentou deixando uma mala de porte médio ao lado. -É sobre meu pai, na carta ela disse que ele morreu como aconteceu? -Queda de um cavalo, estava monitorando as cercas do lado norte da fazenda, quando seu cavalo chegou nas baias sozinho, foi mandado alguns peões para procurá-lo. Encontraram-no já falecido... Na queda teve o pescoço fraturado. – Valentina falou logo, pois não tinha jeito para enrolação. Observou a reação da garota, dava para ver que estava sofrendo com a noticia. -Será que ele sofreu? – perguntou num fio de voz. -Não de acordo com os médicos foi morte imediata. A freira apenas balançou a cabeça em silencio. -Será que Ágata vai demorar muito? – quis saber. -Provavelmente só volta a noite. – Valentina sentia Safira inquieta. -Posso ficar aqui esperando por ela? -Claro, vou arrumar um quarto para você, para que descanse, minha mãe esta acabando de por a mesa para o almoço, espero que aceite nos acompanhar. -Não precisa arrumar nenhum quarto, vou ficar no aguardo de Ágata e assim que ela chegar converso com ela e depois volto para o convento. – ela negou a hospedagem, Valentina balançou a cabeça, coitada era muito inocente, não sairia daquela fazenda tão cedo. – Sabe me dizer se alguma outra... se alguém mais chegou? Valentina estava em duvida se contava ou não para a freira sobre Rubi. Decidiu pela honestidade. -Sim Rubi. -Nossa, e onde ela esta, não me diga que já foi embora?- perguntou um tanto decepcionada. Tinha esperança de conhecer todas as irmãs antes de voltar. -Não na realidade esta na cidade, Ágata esta com ela nesse momento. – deu um suspiro e acabou de falar. –A rubi sofreu um acidente de moto Safira, ela esta no hospital e Ágata esta com ela. -Meu Deus. – a freira exclamou se levantando e ficando mais pálida que já era. -Calma ela esta bem, teve algumas escoriações e torceu o tornozelo eu acho, talvez já seja liberada mais a noite. -Tenho que ir para lá. – falou decidida. – Qual o endereço do hospital, pode chamar um táxi? -Calma vamos comer primeiro, você deve estar cansada da viagem mais tarde eu mesma te levo. -Quero ir agora não mais tarde, pode me chamar um táxi? –ela disse novamente. Ali estava uma das características dos Alcântara, a firmeza nas decisões. Sabia que a garota iria sem ela se precisasse. -Tudo bem, eu te levo, vamos lá. Sou vou avisar minha mãe tudo bem. -Claro espero aqui. Safira estava com o coração disparado. Mal chegara e já tinha más noticias. Rezava para que a irmã estivesse bem. Não fora ali para confrontos, fora para conhecer suas irmãs antes de fazer seus votos definitivos. Um tempo depois Valentina a chamou para seguirem para o hospital. Ela a acompanhou em silêncio.

Fim do capítulo