CAPÍTULO OITO

A mentira que se tornou verdade

Duda abre os olhos com dificuldade. Seu coração bate bruscamente ao ver a imagem no espelho do teto. Estava deitada com uma garota totalmente entrelaçada ao seu corpo. Assustada ela levanta-se forma brusca. Luiza acorda assustada.

— O que significa isso? — pergunta já aos gritos, assustada com a própria nudez.

— Fala baixo guria, estou morrendo de dor de cabeça. — A loira fingiu está de ressaca, colocando a mão na cabeça.

A cena era realmente digna de uma novela das oito. Luiza achou engraçado ter se submetido a situação tão patética.

    — Quem é você? O que você está fazendo aqui, o que eu…? — Dá outro grito puxando o lençol para se cobrir. — Porque estou nua?

    Luiza levantou-se. Duda virou o rosto para não olhar sua nudez. 

— Porque está nua?

— Não parece óbvio guria?

Os olhos castanhos ficaram marejados. Luiza sentiu o badalo do coração. 

— Eu não trans*ria com um desconhecido, muito menos com uma garota — diz ela num tom quase infantil e a voz embargada.

Luiza fingiu-se de ofendida, abaixou a cabeça. Amanda não poderia ter produzido uma cena tão clichê, mas que acaba sempre funcionando.

— Saímos da festa, estamos loucas, viemos pra cá, bebemos, nos divertimos, trans*mos.

Os castanhos ficaram assombrados. — Você me estuprou — acusa a morena, indo pra cima da loira. Luiza, segura a morena pelos pulsos. Seus negros penetram naqueles castanhos.

— Você transou porque quis.

— Sua mentirosa imunda, eu jamais ficaria com uma mulher, jamais.

Ocorre a maior confusão no quarto, Duda tenta agredir Luiza, funcionários do motel se veem obrigado a interceder. 

— Suma daqui sua estupradora.

Luiza veste-se rapidamente e sai do motel. No táxi, desata a chorar. Nada pagaria o preço de sua dignidade. 

Duda só se acalma quando é socorrida pela sua melhor amiga.

    — Vamos sair daqui.

    — Ela me estuprou Amanda. 

— Duda, você passou a noite grudada naquela galega. Dançando juntinho. Todo mundo viu. E olha, — Amanda, fez uma pausa, inflamando ainda mais a situação. — Te viram no maior amasso com ela no estacionamento. 

Maria Eduarda estava boquiaberta. Não lembrava de nada. — Eu não fiz nada. — Gritou Duda.

Amanda pegou o jornal mostrou uma página da coluna social, Duda ficou espantada. Ela fitava a foto de meia página e a matéria “Noivado moderno na alta classe pernambucana. A noiva disse sim para o noivo, e foi vista aos beijos com uma loira misteriosa estacionamento da festa do próprio noivado.”

— Me leva pra casa. 

A matéria causou um tsunami na vida de Maria Eduarda e sua família. A imagem dizia mais que mil palavras.

— Amor eu não sei o que…

— Não encoste em mim — dispara o rapaz.

Ocorre um festival de ofensas. Assim que chegou em casa Pedro Henrique lhe aguardava, estava estupefato pelo que saiu em todos os jornais da cidade. Movido pela raiva e o ciúme ele exigia uma explicação que Maria Eduarda não conseguia lhe dar. 

— Pedro me escuta eu não sei como foi…

— Não sabe? Você passou a noite toda se esfregando nessa sapatona. Eu não sou cego. Todos viram, meus pais viram, meus amigos viram. Você não apenas me humilhou, mas humilhou a toda minha família. Então só vim aqui para lhe entregar isso aqui. — O rapaz, tirou a aliança e jogou no rosto de Duda e depois saiu, deixando o coração da pobre menina devastado.

Fim do capítulo