Vamos lá!
Capítulo 1
Era sábado à noite, tudo parecia perfeito. Estava em um restaurante de luxo com o Sérgio. Ele era homem encantador. Aquele seu belo sorriso me chamava a atenção.
Havia o conhecido há poucas semanas em um bar, em um dos bairros mais requintado da minha cidade. Ele estava acompanhado de alguns amigos. Quando o vi, me encantei logo de cara e acho que havia ocorrido o mesmo com ele.
Confesso que no quesito homens, eu era uma azarada, mas parecia que dessa vez tudo estava sendo diferente. Sérgio era um homem perfeito. Tinha os defeitos dele, mas me respeitava na cama e fora dela.
—Sua vagabunda — Uma mulher estava gritando logo atrás de mim, enquanto eu estava pensando no quanto havia sido sortuda por ter encontrado o Sérgio.
—Luciana? — Sérgio se levantou da cadeira em que estava sentado. Ele parecia apreensivo.
Quando fui tentar olhar para a mulher que estava gritando logo atrás de mim, senti os meus cabelos negros sendo fortemente puxados pela desconhecida.
— Vou mostrar a você a nunca mais se met*r com homem casado— Enquanto sentia os meus cabelos quase sendo arrancados de minha cabeça, eu olhei para Sérgio... Não estava entendendo o que estava acontecendo. Como assim homem casado? Sérgio sempre havia dito que era solteiro e que ainda morava com os pais.
—Luciana, posso te explicar... Não é nada disso que você está pensando.... Essa é a Julieta aquela minha prima que quer ser freira — Sérgio falou.
—Julieta? Freira ?— Tentei tirar aquelas mãos de perto de meu cabelo. Quando consegui, fiquei de pé e encarei Sérgio e a tal de Luciana que estava ali. Todas as pessoas do restaurante ficaram de pé e passaram a apontar o dedo para mim — Não estou entendendo nada do que está acontecendo aqui. Sérgio, você poderia me explicar?
A tal de Luciana começou a rir naquele momento— Sérgio? Desde quando esse descarado se chama Sérgio? O nome dele é Armando e ele é meu marido — Luciana, uma mulher loira, magra, que aparentava ter 30 anos, falou — Você só foi mais uma biscate que caiu na teia dele.
—Olha como a senhora fala comigo, não sou nenhuma biscate não — Naquele momento fiquei nervosa e parti para cima da tal Luciana. Os funcionários do restaurante ameaçaram chamar a polícia e pouco me importei com isso. Eu só queria naquele momento quebrar a cara daquela mulherzinha e depois do paspalho do Sérgio/Armando.
O descarado conseguiu me tirar de cima da mulher dele, mas fiquei satisfeita mesmo assim, pois havia deixado a marca da minha mão na cara da mulher.
Meu nome é Fabiana, sou de origem humilde, mas com muita força de vontade consegui crescer na vida. Não tenho vergonha do meu passado, pois mesmo passando por muitas necessidades quando mais nova, consegui vencer e me tornei dona de uma das lojas de roupa mais famosa da minha cidade. Tenho 30 anos, sou morena e mesmo não parecendo tenho um filho de 5 anos, fruto de um dos piores relacionamento que já tive, com o Cláudio, um homem muito do galinha.
Retornando a história, Luciana ficou me encarando furiosa. Ah, mas ela tinha motivos para isso. Estava muito bem marcada com meus 5 dedos em sua face.
—Armando, nunca pensei que você me trairia com esse tipo de mulher— A tal Luciana passou a me encarar.
—Como assim esse tipo de mulher? — Perguntei irritada.
—Querida, olha suas roupas. Só pode ser uma puta que dá para qualquer um por ai! — A mulher falou e senti vontade de batê-la ainda mais, todavia, uma voz que acabou mexendo com todas as minhas estruturas me impediu.
— Vamos parar com isso aqui. Pois já está ficando feio para vocês duas — Uma policial apareceu e eu fiquei totalmente sem fala.
Ela era morena. Com corte de cabelo estilo Joãozinho. Parecia musculosa, olhos cor de mel e a voz rouca.
—Ela que começou sua policial — Luciana falou e pouco me importei.
—Nada disso, vi muito bem a senhora começando isso tudo aqui — Um dos garçons falou e sai do meu transe.
A policial olhou para mim por poucos segundos, esse pequeno tempo me possibilitou sorri para ela, mas a mesma pouco se importou com meu gesto. Fiquei frustrada.
—Você que é a amante? — Ela me perguntou e não gostei muito do tom que ela usou para falar comigo.
—Esse traste nunca havia me dito que tinha uma mulher. A vítima dessa história aqui sou eu — Cruzei meus braços irritada.
—O que você tem a dizer Armando, vai ficar sem dizer nada, parecendo um paspalho — A tal Luciana encarou o marido dela.
—Eu sou inocente...Ela que me seduziu — Sérgio/Armando falou.
—Então é assim — Encarei aquele idiota. Eu só podia ter dedo podre mesmo. Parecia que eu tinha encontrado o amor da minha vida, mas aquele homem era somente mais um bocó mesmo — Você vai ser muito inocente mesmo quando eu quebrar a sua cara — Tentei bater naquele homem, mas a policial que eu ainda não sabia o nome me segurou.
—Pare — Ela segurou em meus braços. O seu perfume meio amadeirado invadiu as minhas narinas. Aquele corpo dela encostado no meu fez eu sentir uma sensação nova percorrendo por todo o meu corpo. Fiquei totalmente molinha só por senti-la.
Desisti de tentar bater no Sérgio. Também ele já não estava me interessando mais.
A policial ao me notar mais calma, me soltou e eu a encarei em seguida.
—Vamos todos para a delegacia — Ela falou e em seguida passou a mão em seu cabelo parecendo ajeitá-lo.
Naquele momento Luciana começou a reclamar. Que mulher irritante se eu pudesse dava outro tapa na cara dela. Era pior que papagaio, sempre repetindo as mesmas coisas.
O bocó do Sérgio nem reclamou. Queria dar na cara dele também, mas eu naquele momento queria outras coisas.
Descobri que a policial se chamava Juliana e ficava a todo momento com a cara fechada.
Mesmo eu toda encantada com a policial, não pude deixar de ouvir as outras pessoas do restaurante me taxando de amante. Será que ninguém percebeu que eu era a vítima naquilo tudo?
Isso me deixou muito irritada, mas era melhor me aquietar. Não queria levar sermão logo daquela policial.
Fui levada para a delegacia com os outros. Aquela Luciana parecia não conseguir deixar de ser chata por nenhuma minuto. A voz dela era extremamente irritante. Já estava louca para mandar aquela mulher calar a boca, mas tinha que me controlar.
Quando se passava da 12:00 horas fomos liberados. Táxi naquela hora na minha cidade era muito complicado.
—Quer carona até em casa?
Estava em frente à delegacia quando Juliana parou ao meu lado. Ela ainda parecia toda fechada, mas agora não estava mais usando aquele uniforme. Estava com uma calça surrada, tênis e uma jaqueta de couro.
Eu sorri ao olha-la e ela apenas sorriu um pouco de lado. Parecia um pouco nervosa.
—Aceito sim. Preciso voltar logo para casa, pois a babá do meu filho me ligou falando que ele acordou e disse que só vai voltar a dormir se me ver.
—Então tem um filho?
Caminhamos em direção ao seu carro.
—Sim, ele tem 5 anos e você?
Ela sorri com aquela minha pergunta — Não é algo que pretendo ter no momento.
—Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem?
Neste momento, percebi que havia sido muito invasiva. Ela excitou por um tempo em responder.
—35 anos.
35 anos e será que nunca pensou em ter uma família?
—Aquele homem te enganou bonito, hein? —Mudou de assunto e entramos no carro.
—Sim, bem bonito... Achava que era um homem de respeito.
—Eles normalmente fazem assim mesmo fingem ser de respeito, mas só querem mesmo é levar as mulheres bobinhas para a cama.
Isso era para me sentir ofendida, mas não estava. Juliana estava certa, ele me enganou. Dava para mim desconfiar disso tudo, mas preferi achar que Sérgio era o homem perfeito.
O percurso até meu prédio foi feito sobre um clima agradável. Quando ela estacionou o carro em frente ao meu prédio. Eu fiquei com muita vontade de pedir o número dela, mas recuei, era melhor deixar tudo como estava. Juliana não parecia ser uma mulher afim de relacionamentos. Eu estava achando isso no momento, talvez estivesse enganada.
Me despedi apenas com um “obrigada pela carona” desci do carro e andei em direção a entrada do prédio. Notei que ela ficou um tempo olhando para mim. Talvez isso fosse um bom sinal.
Quando cheguei ao meu apartamento, fui direto para o quarto do meu filho. Ele já havia voltado a adormecer. Essa minha cria ao mesmo tempo que me dava trabalho, eu amava muito.
Dispensei a babá e me deitei ao lado do meu filho Hugo na cama. Seu cabelos eram cacheados, passei a minha mão sobre eles. E dei um beijo na testa dele em seguida.
—Mamãe, te ama muito.
Adormeci em seguida, estava muito cansada e com muitas coisas em minha cabeça.
De manhã, eu acordei bem cedo. Fui para a sala e Matilde já tinha posto meu café na mesa. Enquanto ingeria o meu desjejum, senti uns bracinhos pequenos me abraçando por trás da cadeira.
— Mamãe!
Era Hugo, meu filho.
— Oh... meu príncipe, acordou cedo.
— Sim, estava com saudade da senhora.
Se sentou em meu colo.
— Também estava com saudade de você, mas volta para a cama. Ainda está muito cedo.
— Oh, Fabiana, esse daí não volta para cama mais não — Eunice, a babá, falou. Mesmo trabalhando para mim, éramos muito amigas.
Eu sorri para o meu filho. Não tinha muito tempo para ficar com ele, mas resolvi passear com ele a tarde no shopping, logo após voltar do trabalho.
O período na loja foi bem corrido, mas fiquei boa parte do tempo pensando em Juliana. De alguma forma ela havia chamado muito a minha atenção. Quando jovem, eu havia me relacionado com algumas garotas, contudo nada muito sério. Era apenas uns beijinhos e algumas vezes chegava a algo a mais.
Quando consegui organizar tudo na loja, voltei para casa e pude almoçar com meu filho. Ele estava no período de férias, então ficava quase o dia todo brincando. Tadinha da Eunice, tinha que ficar o tempo todo atrás dele.
Já as 15:00 horas quando levei o Hugo ao shopping com a Eunice junto, pois sabia que iria precisar da ajuda dela.
Hugo, como sempre, queria todos os brinquedos que tinha lá e também queria comer de tudo.
A todo momento, eu tinha que dizer a ele que já tinha brinquedos demais e que ele poderia passar mal com o tanto de besteiras que ele queria comer.
Por ironia do destino e para a minha felicidade, eu me encontrei com Juliana lá. Estava de folga.
—Então esse é seu filho?
Encarou Hugo que estava segurando uma das minhas mãos.
— Sim, meu filho.
Olhei toda boba para meu filhote.
— Ele se parece com você.
— Talvez um pouco... Filho, fale com ela. É uma amiga da mamãe.
Meu filho ficou um pouco tímido.
— Oi!
Ela sorriu e se abaixou.
— Você é um garoto muito lindo.
Nesse momento, Hugo sorri. Conheço o meu filho. É igual a mãe, não pode ouvir um elogio que já fica todo solto.
— Você também é linda... Esse cabelo combina com você.
Juliana ficou de pé e um pouco sem jeito. Será que ela não era acostumada a ouvir elogios? Mas ela era tão linda.
Resolvemos passear pelo shopping. Fiquei muito feliz com a companhia daquela mulher. Ela era encantadora com aquele jeito maroto de ser. Sua feição estava mais leve. Não parecia aquela mulher toda séria que tinha conhecido na noite anterior.
— Como vai com o Armando ou Sérgio? — Ela me perguntou e até estranhei a pergunta — Tipo, ele te procurou?
Estávamos sentadas tomando um sorvete. Hugo estava com Eunice andando pelo shopping.
—Nem me lembro dele.
—Não?
—Não, me esqueci totalmente daquele traste.
—Isso é bom.
Ela abaixou o seu campo de visão. Parecia estar pensativa e eu fiquei ansiosa.
— Você é solteira, Juliana?
Eu sou cara de pau mesmo. Queria saber se eu tinha chance oras.
Ela me olhou um tanto surpresa.
—Sou sim!
—Acho que porque quer, não é mesmo?
O seu sorriso foi contagiante nesse momento.
— Ah... Ultimamente está sendo difícil achar alguém que queira um relacionamento sério. Costumam dar mais valor a uma noite de sex*, do que passar uma parte da vida ao lado de alguém especial.
— É, você está certa.
Estranhei aquele jeito dela. Será que só tinha cara de durona mesmo?
— Acho que preciso ir, Fabiana — Ela olhou para a tela de seu celular e se levantou.
— Não tem como você passar o seu número. A gente pode se encontrar em outro momento.
Eu encarei aqueles olhos dela e reparei em cada detalhe de seu rosto. Seus lábios eram finos. Delicados, senti vontade de mordê-los.
—Claro — Ela me passou o seu número e se despediu de mim, me dando um beijo no rosto. Devolvi aquele gesto, mas beijando o cantinho de sua boca. Ela ficou sem graça e eu louca para beijar aquela mulher.
Fim do capítulo
Olá,
o que acharam do primeiro capítulo?
Espero que tenham gostado.
Vou postar os capítulos aos sábados.
Beijinhos^^
Van^^
Comentar este capítulo:
Brescia
Em: 03/10/2019
Boa noite mocinha.
Nada como um bom barraco para conhecer alguém especial, rs. Gostei de como o destino sorriu para a Fabi e a fez encontrar a dona dos seus pensamentos.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Olá,
Esse primeiro capítulo, ao escrever, me causou muitas crises de riso. Eu sempre começo uma história sem ter muita ideia do que vai acontecer... No que vou escrevendo é que vou pensando no que fazer. E esse barraco foi algo interessante para mim. kkkk
A Fabiana se interessou logo pela Ju, e vai lutar para conquistá-la.
Muito obrigada pelo seu comentário!
Beijinhos^^
Van^^
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