Capítulo 1
Elisabeth se encontrava andando pela feira de seu condado, nem sempre foi condessa a vida lhe pregava peças: um casamento arranjado com um homem que já tinha outro amor, riquezas que nunca pediu, a necessidade de um filho que nunca teve e um desejo já compreendido juntamente com seu falecido consorte, ele se encantava por homens e ela por mulheres, o casamento veio bem a calhar: por fora um casal de devotos que oravam para que Deus lhes concedesse um filho, por dentro duas pessoas com seus desejos pessoais sem a mínima vontade de dividir a cama, ele morreu cedo deixando a esposa jovem, sem filhos e rica, com uma fila de nobres desinteressantes atrás da mesma.
Seu marido havia falecido agora as terras, o dinheiro e os bens a ela enfim pertenciam, visto que sempre foi ela quem cuidou de tudo com mãos de ferro, os funcionários a respeitavam e a morte de seu marido não mudou em nada a reverencia que tinham por ela.
Um barulho a faz voltar a realidade; maças para todo lado e uma jovem com roupas de camponesa tentando pega-las, Elisabeth se abaixa pegando as que haviam rolado para perto de seus pés ao se levantar fica estática tamanha a beleza em sua frente, o rosto fino, os olhos grandes e brilhantes, os cabelos castanhos em contraste com a pele extremamente clara.
- Desculpe-me senhora, a caixa estava frágil acabou quebrando.
A bela moça a sua frente fala retirando Elisabeth de seu transe.
- Tudo bem, aqui estão elas. Me desculpe, mas você é nova? Sempre venho a feira saber como está a produtividade das terras e nunca te vi. Pergunta curiosamente Elisabeth, mas sem perder sua postura.
- Sim senhora, minha família se mudou a pouco tempo, mesmo assim já tivemos uma bela colheita, não é à toa que tem se tornado famosa pela região, uma mulher comandando um condado e fazendo dele o melhor de toda região é incrível.
Elisabeth ainda maravilhada com a moça a sua frente pensa que poderia adorar a companhia daquela moça, não só pela beleza, mas também pela inteligência da mesma há muito tempo não tinha alguém que poderia conversar de igual para igual, com seus funcionários era necessário ser benevolente, mas não ao ponto de deixar que percebam que é capaz de ter fraquezas e com a nobreza e os sacerdotes sempre tinha que se mostrar melhor, sendo uma mulher no comando é necessário ser três vezes melhor do que qualquer homem seria para ser levada a sério.
- Visto que é nova já arrumou emprego ou apenas auxilia seus pais? Senhorita? Elisabeth pergunta.
- Oh desculpe-me não me apresentar, sou Luiza filha de Augusto, ainda não consegui emprego, mas pretendo.
Elizabeth esboça um leve sorriso no canto da boca quase imperceptível a todos, menos a Luiza a sua frente que não conseguia tirar os olhos da boca delicada da mulher a sua frente, Luiza comparava ao desenho de um coração.
- Gostaria que trabalhasse para eu senhorita, como minha dama de companhia. Quem me acompanha dês do casamento já está em idade avançada e sem muita força para puxar o espartilho. Elizabeth oferece o emprego sabendo que era quase irrecusável.
- Claro minha senhora, adoraria. Um arrepio corre pelo corpo de Luiza ao imaginar a mulher a sua frente com as roupas de baixo, para que a ajudasse com o espartilho, nunca havia entendido a atração que sentia por mulheres, apenas deixava de lado.
- Muito bem vá ao castelo Norte, ao entardecer, com seus pais, gostaria de acertar os termos com você perante a eles.
Ao entardecer Luiza estava juntamente com seus pais na sala extensa e extremamente bem decorada com seus pais a espera de Elisabeth.
- Perdão pela demora, nasceu um novo potrinho no celeiro acabei de visita-lo é tão saldável quanto a mãe, mas vamos ao que interessa a todos nessa sala, gostaria que Luiza fosse minha nova dama de companhia.
- Nós agradecemos muito o convite, mas Luiza já está na idade de arrumar um marido e como dama de companhia, morando e cuidando de suas coisas sabemos que será muito difícil, a maioria das damas de companhia termina solteira. Diz o pai de Luiza e a mesma sente repulsa só em pensar de ter que pertencer a um homem.
- O salário é extremamente bom, Luiza participará das festas da nobreza, recebera uma boa educação, todas as roupas e necessidades serão dadas e não descontadas do salário, ela poderá ajuda-los, guardar dinheiro para o enxoval e ainda arrumar um pretendente nobre elevando o status da sua família, não vejo problema algum que minhas damas de companhia se casem. Diz Elisabeth mesmo contrariada gostaria realmente de ajudar a moça, arrumar uma amiga e quem sabe um amor.
- Pois bem a senhora nos convenceu, Luiza começa quando? Pergunta o pai da moça que foi convencido quando Elisabeth falo “Pretendente nobre”.
- Amanhã neste mesmo horário, assim durante a manhã pode ir à igreja, cuidarei da remoção da minha antiga dama para a casa que ela habitara a partir de agora e pedirei que deixem tudo pronto para a senhorita Luiza.
***
Após a missa sempre foi costume Elisabeth conversar com o sacerdote local ele lhe passava relatórios do estado da igreja no momento e ela lhe dava uma gorda doação.
- Padre o que me diz sobre o estado da igreja neste momento? Pergunta Elizabeth
- Minha filha a igreja agora instaurou um tribunal, que julga bruxas e hereges. Diz o padre demonstrando medo em seus olhos.
- Achei que este fosse apenas para alguns casos se estendeu para todo o domínio?
- Infelizmente sim nosso reino esta empesteados de bruxas e hereges precisamos combate-los.
- Claro padre a igreja sempre em primeiro, o que seria nossa existência sem Deus. Elisabeth já estava acostumada a fingir ser o que não era.
- Minha filha cuidado com seus livros, sei que cultiva conhecimentos diversos, portanto esconda-os até os livros de filósofos antigos estão sendo motivo para acusações.
- Oh sim padre, cuidarei deles, muitos são lembranças de meu falecido marido, quanta saudade sinto dele. Elisabeth deixa uma lagrima escorrer de sus olhos, evitando assim a conversa sobre arrumar um marido que o padre começaria a seguir.
- Padre sinto que necessito ir, mas minhas doações serão em dobro hoje. Elisabeth diz pede a benção do padre e se retira para sua casa, onde esperava ansiosamente a chegada de Luiza.
Luiza chega à casa da Mulher mais velha e logo e recebida pela mesma.
- Bem-vinda Luiza, vou te apresentar a casa e te explicar seus afazeres.
- Sim senhora. Luiza escuta atentamente tudo que Elisabeth lhe explicava, onde se localizava a cozinha, a sala, o escritório, os horários das alimentações e por fim seu quarto que ficaria em frente ao de Elisabeth.
Luiza se encontra encantada, aquele quaro era do tamanho de sua casa, aliás muito maior que ela, a cama tão macia.
- Obrigada senhora. Luiza diz profundamente agradecida.
- Por último um pedido, me chame de Liza ou Elisabeth, deixe o senhora para fora desta casa, te contratei não só por que precisava de uma dama de companhia, mas também de uma amiga.
-Então pode de chamar de Lui, parece masculino, mas é assim que minha família e amigos me chamam.
- Obrigada Lui. Elisabeth sente uma sensação de acolhimento nunca sentida antes, se inicialmente sua ideia era tomar para si aquela moça agora o que tinha era um sentimento de proteção, de cuidado que nunca havia sentido antes.
- Vou te deixar a sós para arrumar suas coisas, logo mais a comida estará pronta e depois me ajudará no banho e a troca, amanhã vamos ao corte e costura precisará de um guarda-roupa a altura. Elisabeth se retira deixando Luiza afundada em seus pensamentos.
Já estava acostumada as mudanças da vida, mas Elisabeth a surpreendeu ela era linda, os cabelos pretos presos, as roupas sempre escuras contrastando com sua pele e aqueles olhos verdes, agora estava na mesma casa a poucos paços daquela mulher.
Fim do capítulo
Espero que gostem :D
Comentar este capítulo:
Renata Cassia
Em: 16/09/2019
Quando terá mais capítulos? Já estou na expectativa ;)
Resposta do autor:
Pode criar expectativa, vou tentar escrever o mais rápido possivel.
Obrigada por ler :D
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