Empurrei Ashley com força, minhas costelas protestaram e a onda de dor quente, me atingiu em cheio, fazendo-me perder o fôlego.

Ela tentou se aproximar de novo. Ergui a mão num gesto de "pare".

- Que merd* você está fazendo aqui?- Rilhei os dentes.

- Eles são meus amigos também.- Respondeu com seu melhor sorriso cínico.

Eu queria tanto socar a cara dela.

- Quis dizer aqui! O que te faz pensar que eu, ao menos queira respirar o mesmo oxigênio que você!?- Apoiei as costas no meu carro. A dor tingia tudo de vermelho.Fechei os olhos e respirei devagar. Um, dois, respira, um, dois...

- Quanta grosseria Phie. Não vejo necessidade disso..

- Não ouse me chamar assim Ashley!- Mordi o lábio com força até sentir o gosto de sangue. Eu não ia chorar. Não ali.

Minha cabeça rodava. Meu corpo estava tomado pela dor. Meus sentimentos estavam confusos. Eu sentia oque? Era raiva? Tristeza? 

- Qual é o seu problema!?- Tentei desfazer o nó em minha garganta.- Wendy sabe que você está aqui!?

Ela revirou os olhos.

- Wendy está tão bêbada, que não lembra o próprio nome.- Ela chegou mais perto e me prensou no carro. Soltei um grunhido de dor. Tentei socá-la mas o latejar em minhas costelas, reduzia minha força e a minha capacidade de pensar. Ashley agarrou meu braço, prendendo-o acima da minha cabeça. A pontada se espalhou.

- Sai de perto de mim.- Grunhi trincando os dentes.

- E se eu não quiser?- Sussurrou em meu ouvido.

Um arrepio involuntário correu pela minha barriga. Olhei dentro dos seus olhos escuros, amendoados. Eram os mesmo olhos, que eu amei, que eu confiei. Os mesmos que me traíram e sugaram tudo o que havia de bom em mim. Não havia mais calor neles. Eu não me sentia segura, ou em casa. Sentia raiva. Sentia decepção. Meu coração estava acelerado.

- Sai, por favor.- Supliquei com a voz fraca.

Ela roçou os lábios de leve em meu pescoço. Mordi a boca com mais força,  reprimindo um gemido involuntário. Mesmo meu cérebro não querendo,meu corpo apreciou o gesto. Senti mais raiva ainda. Comprimi os lábios caso ela tentasse me beijar, e antes que ela pudesse sequer pensar em fazer isso, algo à atingiu com força tirando-a de cima de mim. Permaneci encostada no carro, atônita demais para sequer imaginar o que havia acontecido.

- Phie você está bem? Amor, fala comigo.- Piper estava ao meu lado, com um pé descalço. Estava preocupada, mas seus olhos tinham um brilho triunfante.

Eu estava em choque. Não conseguia assimilar tudo o que estava acontecendo.

Ashley voltou gritando algo que não entendi. Piper se postou à minha frente para enfrentá-la, também gritando. Eu, uma policial, sendo protegida pela namorada. A palavra inútil não definia como eu estava me sentindo.

- Não chegue perto dela nunca mais, entendeu?- Rosnou Piper.

Ashley deu uma risada debochada.

- E você, uma indiazinha de meio metro vai fazer o quê hein? Me atacar com um salto alto de novo?- Provocou.

Foi tudo muito rápido.

Em um momento Piper estava do meu lado. No outro sua mão passou como um raio atingindo Ashley no rosto. Antes que ela pudesse sequer cogitar se defender, Piper chutou-a na barriga fazendo-a cair de costas no chão frio. Eu pisquei e Piper estava montanda em cima dela, um dos joelhos comprimindo sua garganta.

- Nunca mais, entendeu?- Repetiu com a voz calma, porém ameaçadora. Levantou, tirou a franja do rosto e me abraçou devagar.

- Tudo bem, vamos embora agora ok?- Murmurou no meu pescoço. Apenas sacudi a cabeça. Deixei-a me me colocar no banco do carona e passar o cinto em mim. Sentou no banco do motorista e deu a partida começando à manobrar o carro. Quando estávamos saindo, ouvi Léo gritar:

- PUTZ EU GRAVEI TUDO! FALEI QUE ESSA FESTA SERIA DEMAIS!

Mesmo contrariada eu sorri.

- Como está se sentindo?- De muito longe, a voz de Piper me trouxe à realidade.

Suspirei.

- Com uma puta vontade de, me jogar desse carro.- Ainda não conseguia encará-la. Ela ficou em silêncio. Senti que estava faltando algo, realmente estava muito calmo ali. Deuses!

- Esquecemos Dante e Rapha!- Exclamei.

Ela riu.

- Date estava acalmando a irmã dele, uma punk meio esquisita, que estava gritando que iria matar uma tal de Ashley.- Franziu a testa. Me encolhi ao ouvir o nome dela.- E Raphael estava dançando com uma cueca de peixinhos azul, em cima da mesa de sinuca. Léo gravou tudo. Foi hilário.- Ela riu desgostosa. Parou no sinal vermelho e se virou para me olhar.

- Lamento ter feito você ter ido. Não imaginava que isso poderia acontecer.

Eu sim, pensei, mas apenas assenti.

- Eu preciso beber- Murmurei, mais para mim mesma. 

Ela sorriu andando com o carro novamente.

- Conheço um lugar ótimo.

Ela fez o desvio, entrou na quinta avenida e virou à direita. Paramos em frente ao Sun. Piper deixou o carro em ponto morto e saiu fechando a porta em silêncio. Vi ela passar pelo segurança e desaparecer porta adentro.

Respirei fundo ignorando a dor, e encostei a cabeça no vidro gelado. A sensação era boa.

Ainda estava abalada e envergonhada pelo que, havia acabado de acontecer. Em outras circunstâncias ela não teria me, dominado tão facilmente. O que ela teria feito se Piper não tivesse intervindo? Me estupraria? Me bateria? Vindo de Ashley eu não duvidaria de nenhuma das duas hipóteses. Ela costumava ficar bem agressiva quando não tinha o que queria.

O que mais me preocupava, era não saber o que Piper estava pensando. Será que para ela eu era uma puta? Deuses, eu estou um caco. Tudo estava tão confuso! Porque ela tinha que aparecer?

A porta do motorista foi aberta, dei um pulo.

- Vem, vamos tomar um pouco de ar fresco- Piper me chamou. Desafivelei o cinto e saí. Sentamos no capô do meu carro.

- Dois engradados?- Perguntei.- Você vai dirigir mocinha.

- Eu vou tomar apenas uma. O resto é seu- Falou rindo. Abriu duas garrafas e me entrehou uma. Acendi um cigarro. Ficamos em silêncio por um tempo,ouvindo o farfalhar das àrvores. Era um bom som de se ouvir.

- O que aconteceu hoje?- Perguntou.

Bebi um gole antes de responder.

- Ela era a pessoa sobre a qual eu te disse.

Ela fez um "ah" baixinho.

- O que exatamente aconteceu entre vocês?

Pensei um pouco antes de responder. Era bem complexo. Tudo? Nada? 

- O nome dela é Ashley- Engasguei ao dizer o nome. Pigarreei para desfazer o nó em minha garganta.- Nos conhecemos quando tínhamos 14 anos. Frequentávamos um acampamento de verão, junto com Dante e o resto do pessoal. Acontece que ela foi minha primeira namorada, e continuamos juntas até dois anos atrás. Ficamos noivas. Íamos nos casar.

" Naquela época, eu trabalhava mais. Precisava ser promovida- Continuei. Era difícil parar de falar quando se começa. As palavras saíam aos tropeços, com pressa de serem ditas, com medo de serem abafadas mais uma vez.- Não parava muito em casa. Ela é professora de história em uma faculdade e, me traiu com uma de suas alunas. Wendy. Irmã do Dante. Minha ex melhor amiga."

Existe "ex melhor amiga?" agora sim.

Piper permaneceu em silêncio. Bebeu um pouco mais antes de responder:

- Ainda a ama? Sente algo por ela?

Suspirei.

- Não e sim. Não à amo,mas sinto algo sim. Sinto raiva, decepção. Eu confiei nela Pipes, e ela destruiu tudo o que havia de bom em mim. Ela levou tudo.- Mordi o lábio, reprimindo a vontade de chorar.

- Isso não é verdade Phie. Ao menos não mais. 

Olhei-a confusa.

- Não? Me sinto um lixo a maior parte do tempo.

- Sem motivos. Você está feliz agora?

- Sim estou. Mais do que quando estávamos juntas.- Respondi sincera. Um sorriso brincou em seus lábios. Ela aproximou seu rosto do meu tocando nossos narizes.

- Eu sou louca por você Sophie Smith. Eu amo você.

Olhei para seus olhos caleidoscópicos e não pude deixar de sorrir.

- Eu amo você, Piper Moore. Essa é a única certeza que eu tenho.- Sussurrei.

Ela mordeu meu lábio devagar antes de nos entregarmos à um beijo, doce, lento. Ela pediu passagem com a língua, enquanto enlaçava os dedos nos meus cabelos e os puxava devagar. Um gemido morreu em seus lábios. Minhas mãos passearam por suas costas, cabelo,rosto. Queria tocar cada parte dela, gravá-la em minha memória para sempre. Ela separou o beijo e me olhou nos olhos.

- Vamos entrar, está ficando frio- Sorriu maliciosa.

Entramos no banco de trás, e ela me deitou delicadamente. Sentou em cima de mim, tomando cuidado com as minhas costelas, começou à rebol*r devagar enquanto tirava a blusa. Minha boca salivou ao ver aqueles pares de seios enormes. Deslizei as mãos, apertando suas coxas, costas até chegar em seus peitos. Levantei seu sutiã, e comecei à brincar com seu mamilo. Sua boca passou por meu pescoço, até minha orelha soltando um gemido abafado, causando arrepios. Suas mãos desabotoaram minha calça, e entraram sorrateiras por minha calcinha. Ela sorriu, ao perceber o quão molhada eu estava. Começou à brincar com meu clítoris, tirando uma série de gemidos, penetrou minha entrada até o fundo fazendo-me derreter. Ela penetrava devagar, me levando à loucura, eu queria mais. Precisava de mais. Agarrei suas costas trazendo-a para mais perto, ignorando a pontada quente em meu abdômen.

Meu celular começou à tocar.

Grace.

Ela parou com os movimentos, mas não retirou os dedos. Sorria.

- Atende- Sussurrou.

Atendi.

- O que você quer empata foda?- Falei tentando controlar a voz. Ela enfiou os dedos mais fundo. Mordi a boca reprimindo um gemido.

- Desculpa cara, Luke acabou de ligar- A voz dele estava mole.- Reunião agora. Importante.

- Cara são 2 da manhã, e eu to morrendo lembra?- Piper tirou e colocou, enterrando até o fundo de novo. Gemi baixinho.

-Ele quer todo mundo. Droga eu to muito bebaso- Começou à rir.

- Bebaso?- A boca de Piper estava descendo pela minha barriga. As mãos descendo minha calça devagar.

- Merda, vou begar uma carona até a delegacia. Espero você lá- Ele riu de novo e desligou.

Minha calça estava nos joelhos.

- Aonde paramos?- Sussurrou na minha calcinha. Abaixou-a devagar com os dentes. Mordeu meu monte vênus, e passou a língua em toda a extensão parando em meu clítoris. Soltei um gemido alto.

- Aonde você quiser- Arfei, agarrando seus cabelos, e pressionando sua cabeça na minha intimidade.

Fim do capítulo