Contém cenas não recomendadas para menores de 18 anos etc etc
Tudo certo para dar errado
Mãos macias abraçaram minha cintura. Senti seu hálito quente na minha nuca.
Fechei os olhos e sorri.
— Achei que estaria com fome. – Falou baixinho.
Senti seu coração retumbando nas minhas costas. Permaneci sorrindo, deliciada pela reação tão familiar à minha. Fechei os olhos, sentindo seu coração dançar no mesmo ritmo que o meu antes de responder.
— Depende da fome – Sorri maliciosa.
Virei e toquei de leve seus lábios nos meus.
Ela segurava um saco com cheeseburguers embaixo do braço e duas Cocas em um suporte.
Meu coração se derreteu.
Ela se importou com o fato de eu não ter comido de manhã, e veio ao trabalho me trazer? Deuses, quem é essa garota?
— Deixa eu te ajudar – Falei pegando o saco da sua mão .– Vamos comer em casa, já fui liberada.
— Com toda a certeza – Respondeu sorrindo.
Entramos no meu carro e dei a partida.
— Certo, minha vez – Falei girando a garrafa. Eu perguntava. Bingo!
— Por que decidiu não ser atriz?
Ela pensou um pouco.
Depois que chegamos em casa, comemos vendo um filme, e passamos o dia na cama conversando sobre tudo. Eu me sentia bem, de uma maneira que, ouso dizer, nunca me senti antes. Quando o segundo filme acabou, Piper teve a idéia de brincarmos de verdade ou desafio, mas apenas valendo verdade. A cada resposta verdadeira, virávamos um shot de tequila. A cada recusa à uma resposta, tirávamos uma peça de roupa. Estávamos vestidas ainda, porém bêbadas.
— Não quis porque... Bom, meus pais nunca têm tempo para mim ou para qualquer coisa. É bem solitário e uma loucura também. Não quero ter o mesmo futuro ou dar isso para os meus filhos. Gosto de ajudar as pessoas e odeio chamar atenção. E amo os animais também. – Ela deu de ombros. Fez um shot e virou.
— Nada de sal e limão? – Perguntei espantada. José Cuervo é bem forte.
— Não tô sentindo mais o gosto de nada – Respondeu com a voz embargada. – Minha vez – Girou a garrafa. Ela fazia a pergunta.
— Por que virou detetive?
Virei a dose antes de responder. Fiz uma careta.
— Sempre gostei de C.S.I- Dei de ombros.
Ela revirou os olhos me fazendo rir.
- Tô falando sério Phie, tipo, é um emprego super legal mas... Gente morta?
Não pude evitar a gargalhada que eu soltei, estava bêbada, e ela também. O jeito que disse soou hilário, ainda mais com a careta.
Pensei um pouco e decidi pela verdade.
- Eu... Só, acho que muitas coisas ruins acontecem com pessoas boas o tempo todo. E seria um erro se, não trouxermos justiça aos que já foram. Acho que... É um jeito de ajudarmos as famílias entende? De certa forma, acho que é algo bom.
Ela sorriu assentindo.
Girei a garrafa. Eu perguntava.
— Você é vegana?
— Sou – Ela riu – Vou ser veterinária, não quero um cemitério animal dentro de mim. – Virou uma dose.
— Você comeu cheeseburguer – Falei rindo.
— Eram de tofu! – Protestou – Passa a garrafa.
Girou de novo. Ela perguntava. Deu aquele seu sorriso torto que emanava malícia.
Epa.
— Com quantas pessoas você já gozou? – Perguntou me olhando com uma cara bem sexy.
Senti o rosto queimar, pegar fogo. Eu daria um bom cosplay de beterraba radioativa naquele momento.
Só havia trans*do com duas pessoas na vida: Ashley e Piper. Por mais que tenha amado Ashley, ela nunca conseguiu me levar ao orgasmo. Quando ela goz*va, o sex* acabava. A primeira e única pessoa que fez eu me sentir assim foi Piper.
Constrangida demais para responder tirei minha blusa.
Ela sorriu mordendo os lábios, ao ver meus seios dentro do sutiã de renda.
Rodou a garrafa. Caiu em mim de novo. Ela mordeu os lábios.
— Você se masturba? – Perguntou inocentemente.
Nesta hora já estava entrando em combustão. Em silêncio tirei os shorts, ficando com uma lingerie preta.
Piper deixou a garrafa no chão e sentou no meu colo, se encaixando de frente para mim. Um arrepio percorreu minha espinha.
Ela colocou uma mão dentro do meu sutiã e apertou meu peito devagar. Um gemido baixo escapou da minha boca. Seus lábios percorreram meu pescoço até meu ouvido. Mordeu minha orelha de leve e sussurrou:
— Está molhada, Sophie?
Ela sabia que eu não responderia. Arrancou meu sutiã. Olhou por um momento meus peitos nus, passando a língua pelos lábios antes de lamber meu mamilo, e ch*pá-lo devagar. Gemi baixinho de olhos fechados sentindo seu toque me enlouquecer cada vez mais. Ela rebolou no meu colo, ainda me ch*pando arrancando uma série de gemidos desesperados de mim. Ela parou, olhou-me nos olhos e soltou:
— Quer que eu te foda, Phie?
Os dias viraram semanas. As semanas viraram meses. Os melhores dias de minha existência? Sim, já tive uma quantidade consider´vel de dias ruins para reconhecer o quanto minha vida estava ótima no momento. A ferida em meu coração estava sendo cicatrizada aos poucos. Mal pensava em tudo o que havia acontecido e a culpa não mais me atormentava, muito menos a dor.
Não tive culpa. Ela sim. Ela fez uma escolha.
Ponto final.
Dizem que as coisas dão muito errado antes de darem certo. Comigo foi assim.
Estava sentada dentro do meu carro, perdida em pensamentos. Inconscientemente acendi um cigarro enquanto Dante observava o bar com um binóculo.
— O que estamos mesmo procurando? – Perguntou enquanto aumentava o zoom. Dei um pulo.
— Você me assustou, Grace!
— Sai do mundo Piper e me responde.
Revirei os olhos.
— Um cara alto e forte, cabelos pretos, moreno, casa dos 30. Eric. Quero saber quando é o próximo carregamento. Se o pegarmos com a mão na massa damos mais um passo.
— Damos um passo – Me corrigiu. – Já fazem dois meses e nada.
— Você sabe que somos um eterno gato e rato com esses caras.
Ele bufou irritado largando o binóculo.
— Não consigo ver nada daqui. Eles estão nos fundos.
Mexi no bolso da calça, e retirei um pequeno aparelho colocando-o no ouvido. Aumentei o volume.
— Dyllan? Tá me ouvindo? – Perguntei.
Segundos depois a voz veio.
— Sophie, tô na escuta.
Dyllan e seu irmão Daniel, eram os melhores hackers do departamento. Eles podiam fazer de tudo com computadores, ou seja lá o que fosse. Podiam entrar em qualquer sistema de navegação ou então enviar um zilhão de fotos ridículas do celular de qualquer um para algum outdoor da Times Square. Eles haviam conseguido puxar o sinal, de um dos celulares do bar, tendo acesso à todas as câmeras do lugar. Como fizeram isso? Não tenho a mínima ideia e realmente prefiro não saber.
— Certo, o que está acontecendo?
Ouvi o barulho do teclado do outro lado da linha.
— Eles saíram da área para clientes, mesmo estando vazio. Estão em uma sala privativa eu acho, caraca, olha aquela mesa de sinuca!
— Aposto 5 pratas que eu roubaria ela sem ninguém ver – Ouvi seu irmão dizer.
— Concentrem-se! Vocês são policiais, foco! – retorqui. Dante riu.
— Desculpa, Sophie– Respondeu, mas sua voz não beirava nada à arrependimento. – Tem um cara de sobretudo, e um chapéu coco preto, não combina nenhum pouco. Deixa eu dar um zoom, droga, ele ta usando óculos escuros, desgraçado. Acho que ele está dando ordens, parece uma reunião.
— Quantos são? – Perguntei tragando o cigarro.
— Contando com ele e Eric? Seis. Todos armados.
Meu primeiro plano foi por água abaixo.
— Certo e...
— Caramba! Uau, isso é muito maneiro. Eric se levantou. Parece nervoso. Eles estão discutindo. O de sobretudo empurrou ele na cadeira de novo. Eita, ele levantou e sentou um bom gancho de direita no cara. Essa doeu até em mim. A coisa tá ficando feia! Agora dois dos outros caras seguraram Eric. Putz, o de sobretudo tá apontando uma arma pra ele!
— Dyllan! Mande reforços! Esse cara é o Hermes! Vamos invadir.
— Tá ficando louca!? Era pra ser uma missão de reconhecimento! – Gritou Dante.
— Nós temos que...
— Phie! – Dan me passou o binóculo. Dois dos caras fortes e armados saíram para fora do bar e se posicionaram na porta de braços cruzados.
— Vai dar merd*– Murmurou ele.
— Daniel? O que tá acontecendo!?
— Merda Sophie! O cara atirou nele. Atirou no Eric! Na testa! Tem sangue e miolos em tudo!
Desgraça.
— Mande reforços! Eu assumo daqui.
Arranquei o fone do ouvido. Tirei a arma da cintura e abri a porta.
— Dan, emite um sinal 12, vou atrás do Hermes. Me dá cobertura.
— Quê!? Não, você tá... SOPHIE!
Eu já tinha saído.
Encostei como quem não quer nada no carro mais próximo do bar, esperando até que Hermes saiu acompanhado pelos cinco brutamontes atrás. Esperei uma batida de coração e saí correndo com a arma em punho.
— Parado! Polícia! – Gritei.
Ele olhou na minha direção e saiu correndo desabalado pelo meio da rua. Apenas dois o acompanharam. Os outros dois apontaram as armas para mim, enquanto eu corria desabalada e me jogava atrás de um carro estacionado.
Os tiros atravessaram os vidros, fazendo chover uma centena de cacos em mim, arranhando meu rosto e meus braços. Senti um pouco de sangue escorrer pela minha testa, mas ignorei. Levantei e saí correndo atrás do alvo, enquanto virava e tentava mirar em um dos dois. Tiros voavam. As poucas pessoas que estavam nas ruas correram para cafeterias e restaurantes para se protegerem.
Consegui uma boa visão e atirei. Um grito atrás de mim, um palavrão e uma dor lancinante no meu braço esquerdo.
Ainda correndo coloquei a mão e senti o sangue se espalhar pelos meus dedos, e descer em uma cascata quente. A adrenalina mascarava a dor maior. Continuei correndo, passando entre carros que buzinavam e motoristas que xingavam.
Olhei para os lados procurado o cara de sobretudo que pelo jeito seria Hermes. Ele havia desaparecido.
Eu deveria mesmo ter olhado para frente.
Uma buzina longa, um grito, e o impacto que me jogou longe.
Senti uma dor insuportável no abdômen, eu não conseguia respirar. Algo comprimia meu peito sugando todo o ar dos meus pulmões. Uma dor quente se espalhava e me arrastava com ela.
Meu rosto estava colado no asfalto gelado, senti algo úmido empapando meu cabelo. O que diabos era aquilo?
Sangue. Meu sangue.
Tentei manter os olhos abertos, mas era tão difícil. Cada vez que eu piscava, quase podia ouvir uma voz sedutora vindo da escuridão me acalmando. Tirando a dor.
Não conseguia ouvir nada do que a pequena aglomeração de gente ao meu redor dizia, apontando para mim. Deuses, eles estavam gritando?
Fechei e abri os olhos.
De muito, muito longe, ouvi a voz de Dante.
— Sophie! – Ele gritava desesperado – Fica comigo! Ei, olha pra mim! Não feche os olhos!
Eu sorri de leve.
Eu tentei.
Tudo ficou escuro.
Fim do capítulo
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Comentar este capítulo:
Maryana
Em: 04/09/2019
Porra Autora !!!
Assim vc me assusta...
Tomara que ela fique bem
E depois de todo esse sacrifício o desgraçado ainda conseguiu fugir
Resposta do autor:
Desculpa pelo susto, juro que depois fica pior, ou não rs
É um maldito mesmo esse cão , vai Sophie quebra a cara dele
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