Talvez Amor por Beck
Capítulo 5
Passado o choque, observo lentamente a ruiva à luz do dia. Linda como uma manhã nevada de natal, sardas salpicavam sua pele, e era possível ver um leve nervosismo ao ver seu peito subindo e descendo acelerado, Roger meu amigo, você daria um belo sogro.
-Se soubesse quem era já teria feito minha proposta ontem a noite.
- Ainda bem que deixei sua boca ocupada, detesto misturar trabalho e diversão. - Ergueu uma sobrancelha atrevida e lançou um sorriso de lado, perfeita.
- Eu acho completamente perfeito misturar os dois. - Disse a olhando da cabeça as pés, corou levemente e sorriu sem jeito.
-Senhorita Duarte, seu pai na linha 1.
Roger empata foda.
Pigarreou sem jeito e atendeu o telefone.
-Oi, papai, hum? Tá bom.
Colocou o telefone no viva voz
-Olá, Jackie, finalmente voltou a suas origens.
-Um bom filho a casa volta, meu amigo, não sabia que você tirava férias.
-Bom, pra isso que temos filhos. - Disse e observei a ruiva a minha frente que ouvia tudo calada. - Enfim, Jackie, o que a traz a minha empresa? Sei que é uma mulher de negócios, não viria aqui para visitar este homem velho.
Sorri tranquilamente.
-Você sabe que eu desapareço temporariamente, mas a saudade aperta. - Ouvi Roger sorrindo. - Mas vim aqui a negócios também, quero fechar uma parceria com você.
-Qual seria o ramo?
-Alimentício e de bebidas também, um restaurante, que tenha comida boa e caseira, bebidas e boa música, além de um espaço para dançar.
Observava a ruiva a minha frente, parecia muito com o pai, agora vejo a semelhança, a feição tranquila, sem demonstrar o que pensa, meu coração estava prestes a sair pela boca, meu sonho estava nas mãos de meu velho amigo Roger e sua filha linda e misteriosa.
-Nataly, o que acha?
Olhei com curiosidade a ruiva, Nataly, que belo nome, combina perfeitamente, mas agora não pensava nisso.
-Pai, acho que apesar de não ser nosso ramo, é um bom negocio, aqui é deficiente desse tipo de coisa, tem muitos bares de sertanejo, forró, mas não tem cultura, eu gostei da ideia.
Mal conseguia controlar meus nervos.
-Bom Jackie e quanto quer de investimento?
-Tenho 20 mil para investir e preciso de mais 20 mil, quero investir no marketing e em música, ofereço 70% a 30%.
-70% a 30%?
-A ideia é minha. - Justifiquei sorrindo
-Que tal 60% a 40%? - Silêncio.
-Certo, Roger, em nome da amizade e da falta de corpo pra sua voz, você parece o Charlie de As panteras... - A ruiva sorriu discretamente.
-Bom, e esse Charlie aqui gosta de dinheiro, Jackie, vamos ganhar dinheiro?
- Com certeza, meu amigo.
- Nataly irá cuidar de tudo, quando eu voltar assinaremos o contrato.
-Ok, obrigada Roger, bom falar com você.
- Quando eu voltar quero um abraço bem apertado e uma garrafa de uísque escocês.
-Tchau, Papai - Disse Nataly desligando.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
- Bom, vou redigir o contrato e conversar com nossa secretaria para que ela cuide do processo todo, vou ficar com seu contato para que aprove os detalhes.
Colocou os óculos de leitura e ficou ainda mais sexy, um fio ruivo insiste em cair sobre seus olhos.
- Certo, aqui está meu cartão. - Entreguei a ela que analisou o pedaço de papel calmamente. - A propósito, não se sente mal em goz*r e nem dizer obrigada?
- Pensei que um beijo agradecido bastaria? - Disse com um sorriso sacana.
-Bom, achei muito pouco, devido ao prazer... indescritível que lhe causei.
Ela sorriu, um sorriso sincero.
- Indescritível? - Ergui uma sobrancelha com um sorriso de lado.- Bom, se eu pagar o almoço se sentiria melhor?
-Muito melhor, estou faminta. - Realmente estava.
Esperei ela terminar as obrigações e fomos a um restaurante próximo a empresa.
-Qual sua história com meu pai?
-Fomos amantes. - Vi seus olhos tremerem e sorri. -Brincadeira. Conheci ele em um bar, bebendo uisque e jogando cartas em uma tarde de sexta feira, tive um dia dificil no trabalho e ele também, algo sobre perder um grande contrato, conversamos muito, sempre gostei de falar com pessoas mais velhas e seu pai é um homem sábio. Desde então viramos amigos, mas ele nunca me disse nada sobre a filha.
- Isso faz tempo?
-Uns 6 ou 7 anos, fui para Itália, mas ainda mantínhamos contato.
- O que foi fazer lá? - Ela é curiosa.
- Sempre quis ir pra lá, estudei culinária, aprendi o idioma, foi bom meu tempo lá.
- Por isso quer abrir o restaurante? Ou já queria fazer isso?
-Sempre quis, só aconteceram coisas que me fizeram adiar-disse lembrando de Bruna- Mas e você onde estava há 6 anos?
- Nova York, estudando Medicina.
- Uma médica empresária, estou impressionada.
- Bom, nem tanto, papai ficou doente e precisei voltar para assumir os negócios.
- E está feliz com isso?
Ela baixou o olhar e tomou um gole de água, bom, ela não estava feliz com isso. A comida chegou.
- Quer bebeu alguma coisa? - Perguntei enquanto observava as pessoas.
- Vou voltar ao escritório.
- Não vai me mostrar a cidade e seus pontos turísticos? - Ela me olhou divertida.
- Você acha que não sei que você quer me levar pra cama?
- Cama, sofá, mesa, onde der.
- Bom, eu não me envolvo com cliente senhorita Silva.
Ergui as mãos em sinal de rendição.
-Ainda não assinei nada. - Ela me olhou com cara de safada. - E por acaso meu apartamento é bem aqui pertinho.
Segurei sua mão e ela ficou me olhando em uma encruzilhada sobre prazer e responsabilidade, puxei ela com calma até que cedesse e dei um beijo demorado, nos separamos e ela chamou um taxi, humm, prazer.
- Eu menti sobre meu apartamento. - Me olhou curiosa - Fica a 30minutos daqui.
Ela revirou os olhos.
-Acho bom valer a pena.
Ah, ruiva, você não vai se arrepender.
Fim do capítulo
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