Gabriela

 Andréia, apressada, despedia-se com brevidade de todos puxando-me pela mão forçando-me a fazer igual: ser rápida nas despedidas!! Assim, falei com todos deixando minha mãe por último.

 

- Gostou da casa figlia? – mamãe perguntando enquanto Andréia distraia-se com o Senhor Matteo – Se não gostar e lá pode ficar conosco na casa destinada a nós...

 

- Mama, amei o lugar – sorri tranquilizando-a – Creio que estou mais que bem instalada! Não se preocupe comigo...

- Gabi? – Andréia chamou ansiosa– Estou exausta, podemos ir?

- Exausta? – perguntei quase estourando na gargalhada, mas me controlando ao vê-la fechar o cenho me fuzilando disfarçadamente – Claro, vamos sim... Beijinhos mama, boa noite!

 

Mal falei com a mãe e Deia deu um beijo cheia de intimidade nesta à guisa de despedida e arrastou-me fazendo entrar no carro partindo rápido.

- Isso tudo é cansaço mesmo?... – falei jocosamente baixinho e sorrindo.

- Gabi – Deia falou olhando-me intensamente – Eu estou exausta de controlar tanto desejo! Você me provocou o jantar todo!

- Eu?!!! - Esbocei um ar de ultrajada! – Você que roçou o pé em minha perna primeiro!

- Foi acidente – Andréia sorriu de lado – Mas enfiar o pé entre minhas coxas enquanto perguntava se o meu sorvete estava derretendo foi o cúmulo da provocação...

 

Gargalhei lembrando como ela pareceu perder o folego quando fiz isso. Ainda gargalhava quando o carro parou bruscamente e Andréia tirou seu cinto virando em minha direção sorrindo.

 

- Sabe que vai pagar por todas essas provocações... – falou inclinando-se em minha direção– Não sabe italiana?

Ela passou a língua em meus lábios fazendo toda resposta que estava na ponta da minha língua cessar... Minha mente embotou e eu não mais pensava coerentemente. Enlacei seu pescoço e a puxei pra mim. O beijo aprofundou-se! Senti as mãos da Andréia massagearem minha cintura, laterais e subirem perigosamente rumo aos meus seios. Perdi o fôlego ao sentir seu toque neles.

 

- Ohhh – gemi perdida nas sensações de suas mãos massageando meus seios – D-Deia...

Minhas mãos acharam seus cabelos e puxei os fios encaracolados de sua nuca. O beijo tornou-se violento, nossas bocas se devoravam...

- V-Vamos entrar ou vou te devorar aqui no carro. – Andreia respirando forte – Vem, vamos comigo.

Ela saltou do carro dando a volta, quando abriu a porta do carona eu já havia me livrado do cinto de segurança e de toda a insegurança que por alguns minutos habitou minha mente sobre fazer ou não fazer sex* com alguém que acabara de encontrar. Liguei o modo dane-se e quando ela me tomou no colo grudei nela em outro beijo louco.

Eu abri a porta com ela me equilibrando no colo, entramos céleres e a morena não titubeou em rumar para o quarto. Fui deixada em pé ao lado da cama, Andréia se afastou e ficou me encarando.

Olhei-a de cima a baixo cheia de tesão... Os bicos dos seios dela estavam eriçados mostrando o quanto estava excitada, respirava ofegantemente. Sorri por dentro feliz por ser a causa daquilo.

 

- Estou te dando tempo pra decidir-se... – Ela disse olhando-me fixamente – Mas não demore porque senão eu tomarei a decisão por você Gabi!

- Decidir-me? – respondi sem entender e querendo tê-la grudada em mim de novo– Sobre?

- Se vai seguir o que começamos mais cedo...

Andei até ela lentamente.

- Essa decisão, de amar você, foi feita quando coloquei os olhos em ti ao descer daquele avião mais cedo – colei o corpo no dela – E você... o que decide?

Os nossos olhos estavam fixos, os dela brilhavam e tenho certeza que os meus também.

A morena não respondeu com palavras e sim com atos!

Senti as suas mãos suspendendo minha blusa, ajudei com entusiasmo e em fração de segundos o sutiã seguiu o destino da primeira peça: o chão.

Andréia inclinou-se em minha frente e fechei os olhos ao sentir sua língua rolar sobre o bico do meu seio esquerdo...

Segurei sua cabeça no intuito de não a deixar sair dali; Não precisava... Andréia estava mais que feliz naquele lugar. Ouvia o barulho excitante que saia de seus lábios que me sugava enlouquecidamente.

Senti enquanto delirava em sua boca que a morena me livrava da saia e calcinha. Senti meu corpo cair pra horizontal na maciez do colchão. Em um átimo Deia estava sobre meu corpo. Derreti inteira sob o peso do delicioso corpo!!

Retirei sua camiseta lançando fora, minhas mãos tremiam enquanto lutava contra o cinto e depois com os botões de seu jeans apertado.

- Ajuda? – implorei sendo logo atendida.

Andreia saltou da cama retirando a maldita calça. Olhei da cama e babei quando ela inclinou-se para tirá-la... Mordi o lábio e ela sorriu ao voltar-se e me pegar em pleno ato. Sensualmente se livrou da tanguinha preta que usava; meu sex* pulsou mais ainda diante da sua nudez total.

Como uma pantera caminhou pra cama e engatinhou nela ficando sobre meu corpo, porém sem encostar-se a mim.

Sua testa colou-se na minha, sua boca invadiu a minha e sua língua travou uma guerra com a minha; nossos gemidos foram enchendo o quarto. Quando não suportei mais a provocação, agarrei-a pela cintura forçando-a a desabar sobre mim.

Quando isso aconteceu o mundo desabou, o céu caiu do firmamento.

- Aaaahhhh – gritei ao sentir seu sex* sobre o meu.

Andréia empurrou minhas pernas e encaixou-se ali. Deu um sorriso safado pra mim e iniciou a dança mais velha do mundo... E eu dancei como nunca! Acompanhei cada bambolear dos seus quadris, minhas unhas fincavam em suas costas... Eu estava louca.

 

-  D-Deia... A-Assiiiimm – minhas mãos estavam em sua cintura agora forçando o acelerar do atrito de nossos sex*s grudados num beijo – E-Eu tou goz*ndoooo!!

 

-Ainda não – Andréia ordenou desgrudando seu clit*ris do meu – Não tão cedo.

- Volta – choraminguei tentando pegá-la de volta – Eu estou com meu sex* pulsando aqui!!! Vem terminar...

- Não! – a mulher perversa falou rindo – Quero que fique de quatro pra mim.

Botei bico contrariada.

- Obedeça e não se arrependerá! – prometeu safadamente resvalando a língua nos lábios – Não quer aliviar logo essa dor que está sentindo aí?

Eu descontrolada querendo o gozo, cedi, virei-me colocando de quatro. Ela rapidamente cobriu-me com seu corpo... Eu tremi ao senti seu sex* molhado roçar em minha bunda... Meus fluidos escorriam pelas minhas coxas, ela com o dedo penetrou-me enquanto lambia minha orelha.

 

- Molhadinha pra mim, ohhhhhhh- gem*u em meu ouvido me arrepiando inteiramente – mexe pra mim Gabi!

Eu não desobedeci, comecei a mexer e cavalgar sobre seus dedos. Quando senti minhas entranhas começarem a ter espasmos e o gozo me invadir; a morena retirou os dedos e enfiou-se entre minhas pernas e enfiando a língua em minha abertura!

 

- Andréiaaaa – gritei goz*ndo ensandecida em sua boca.

A morena não parou e começou agora a sugar meu clit*ris me fazendo mexer cheia de tesão sobre sua boca. No meio da minha loucura vi que ela tocava-se também.

Dei uma virada fazendo um 69 montando meu sex* em sua boca enquanto descia para lamber o seu!

- Nossaaaa – Andréia falou erguendo os quadris de encontro a minha boca que não parava de lamber... sugar – Mais rápido G-Gabiiii!!!

Acelerei as ch*padas em seu clit*ris! Eu alternava lambidas e sugadas fazendo-a gritar de tesão! Estiquei a língua e passeia de cima a baixo, do clit*ris a sua abertura...

Foi o estopim pra o seu gozo...

- Gabi! – ela gritou parando de me lamber.

Enquanto sentia seu gosto em minha boca, g*zei gostoso sobre a dela.

Ai sim o cansaço bateu; derrubei-me de lado na cama saciada! Andréia virou e a senti grudar o corpo no meu numa carinhosa conchinha. As palavras não foram necessárias, virei e encontrei sua boca num selinho. Com suas mãos acariciando meus seios, adormeci feliz e pensando brincalhona:

 

- Que terra maravilhosa em boas vindas essa Bahia...

 

Pietra

Desci para tomar café e surpreendentemente encontrei todos os italianos sentados à mesa.

- Bom dia – falei sorrindo.  Inclinei, dando um selinho em Bianca e tomei o assento ao seu lado – Caíram da cama?

- Fuso horário embananando nosso corpo – Matteo brincalhão – Antonia já brigou com sua cozinheira hoje...

- Mesmo? – gargalhei – Duas mulheres territoriais em seu ambiente de trabalho, posso imaginar que Esmeralda botou bico.

- Botou e me tirou da cozinha– Antonia erguendo o queixo contrariada – Mas eu que fiz o café desta manhã! Ela, por fim sentou-se e aprendeu comigo como preparar um delicioso café.

 

Risonha, comecei a me deliciar com tudo que estava à mesa, era um café matinal típico do nordeste. Bianca, Matteo e até mesmo Antonia se rendeu e provaram do cuscuz de milho e de tapioca. Experimentaram do mugunzá, amaram as variedades de mingaus.

 

- Esmeralda disse que vai me ensinar tudo isso – Antonia comendo mais uma porção do mugunzá – E eu vou torná-la uma exímia cozinheira de massas italianas.

 

- E nós que iremos ganhar com essa troca de informações gastronômicas – Bianca satisfeita limpando os lábios – Pietro, Biela ligou e disse que está vindo com Andréia para irmos conhecer o haras como prometeu ontem.

 

- Ótimo – falei ansiosa – Enquanto as aguardamos, levarei você para ver o resto da casa!

Assim que eu concluí meu desjejum, cumpri minha promessa e fui mostrar todas dependências da casa. Matteo e Antônia foram também, acabamos o tour na casa de hóspedes onde eles ficariam após do casamento.

 

- Perfeita! – Bianca vendo que seu pai ficaria bem acomodado enquanto estivesse no Brasil– Sua irmã pensou em tudo!!

Sorri satisfeita com o elogio.

- Pietra  sempre sonhou em projetar uma casa que tivesse um pouco de cada coisa que ela gosta. – falei – Procurou fazer uma casa ampla com quatro suítes, uma sala de estar, uma de jantar, varanda gourmet, sala de jogos, home theater,  escritório e uma equipadíssima cozinha; Criou um local com conforto e privacidade para ela e seus convidados.

 

Ouvimos uma buzina.

- Andréia e Gabriela! – afirmei – Vamos!

Saímos e encontramos as duas encostadas no carro, Andréia abraçava a italiana por trás e dizia algo no ouvido desta que ficou rubra de embaraço.

 

- Estamos evoluindo aqui, hein? – espicacei piscando pra Andréia – Sua sogra vai amar isso, um dia depois de te conhecer; perceber que você está falando sacanagens no ouvidinho santo da sua filhinha...

 

Gabriela voltou-se rápido pra entrada da casa e afastou-se do corpo da morena. Chegando perto de minha noiva... Gabriela a beijou.

- Oxe!! – Andréia me fuzilando com os olhos – Tu é muito estraga prazeres, viu?

- É louca por mim - gargalhei enquanto chegava perto dela e recebia uma cotovelada no estomago – Oxe! Ai maldita!

Andréia deu um risinho satisfeito com minha dor.

- Vocês parecem duas crianças – Bianca sorrindo – Eu vou trocar de roupa, desço já e vamos ao passeio, vá bene?

- Certo linda! – falei derretida com o sorriso da italianinha que saiu puxando a amiga.

- Uiá! – Déia rindo – Você precisa ver sua cara de pamonha olhando a italianinha...

- Sarta fora! – desviei o olhar que seguia a moça e apaguei o sorriso bobo que grudara em minha cara – Sei disso não! Para de besteira e me diz se tudo está certo

 

- Tudo! – Deia – Estou morta de sono aqui! Podia ter dormido até meio dia depois da noite “cheia” que tive, mas levantei às 08h sem nem fazer amorzinho matinal pra resolver os últimos detalhes com o piloto do helicóptero. Tu tá me devendo mais esta...

 

- Huuum – dei uma futucada em sua cintura com os dedos – Noite “cheia”, é?!!! Conta tudo, rolou na cama com a Gabi, não safada? Detalhes...

 - Eta! – Déia – Detalhes nenhum, só direi que foi: Maravilhosooooooooooo!!!!!! Surreal...

- Ahhh...- fiz cara de pidona – Só alguns detalhes, vai!! Você sempre contou tudo que fazia com as outras... Contava até demais; e agora não quer liberar informações de sua noitecom a Gabriela?! Não tô te entendendo não...

 

Vi Andréia desfiar o olhar pra porta onde a outra passara minutos antes, depois me encarou e falou algo que nunca pensei que ouviria de minha amiga namoradeira.

 

- Ela é diferente! Com Gabi foi muito mais que...

 

- Mais que? – incentivei – fala mulher, nunca te vi assim sem palavras!!!

- Com ela foi mais que sex*!! – declarou minha amiga emocionada – Ela tocou em mim de um jeito que nenhuma jamais conseguiu! Foi surreal a emoção que senti com ela na cama; eu fiquei feliz com cada vez que lhe levei ao orgasmo! Eu fui às nuvens com tudo que ela me fez naquela cama...

- Gente! – falei encarando-a bestificada – Você está caidinha pela moça!!! Que chave de coxa potente ela lhe deu...

Andreia sorriu e balançou concordando.

- Deu... – confessou sonhadora – Já estou sonhando em voltar pra o quarto com ela!

- É, mas só amanhã agora! – falei dando um peteleco em sua orelha – Pode se centrar em nosso plano, essa noite você estará num quarto, mas comigo! E não estará trans*ndo...

 

- Argh!! – Deia revirando os olhos – Deus é mais trans*r contigo!

Encarei-a  gargalhando!

- Posso saber por quê? – perguntei já sabendo a resposta, pois era o mesmo que eu sentia.

- Seria incesto! – Andréia se juntou a minha gargalhada – Ei eu tô com fome a Gabi só come frutas pela manhã!!! Mereço um café reforçado já que vou perder minha noite de prazer com minha gata pra ficar olhando sua cara de mala a noite toda!

Revirei os olhos e a segui pra dentro de casa.

- Enquanto esperamos Bianca você pode comer – falei sorrindo – E me conta mais umas coisinhas de sua cheia noite...

 

Gabriela

Estava difícil não contar tudo que se passou comigo e a morena na noite anterior a minha melhor amiga; já que esta me apertava por detalhes.

- Pode me contar tudo! – Bianca vestindo uma calça – Foi bom?!

- De jeito nenhum! Você acha que vou fazer propaganda do desempenho de Andréia na cama? – falei piscando pra ela safadamente

- Claro! Somos amigas-irmãs! Não vejo motivo pare qualquer negativa a esse respeito. – Exclamou Bianca, fingindo estar ofendida.

- Não?  Vai que você quer roubá-la de mim?!! - brinquei

- Io? – Bianca surpresa – Eu nunca me interessei por meninas...

- O que sempre achei uma pena – Falei provocando-a – Porque te pegava fácil, tu é gostosa demais!

Levei bofetadas nos ombros e caímos na cama gargalhando.

- Agora é serio Biela, foi bom? – Bianca me olhando interessada – Ela é carinhosa, te fez feliz?

- Pra todas as suas indagações tenho como respostas três sonoros: SIM!!! – falei abraçando – Ela foi perfeita!!! Nunca g*zei tantooooooooooo.

 

- Aiiiiiiiiiii Biela, deixa de falar assim! – Bianca ficando rubra de vergonha.

Apoie minha cabeça na mão e de lado a encarei.

- Você será depois de amanhã uma mulher casada – falei rindo – E tem vergonha da palavra GOZAR?!

- Affff! Nem me fala nisso – Bianca deitando de costas na cama e fechando os olhos – Não sei como será essa noite de nupcias...

Preocupada sentei-me na cama.

- Pera – falei séria – Você não acha o Pietro atraente?

- Acho, mas... – Ela me olhou sem jeito e tornou a fechar os olhos constrangida – Só que... Só que eu o acho meio travado no beijo, então já estou imaginando como será o sex* se ele permanecer assim!

- Como travado? – questionei – Abre os olhos e fala, amiga.

- Pietro me confunde, Biela! Ele é atencioso, me trata muito bem, mas quando me beija, sinto ele...como posso explicar... como se não estivesse à vontade! -  Falou baixinho

 

Suspirou e me olhou nos olhos e soltou:

- Acho que ele não fica confortável beijando uma mulher! – soltou – Ele é diferente dos rapazes que já fiquei!! Os homens ficam...

- Ficam? – insisti – Prossiga...

- Ficam excitados! – disse avermelhando de novo – E das vezes que me abraçou e trocamos leves beijos não o senti excitado, e logo se afastava como querendo evitar que eu percebesse que ele não se excitara!! Biela, acho que o sex* não será bom com ele...

- Será que ele é... – sondei a minha amiga – Ele é homossexual?

 

- Não sei... – Bianca sentando-se e calçando um tênis – Ele parece gostar do contato comigo, sempre me abraça, dá suaves beijos... Porém, sempre de forma contida. Isso me deixa insegura pra estar com ele na noite de núpcias. O acho atraente, mas... Sinto que falta algo.

 

- Bianca, falando sério, pois as vezes passo a impressão que estou brincando, mas eu já te disse que acho que o Pietro é gay. Não tenho dúvida que ele gosta de você, pelo jeito que já peguei te admirando. E caso a minha teoria estiver certa, ele deve estar enfrentando uma briga interna. Compreende? – olhei-a firme - Se quiser desistir... – segurei suas mãos – Ainda há tempo!

 

- Biela – Bianca suspirou desalentada – Esse é o melhor caminho, o Otávio não me deixará em paz na Itália! Não quero que ele saiba nunca deste filho... Tenho medo do que ele possa fazer contra papà ou com você ou Antonia! Esse casamento resolverá quase tudo para mim...

 

- Mas você não quer ser feliz com outra pessoa? – questionei ansiosa – Vai ficar presa num casamento onde nem vida sexual satisfatória parece que terá?

 

- Essas coisas se ajeitam! – retrucou Bianca resignada – Pietro é um bom homem; se sexualmente não acontecer nada ou se for insuficiente, ainda restará a amizade... No momento, isso para mim é o bastante.

 

- Mas... – tentei argumentar, mais fui sumariamente interrompida por batidas na porta.

 

Olhamos pra cabeça do Pietro que surgiu pela porta.

 

- Vamos Bianca? – convidou sentindo o clima – Aconteceu alguma coisa? Está se sentindo mal?

 

Ele entrou apressado enlaçando Bianca pela cintura, preocupado.

 

- Não bello, está tudo bem! – sorriu pra ele pegando-lhe a mão – vamos! estávamos apenas conversando sobre o Otávio, por isso meu semblante perturbado.

 

- E por que falavam dele?! – Pietro perguntou num tom incomodado.

 

-Bobagens! – amenizei as coisas sentindo o tom enciumado do rapaz – Vamos logo para esse passeio; mama com certeza deve estar preparando guloseimas pra um piquenique, querem apostar?!

 

- Não iremos apostar, pois seria certa a nossa derrota! – Bianca rindo e melhorando o clima – Vamos logo, estou eufórica pra conhecer o Haras.

 

- Eu também – concordei me animando – Senhor Matteo falou que se sua irmã, realmente quiser sociedade comigo, ele arcará com os custos e eu futuramente irei quitando minha dívida com ele.

 

- Pode ter certeza que Pietra irá acertar contigo – Pietro relaxando – Vamos que a Deia está botando um ovo a estas alturas com nossa demora.

 

- Deixa que eu amanso a fera! – falei metida – Ali a domadora sou eu e cheguei pra ficar.

 

Sai bamboleando os quadris sensualmente pensando no quanto a Andreia me fazia sentir sexy.

 

Andréia

 

As meninas entraram no carro; Gabi sentou-se ao meu lado e me deu um apertão na coxa fazendo meu sangue entrar em ebulição; em resposta inclinei-me lhe dando um beijão. O pigarrear da Bianca e o risinho sacana da Pietra nos interrompeu.

 

-  Andiamo? – Bianca me encarando pelo retrovisor interno.

- Affffff! – falei sem pensar e sem me arrepender por isto, arrastando o carro – Pentelha igual ao par, veja se posso com isso! Oh cunhada, seja chata como ele não, tá?

 

Todas rimos. Durante o trajeto, Pietra falou sobre os projetos que tinha para o haras, eu mostrei a outra parte de nossas terras conforme íamos passando por pontos bonitos.

 

Saltei do carro e peguei a cesta de guloseimas que “minha sogra” me entregara enquanto esperava as meninas.

 

Ouvi as vozes encantadas das italianas com a beleza do lugar.

 

- Nossa!! – Gabi me enlaçando a cintura enquanto admirava todo o local – Isso tudo aqui é lindo e bem cuidado.

- Verdade, tudo muito bem cuidado! – Bianca concordando – Sua irmã realmente está de parabéns, Pietro.

- Ela ficará feliz que tenha gostado disto aqui – Pietra sorrindo contente – Ela é apaixonada por tudo relacionado a este haras. Eu vou falar com um funcionário sobre uma égua que está por parir, vem comigo ou prefere sentar-se e descansar?

- Vou contigo – Bianca entrelaçando-lhe os dedos – Vamos, vamos!!!

 

Fiquei olhando-os conversando enquanto andava um pouco atrás com a Gabi.

 

- Acredito serão felizes... – ouvi Gabi falar.

- Assim espero! – respondi pensativa analisando o comportamento da minha amiga como a italiana; ela estava toda sorrisos para mulher ao seu lado – Assim espero...

- Tulio?! – Pietra entrou no estábulo central indo direto para baia da égua prenha – Como está a minerva?

- Oi dona... – O peão de costas começou a responder sem perceber que havia mais pessoas ali.

 

Rapidamente interrompi sua fala ao ver a palidez que tomava a face da minha amiga.

- Tulio, eu enchi o saco do Pietro para vir logo ver essa égua – falei me colocando de frente pra ele de uma forma que as mulheres atrás não percebessem meus sinais faciais de alerta ao homem – Pietra não pode vir hoje como te afirmou no telefone na semana passada, pois o médico não autorizou!

- Ah – o peão meio sem jeito – Mas seu Pietro pode ajudar, né mesmo patrãozinho?!

- Er... É claro! – Pietra reagindo – Ela está como?

-Tá bem sim senhor... – o peão encabulado de a estar tratando como homem – o veterinário veio semana retrasada e disse que ela estava bem, mas não confio naquele cabra não!! Me desculpe mais acho que a... o senhor devia chamar outro!

- O “outro” já chegou! – Gabriela passando por ele e começando a examinar a égua – Oi mocinha, como está você e o bebê, hein? Deixa-me te verificar?

 

Ficamos encantados com a mudança da escrachada moça diante da paciente; Gabriela examinou Minerva, trocou informações do estado anterior dela com o peão que ficou muito feliz com o desempenho da estrangeira que falava meio “diferente” como depois afirmou.

 

- Ela e o potrinho estão bem – Gabriela afastando-se da baia em nossa companhia – Mas ficarei de olho nela; pode o parto acontecer dentro de mais alguns dias.

- Eu não quero que nada aconteça a este potro – Pietra tensa – Primeiro, porque minha irmã ama esses animais e segundo, foi um cruzamento caro esse; Pietra está melhorando a raça dos seus cavalos e este é filho de um garanhão premiadíssimo!

- Não se preocupe! – Gabi afirmou tranquila – Estarei atenta e farei esse parto ser suave e sem perigo.

- Confiante a mocinha! – brinquei beijando-a.

- E competentíssima minha cara! – ela metida – E o Rio São Francisco, quando conheceremos de perto?

- Logo depois de ver os outros animais – Pietra – Só mais uns 40min e partimos pra o lazer; você olha os outros que vamos visitar?

- Bianca, seu futuro marido está me explorando – Gabi fingindo incomodo quando estava radiante com tudo que via – Eu vou cobrar de você.

- Mas logo de mim – Bianca rindo – Não fiz nada.

- Desculpas pra não mexer no bolso – Gabi falando pra mim – Então você pagará!

- Oxeeeeeeee , minha parceria neste haras é irrisória... Pago nada – botei bico.

 

Neste clima de alegria olhamos tudo o que precisava averiguar e só depois de mias de uma hora partimos para o Rio.

 

- Eu vou montado! – Pietra falou entusiasmada enquanto selava Tufão, seu garanhão – Bianca vai com Gabriela de carro. Deia, pega Tabir pra montar, ele é menos arisco.

- Certo – confirmei montando o cavalo indicado – Quem chegar por ultimo é mulher do padre!

 

Disparei na frente e fui seguida e logo ultrapassada por Pietra, que me fez comer poeira, já que sua montaria superava a minha, anos luz, no quesito velocidade.

 

Lá fizemos um piquenique, eu e Gabi tomamos banho de peças intimas.

Pietra negou por motivos óbvios, porém a alegação é que não queria correr o risco de ficar resfriado no seu casamento. Bianca então resolveu se resguardar do falado resfriado e ficou sentada junto com o “noivo” nos vendo brincar na água.

Duas horas depois começamos a arrumar as coisas.

 

Deixamos a meninas entrando no carro e fomos para nossas montarias.

- É agora ou nunca! – Pietra falou me olhando por sobre o ombro – Meninas vamos apostar uma corrida por uma trilha, vocês seguem no caminho de estrada.  Nos encontramos no Haras.

- Corrida Adréia?! – Gabriela fechou o cenho – Você mal se equilibra nesta cela...

- Oxeeeee, me desmoraliza não gata! – Botei bico – Sei que não monto tão bem quanto Pietro, mas essa corrida vou ganhar!! É uma questão de honra agora.

- Não é melhor vocês virem pela estrada sem correr? – Bianca se mostrando temerosa ao olhar a trilha que pegaríamos – Podem acidentar-se. Deixem de tanta testosterona de machos competitivos e sejam prudentes!!

-  Ei! Testosterona de macho não! Sou muito mulher! -  Bradei – oxe!

 

Gabriela me olhou sorrindo e fazendo o sinal de positivo.

- Pode ficar despreocupada querida – Pietro inclinando-se da sela e aplicando um selinho na italiana – Estamos acostumados a esta trilha cavalgando. Te encontramos lá na frente do estábulo; vamos Deia e fecha a boca pra não engolir mais poeiraaaaa.

 

Com isso ela disparou na frente e eu, jogando beijinhos para as meninas parti cavalgando rápido atrás dela. Quando sumimos de suas vistas, desaceleramos.

- Pronto – felei a Pietra – Este é o ponto, o helicóptero fica logo lá na curva; então dentro de 4 metros você poderá cair.

- Merda – Pietra travando os dentes – Isso vai doer pra zorra.

- Segura na mão de Deus e vai – Falei rindo – Ou isso ou amorzinho sem pinto com a italianinha, que prefere?

-  Andamos! – Pietra falou e iniciou a cavalgada um pouco veloz – Ali na curva é o ponto certo.

 

Fiquei mais atrás e vi quando numa disparada mediana, Pierta saltou a rédea e protegeu a cabeça com os braços enquanto se lançava de lado de cima do garanhão.

O tombo foi forte, saltei e corri preocupada para Pietra que paralisada, estava no chão... O garanhão como prevíamos continuou em disparada para o estábulo o que daria mais veracidade ao “acidente”.

- Pietra! – cheguei lhe tocando – está tudo bem?

- Que coisa! – gem*u deitando-se de costas no chão de barro – Isso dói pra porr*! Acho que luchei o ombro esquerdo...

 

Tentei ver o lugar e fui recebida com um tapa na mão e um urro de dor que me ensurdeceu.

- Aiiiiiii – gemi com os ouvidos doendo – Assim quem vai precisar ser internada sou eu, por tímpanos perfurados. Para de gritar frouxa. Apoie-se em mim, teremos que andar até o local de pouso do helicóptero. Essa altura seu garanhão já chegou sozinho lá prenunciando o desastre. Vou ligar para o piloto e depois para Gabi.

- Se ninguém ia ver a queda, poderia ter fingido, né? – falou irritada.

- Tem que ter veracidade, meu bem! -  Respondi divertida.

 

Após ligar para o piloto que informou chegar em cinco minutos no local combinado, liguei pra Gabi que atendeu no primeiro toque.

- O que aconteceu? – Gabi ansiosa – o garanhão chegou suado e sem o seu cavaleiro, que houve?

- Calma – tentei fingir que estava me controlando mais deixando transparecer pânico – O Pietro sofreu uma queda, o cavalo se assustou com alguma cobra talvez e empinou pegando-o de surpresa...

 

A voz de Bianca entrou na linha em puro desespero.

- Ele está bem?! – Bianca enlouquecida – Me deixa falar com ele, agora!!

 

Passei o telefone.

- C-Calma querida – Pietra se esforçando pra manter a voz grossa em meio a dor no ombro e quadril que a estava matando – Foi só uma queda... Fique tranquila pelo nosso baby!! Andréia já chamou o helicóptero que irá me levar ao hospital, estou bem... Só com dores!

- Estamos indo a caminho dai agora! – Bianca decidida – Vou contigo para o hospital!

- Não precisa, Andreia ligará dando notícias – falei no momento que o barulho do helicóptero se fez anunciar, gemi ao ser ajudada a entrar nele – aiiiiiiiiiiii, já estamos indo.

 

Peguei o celular e terminei de acalmar as italianas as convencendo a esperar nosso contato em casa. Acompanhei em silêncio Pietra gem*r até no hospital.

Lá fomos atendidas por minha prima que já nos esperava. Pietra passou por exames e radiografias no ombro e quadris pra ver se teve ferimentos graves; fomos informadas que nada sério ocorreu, só mesmo dores da pancada que foi grande.

 

Foi colocado um colete na Pietra, que a partir dai estaria diagnosticada com uma fratura vertebral menor, que seria tratada clinicamente, com o colete ortopédico espinhal, que é usado para estabilizar a coluna.

Estaria imobilizada, o que impediria qualquer intimidade com sua esposa por um longo tempo!

- Está feito! – Pietra suspirando aliviada – Nada de lua de mel... Nada de sex*. Estou salva por algum tempo.

- É... – suspirei também - por algum tempo!

 

Meu celular tocou, olhei para Pietra!

- É Bianca – mais um suspiro – Vou desempenhar mais uma vez uma encenação perfeita, digna de Oscar!

 

Atendi e comecei a passar os informes do “estado” do Pietro.  Falei que já estamos voltando.

 

Seria a vez da Pietra interpretar o seu papel de lesionada com maestria para convencer a futura mulher.

 

Que rufem os tambores: O show vai começar!!

 

Fim do capítulo