Santa Diaba! por Thaa
CapÃtulo 1
SANTA DIABA – CAPÍTULO 1
Alguns anos antes...
Oriente Médio, Istambul, Turquia
A majestosa mansão dos poderosos Mazonakis repousava soberana no topo de uma colina verdejante que ficava situada às margens do mar azul e misterioso de Istambul.
Um glorioso silêncio se estendia pela imponente propriedade de raízes orientais, naquele dia que parecia ser só mais um dia comum a tantos outros, não fosse a terrível tragédia que em poucos instantes assombraria as paredes daquela bela propriedade, por muitos anos e muitos anos, e deixaria marcas tão dolorosas e significativas que jamais o tempo teria o atrevimento de apagar.
A jovem de apenas treze anos de idade, Shayera, era filha única, fruto de um relacionamento entre o sultão turco, Berk Saat, com uma estilista grega, Helena Mazonakis.
Helena morrera quando Shayera era ainda bebê.
Um dia triste!
Após a morte da esposa, o magnata mergulhara numa profunda tristeza, entregando-se ao alcoolismo e a solidão, legados da dor por ter perdido a única mulher que amara na vida, e fora a partir desse desalento e de suas fraquezas que seus maiores inimigos lhe arruinaram a vida.
Shayera tinha acabado de completar sua décima terceira primavera, quando vira o pai ceifar a própria vida com um projétil de arma de fogo.
O sultão atirara contra a própria cabeça, dentro do escritório da mansão.
A adolescente vira o pai acabar com a própria vida!
Sozinha, a menina fora levada a um convento onde fora criada e ensinada para ser uma Noiva de Cristo.
Sem pecado e sem passado!
Mais cinco anos se passaram desde a trágica morte que ceifara a vida do sultão, e Shayera continuava a ter pesadelos com o pai...
— Papai! Papai! Não!
Os gritos agudos ecoavam pelo vão do pequeno e humilde quarto azul celeste do convento.
Shayera acordou de súbito.
Passou as mãos pelo rosto sonolento e suado, fruto dos inúmeros pesadelos que tinha diariamente com a morte de seu pai.
Aquela cena ainda vivia a lhe atormentar e se passava em sua mente sempre como um filme de terror.
Eram lembranças dolorosas!
O coração batia forte em seu peito.
Ela passou as mãos pela face pálida e suada.
Aliviou-se!
Fora só mais um dos seus sonhos ruins.
A aurora chegara trazendo um novo dia!
Mas para a jovem, os dias sempre se repetiam naquele confinamento tedioso.
Era uma constante!
Pela única janela que havia no minúsculo quarto no qual vivera durante mais de cinco longos anos, a luz dourada do sol penetrava projetando sombras dos poucos móveis no chão de cimento desgastado.
A jovem relanceou os olhos azuis pelo pequeno quarto adornado apenas por uma cama e um guarda-roupa onde guardava seus cinco paramentos e hábitos religiosos em tons de azul e branco.
Ela se levantou!
Olhou no espelho, o único ornamento que havia impregnado naquelas quatro paredes azuis e brancas e crucialmente vazias.
Era ali que degustava da dor, da saudade, do choro, das drogas que lhe ajudavam a martirizar os pensamentos assombrosos de sua mente.
Daquele passado onde vivia aquela garotinha assustada e solitária que vira o pai tirar a própria vida dentro das paredes frias de um escritório.
Era ali que degustava da dor enraizada em sua alma e em seu coração!
Amaldiçoava-se todos os dias!
Culpava-se por não ter impedido o seu pai de cometer suicídio!
Culpava-se pela desgraça que assolava sua vida!
Culpava-se por ter sido tão inútil e fraca!
Ela cravou as unhas nas palmas das mãos com toda força.
Como os anos haviam voado desde aquele dia!
Irrefutável, semicerrou os olhos.
Olhou o próprio reflexo que se desenhava no espelho cuja moldura era dourada.
Seus cabelos lisos e negros estavam mais longos a cada dia que se passava.
Talvez por viverem escondidos debaixo das vestes religiosas.
Estava prestes finalmente se tornar uma Noiva de Cristo, no entanto aquela nunca fora sua vontade.
Pois como podia alguém se tornar uma Noiva de Cristo se em seu coração parecia habitar o mais perverso dos demônios?
Shayera se olhou novamente no espelho.
Seus profundos olhos azuis brilharam misteriosos como um oceano que dentro de si guardava incontáveis segredos.
Cinco anos!
Nem mesmo as inúmeras orações que fizera de joelhos no monasticismo em prol das práticas religiosas, foram capazes de aplacar sua ira.
Os anos na cláusula conventual não apagaram a sua dor...nem curaram suas profundas cicatrizes.
Lembrou-se do sangue frio de seu pai que segurara nas mãos...seu coração apertou dolorosamente ao recordar daquela excruciante lembrança.
Seu destino não era aquelas vestes talares.
Seu destino não era aquele convento.
E fora naquela mesma manhã...
Shayera tirou os paramentos religiosos e se despediu da irmã Maria da Cruz e da madre superiora Piedad Lamarque, umas das poucas pessoas por quem pegara carinho durante todos aqueles anos confinada no convento.
Um grandioso mundo lá fora lhe esperava, mas como sempre, o mundo era um lugar perigoso para uma jovem inexperiente e sem vivência alguma.
Shayera jamais imaginou que fora das paredes do convento o mundo fosse um lugar tão duro e cruel...ela jamais imaginou o que poderia lhe reservar as amarras do destino...
E ela, infelizmente, somente veio a perceber isso dez anos mais tarde...quando numa noite fria do mês de maio, o homem que amava havia tirado a própria vida em um trágico acidente automobilístico.
Ele havia jogado o carro contra uma árvore!
Shayera estava ao lado dele naquele ínfimo dia!
Enrico Alakurt não havia dito o porquê...ele apenas fora fraco!
Ele apenas repetiu os atos de seu pai: o Sultão!
Enrico era um jovem empresário que tinha subido há pouco tempo na vida...e a inveja naquele ramo era cruel e traiçoeira.
Enrico e Shayera sofreram um grave acidente às quatro da manhã durante uma madrugada fria do mês de maio. O casal estava saindo de uma casa de shows quando se envolveram no fatídico acidente no qual o noivo de Shayera não resistiu aos graves ferimentos e acabou falecendo no local. Shayera tivera graves ferimentos no útero onde as ferragens haviam perfurado sua carne impiedosamente, no entanto, o caso mais grave fora uma sequela que acabou danificando a pele do útero da empresária de modas, que não conseguiu, após o acidente, livrar-se das terríveis cicatrizes apesar das inúmeras cirurgias por que havia passado nos melhores hospitais, sob os cuidados de exóticos e intelectuais profissionais que sabiam o que estavam fazendo.
Desde aquele dia, Shayera havia feito de tudo para subir na vida e reconquistar as coisas que seu pai e seu noivo haviam perdido, inclusive a mansão Mazonakis projetada pelo Sultão.
A jovem mulher se tornara um ser frio e cruel...uma mulher de personalidade impetuosa...amargurada...alguém atormentado por um passado que nunca a deixava ser feliz...
E a exímia empresária sabia que conseguiria seu intento...
Um ano depois do acidente...
Shayera observava o movimentado centro da antiga Constantinopla por intermédio dos vidros de exterior negro que compunham a requintada sala arquitetada pelos melhores profissionais, do edifico empresarial, sede de sua renomada indústria de modas.
Ela era uma grande empresária, uma mulher extremamente inteligente e intelectual, sempre disposta a conseguir aquilo que queria.
Ela nunca entrava em um jogo para perder e no final das contas, seus oponentes sempre acabavam sucumbindo à sua cartada final.
Os seus lindos olhos azuis buscavam o horizonte com certa monotonia.
Naqueles últimos anos muita coisa havia acontecido em sua vida...e ela ainda não conseguira se recuperar daqueles trágicos acontecimentos...talvez nunca conseguisse.
Era ainda uma criança quando perdera o pai tragicamente.
Quando tudo acontecera!
Nunca tivera a chance de conhecer a mãe, esta havia morrido no mesmo dia em que lhe dera a luz. Seu pai fora o que ficara de mais importante, mas havia ceifado a própria vida.
Lembrou-se do noivo e o coração pareceu sangrar internamente.
Fora um acidente, dissera a polícia.
Não havia culpados!
Enrico havia jogado o carro contra uma árvore!
Não!
Não fora um acidente!
Fora um suicídio!
Por quê?
Por que ele havia feito isso?!
As perguntas sem respostas martelavam em sua mente perturbada pelas lembranças do passado.
Ela bateu o punho na borda da janela.
Desde aquele dia trágico da morte dele, um ano já havia se passado.
Mas a dor...a sua dor... já era uma constante...
Um nó doeu em sua garganta.
Ela sentiu uma lágrima rolar pelo canto dos olhos...
Sentia saudades do noivo...ele parecia ter sido o único diferente de todos os miseráveis que havia conhecido... principalmente diferente daquele infeliz que lhe causara tanta dor...uma dor da qual não gostaria de lembrar...
Pensava ela aterrorizada.
Vivia constantemente tentando martirizar aqueles demônios: seus pensamentos e suas lembranças ruins.
A porta de sua sala fora aberta repentinamente e um homem pomposo, engravatado, de cabelos grisalhos e que usava uns esquisitos óculos fundo de garrafa, entrou, porém se arrependeu amargamente de tê-lo feito ao se deparar com o olhar mortal da mulher solitária que estava ali dentro.
Ela parecia um anjo, com a luz daqueles intensos olhos azuis e seus longos cabelos negros reluzindo como o dia claro...mas era uma mulher muito amargurada e sofrida.
— O que desejas, Manuell? — Questionou ela, extremamente séria, em um empinar de queixo que deixou o homem intimidado mesmo já a conhecendo há muitos anos desde que ela era somente uma menina.
Havia trabalhado também para o pai dela, aliás, fora o braço direito do sultão e ainda se recordava da garota rebelde e mimada pelo pai.
O sultão sempre se esforçara muito para que a filha fosse criada sob o lema das melhores etiquetas, a garota estudara nas melhores escolas, ganhava os melhores presentes e apesar de muito travessa, sempre fora uma jovem de bom coração, mas hoje era como se aquela mulher não tivesse nenhum coração... nenhum tipo de sentimento, todos temiam à fúria da poderosa mulher que Shayera Mazokakis Saat, havia se tornado.
— Mil desculpas, Shayera...mas era urgente...
Justificou-se o advogado, relutantemente.
— Vá logo ao ponto. — Interrompeu-o fazendo um gesto com uma das mãos. — Deixe suas desculpas para outro momento... pois não tenho tempo... estou ocupada...
Já sentada em sua enorme poltrona preta, a mulher encarou o advogado com os seus flamejantes olhos azuis.
— Os Sandovall estão nos acusando em mídia nacional de copiarmos o modelo da nova coleção de sapatos deles.
O advogado comunicou e a viu enrijecer o maxilar e apertar os olhos.
— E o doutor já resolveu esse pequeno probleminha, presumo. — Ela ajustou os óculos de vista sobre os olhos e cruzou as mãos abaixo do queixo.
— Desculpe, Shayera...antes de tomar qualquer atitude vim imediatamente falar contigo...
— Aqueles infelizes!
Praguejou por entre os dentes, embora a raiva em seus olhos fosse visível, mas contida.
— Já está na mídia...
A empresária estreitou os olhos severamente. Apertou muito forte um papel que tinha em mãos e o amassou até que ficasse uma pequena bola.
— Resolva isso! Esse é o seu trabalho, Manuell. Agora saia...desejo apenas ficar só...tenho de voltar ao trabalhar — falou seriamente.
Em silêncio, o homem caminhou até a porta e lá parou.
— Eu não entendo por que é tão amargurada, menina...— disse percebendo a dor e a tristeza que se escondiam atrás daqueles olhos lindos mas que, por alguma razão haviam perdido seu brilho natural. A jovem não tivera uma infância normal como qualquer outra garota na sua idade. Sempre fora o amigo mais próximo do sultão Barak, e também confidente, então quando ele ceifara a própria vida, não tivera outra opção a não ser levar a garota para o convento, no entanto, ainda hoje se questionava se havia agido certo. Na vida nem sempre fazíamos as escolhas corretas...e talvez não tivesse feito. Pois o gênio de Shayera estava ainda pior. Ela não se parecia em nada com aquela criança sorridente e feliz que corria pela casa do sultão.
O advogado meneou a cabeça e ia falar mais alguma coisa mas o olhar frio e duro da mulher fora suficiente para deter o profissional.
Ela ergueu o queixo, de maneira altiva.
O advogado notava a ira contida dentro daqueles olhos puxados, apesar de o rosto demostrar perseverança e calmaria.
Aquela mulher tinha uma marca, sua imperiosa arrogância.
Mas ela, assim como todo o ser humano... guardava um doloroso e terrível segredo...
E esse segredo a atormentava constantemente.
Chovia muito naquela noite.
Os relâmpagos cortavam impiedosamente o céu tempestuoso e os trovões rugiam ferozmente acima da cidade de Istambul como se fossem selvagens leões.
Flávia Cristina, cujo rosto era um desânimo total, estava na cafeteria, debruçada sobre o balcão de madeira lustrosa.
Vislumbrava com certa monotonia os poucos clientes que já começavam a chegar, desarmavam seus enormes guarda-chuvas que os protegiam da forte chuva, e se acomodavam às mesas.
Ela estava impaciente, não parava de pensar na sobrinha.
Havia batalhado tanto para conseguir montar aquele pequeno estabelecimento com o mísero dinheiro que havia recebido da separação com o seu ex-marido.
Aquele crápula!
Pensou furiosa.
Desde a separação, há pouco mais de seis meses, que as coisas vinham se complicando para si. Quando casara com Isaac Sandovall o casamento fora com separação absoluta de bens. A união durou apenas dois anos, a sua sogra era, de fato, uma cobra das piores que existem: Victória Sandovall.
Nada levara consigo daquele casamento, a não ser arrependimentos e desilusões.
Flávia se debruçou ainda mais sobre o balcão visivelmente cansada.
Ela tinha apenas 36 anos de idade, mas seu tamanho de 1,63 m de altura e a aparência muito frágil a faziam parecer bem mais jovem.
Pensou mais uma vez na doença de Sarah... sua sobrinha.
O tratamento ali era caríssimo e pouco acessível, beirava a um milhão de liras.
Flávia tinha uma autoestima pouco elevada e a doença de sua sobrinha a fizera ficar ainda pior.
Culpava-se por não ter dinheiro suficiente para arcar com o tratamento. Por isso teria de esperar meses, talvez anos por um transplante de pulmão para Sarah.
Sarah era uma jovem de apenas 17 anos de idade, era filha da irmã mais velha de Flávia, que havia falecido há pouco mais de um ano de uma doença, também, pulmonar, igual a mãe de Flávia.
A doença parecia ser algo hereditário.
Dona Maria da Glória, a mãe de Flávia, havia tido três filhas, Flavianna que era a mais velha, 38 anos de idade, Flávia que era a do meio e Anabeth que era a mais nova, com 34 anos de idade.
Todas três mulheres fortes e batalhadoras na vida nem sempre tão atenciosa.
Sila, a outra sobrinha de Flávia, e que tinha 17 anos de idade, ficou olhando para a tia, do outro lado do balcão onde preparava o café expresso para um cliente que sempre ia ali toda 19:00 h da noite. Tirava o seu chapéu preto da cabeça, deixava o sobretudo no espaldar da cadeira e sentava a uma mesa com o jornal na frente da cara. Sila já o havia apelidado de o “Cliente do Jornal das Sete”.
A jovem ficou olhando durante algum tempo para a tia, notando os olhos tristes dela e o rosto tomado pela preocupação.
Sila se aproximou da tia, era uma jovem muito bem-humorada e mesmo com todos os problemas, ela estava sempre sorrindo lembrava que Flávia também era assim, mas tinha dias que sua tia não conseguia disfarçar a dor e a tristeza que sentia, como naquele momento.
— Sabe tia Flavinha, eu acho que a senhora deveria de arranjar um boy para te dar uns amassos. Já faz mais de seis meses que a senhora se separou daquele muquirana do Isaac Sandovall, que eu acho que nunca o amasse. Tu és jovem, és linda, és irresistivelmente linda com esses teus cabelos cor de ouro e esses teus olhos esverdeados lindíssimos. O único que prestava ali era o Iaan. Já aquela Victória Sandovall é uma víbora sem alma.
Flávia riu muito vermelha e sem jeito.
— Oh, meu amor, eu acho que estou sem tempo para isso, ultimamente...sem auto-estima elevada o suficiente para me relacionar com alguém...e além do mais eu não sou tão jovem assim, já tenho 36 anos. Estou quase uma idosa, meu amor, isso sim — deu um sorrisinho.
Sila abraçou a tia. Adorava aquele abraço acolhedor de Flávia. O corpo pequeno, macio e quente.
— É por causa da Sarinha, não é tia? — Ela tinha uma aparência muito frágil, o corpo magro e pequeno a faziam parecer assim. Pensava Sila que herdara do pai a altura, sendo assim bem mais alta que a própria Flávia.— Vai dar tudo certo...a senhora vai ver...
Flávia fechou os olhos e sentiu uma imensa vontade de chorar... chorar por tudo, por tantas coisas. O peito chegava a pesar de tanta angústia que sentia. Deu um suspiro prolongado. Olhou a hora no relógio constatando que era quase o horário de ir visitar a Sarah. Tirou o avental preto e o deixou em algum lugar da cozinha.
— Meu amor, eu vou ter que ir pois já é horário de visitar a tua prima e falas para tua mãe que eu demorarei, talvez até passe a noite no hospital. Mal abrimos o café e olha quantos clientes já temos — disse forçando um sorriso enquanto ajeitava a bolsa de couro no ombro.
— Não te preocupa não, tia, eu cuido de tudo enquanto a minha mãe chega. Vais traquila, tia linda!
— Eu te amo, minha lindinha.
— Eu te amo muito mais, tia maravilhosa do meu coração!
Flávia sorriu e beijou a sobrinha carinhosamente na cabeça antes de sair apressadamente para o hospital, não queria se atrasar.
Anabeth, a irmã mais nova de Flávia, chegou ao café pouco tempo depois de Flávia ter saído.
Viu a filha atendendo prestativamente aos clientes com a ajuda da colega de trabalho, Stella, uma jovem de 21 anos.
— Onde está a tua tia, Sila? — Perguntou Anabeth já indo para a cozinha ver os pedidos dos clientes.
— Ela foi visitar a Sarah, mãe. Amanhã é o nosso dia, porque se deixar a tia Flávia dorme lá no hospital e não deixa ninguém mais ficar do lado da Sarah a não ser ela mesma.
Beth deu um sorrisinho.
— Tua tia é assim, extremamente preocupada, meu amor. Sempre foi. Sempre está correndo de um lado para o outro. Ela nunca para... nunca para...
Beth sabia o quando a irmã viva correndo feito uma louca para conseguir o dinheiro para o tratamento de Sarah para não ter que esperar meses ou até mesmo anos pela precária saúde pública.
Flávia trabalhava durante três noites como enfermeira no hospital e durante o dia estava o tempo todo no café trabalhando e agradecendo por cada centavo de lucro que entrava ali.
A irmã sempre fora assim, estava correndo sempre de um lado para o outro.
Perto do hospital, Flávia procurou misericordiosamente por uma vaga para estacionar o carro, mas não achou.
— Droga! — Bateu com uma das mãos no volante.
Por que tinha a sensação de estar sempre andando para trás?
Por que raios as coisas tinham que ser absolutamente tão difíceis em sua vida?
Seguiu dirigindo e somente achou uma vaga há quase três quadras do hospital.
Agradeceu a Deus mentalmente e desceu do carro.
Trancou-o!
A chuva engrossara ainda mais... sentia as gotas fortes e gélidas penetrar pela sua calça jeans e pela camiseta branca que usava para trabalhar. Os cabelos dourados agora já não estavam tão leves como quando estavam secos. A água entrava por entre eles impiedosamente.
Ela apressou mais os passos se arrependendo amargamente por ter esquecido a maldita sombrinha.
Shayera esperava impacientemente o sinal ficar verde.
Detestava dias de chuva, era naqueles dias nublados que as lembranças de Enrico lhe agarravam com força. Era naqueles dias que seu peito sangrava por dentro.
Durante os últimos meses desejara tanto ter morrido com ele naquele maldito acidente!
Então por que não?
Por que não?!
Ela apertou o volante do carro com toda força.
Fechou os olhos por um instante apenas para tentar encontrá-lo nas lembranças mais bonitas que ainda restavam em sua memória...
Só de olhos fechados podia sentir o cheiro dele...ver o sorriso aberto e cheio de vida...e aquele olhar sempre tão profundo e acolhedor...de encontro ao seu...
Do outro lado da calçada, Flávia pôde ver que o sinal ainda estava vermelho, aproveitou o momento e correu na direção da faixa de pedestres, o hospital ficava do outro lado da avenida...corria respirando com dificuldade por causa do cansaço corporal.
Havia trabalhado a noite toda no hospital como enfermeira e dormira apenas três horas pela manhã.
Tudo de que precisava era de uma boa noite de sono...será que até o final de semana seria agraciada com isso?
Shayera viu o sinal ficar verde e acelerou o carro...mas freou-o bruscamente a tempo suficiente de não atropelar uma louca que talvez estivesse tentando suicídio ao atravessar a faixa de pedestres com o sinal verde.
A empresária olhou pelo vidro da porta do carro e semicerrou os olhos ao ver a mulher sentada no acostamento da avenida. Provavelmente a imbecil havia caído e por pouco não fora atropelada. Ainda pensou ir embora e deixar aquela doida varrida ali, mas em vez disso, parou o carro na margem da avenida e ligou os piscas.
Respirou fundo!
— Idiota!
Pronunciou muito brava antes de descer de dentro do carro e seguir até a mulher.
Flávia já tentava se levantar quando viu a mulher elegante se aproximar de si com seus formosos saltos altos e sua requintada roupa de grife. Ela tinha cabelos longos e negros que agora estavam sendo molhados pela chuva fina que caía vagarosamente.
Flávia olhou de relance para o carro preto e conversível da mulher, constatando que aquilo não era um carro, e sim uma máquina.
— Estás bem? — Shayera perguntou sem muito interesse. Nem mesmo sabia por que não fora embora e deixara aquela idiota ali. Ela havia se jogado em cima de seu carro, logo, ela era a errada.
Flávia sentia a mão doer e sabia que tinha lesionado levemente. Sangrava pouco, mas sangrava.
— Estou sim, não se preocupe — foi somente o que disse, antes de passar pela empresária...mas não fora muito longe, algo que jamais nos dias da sua vida podia esperar, aconteceu, a mulher lhe deteve pelo pulso, o mesmo da mão machucada.
— Eu sei que não estás bem, tua mão sangra...
Flávia puxou o braço bruscamente e encarou a bela empresária, de queixo erguido.
Encararam-se por meros segundos debaixo daquela noite chuvosa e relampejante.
— Eu já disse que estou bem e não segure minha mão assim novamente... está louca? — Perguntou meio irritada com o atrevimento daquela mulher. Com certeza era alguma patricinha mimada pelo pai multimilionário e que se achava a dona do mundo.
Shayera franziu uma das sobrancelhas de modo puramente debochado. Pela primeira vez em muitos dias teve vontade de rir da cara de brava daquela loira azeda. Certamente se ela soubesse com quem estava lidando não lhe chamaria louca.
Mas longo o mau humor costumeiro retornou junto da voz carregada.
— Louca estás tu, que andas por aí te jogando em cima do carro dos outros...ora! — Falou irritada.
Flávia assentiu e deu um sorrisinho para a mulher que era mais alta do que si uns sete ou oito centímetros, no entanto, parecia bem mais jovem que si mesma, uns cinco ou seis anos, talvez.
— Certo, talvez eu seja louca mesmo...mas estou apressada... preciso ir...
Shayera fitou os olhos expressivos da mulher, não soube distinguir se eram verdes ou azuis...mas eram opacos como quem sem vida...sem brilho.
— Tua mão está ferida... não estás a ver?— Inquiriu olhando para a mão pálida e vermelha dela com certa irritação.
— Não se preocupe, eu estou indo para o hospital... tenho certeza de que eles cuidarão disso lá... além do mais eu sou enfermeira e lhe garanto que não é nada grave... mesmo assim, obrigada pela preocupação...— disse olhando nos olhos tristes e amargurados da bela empresária.
— E quem disse que estou preocupada contigo? — Perguntou de supetão e altivou o queixo orgulhosamente. Notou, naquele momento, a franja finíssima dela cujos fios sedosos caíam-lhe levemente molhados sobre a testa. — Apenas parei porque é o meu direito, uma vez que praticamente te jogasses em cima do meu carro...
“Quem, em nome dos céus, ainda usa franja em um século como este?”, Shayera se perguntou mentalmente achando a franja da loira um tanto inadequada se comparada as modelos com quem estava acostumada a conviver em sua grife, mas logo tratou de dissipar aqueles pensamentos.
— Não importa...— deu de ombros com aquele jeito simples de ser e ignorando completamente o comentário intragável da empresária — mesmo assim, muito obrigada. E eu não me joguei em cima do seu carro... apenas estou com pressa...
Flávia sorriu outra vez, vermelha e bastante sem jeito e Shayera odiou aquele sorriso idiota naquele rosto sereno. Olhou a mulher de cima a baixo, notando as roupas molhadas dela. Quem iria entrar em um hospital naquele estado deplorável? Pensava olhando-a com algum desdém. Aquela mulher devia ser maluca.
Quando a mulher se afastou, Shayera entrou no carro muito irritada. Mas muito irritada mesmo.
Bateu a porta com toda força e acelerou o carro pela avenida.
Precisava chegar logo em casa, tomar um banho e seguir para a reunião que teria ainda naquela noite com alguns empresários da França, no Hotel Champes Élysée.
Flávia entrou no hospital e se identificou na recepção como tia da paciente Sarah Durán.
Logo foi encaminhada para o quarto no qual sua sobrinha estava.
Lá dentro, havia um médico que ao ver Flávia, caminhou logo ao seu encontro. Tinha a leve impressão de já ter visto aquela mulher em algum lugar. O rosto dela lhe era familiar.
— Ela está bem, doutor? — Perguntou preocupada e notando o olhar do médico para suas roupas molhadas. — Desculpe-me...a chuva...— falou passando as mãos em vão pelas roupas molhadas. — Flávia Cristina Durán Sandovall. — Apresentou-se se arrependendo amargamente por ter usado o nome do ex-marido.
Ele sorriu simpático.
— Eu vou pedir para que a senhora a olhe então apenas pelo vidro. Fizemos alguns exames... — ele comprimiu os lábios.
— O quê, doutor... o senhor pode me falar... por favor? — perguntou com as duas mãos na cintura.
— A Hipertensão Pulmonar de sua sobrinha está nos estágios finais...e bem por isso é necessário que se faça o transplante de pulmão com urgência...a capacidade respiratória da paciente está muito baixa, ela já não consegue fazer as coisas mais simples que uma pessoa normal faz no dia a dia... já adianto a senhora que é uma cirurgia bem complexa e de difícil recuperação...
— Mas... não... não, por favor, não pode ser...
Falou ela, quase que sem respiração.
O jovem médico ficou comovido pelo olhar de súplica da mulher e segurou nas duas mãos dela. Eram muito macias, constatou, e estavam geladas e trêmulas decerto pela chuva que a alvejara e pelo nervosismo que sentia. E também estava ferida, uma delas.
— Fique tranquila, vai dar tudo certo. — Confortou ele olhando discretamente a mulher de altura mediana e muito atraente, à sua frente.
Flávia comprimiu os lábios e pressionou a mão na testa.
— Mas...o tratamento...o tratamento para esse tipo de doença não é caríssimo...eu, não tenho condições de arcar com o tratamento...e até esperar pela saúde pública...— revelou visivelmente arrasada.
— Amanhã confirmarei os exames, senhora, conforme lhe falei. Por ora, peço que não entre no quarto da paciente nesse estado. E fique tranquila. — Reiterou.
— Eu...não irei entrar...— falou baixando a cabeça sem jeito e ficou vermelha e envergonhada pelo seu total descaso, o homem estava pensando, no mínimo, que era uma doida varrida, entrar no hospital daquele jeito — mas devo passar a noite com ela. — Ergueu a cabeça.
— Sim...e deve fazer uma limpeza e um curativo nessa sua mão para não infeccionar. Uma mulher tão bonita com a mão infeccionada não vai cair bem.
— Na enfermaria? — Flávia perguntou muito vermelha pelo flerte, mas levou na esportiva. Não ia discutir com o médico no hospital por causa daquilo.
O médico assentiu dando “boa noite” e se afastando com um olhar mortal. Conhecia muito bem os poderosos Sandovall, os malditos Sandovall, como aquela mulher podia dizer que não teria condições de arcar com o tratamento da própria sobrinha, se era membro de uma das famílias mais importantes e traiçoeiras de Istambul? O médico balançou a cabeça negativamente. E não sabia o porquê, mas tinha a leve impressão de já ter visto aquela mulher em algum lugar. O rosto dela lhe era bastante peculiar.
Flávia se aproximou do vidro, devagar, e ficou olhando a sobrinha deitada na cama. Ela sorriu para si...os lábios pálidos e os olhos esmorecidos. Ergueu a mão e fez um sinal para ela de que passaria a noite ali, antes de se afastar com lágrimas nos olhos e de cabeça baixa ao ver Sarah fazer um coração com as mãos e depois soprar um beijo para si.
Seguiu para uma pequena lanchonete ao lado do hospital.
Entrou e procurou por uma mesa que ficava nos fundos.
Sentou ali solitariamente e pediu por um café.
Enquanto o garçom não trazia o seu pedido, ficou olhando ociosamente a rua pacata e iluminada por poucas luzes através dos vidros do estabelecimento comercial.
A chuva já começava a se dissipar mas a noite seguia muito fria.
O vento frio parecia lhe abraçar até os ossos. Parecia querer gelar sua alma.
O garçom trouxe o café e ela sorveu o primeiro gole. Queria esquentar seu corpo trêmulo e crucial.
Ficou encarando o café fumegante na caneca de porcelana aprisionada em suas mãos pálidas e as unhas estavam roxas por causa da chuva que lhe alvejara há pouco.
Num presságio, desejou que seus pais estivessem ali consigo, lhe abraçando e dizendo que tudo ia dar certo.
Suspirou prolongadamente em total desânimo e tristeza.
Nem se deu conta de uma lágrima que rolava pelo canto dos olhos.
Secou-a!
Não teria aquele dinheiro para pagar o tratamento nem que trabalhasse mil anos como enfermeira ganhando míseros R$ 2.345,00 liras.
Era naqueles momentos que começava a refletir o quão injusta era a desigualdade de renda.
Poderia pedir ajuda a família de seu ex-marido, no entanto sabia o quanto eles lhe odiavam.
Sua ex-sogra lhe odiava.
“A mulher é uma víbora sem alma”.
Flávia riu do próprio pensamento, mas seu sorriso se desfez ao pensar nos olhinhos tristes de Sarah. Tão jovem e já enfrentava uma corrida perigosa pela vida cujo sonho era voltar a ser uma garota normal, como qualquer outra jovem em sua idade.
Os olhos de Flávia marejaram de novo, mas mesmo em meio a tantos problemas, tinha fé e esperança de que um dia as coisas voltariam a ser como eram antes.
Ficaria tudo bem...
A noite estava um tanto fria.
O céu estava nublado impedido a majestosa lua e as lindas estrelas de brilharem.
Shayera havia chegado há pouco da reunião que tivera com os empresários.
Agnes e Zeck lhe haviam acompanhado.
Ao término da reunião, cada um fora para suas respectivas casas.
A empresária fora até o quarto da filha de seu falecido noivo.
A menina Amina tinha apenas seis anos de idade mas era uma verdadeira pestinha.
E após a morte de Enrico, Shayera ficara com a guarda da garotinha que era paraplégica.
Seguiu até a cama da menina e beijou-a nos cabelos curtinhos e negros.
Amina já dormia como um lindo anjo.
Shayera deixou o quarto e fora tomar um banho quente além do normal.
Vestiu um pijama de seda preto, revestido em lã, e fora deitar, porém sabia que aquela seria mais uma noite que não conseguiria dormir.
Suas cicatrizes doíam muito em dias frios como aquele.
Os relâmpagos somente pioravam ainda mais a situação.
Era como se uma lâmina afiada estivesse cortando todo o seu útero por dentro em pequenos pedaços.
Já não era a mesma mulher que fora um dia.
Não era como uma mulher normal...
Tinha consciência de que aquela seria mais uma daquelas noites em que as lembranças do homem que amara invadiriam sua mente de maneira implacável.
Como demônios reabrindo as recônditas feridas de sua alma e de seu coração ferido.
Respirou fundo!
Levantou!
Precisava tomar remédio para dormir.
Raras eram as noites em que dormia sem um faixa preta penetrando em suas veias e em seu sangue.
Olhou pela porta dupla e branca da bela sacada de seu quarto.
A chuva engrossara ainda mais.
Lembrou-se do noivo.
Dos profundos olhos castanhos dele...do sorriso charmoso...do olhar galante...fora aquele homem a razão de sua felicidade naqueles últimos anos...e agora não tinha nem isso...
Sua vida perdera o sentindo no dia daquele acidente...
Agoniada e irritada, a empresária pôs um dos braços sobre o olhos.
Só queria dormir em paz...
Fim do capítulo
Oi, meninas! Não se assustem com o nome. A história não é satânica, nem a autora. Nem as personagens. Espero que gostem da nova história. Beijos, boa semana!!
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alevitalino
Em: 12/04/2020
Já no primeiro capítulo roendonas unhas de ansiedade....
É pra roubar o lençol do fantasma kÄ·k
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EliandraFortes
Em: 15/03/2020
E pensar que preferia "O refúgio " e de repente viciei em "Santa Diaba ". Agora ficará um imenso vazio, porém saciada. História maravilhosa de personagens marcantes e narrativa espetacular. Muito obrigada autora. Boa sorte e sucesso em tuas empreitadas na vida. Que venha um livro um dia. Quem sabe?. Me mande um e-mail quando for lancá-lo, por favor rsrsrs.
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Aureapp
Em: 03/02/2020
Thaa amo de baixão todas suas histórias. Mais essa linda está de arrepiar. Fico louca com cada capítulo novo. E vou te contar viu Shayera da o benefício da dúvida pra coitada da Flávia. Essa mulher é simplesmente uma lutadora que dia a si em prol da sobrinha e de todos. Acho que quando souber a verdade suas defesas caíram e vc poderá novamente se entregar a um amor puro e lindo. Bora autora acabar com esse sofrimento por favor...digo em nome do meu sofrimento TB kkkkk. Parabéns.
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Amarilis
Em: 20/06/2019
Seja muito bem-vinda de volta autora querida. Eu nem preciso dizer o quanto amo e sou apaixonada por tudo que você escreve. Você é a minha autora predileta. Suas histórias são lindas todas elas.
E o começo já nos mostra o quanto Shayera sofreu.
E Flávia, já começa sofrendo com a doença da sobrinha.
Aguardando mais que ansiosamente por um novo capítulo.
Beijos!
Resposta do autor:
Oi, Amarílis!!
Fico muito feliz que tenha gostado!! E retornamos com mais uma mulher impetuosa mas também sofredora, será que a Flávia terá paciência com a Shay? rsrs. Esperemos que sim, não é mesmo?
O início será muito importante para que vocês entendam os acontecimentos cronológicos da história.
Sim, a Flávia já tem aí uma grande jornada árdua pela frente. Ela ama a Sarah demais.
Hoje teremos mais um!!
Beijo e até mais tarde!
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Laura Veigas
Em: 20/06/2019
Amei o primeiro capítulo.
Com certeza, mais um sucesso!
Meus parabéns, Thaa!
Resposta do autor:
Olá, querida Laura!!
Muito obrigada!
Fico feliz que tenha gostado!!
Beijo e até mais tarde!!
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olivia
Em: 15/06/2019
Oi Thaa ,parabéns já com uma nova empolgante , amor ao primeiro capitulo! O Rancho. , foi romântico muito lindo! Mas essa vai ser fogo e polvora.Estou esperando as chamas da paixão? Abraços e ??????????????????????’???‘???‘???‘???‘???‘?!! Querida Thaa você é fenomenal! Beijos fraternos !!!!
Resposta do autor:
Oi, minha linda Olívia!!
Estamos de volta!
Hahahah, perto de Santa Diaba, O Rancho é um anjo, certamente. E estamos novamente na linha tênue entre o Amor e o Ódio, mas sem deixar a sensibilidade de lado, não é mesmo? rsrs.
Beijo grande em teu coração, querida Olívia, e muito obrigada pelo carinho de sempre, maravilhosa!!
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Flavia1
Em: 15/06/2019
Eu adorei e não vejo a hora delas se esbarrarem novamente,vai sair fogooooo hehehehehehe
Resposta do autor:
Oi, Flavia!!
Fico muito feliz que tenha gostado!!
Continue acompanhando pois teremos, certamente, um fogaréu pela frente! rsrs.
Beijo e até mais!
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zilla
Em: 14/06/2019
Oiii toda poderosa!
Amei o primeiro capítulo Thaa, o que será que aconteceu para com esses dois se suicidarem ??? O que a família Sandovall tem haver com a o suicídio do pai da Shayera????
Me deixou mega curiosa agora Thaa por que ela quer vingança deles hehe!
Que sina triste a da Flavinha viu!? Tomara que ela consiga logo ajudar a sobrinha dela, a Sarah tem muita coisa pra viver ainda!!
Bjs lindona e já quero o próximo capítulo visse!? Kkk
Já favoritei ela hehe!
Resposta do autor:
Oi, Will!!
Retornamos!!
No decorrer da história as peças irão se encaixando e os fatos e elos que ligam essas pessoas também serão revelados. rsrs. Muita coisa por vir!!
A Flávia já inicia aí com uma grande carga que é a doença pulmonar da Sarah que está nos seus estágios finais e precisa urgentemente de um transplante e espero que ela consiga. A Sarah é um muito jovem e tem muito para viver, sim.
Beijo grande, Will e até mais tarde!
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HelOliveira
Em: 14/06/2019
O nome chama muito a atenção....a história começou bastante forte revelando o passado cheio de dores e tudo que ela passou para se tornar o que é hoje né...e já podemos ver que vida dessas duas mulheres não foi fácil, bem curiosa para conhecer o futuro ..
Tenho certeza que sera mais um história maravilhosa sua.
Resposta do autor:
Olá, querida Hel!
Estamos de volta!!
Realmente, você sabe que fiquei meio com receio, mas o nome está inerentemente ligado à personagem Shayera. rsrs. Sim, o início já começou revelando muitas coisas e com certeza é de grande importância para compreender os próximos acontecimentos na cronologia da história.
Beijo grande e até mais tarde!
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Mille
Em: 14/06/2019
Ola querida Thaa
Gostei do início, e vamos ver como a Shay irá mudar sua personalidade forte e com cicatrizes.
Flávia e sua corrida para salvar a sobrinha.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi, querida Mille!
Voltamos!!
Sobre as cicatrizes da Shayera, no decorrer da história saberemos mais. Ela é uma mulher sofrida o que contribui para esse gênio nada trivial, mas no fundo, não é uma pessoa má. rsrs.
E a Flávia já começa sua jornada com um grande problema pela frente: a doença da Sarah.
Beijo e até mais tarde!
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