Capítulo 33 - Carolina: Digna de Oscar
Carolina
Devido a noite mal dormida acordei com uma dor de cabeça horrível. Sair da cama estava fora dos meus planos, ao menos era que eu planejava.
– O que faz aqui?
– Eu moro aqui, caso não lembre. – tentou me dá um beijo, consegui evitar a tempo virando o rosto.
– Já está bebendo a essa hora. Vai acabar me deixando viúva cedo.
– É tudo o que você quer, imagino. – Afrouxou o nó da gravata saindo de perto de mim.
Era só o que me faltava, aturar uma crise de carência do Antenor. Não podia, nem queria brigar com ele nesse momento, mesmo porque, o que menos preciso é que ele volte a prestar atenção no que ando fazendo.
– Querido, – o abracei por trás beijando seus ombros – desculpa, estou com dor de cabeça. Não te esperava em casa hoje. – Respirei fundo, o cheiro do charuto, que parecia seu perfume pessoal, misturado ao do whisky que ele segurava estavam piorando a minha dor de cabeça – Eu te amo.
Aquelas palavras soaram bem estranhas aos meus ouvidos, na verdade, detestei me ouvir dizendo aquilo a ele. Mas o paspalho acreditou, ainda bem.
– Eu também te amo meu amor – me beijou e, dessa vez não pude evitar.
Para minha total repulsa a carência dele estava maior do que pude imaginar, o beijo foi seguido por carinhos deveras íntimos, a cada passada de mão que ele dava em locais estratégicos do meu corpo minha repulsa aumentava.
Minha vontade era empurra-lo e acabar com aquilo de uma vez por todas, mas, não podia. Precisava tolerar e me manter no lugar de boa esposa, sem chamar a atenção dele para o que eu andava fazendo.
Suas mãos invadiram minha camisola e por muito pouco não me afastei, segurei sua mão de forma calma, sem entregar o que ia na minha mente.
– Querido, agora não, estou com dor de cabeça.
– Estou morrendo de saudade de você, e com muita vontade. – levou minha mão até seu p*nis mostrando sua excitação.
Droga! Como eu me detesto por isso, não deveria ter sido grossa quando ele sentou na cama, assim, agora não estaria passando por isso.
– O que eu não faço por você?! – sorri o puxando para a cama.
Se bem me recordo, já contei para vocês que trans*r com o Antenor é péssimo. Tudo muito mecânico e chato. Pois bem, dessa vez não estava sendo diferente. Até o oral dele é ruim, sem falar nessa mania medonha de trans*r de meias, não tem coisa mais feia na face da terra que um homem nu excitado usando meias. Enfim ele gozou, se jogando exausto ao meu lado na cama enquanto me beijava.
Estava “correndo” para o banheiro quando ouvi ele dizer:
– Poderíamos ter um filho, o que acha?
– Você já tem um.
– Você entendeu, um filho nosso, meu e seu.
– Você voltou muito estranho dessa viagem, é isso que acho. O Luiz já está criado, caminhando com as próprias pernas, não vejo motivos de ter uma criança em casa agora.
– É diferente. O Luiz em nada se parece comigo, até a mania de pobreza herdou da tonta da mãe dele. Sem falar, que política também não é algo que corra nas veias dele. Preciso de alguém para ocupar o meu lugar, como fiz com meu pai. Tenho que aproveitar enquanto ainda posso passar para o meu futuro herdeiro tudo o que aprendi.
Era só o que faltava agora, gargalhei intimamente, sem nem dar seguimento ao que ele falava. Terminei meu banho e lá estava ele com cara de criança carente.
– O que está acontecendo contigo?
– Falei sério quanto a termos um filho.
– Ainda isso, esquece essa história Antenor. Não tenho mais 20 anos, ter um filho agora me deixaria ainda mais velha, gorda, feia. Sem falar que destruiria o meu corpo. Deus me livre dessa má hora. Sabe bem que detesto essa choradeira de criança.
– Como pode dizer isso, está falando do nosso futuro filho.
Esse homem resolveu me testar hoje, ou já está bêbado. Que conversa mais sem pé nem cabeça.
– Entenda como quiser. O corpo é meu e não vou perde-lo, muito menos deforma-lo por conta de nenhuma criança catarrenta. Agora se me dá licença, preciso comer alguma coisa. Você deveria fazer o mesmo, está ficando alto pela bebida já.
– Você nunca me levou a sério, com o passar dos anos só piorou.
Essa praga já está me tirando do sério. Concentra Carolina, concentra. Você não pode responder a altura, ele precisa achar que você está se comportando muito bem nesse tempo em que ela anda ficando ausente.
– Não é porque discordamos de um assunto que não te leve a sério. Além do mais, você tem outros planos para a sua carreira, criar uma criança sozinha será complicado, você há de convir que precisará abrir mão da minha companhia para que eu possa cuidar dessa criança.
– Não precisa, vocês poderão viajar comigo. – Se ajoelhou aos meus pés entregando uma caixa de joias, ao abrir encontrei um lindo colar de ouro dentro – Eu quero você ao meu lado como sempre foi. Diz ao menos que vai pensar nessa minha proposta de aumentar nossa família, por favor.
Confesso que depois de ver o colar nem estava me importando mais com o pedido besta dele. Uma coisa era certa, parar de tomar remédio para ter um filho desse tonto não vai acontecer nem em sonho.
– Como queira, querido. Vou sim pensar na sua proposta. Muito obrigada pela joia, é linda.
– Fico feliz que tenha gostado. E mais feliz ainda por ter aceitado pensar na minha proposta. Fiz uma reserva para almoçarmos no restaurante do seu irmão hoje. Já tem um tempo que não somos vistos em público como uma família unida.
– Família unida, não vá me dizer que seu filho está aqui também.
– Sim, ele veio comigo. Não se preocupe, – me abraçou beijando meu pescoço enquanto fechava o colar – já avisei do almoço e que ele não deve ser indiscreto muito menos mal educado com você, principalmente quando estivermos fora de casa. Não quero brigas.
– Obrigada por isso. Meu coração se enche de alegria e orgulho em poder desfrutar de um almoço na companhia de vocês.
Me dirigiu um olhar sentido, mas não ia pedir desculpa. Detesto aquele fedelho intrometido, e pagar de boa madrasta nunca está nos meus planos.
No restaurante do meu irmão as coisas estavam correndo muito bem, ele não inventou de ficar na nossa mesa e esse já era um grande ponto a meu favor. O Luiz volta e meia solta uma indireta mas revido com um sorriso, não quero me indispor com o Antenor, não agora, afinal, tenho outras coisas para me preocupar.
Estávamos conversando quando tudo aconteceu, fui pega de surpresa claro, ou não deixaria que ela fizesse o que fez, filha da puta, quem essa lambisgoia pensa que é para me insultar assim. Eu vou matar a Clara, ela não perde por esperar.
– O que a senhorita Vidal quis dizer, Carolina? – meu marido perguntou nervoso.
– Não vou conversar com você aqui.
– Me responda, – apertou meu braço com força – você me deve explicações, eu sou o seu marido.
– Não entendeu senhor prefeito, – gargalhou – sua esposa está te traindo, ou ao menos está tentando fazer isso, dando em cima da namorada da moça.
– Cala a boca infeliz, não se intrometa. – Respirei fundo me desvencilhando do idiota do meu marido. – Vamos embora, já chamamos atenção demais aqui. – Paguei a conta que o garçom como num passe de mágica chegou a mesa entregando e saí sem olhar para trás.
Malmente nos olhamos no carro, sabia que aquilo era um mau sinal. Tudo culpa daquela louca, quem ela pensa que é para me afrontar assim? Preciso encontrar o Alex, a Clara precisa sair do meu caminho imediatamente, se ele não fizer isso, eu farei.
– Pronto, já estamos em casa, me explica o que está acontecendo.
– Pai, para de ser trouxa. Tua mulher tá te chifrando.
– Saí daqui moleque. Ninguém te chamou na conversa.
– Nos dê licença Luiz, isso é assunto entre marido e mulher.
– Tudo bem. – respondeu sarcástico. – Seu reinado está chegando ao fim primeira dama, cuidado com o que anda fazendo. Adorei aquela moça, além de linda é corajosa e muito educada. – saiu da sala gargalhando.
– Estou esperando você começar a falar.
– Antenor, não sei o que aconteceu. Aquela mulher é maluca, não faço ideia do que ela estava falando.
– Daquela sapatão dos infernos, – atirou o copo na parede, sua voz estava embargada pelo nervosismo e raiva contidos em cada palavra dita – era dela que ela estava falando Carolina. Ou você não sabe que elas estão juntas. Você voltou a procura-la? – veio em minha direção com os olhos injetados de raiva me encurralando na parede – Ela está te comendo enquanto eu viajo? É isso? Responde.
– Para de loucura, já disse que não tenho nada com ninguém. – Me fiz de desentendida – Não faço ideia de quem ela estava falando, muito menos de quem você está falando, até onde eu saiba a administradora da vinícola tem um noivo e está prestes a casar.
– Não se faça de sonsa, sabe muito bem que o noivo a deixou no altar. E ao descobrir que estava grávida ela tratou logo de abrir as pernas para aquela sapatão, neta do seu Giovani. Ou então ia morrer de fome junto com a criança que ela carrega agora. A cidade inteira só fala disso, não venha me dizer que não sabe.
– Juro, eu não sabia. Não gosto dessas fofocas bobas, você sabe disso. Além do mais, passei grande parte do tempo na sua companhia na capital, pouco vínhamos para cá. – alisei seus braços carinhosamente, beijando seus lábios – O que está acontecendo com você, a pouco falávamos em ter filhos, agora explode dessa maneira – o abracei apoiando minha cabeça em seu peito, me fazendo de frágil – Não deve acreditar em tudo o que falam por aí.
– Vai me dizer que aquilo não passou de um engano?
– Claro, – olhei em seus olhos, voltando em seguindo para a posição que estive antes – sabe que não nego que manchei meu passado ficando com a neta do seu Giovani uma vez – não podia falar o nome dela, ou então entregaria toda a minha raiva e ciúme – mas isso já passou, eu preferi você, estamos casados agora, felizes. – Segurei seu rosto entre minhas mãos, fazendo-o olhar para mim – Eu te amo.
O celular dele tocou, o clima de tensão ainda estava no ar. Precisava continuar atuando, maldita Clara. Já estava com o paspalho do Antenor na mão, mas isso é bem feito, deveria ter me livrado dela antes, mas foi bom ver que ela sabe jogar baixo, para o azar dela aquela ceninha patética só fez aumentar o meu ódio por ela.
– Eu também te amo. – Percebi o alivio em sua respiração ao dizer aquelas palavras, ao contrário dele, eu mantive a minha respiração da mesma forma, eu estava ganhando, o idiota acreditou em mim. – Não mente para mim, eu não suportaria te perder para ela, nem sei o que seria capaz de fazer se isso acontecesse. – Olhou para o celular que tocava insistentemente – Preciso atender. – me deu um selinho e saiu.
Preciso resolver esse problema o mais rápido possível, enviei uma mensagem para o babaca do Alex que não demorou a responder. Sorri feliz: – Você não perde por esperar Clara Vidal.
Fim do capítulo
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Fabiola Ramos
Em: 12/06/2019
Essa Carolina é uma sonsa mesmo. Ô mulher fingida!
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Baiana
Em: 11/06/2019
A Carolina que se cuide,ela ainda acha que está acima do bem e do mau. Depois do que a Clara fez,o enteado dela já ligou o alerta,e não duvido nada que ele não vá procurá-la para saber mais podres da madrasta.
E que a Agnes tome uma atitude de uma vez por todas para proteger sua família dessa louca que acha que pode fazer o que quiser e não sofrer as consequências
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