Patrícia

 

 

 

AnaLu e Lô passaram o dia com segredinhos. Quando alguém chegava perto as duas desconversavam. “Puta merd*, não quero nem ver o que essas malucas vão aprontar”.  Hoje teríamos um grande churrasco com a presença das minhas avós, a família do Junior e vários amigos. A peonada também estava convidada e não se falava em outra coisa.

 

Havia marcado manicure e pedicure e levei Luiza no salão que eu frequentava. Nunca me arrependi tanto na vida! Quando entrei com a minha amiga no Zuleika´s, a própria, uma trans belíssima, quase desmaiou ao ver Luiza Nadge em carne e osso, no seu humilde estabelecimento, como ela mesmo falou! A minha amiga sempre fofa, depois dos inúmeros selfies com todo staff e clientes do salão, aceitou o cafezinho e engatou uma conversa com Odete a manicure sobre os nomes toscos que dão para os esmaltes.

 

— Não ri Odete! – Minha amiga falava com uma cara divertida. — Olha esse aqui... PUTA QUE LOS PARIU! – Odete estava lixando as unhas da mão enquanto Lu olhava a cestinha. — Marshmallow de alfazema... Oi? Que caralh* de cor é essa? Dai você olha e é um branquinho meio azul! Puta que los pariu! – A pobre da manicure já estava quase roxa de tanto rir. — Não Paty, esse aqui... Marrom mutante... Como assim gente? Marrom é marrom! Mutante como? Virou um X-men? É Wolverine? Vai criar garras?

 

Enquanto o pessoal dentro do salão ficava olhando embevecido para Luiza uma procissão de fãs e curiosos se aglomerava em frente, tentando ver o que acontecia lá dentro. O segurança dela que estava nos acompanhando que trabalhar dobrado!

 

Durante a tarde ficamos longe dos preparativos para noite. Lolo e AnaLu foram com a peonada carnear uns cordeiros, e como eu não aguentava ver isso, fiquei com a Luiza na piscina.

 

— Lu, mais pro final da semana vamos passar uns dois dias no Rancho do Riachão. Você vai amar aquilo lá!

 

— Não tem perigo de crocodilo não Paty?

 

— Crocodilo Lu? – Comecei a rir. — Não tem no Brasil louca! Pelo menos não solto! E não tem perigo não. Lô sempre manda o pessoal antes e colocamos telas para prevenir que os jacarés cheguem perto. Eles aparecem mais quando é tempo de cheia. Outra coisa, eles morrem de medo de gente!

 

Contei a ela a vez que achamos um dentro da varanda tomando sol.  Falei que o lugar fazia parte das terras da minha avó e que eu tinha me apaixonado a primeira vez que vi.  O problema foi que logo depois presenciei o “Chá de Panela” da Lorenza e do Júnior e fiquei muito tempo sem colocar os pés naquele lugar.

 

Luiza sorriu encantada quando relatei todo cuidado que a minha noiva teve com o lugar, para fazer com que aquele fosse um cantinho nosso, reformando e deixando tudo do jeito que eu mais gosto.

 

Escutamos uma algazarra e vimos nossas duas mulheres se atirarem na piscina de roupa e tudo espalhando água gelada em cima de nós duas.

 

— PUTA QUE LOS PARIU ANA LUIZA!

 

— PUTA MERDA LORENZA!

 

— Desculpe gata, mas o loirão falou que quem chegasse por último era mulher do padre e uma coisa levou a outra quando vi a gente tava na piscina...

 

— Pelo menos as duas malucas tiveram a lucidez de tirar as botas cheias de sujeira antes de entrar na água. – Retruquei querendo me fazer de brava, mas não tinha como porque agora as duas brincavam de lutinha no meio da piscina. Lô pelo menos estava de regata preta, ao contrário de AnaLu que ficou com os seios completamente a mostra na camiseta branca molhada.

 

Enquanto Luiza se juntava a elas dentro d´água eu tentava entender o porquê de eu sentir mais calor ainda olhando aquela cena. Vez ou outra os mamilos rígidos da garota raspavam nos braços da minha noiva e aquilo me deixou com a garganta seca e a respiração alterada.

 

Tudo piorou quando Lo ficou apenas de cueca e AnaLu de calcinha boxer. Lô também retirou a regata, ficando apenas de top. 

 

Analu se agarrou nas costas de Lorenza, tentando fazer com que ela afundasse na água... Agarrei o copo de suco que Báh havia trazido e engoli o conteúdo gelado em apenas um gole quando vi Luiza se aproximar delas, agarrar a esposa pelas costas e morder seu pescoço. AnaLu se virou e a pegou colocando as suas pernas na cintura, eu conseguia notar as mãos na bunda... Segurando forte... Os lábios se encontrando...

 

Sei que devia virar o rosto e parar de olhar, mas estava completamente hipnotizada. Meu sex* molhado e latejando. Já havia presenciado vários carinhos entre as duas... Mas depois das conversas que eu tive com a Luiza... E dela me contar o que mais gostava na cama com a sua menina... A curiosidade deu lugar ao tesão em agora vê-las e imaginar as cenas relatadas mais cedo.

 

Quando Luiza agarrou os seios da sua mulher segurei um gemido que virou um grito ao sentir um corpo gelado junto ao meu.

 

— Notei que uma oncinha safada tava muito interessada na cena da piscina... – Ela ch*pou o lóbulo da minha orelha e agora sim eu fiquei completamente encharcada com a minha loira junto a mim. – Então... Eu vim aqui ajudar com o problema...

 

— Qu... Que problema? – Suspirei enquanto ela apertou meu seio puxando o mamilo enrijecido.

 

— Esse... – Driblando o elástico do meu biquíni ela penetrou meu sex* molhado. — Ah... Molhadinha... Eu sabia! Conheço essa carinha de Tzão.

 

— Lô... As meninas... Vão ver... – Meus olhos ainda fixos no movimento na piscina onde as duas estavam em um canto em que eu via apenas AnaLu de costas, mas conseguia muito bem notar o que ela fazia devido aos movimentos dos seus braços.

 

— Elas não estão nem aí pra gente coração... Ó – Lô fica de lado de forma que a minha intimidade fique incoberta com o seu corpo, assim ninguém veria o que a sua mão fazia. — Melhor assim? – Perguntou agora com dois dedos dentro de mim e meu gemido foi de concordância.

 

Lô baixou a cabeça e ch*pou um dos meus seios por cima do biquíni. Seus dedos faziam maravilhas no meu sex* e eu mordia meu lábio tentando segurar os gemidos. As minhas unhas rasgavam a sua pele tanta era a força que eu fazia para me controlar.

 

Meus olhos continuavam a acompanhar o que acontecia na piscina e agora eu ouvia claramente Luiza gem*ndo... As unhas arranhando a nuca da esposa... Seu corpo se contorcendo... E aquilo... PUTA MERDA... Aquilo fez com que eu ficasse louca e puxasse a minha loira para um beijo, sugando a sua língua, seu lábio, mordendo seu queixo... Meus quadris indo de encontro aos seus dedos... Os gemidos do outro lado da piscina aumentavam e eu não conseguia mais segurar os meus até que explodi em um orgasmo delicioso.

 

Não sei o que deu em mim. Acho que observar outra pessoa e talvez poder ser pega no ato... Não sei... Foi intenso demais! Lô lambia os dedos com uma cara de safada quando nossas amigas saíram da piscina completamente afogueadas.

 

— Vamos nos aprontar pra mais tarde. – AnaLu disse cobrindo a esposa com uma toalha grande e felpuda. — Até mais!

 

— Até... – Lô esperou as duas entrarem. — Nalu é das minhas!

 

— Aí... Lô sua louca! Puta merd*!

 

— Não gostou?

 

— Amei... Mas... Aiii...

 

— Vem morena... Vamos continuar nossa conversa no banho.

 

 

 

O banho foi interrompido porque precisavam da Lô nos preparativos. Não sei se a convivência todos esses meses com a Luiza, seu jeito espontâneo de falar sobre sex*, seu jeito bem resolvido com o seu corpo... Fez com que eu começasse a admirá-la e mesmo que AnaLu tivesse sido muito importante para mim em um momento difícil da minha vida, a Luiza agora, se tornou a amiga que eu nunca tive.

 

Encontrei a minha amiga na cozinha, rodeada das mulheres da fazenda, maquiando nada mais nada menos que: Bastira! Me servi de bolo de cenoura e café enquanto Aninha não parava de perguntar para que servia cada coisa.

 

Era como se eu tivesse entrado em um mundo paralelo. As mulheres que eu conheci todas transformadas em adolescentes tagarelando sobre maquiagem, artistas e qual famoso beija melhor.

 

— E aquele que fez o Batman Luiza! Ele beija bem?

 

— O Ben? – A menina balançou a cabeça freneticamente. — Não lembro... Acho que sim. Só lembro dos horríveis. – Todas gargalharam. — Bá querida agora fecha o olho que vou passar a sombra...

 

— E você não ficava excitada nas cenas Lu? Cada homem bonito!!! – Uma menina que eu não lembrava o nome perguntou.

 

— Nunca... Eu sempre fiz papeis em que eu ficava apenas com homens... Então... – Ela sorriu enquanto se concentrava em Bá. — Nunca! – Ela deu de ombros.

 

— Sério? Então você é uma atriz maravilhosa mesmo Lu! Não que você não seja é que... Nossa aquele filme... Bá... Aquele filme com o galã daquela novela... Danilo... – Aninha dispara.

 

— O que morreu e voltou sendo o irmão gêmeo – Bá arremedou.

 

— Isso! A cena Lu que vocês fazem sex* no telhado ao ar livre! – Um burburinho foi instalado. Todas falavam ao mesmo tempo começando a lembrar da cena em questão. No filme a minha amiga era uma mãe brasileira em busca da sua filha sequestrada por uma quadrilha de tráfico de pessoas na europa. Ela e o galã acabavam discutindo e tendo uma cena de sex* tórrido! Realmente, lembrando fora muito real!

 

— Agora eu lembrei desse filme. Nossa Lu! Me deu um calor! Como você se prepara para a cena se na verdade não sente nada? – Perguntei curiosa lembrando das expressões, do olhar, da respiração... “Puta merd* Paty, ficando excitada com uma cena de filme e da sua melhor amiga?”.

 

— Tá... – Luiza pensou um pouco. — Vou contar... Foi difícil, ficamos o dia todo e eu não conseguia fazer a cena porque não dava o tom certo, a emoção certa... O tesão certo! – Todas riram e ela parou com o batom em mãos. — Então no início da tarde AnaLu apareceu com a sua irmã para me visitar. Gente eu tava completamente arrasada, me sentindo um “anus” ... – A mulherada foi à loucura rindo. — Puta que los pariu! O cheiro da loção de barba dele já estava me dando náuseas, eu não conseguia não demonstrar isso... O diretor gritava feito louco. Então, AnaBea saiu do camarim e AnaLu passou a cena comigo... Cada detalhe... Cada mínimo detalhe... – Sorriu maliciosamente. — Só que a filha de uma puta, que as minhas amigas não me ouçam, não me deixou goz*r! Então... Eu estava explodindo de tesão! E o resultado... Bom... Vocês viram no filme!

 

 

 

N/A – One onde eu conto essa história da AnaLu e Luiza https://www.wattpad.com/708398130-ones-coletâneas-de-contos-eróticos-lésbicos-choc

 

 

 

Lorenza

 

 

 

— Será que elas vão gostar Nalu? – Coloquei mais algumas lenhas intercalando com carvão dentro da grande churrasqueira.

 

— Caraca loirão... Até parece que tu não conhece a Paty! Ela vai amar! E a minha Lu... Ah... Ela ama quando eu canto para ela. – A garota falou de um jeito que misturava fofura e safadeza. Eita diacho, essa moleca é foda!

 

— Então tá... – AnaLu estava sentada em uma cerca e olhava séria a piazada brincando. — O que houve, por que essa cara? Você sabe que pode falar comigo...

 

— Lembra que eu contei que nós iriamos na clínica de fertilização para a Lu engravidar e tal... – Minhas amigas não queriam esperar já que a Luiza tinha mais de 40 anos.

 

— Lembro sim... Até depois quero o contato. Brinquei com a morena que eu mesmo iria insemina-la e quase dormi no sofá! – AnaLu começou a rir. — Disse que eu mesmo podia fazer os embriões já que não era diferente de bovino. “Puta merd* Lorenza” – Imitei minha Oncinha falando — “Tá achando que eu sou uma vaca?” Até eu explicar que era brincadeira... Diacho de oncinha brava...

 

— Então... Luiza não vai poder gerar um bebê. Ela tem um problema no útero, e a gravidez pode ser de risco... A gente até vai tentar coletar alguns óvulos dela, mas com a idade... é possível que só de pra usar os meus...

 

— E qual o problema?

 

— É que ela queria tanto estar gravida, tá ligada Lo? Tipo, eu agora não dou bola... Mas ela, nossa ficou falando disso o tempo todo...

 

— Oxi... mas tudo se resolve... Tudo da certo! Mesmo que o bacuri fique aí no teu forno, vai ser de vocês duas.

 

— Isso é verdade! Mas loirão... Caraca... Esses hormônios que a gente tá tomando pra coletar os óvulos! Nossa! Nós duas ficamos num tesão desgraçado! É só se olhar que já sai faísca.

 

— Percebi. – Falei rindo.

 

 — Caraca... Malz aí... É que... Porr*... Luiza cara... Quem diz não pra Luiza?

 

— Te entendo, fica tranquila. – Quando a minha oncinha queria sex*, ela me atacava e aí de eu dizer não...

 

— Sem falar que a Lu fica num humor completamente bipolar. E eu não! Eu tô quase normal! – Comecei a rir. — Esses dias só porque eu comecei a rir no meio do sex* ela me expulsou do quarto.

 

— O diacho... Mas também né...

 

— Ô Loirão tu sabe como a minha cabeça é zuada e se eu não me concentro fico viajando nas paradas!

 

— Porr* Nalu!

 

— Aí fiquei na porta sentada louca de tesão pensando onde eu podia encontrar um vibrador, se todos estavam no quarto! Lembrei que tinha um no estúdio... Bem... – Sorriu maliciosa. — Porque a gente tinha deixado para emergência... Fui até lá e quando eu comecei a minha digníssima esposa chegou e me atacou!

 

— Oxi e não foi bom isso?

 

— Claro que foi! Mas pô... Bipolar sacas... Agora ela anda me perguntando se eu não sinto falta de piroca! Acredita nisso? “Ju... Você tem certeza que não sente falta de um?

 

— Eita diacho... Luiza tá louquinha mesmo!

 

— Eu falo que não e mesmo assim ela teima em me comer toda vez. – PORRA! Agora a visão disso ficou na minha cabeça! Oshi... Vou precisar visitar minha oncinha... — Não que eu não goste! Amo! A Lu vestida com um strappon e cinta-liga! Nossa!! – A imagem da minha amiga vestida assim flutuou na minha mente e comecei a imaginar a Paty no lugar dela. Meu coração bateu descompassado. — Mas eu sei que ela prefere ser mais passiva Lô. Gosta que eu a coma de quatro ou goz*r rebol*ndo na minha boca... Sacas – “Oxi Nalu... PORRA! Essa posição é a minha favorita!” A minha amiga desatou a falar e imagem da Paty e da Luiza se intercalavam e eu precisava parar de pensar nisso urgentemente.

 

— Melhor a gente ver o que...

 

— Esses dias eu tava usando um strappon...  – “Ela não deixava eu mudar de assunto diacho!” — E ela rebol*ndo no meu colo, eu segurando os peitos dela, que são deliciosos pra caralh*, ai do nada ela parou e falou: “Você gostaria que meus seios fossem maiores?” eu “oi?” Agarrada naqueles peitinhos viajando em como era bom sentir eles na minha cara. “Fala Ana Luiza”. Eu disse que não, que sei lá e ela saiu chorando dizendo que eu preferia os seios da Paty.

 

— Como é que é?

 

— Pois é... Tipo... Com todo respeito... Os da Paty são lindos, devem ser uma delícia, pesados né? Dá pra brincar tipo pesadão dão dão dão like Iza né – Diacho de menina zoada eu não consegui deixar de rir. — Acho a Paty um tesão e você também loirão, mas porr* a Luiza tá loucaça dos hormônios! Eu ando pisando em ovos! O mais estranho de tudo isso é que eu tomei os mesmos!

 

— Ah AnaLu, cada pessoa tem um organismo diferente e reage de um jeito. Quando eu congelei meus óvulos anos atrás, também notei que meu Tzão aumentou e fiquei mais irritada.

 

Ficamos em silêncio olhando a molecada correndo.

 

— Então você me acha um Tzão é?

 

— Te comeria loirão. – AnaLu riu debochada.

 

— Já disse que aqui não violão! – Olhei para Nalu e pensei que se fosse antigamente... Antes de só ter olhos pela minha pequena, e se ela fosse mais velha, não me escaparia jamais.

Fim do capítulo