Depois de alguns dias sob os cuidados de Carolina, Vera recebeu alta, mas sua prisão domiciliar foi suspensa, pois ela virou réu em mais dois casos de erro médico e foi acusada de mais uma morte de uma paciente.

            Quando saiu do hospital, foi direto para a prisão, a família de Ângela estava destruída, a médica não queria se envolver em nada daquilo e deixou os advogados resolverem as questões com seus pais. Tudo o que ela queria era viver em paz, e com sua mãe presa, ela sentia essa paz.

            Carolina estava preparando a residência de cardiologia, e estava avaliando os candidatos, surpreendeu-se com uma ficha que apareceu na sua mesa, era a aplicação de Ângela. Tinha um bilhete na ficha.

 

 

 

            “Amor, preciso terminar minha residência em Cardiologia, me aceita de volta?”

 

 

 

            Carolina riu e na mesma hora assinou o requerimento dela, Ângela finalmente vai terminar sua residência e se tornar cardiologista.

           

 

 

********************

 

 

 

 

            Alguns meses passaram, Carlos veio de Macaé para ficar com Roberta, era aniversário da advogada e ela resolveu comemorar com uma festa para a família e os amigos.

            A festa corria tranquila, a família de Roberta estava presente, amigos do trabalho, as amigas conversavam animadas em uma mesa, Ângela e Carolina, Aline e Raquel, Izabel e o marido, Carlos e Roberta, estavam todos animados.

            Em um momento da noite, Carlos saiu de fininho e foi até o DJ e pediu para abaixar o som e pegou o microfone. Chamou a atenção de todos.

 

 

 

-- Boa noite a todos. – Segurava uma taça de espumante –

 

 

 

-- Boa noite! – Algumas pessoas responderam –

 

 

 

            Carlos estava nervoso, tremia um pouco, Roberta olhou para o namorado surpresa, ria de nervoso, imaginou que ele faria um discurso e ela não gostava de ser o centro das atenções, mas ele a convidou a se juntar a ele.

 

 

 

-- Roberta, você pode vir aqui, por favor? – Ria –

 

 

 

            Roberta estava envergonhada, seu rosto vermelho denunciava seu pequeno desconforto, mas se levantou com o incentivo de Carolina e foi até o namorado. Parou ao lado dele e ficou olhando para Carlos.

 

 

 

-- Bom, estamos aqui hoje para comemorar seu aniversário, e eu queria agradecer a presença de todos, e dizer que você é uma mulher maravilhosa, guerreira, inteligente, geniosa às vezes, -- Recebeu um tapa no braço e riu – Viram?

 

 

 

            Todos riram no salão, Carolina estava feliz, sabia que o irmão estava dando um passo importante na vida e tinha certeza que ele estava tomando o caminho certo.

 

 

 

 

-- Você tem tantas qualidades que eu passaria a noite inteira aqui falando, mas eu quero brindar a você como um todo, a mulher que me conquistou por inteiro, que tem meu coração nas mãos. – Levantou a taça – Nós passamos por muita coisa, uma separação longa, mas meu amor por você nunca morreu, e hoje está mais forte do que nunca.

 

 

 

            Carlos deu um beijo em Roberta e deixou a taça em uma mesa ao lado, puxou uma caixinha de joias do bolso e ajoelhou na frente de Roberta, a advogada levou as mãos ao rosto e ria de nervoso. Carlos abriu a caixinha de preta e mostrou as alianças.

 

 

 

-- Roberta, meu amor, eu não vejo minha vida sem você, aceita se casar comigo?

 

 

 

-- SIIIIIM! – Gritou alto –

 

 

 

 

            Todos os presentes levantaram e aplaudiram o casal, Carlos levantou e abraçou Roberta, beijou sua boca e a levantou do chão. Trocaram alianças e a felicidade estava estampada no rosto da advogada. A vida parecia que finalmente havia se encaixado.

            Os dois foram cumprimentar os pais de Roberta que estavam pulando de alegria, a mãe de Roberta apertava as bochechas de Carlos como se ele fosse uma criança, Carolina ria, depois de toda algazarra, a música voltou a tocar no ambiente e os dois se aproximaram das amigas.

 

 

 

-- Parabéns Beta. – Carolina abraçava a amiga –

 

 

 

-- Você sabia né. – Deu um tapa em Carolina –

 

 

 

-- Ai, Carlos tem razão, você é geniosa! – Esfregava o braço –

 

 

 

-- Você sabia e não me contou! – Olhava a aliança na mão direita --

 

 

 

-- E ia estragar a surpresa? Claro que eu sabia, eu que dei a ele seu anel pra ele acertar o tamanho do dedo. – Sorriu marota –

 

 

 

-- Ah safada!

 

 

 

-- Oba, vamos comer bolo de casamento! – Raquel batia palmas –

 

 

 

-- E como vocês vão fazer? Um mês aqui e um mês em Macaé? – Izabel perguntou –

 

 

 

-- Não, eu fui promovido a supervisor de campo, não vou mais viajar, eu pedi transferência para o polo aqui do Rio e vou ter um horário de trabalho normal a partir do mês que vem.

 

 

 

-- É sério? – Roberta se espantou –

 

 

 

-- Sim, muito sério. – Sorriu -- Queria te fazer essa surpresa, por isso não contei antes.

 

 

 

            A advogada pulou no pescoço do agora noivo e o beijou apaixonadamente, eles teriam uma vida normal, não ficaria mais tanto tempo longe dele e Carolina adorou saber que teria o irmão por perto novamente.

 

 

-- Ai que bom, irmão, estou tão feliz que você vai voltar a morar aqui perto.

 

 

 

-- Pois é, mas não vou vender a casa de Macaé, vou deixar para termos onde ficar, quando formos ver Manu. – Abraçou a cintura de Roberta –

 

 

 

-- Acho ótimo, quando tirar férias temos para onde ir. – Carolina completou –

 

 

 

-- Desde quando você tira férias? – Izabel ironizou – Da última vez que você tirou férias fui eu que te obriguei. – Ria –

 

 

 

-- Verdade, já está na hora de você tirar um tempo pra descansar, Carol, daqui a pouco vai fazer dez anos que você tirou férias, vou até comprar um bolo e cantar parabéns pra você. – Raquel ironizou –

 

 

 

-- Ih, em que momento o foco da conversa deixou de ser o noivado de Roberta e passou a ser minha vida? Aline me socorre, faz sua mulher calar a boca. – Ria –

 

 

 

            Aline puxou Raquel e deu um beijo apaixonado na ruiva que retribuiu com muito gosto, e depois que se desvencilharam, Aline respondeu.

 

 

 

-- Só assim pra ela parar de tagarelar. – Riu –

 

 

 

            A felicidade batia novamente à porta daquela família, todos estavam bem e felizes, era a calmaria que se apresentava, Carlos também superou muitos traumas, foi forte assim como Carolina, não desistiu, trabalhou, buscou seus sonhos e ao contrário de buscar a facilidade do crime como aconteceu com Caio, ele buscou uma vida honesta, um trabalho digno, provando que se você tem caráter e força de vontade, pode sim, contrariar todas as estatísticas e vencer na vida de forma honesta.

            Naquele momento, em que estava pedindo Roberta em casamento, pensou em sua mãe, na saudade que sentia dela e do irmão, mentalizou os dois e desejou que eles pudessem ver o homem que ele se tornou.

            Carmem e Caio com certeza estavam presentes assistindo e abençoando a felicidade do rapaz, com muito orgulho do homem de bem que ele se tornou. Transmitindo luz e paz para os dois, Carlos e Carolina, dois sobreviventes.

 

 

 

 

***************************

 

 

            O fim do ano chegou e como sempre, Raquel fez uma festa em sua casa para romper o réveillon. Todas as amigas estavam presentes, dessa vez Carlos participou, seu trabalho já estava com horários normais, o rapaz ainda não tinha se adaptado a essa mudança, mas estava se esforçando.

            Ao contrário dos últimos anos, Carolina estava ao lado de Ângela, seu amor, a mulher que conquistou seu coração. Vera continuava presa esperando julgamento, Pedro, seu pai, foi solto por conta de um acordo de delação premiada, ele denunciou vários políticos que participaram do esquema de corrupção liderado por Lucia e recebeu esse benefício, voltou a morar na cobertura da família e não incomodava Ângela, era como se não existisse.

            A residente conseguiu concluir a residência em cardiologia e estava atuando na área que ela amava, ao lado da mulher que ela escolheu para dividir sua vida.

            As amigas estavam animadas conversando ao lado da piscina no jardim nos fundos da casa de Raquel.

 

 

 

-- Gente, um ano passou muito rápido! – Izabel comentou –

 

 

 

-- Verdade, e que ano! – Carolina bebia um gole do refrigerante –

 

 

 

-- Foi mesmo, cheio de emoções! – Raquel bebia cerveja – Carol quase matou a gente de susto de novo. Aí veio Samantha salvou sua vida e ainda te deu um hospital! – Disse orgulhosa – Ângela voltou. – Apontou a médica – Você não pode reclamar que sua vida foi monótona esse ano Carol.

 

 

 

-- Nem me fala! – Revirou os olhos – Tirando ficar debaixo da mira de Lucia, todo o resto foi muito bom. Ter Ângela de volta foi o melhor. – Beijou o rosto da namorada –

 

 

 

-- Eu que o diga! – Roberta segurava um espumante – Não aguentava mais sua choradeira.

 

 

 

-- Ah safada! – Empurrou Roberta – E quando eu aturei as suas crises quando você brigava com Carlos?

 

 

 

-- É diferente! – Levantou o indicador –

 

 

 

-- Sei, mas vocês também podem dizer que o ano foi bom e bem movimentado, Aline se saiu muito bem assumindo a clínica sozinha. – Apontou a médica que estava abraçada com Raquel – E vocês ganharam uma fatia do hospital junto comigo, não ia deixar minhas melhores amigas fora dessa. – Riu –

 

 

 

-- Verdade, entramos pela tangente. – Raquel levantou o copo que segurava –

 

 

 

-- Mas estão fazendo um ótimo trabalho, todas vocês!

 

 

 

-- Obrigada pela confiança que vocês depositaram em mim. – Aline sorria – Eu nunca imaginei que chegaria onde estou hoje, e tudo isso aconteceu graças a vocês. – Beijou Raquel –

 

 

 

-- Não, foi graças à sua competência e dedicação. – Carolina sorriu –

 

 

 

-- Já marcaram a data do casamento? – Ângela perguntou para Roberta –

 

 

 

-- Estamos decidindo, mas acho que será em abril.

 

 

 

            A conversa corria solta, finalmente a paz reinava naquelas pessoas, sem sofrimento, sem dores insuportáveis, apenas paz e alegria.

            Perto da meia noite todos se prepararam para a contagem regressiva, e quando os fogos estouraram anunciando o novo ano que chegava para renovar as esperanças de todos, Aline e Ângela puxaram ao mesmo tempo alianças e ofereceram para Raquel e Carolina respectivamente.

 

 

 

-- Raquel, você me conquistou de uma maneira que eu não imaginava que poderia acontecer comigo, mas hoje eu não consigo mais imaginar minha vida sem você, então você quer casar comigo? – Abriu a caixinha de veludo –

 

 

           

            Raquel ficou surpresa e encantada, os olhos de Aline brilhavam em expectativa, e antes que sua namorada sofresse um ataque, ela resolveu responder.

 

 

 

-- Sim, claro que eu quero me casar com você! – Acariciou seu rosto --

 

 

 

            Raquel a abraçou e beijou com um amor que parecia transcender seus corpos. Enquanto Ângela fazia o mesmo pedido pela segunda vez a Carolina em total sincronia com o outro casal.

 

 

 

 

-- Amor, eu sei que você estava insegura, que a confiança que você tinha em mim se quebrou e eu fui culpada por isso, mas eu prometo que não vou mais deixar você, nunca mais. – Olhou dentro dos olhos -- E por isso, eu queria saber se você aceita casar comigo, de novo. – Sorriu –

 

 

 

            Ângela puxou as alianças que ela tinha guardado, e mostrou à Carolina que sorriu. Aquele medo que existia, se foi, a necessidade de ser feliz era maior, e estar ao lado de Ângela era a felicidade que ela precisava, sabia que aquele pedido seria feito novamente, até achou que ela que teria que tomar a iniciativa dessa vez, mas foi surpreendida novamente pelo ímpeto da mais jovem.

 

 

 

-- Sim, claro que eu aceito. Chega de sofrimentos, é hora de ser feliz.

 

 

 

            Ângela colocou a aliança em seu dedo na mão direita e recebeu a sua, beijaram-se e os dois casais selaram ali seu comprometimento com o amor.

            Dessa vez, não tinha desequilíbrio, o amor estava presente para todos.

 

 

 

*******************************

 

 

 

            Três anos passaram, Carolina chegava em casa depois de uma cirurgia exaustiva no hospital, encontrou Ângela sentada no sofá assistindo televisão, a moça comia um pote de sorvete.

 

 

-- Oi amor. – Deixava as chaves sobre o aparador –

 

 

-- Oi, está tudo bem? – Comia uma colherada – Você chegou tarde!

 

 

 

-- A cirurgia demorou mais do que eu previ. – Tirou os sapatos e se jogou no sofá – Você está comendo o que? – Deu um selinho –

 

 

 

-- Sorvete de creme. – Ofereceu uma colher – Quer?

 

 

 

            Carolina comeu aquela colherada de sorvete e fechou os olhos saboreando o creme gelado que descia pela sua garganta, Ângela observava o deleite da esposa e sorria.

 

 

 

-- Meu favorito!

 

 

 

-- Eu sei, por isso comprei dele. – Ofereceu outra colher com sorvete –

 

 

 

Carolina aceitou. – Hum, delícia, deixa eu tomar um banho que eu estou muito cansada, vou só fazer um lanche antes de dormir. – Pôs-se a levantar –

 

 

 

            Ângela segurou sua mão e a impediu de levantar-se, Carolina a olhou e não entendeu aquele ato. Levantou uma das sobrancelhas e olhou para Ângela.

 

 

 

-- O que foi?

 

 

 

-- Eu tenho uma coisa pra te contar. – Colocou o pote sobre a mesa de centro –

 

 

 

-- Aconteceu alguma coisa? – Ficou apreensiva –

 

 

 

            Carolina ficou preocupada, a vida das duas estava em paz, como nunca tinha vivido um período tão calmo, Vera estava presa, estava esperando pelos julgamentos dos casos de homicídio e erro médico, já tinha sido condenada em um dos homicídios e estava recorrendo, mas nunca mais conseguiu sair da prisão, Ângela foi até a penitenciaria visita-la algumas vezes, mas Vera não mudou, sua arrogância afastou Ângela que depois de um tempo não voltou mais. Pedro Paulo estava cumprindo prisão domiciliar por conta das delações que ele fez, e não incomodava a filha, era como se não existisse, a empresa dele continuava funcionando, com outra diretoria, mas ele ainda recebia por ela, a clínica de Vera foi reaberta pelos sócios dela com outro cirurgião plástico, e Vera perdeu tudo que tinha.

             Mara foi trabalhar para Carolina e Ângela, ela que cuidava do apartamento das duas. Carolina se mudou para o apartamento que Samantha deixou, por ser maior que o dela depois que as duas se casaram.

            Tudo o que veio à cabeça de Carolina, foi que Vera apareceu e ameaçou a filha novamente, era o único medo que ainda lhe incomodava, mesmo depois de tanto tempo.

            Ângela fez um momento de silêncio e olhava pra Carolina, estava se divertindo com a apreensão da esposa, e com pena, acabou revelando sua surpresa.

 

 

 

 

-- Nós conseguimos.

 

 

 

-- Conseguimos o que?

 

 

 

            Ângela pegou a mão de Carolina e levou até seu ventre, acariciou sua barriga e sorriu para a esposa. Carolina olhou para os olhos azuis de Ângela que brilhavam mais que o normal, entendeu o recado, Ângela estava grávida!

 

 

 

-- Deu certo? – Sorria abobada – A inseminação funcionou?

 

 

 

-- Sim, eu estou grávida!

 

 

 

            Carolina abraçou a esposa e lágrimas escorriam em seu rosto recheadas de felicidade, chega de chorar por sofrimentos, dores e decepções, finalmente a vida estava boa, repleta de alegrias, casou com a mulher de sua vida, trabalhava com o que sempre sonhou, tinha o irmão por perto, amigas maravilhosas, e agora para completar sua felicidade, um bebê estava a caminho.

 

 

 

-- Você fez a ultra? – Limpou o rosto com as mãos – Está tudo bem?

 

 

-- Fiz, amor, olha aqui. – Puxou o exame e mostrou – Estou com quatro semanas, parece um grãozinho ainda.

 

 

 

            Carolina olhava aquelas fotos distorcidas da ultrassonografia e sorria enquanto algumas lágrimas ainda teimavam em escorrer em seu rosto de emoção. Aquele bebê, tão pequeno, já era muito amado.

 

 

 

-- Amor, eu estou tão feliz!

 

 

 

-- Eu também. – Acariciou o rosto molhado de Carolina – Agora a família está completa.

 

 

 

            As duas se beijaram e mesmo cansada, Carolina levou Ângela para o chuveiro e comemoraram do jeito que as duas mais gostam, se amando até o cansaço as encontrar.

 

 

            Ângela estava trabalhando com Aline na clínica, usava as instalações do Hospital quando precisavam fazer alguma cirurgia, o estabelecimento das duas cresceu bastante nos últimos anos, e Carolina, Raquel e Izabel, passaram a clínica para as duas em definitivo.

            O Hospital voltou a ser referência em atendimento no Rio de Janeiro, o programa de residência foi reconstruído e era o mais disputado entre os hospitais particulares da região.

             A administração conseguia equilibrar os atendimentos do SUS com os particulares, mesmo quando o governo não repassa os pagamentos. Carolina nunca deixou nenhum paciente sem atendimento.

 

 

 

*******************************

 

 

 

            Carolina chegou no hospital radiante, foi direto para a direção, encontrou com Roberta e Izabel na sala de administração e já foi dando a notícia.

 

 

 

-- Bom dia! – Sorria --

 

 

 

-- Ih, tem gente que dormiu bem essa noite! – Roberta brincou –

 

 

 

-- Ou nem dormiu, né. – Izabel completou –

 

 

 

-- Eu dormi muito bem sim! – Deixou a bolsa sobre a cadeira – Gente, eu tenho uma ótima notícia!

 

 

 

-- Então conta logo!

 

 

 

-- A inseminação deu certo, Angel está grávida!

 

 

 

-- Parabéns, Carol! Que maravilha! – Izabel foi abraçar Carolina –

 

 

 

-- Ai Carol, que bom, ainda bem que deu certo, amiga. – Roberta também foi abraçá-la – Está com quanto tempo?

 

 

 

-- Quatro semanas. É um pontinho na ultra. – Sorria –

 

 

 

-- Ah, que lindinho. A partir de quando dá pra ver se é menino ou menina? – Roberta perguntou --

 

 

 

-- Acho que depois de doze semanas. – Izabel respondeu --

 

 

 

-- Não vejo a hora de saber. – Ria –

 

 

 

            Raquel chegava atrasada como sempre e pegou a conversa pela metade, mas rapidamente Carol a atualizou dos fatos.

 

 

 

-- Oi gente, bom dia! – Sorria –

 

 

 

-- Boa tarde, né Raquel, você não consegue chegar no horário, mesmo, né. – Izabel ralhou –

 

 

 

-- Ai Bel, me deixa, não sei por que vocês ainda insistem em marcar essas reuniões tão cedo! – Colocava os óculos escuros sobre a cabeça –

 

 

-- Porque nós começamos a trabalhar cedo, Raquel, até parece que você nunca pegou plantão sete da manhã. – Cruzou os braços –

 

 

 

-- Mas hoje nós não precisamos mais fazer isso Izabel! – Sentou-se à mesa de reuniões – O que está rolando? O que eu perdi?

 

 

 

-- Por enquanto nada, estávamos te esperando para começar. – Roberta disse sentando-se também –

 

 

 

-- Amiga, antes de qualquer coisa, eu tenho uma notícia. – Carol apoiou a mão no ombro da neurologista com o semblante sério –

 

 

 

-- Meu Deus, o que houve dessa vez? – Colocou a mão no peito – Gente, as coisas estão ótimas, não me venham com nenhum drama, por favor.

 

 

 

-- Calma mulher, eu vou ser mamãe, que drama, que nada. – Ria –

 

 

 

-- Você vai ser o que? – Arregalou os olhos –

 

 

 

-- Mamãe, ué. Estamos grávidas.

 

 

 

            Raquel olhou para Carolina, estreitou os olhos, olhou para sua barriga e ficou pensando. Olhou de novo para a amiga e por fim conseguiu emitir algum som.

 

 

 

 

-- Mas como? Vocês duas fizeram a inseminação?

 

 

 

-- Não, doida, só Angel, e deu certo, ela está grávida!

 

 

 

-- Ah, tá, tomei até um susto, você disse estamos grávidas, achei que as duas loucas tinham feito ao mesmo tempo e tinha dado merd*. – Riu –

 

 

            Raquel levantou e abraçou Carolina, finalmente via a amiga feliz, depois de tantas tragédias, a vida resolveu dar uma trégua.

 

 

 

-- Até que enfim, alguém vai colocar uma criança pra correr nesses corredores.

 

 

 

-- Nem pensar, lugar de criança é em casa e na escola, nada de hospital, a não ser que queira ser médico que nem as mães. – Carolina sentou-se –

 

 

 

-- Izabel não fez o dever de casa, acho até que seu marido não tá fazendo direito. – Implicou com a amiga –

 

 

 

-- Eu já disse pra você que eu não quero ter essa responsabilidade, não nasci pra ser mãe, e Marcelo também não liga, então estamos de acordo com isso. – Deu de ombros –

 

 

 

 

-- Cada um tem sua opinião sobre o assunto, mas e você e Aline? Vocês nunca pensaram em ter um filho? – Roberta perguntou –

 

 

 

-- Já conversamos sobre isso, mas não definimos nada ainda, estamos dando prioridade à nossa carreira.

 

 

 

-- Amiga, vocês já podem se dar ao luxo de deixar a carreira um pouquinho, se não quiserem ter um bebê, adotem, tem tantas crianças esperando um lar. – Roberta falou – Carlos está todo bobo com João, já está até falando em voltar lá no orfanato e adotar um menininho que nós vimos da última vez que tivemos lá pra buscar João, o garotinho estava chegando naquele dia, resgataram ele na rua, Carlos se derreteu inteiro.

 

 

 

 

-- Eu sei, já falamos em adoção também, acho que é mais provável que seja essa nossa escolha. Mas não estamos planejando nada para agora. – Deu de ombros --

 

 

 

-- Bom, então vamos começar a reunião? Eu tenho paciente para atender. – Carolina chamou para o trabalho –

 

 

 

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            Era um domingo ensolarado, as amigas se reuniram na casa de Raquel e Aline para um almoço, Aline se mudou para a casa de Raquel depois que se casaram, os pais de Raquel se mudaram para a Região dos Lagos depois que se aposentaram e deixaram a casa para a filha.

            Izabel estava com o marido, brigavam feito gato e rato, mas se amavam na mesma proporção, Carolina sempre ria com os desabafos da amiga, reclamando dele, para depois ouvir que tinham feito as pazes.

            Carlos e Roberta chegaram com João e Manuela, as duas crianças se encantaram uma pela outra assim que se conheceram, João é um ano mais novo que Manuela, a menina agora com cinco anos, cuidava dele como se fosse sua irmã mais velha, deixando Carlos orgulhoso da filha. Roberta não pôde ter filhos biológicos, mas amava os dois como se fossem seus, cuidava de Manuela com extremo amor, e agora com a chegada de João, esse amor se multiplicou. Como sempre, Carlos assumiu a churrasqueira com a ajuda de Marcelo e Roberta foi vigiar as crianças na piscina.

            Carolina e Ângela estavam sentadas na varanda conversando animadas com Raquel, a barriga de Ângela já estava aparente, um menino estava a caminho, e as duas estavam radiantes.

 

 

 

-- Menina, e essa barriga toda aí? Tem certeza que não são dois? – Raquel ria –

 

 

 

-- Não, é um só, e o moleque é grande! – Acariciava a barriga –

 

 

 

-- Já escolheram o nome? – Beliscava um pedaço de carne --

 

 

 

-- Já, será Caio! – Carolina contou sorridente –

 

 

 

-- Adorei a homenagem! – Raquel sorriu –

 

 

 

-- Ângela que sugeriu, assim que soubemos o sex*. – Segurou a mão da esposa – E eu achei tão lindo da parte dela! – Olhou apaixonada – Foi uma emoção tão grande!

 

 

 

-- Sabendo de toda sua história, eu não poderia sugerir outro nome para o nosso filho.

 

 

 

-- E se fosse menina? – Raquel perguntou –

 

 

 

-- Eu gosto de Beatriz, mas Carol queria colocar Samantha. – Sorriu –

 

 

 

            Carolina deu de ombros e Raquel sorriu, sabia que a amiga faria algo assim, o coração de Carolina era enorme, cabia todo amor do mundo, ela é uma mulher iluminada e tudo que fazia era sempre na tentativa de amenizar a dor do próximo, quantas vezes viu Carolina chegar para trabalhar carregada com seus problemas, e quando ia falar com algum paciente, aquele sorriso estava lá, passando conforto, segurança e bondade para as pessoas. Não poderia sentir mais orgulho da cardiologista.

 

            Aline chegou ao lado da esposa toda molhada, estava na piscina com Roberta e as crianças, deu um beijo em Raquel e se sentou ao seu lado. A vida estava boa, tudo em paz, tudo no devido lugar.

 

 

 

-- Vocês não vão entrar na piscina? Está tão quente! – Enxugava o rosto em uma toalha –

 

 

 

-- Já vou, estamos colocando a fofoca em dia.

 

 

 

-- Vocês se falam o dia inteiro. – Ria – Tem mais o que pra conversar?

 

 

 

 

-- É muito amor envolvido, Aline. – Carolina brincou –

 

 

 

-- Eu sei que sim. – Pegou um pedaço de carne – Nossa, está bom demais isso aqui.

 

 

 

 

            Izabel se juntou às amigas e se sentou ao lado de Aline.

 

 

 

-- Qual é o assunto?

 

 

 

-- Nosso filho vai se chamar Caio. – Ângela respondeu –

 

 

 

 

-- Ai, que legal, adorei! Linda homenagem!

 

 

 

-- Pois é, Carlos chegou a chorar quando eu contei. – Olhou para o irmão lá na churrasqueira– Caio era um menino bom, mas acabou tomando decisões muito ruins na vida. – Lembrava saudosa – Ele merecia uma vida diferente, mas nem tudo é como nós queremos. – Deu de ombros –

 

 

 

            Ângela segurou a mão da esposa e deu um beijo terno, Carolina sempre se emocionava quando lembrava do irmão, sentia falta dele e de sua mãe, o tempo torna a ausência mais tolerável, mas a saudade é eterna.

 

 

 

-- Vou ali levar um pouco de carne pra Roberta. – Aline se levantou –

 

 

 

-- Eu vou com você, vou cair na água, está muito quente hoje. – Raquel se levantou – Vocês não vão tomar um banho?

 

 

 

-- Vamos sim. Eu vou só beber um pouco de refrigerante e já vou. – Carol se levantou – Vem amor. – Estendeu a mão para Ângela –

 

 

 

            As amigas se levantaram e foram para a piscina, continuaram conversando dentro da água, enquanto brincavam com as crianças.

 

 

 

-- Gente, Carlos entrou com o pedido de adoção do Carlinhos.

 

 

 

-- Carlinhos? – Carol perguntou –

 

 

 

-- Sim, o nome do garotinho que eu falei com vocês é Carlos também, vocês acreditam nisso? Que coincidência! Carlos Eduardo!

 

 

 

-- Nossa! Realmente, muita coincidência, Carlos Junior. – Izabel ria –

 

 

 

-- Aposto que ele vai querer colocar. – Ria – Ele não se aguentou e voltou no orfanato, quando soube o nome do menino, ele fez o pedido com mais gosto ainda.

 

 

 

-- Ele tem quantos anos?

 

 

 

-- Sete. É uma graça, já conversamos com João e Manu, eles ficaram muito felizes com a possibilidade de ganhar mais um irmãozinho. – Roberta sorria feliz –

 

 

 

-- Vocês vão ter que se mudar, o apartamento não vai caber tanta criança. – Carol comentou –

 

 

 

 

            Carlos e Roberta ficaram com apartamento que era dele e de Carolina, depois que a cardiologista foi morar no apartamento de Ângela, resolveram entrar na fila de adoção, e se encantaram com João, um garotinho de olhar carinhoso, levado, mas muito educado, foi abandonado pela mãe viciada, não tem registro do pai, estava no orfanato a quase um ano. E agora tinha uma família que o amava muito. Os pais de Roberta cuidavam dele enquanto Carlos e Roberta trabalhavam, o matricularam em uma escolinha, o chamavam de netinho e o menino já os chamavam de vovô e vovó, assim como a Carlos de papai e Roberta de mamãe.

            Carlos foi promovido a gerente geral da empresa e estava muito bem financeiramente, todos os dias ele agradecia a Carolina por ter incentivado que ele fizesse aquele curso há tantos anos, entrou para a faculdade depois que casou e estava terminando engenharia de produção, estava feliz, a vida finalmente estava calma, sem problemas ou tragédias.

            Roberta fez pós-graduação em direito hospitalar e se especializou na área, trabalhava no hospital com as amigas e se dedicava a cuidar do filho quando chegava em casa. Foram tantos anos vivendo com um peso desnecessário, mas depois que conseguiu se livrar da culpa, e conseguiu acertar a vida com Carlos, tudo pareceu mais leve, o amor é o que nos faz encarar todas as dificuldades com mais força.

 

 

 

-- Estamos pensando em vender o apartamento e comprar uma casa em São Francisco ou Itaipu.

 

 

 

-- Acho justo, porque abrigar três crianças em um “apertamento” não é mole não. – Carolina ria –

 

 

 

            Foi um dia de confraternizar, de celebrar a amizade, amizade que ultrapassa as barreiras do tempo e faz com que tenhamos fé na humanidade, fé no amor e na fraternidade, fé que nada pode nos deter, a não ser nós mesmos.

 

 

 

 

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            Dois anos depois, Carolina e Ângela estavam sentadas na praia esperando o sol se pôr, o pequeno Caio estava sentado na canga cheia de areia brincando com o baldinho, o garotinho de cabelos pretos e olhos azuis iguais aos de Ângela, ria sozinho segurando uma pazinha de plástico. As duas babavam o filho que a cada dia que passava ficava mais parecido com Carolina.

            Carlos concordou em doar o esperma para fecundar os óvulos de Ângela, e ele saiu uma mistura perfeita de suas mães.

            As duas estavam sentadas em cadeiras de praia conversando enquanto bebiam água de coco.

 

 

 

-- Amor, vamos passar no restaurante para comprar o jantar? – Carolina pediu –

 

 

 

 

-- Pode ser, está com preguiça de cozinhar? – Bebeu um gole da água de coco –

 

 

 

-- Sim, a comida dele já está pronta, mas a gente compra uma barca lá no japonês e leva pra gente, o que você acha?

 

 

 

 

-- Acho muito justo. – Ria –

 

 

 

 

            O sol se pôs e aquele espetáculo da natureza renovou as energias das duas médicas, ficaram contemplando aquele momento em silêncio, cada uma com seus pensamentos. Cada uma com suas emoções.

            Carolina pensava em sua mãe, queria saber se tudo o que vivenciou dentro daquele coma foi apenas um sonho ou se elas realmente se encontraram, sentia saudades todos os dias, mas tinham dias que ela apertava e se permitia deixar as lágrimas caírem, queria saber se seu irmão sabia que ela tinha presenteado o filho com seu nome em honra à sua memória, rezava todos os dias para que sua alma tivesse paz, já que sua vida foi tão conturbada. E por fim pensava em Samantha, queria que ela soubesse que sempre teve carinho por ela, que a perdoou em todas as vezes que brigaram e que foi magoada, desejava que os três estivessem em paz.

 

            Ângela pensava em sua trajetória, a falta que sente de ter o carinho dos pais, mesmo vivos, é como se fosse órfã, olhava para o pequeno Caio e se prometia todos os dias que não deixaria que isso acontecesse com ele, seria uma mãe presente, amorosa, carinhosa, nunca deixaria que nada faltasse para o seu filho, principalmente amor. Lembrava de Vera, as tentativas de se aproximar, todas negadas por sua mãe que nunca foi capaz de agradecer à filha por ter salvo sua vida.

            Vera agora estava presa com mais duas condenações, tentava algum tipo de redução da sua pena, mas não tinha sucesso com isso, estava sozinha e amargurada, lembrava-se das palavras de Carolina, dizendo que ela ficaria solitária, e que não iria gostar disso, e ela tinha razão, mas não iria dar o braço a torcer, seu orgulho era mais forte que qualquer outro sentimento, já não recebia mais as visitas de Ângela, todas as vezes que a moça aparecia para visita-la era hostil e desagradável, assim, seu destino foi a solidão de uma cela vazia em uma penitenciária qualquer.

 

 

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            Depois que recolheram suas coisas, Ângela e Carolina, seguraram uma em cada mãozinha de Caio e saíram caminhando pela areia, abandonando suas pegadas uma a uma, duas pegadas carregadas de significados, de uma vida inteira de lutas e vitórias, e uma pequena da inocência de uma criança que começava a dar seus pequenos passos sob os cuidados atentos de duas mães amorosas. Estavam felizes, finalmente estavam em paz.

 

            Ao longe, duas figuras de luz observavam aquele caminhar, protegendo e iluminando seus caminhos, observando como Carolina enfrentou tantos desafios para agora estar finalmente plena. Carmem e Samantha estavam lado a lado enviando energia positiva para aquela família que se formou.

 

 

-- Ela está finalmente feliz. – Samantha sorriu –

 

 

 

-- Sim, nós fizemos um ótimo trabalho guardando Carolina. – Carmem completou – Espero que Caio tenha uma vida diferente dessa vez, Carol e Ângela vão dar-lhe muito amor e ele deve conseguir consertar seus erros da última passagem pela terra.

 

 

 

-- A senhora também lhe deu muito amor. – Tocou o ombro da mais velha – Pena que as escolhas que ele fez não foram muito boas, assim como as minhas.

 

 

 

-- Verdade. Espero que nessa passagem ele seja mais obediente, Carolina saberá conduzir melhor dessa vez. – Sorriu –

 

 

 

-- Eu amo Carol, sempre amei, mas também não soube aproveitar o que ela tentou me oferecer. Eu também fiz escolhas muito erradas, ainda tenho muito o que aprender.

 

 

-- Minha filha, você está no caminho certo agora, não carregue esse fardo, o que passou serviu de aprendizado, serviu para a sua evolução, liberte-se de qualquer dor do passado, você deixou seus pecados para trás quando deu sua vida pela de Carol, então deixe apenas que esse amor seja canalizado para iluminar e proteger seu caminho, assim como eu faço sempre.

 

 

 

-- A senhora tem razão, desejo que ela seja feliz. – Soprou energia em direção à Carolina --

 

 

 

 

            Uma brisa trouxe o perfume de Samantha até Carolina que parou de andar e puxou o ar com mais intensidade, lembrou-se do dia que se despediu da modelo no cemitério e olhou em volta, via o sol por um fio se despedindo de mais um dia e a noite caía trazendo um céu cheio de estrelas brilhando sua luz intensamente, sentiu o coração encher de luz, e sentiu a presença das duas, sua mãe e Samantha.

            Emocionou-se e Ângela a observava sem entender o que estava acontecendo. Por um momento escutou a voz de sua mãe bem longe, como um sussurro.

 

 

 

-- Eu estou muito orgulhosa de você, minha filha. Eu te amo!

 

 

 

            Uma lágrima escorreu em seu rosto e ela sorriu. Pensou se as duas estariam juntas olhando por ela, Samantha e sua mãe, seria possível?

            Olhou para o mar, as ondas que um dia quase a seduziram para se perder naquela imensidão, pareciam apenas acariciar as areias brancas da praia, a lua já se refletia ao longe na água que ia e vinha. Teve a breve sensação de ver as silhuetas das duas refletindo naquelas águas. Estreitou os olhos e não viu mais nada.

 

 

 

-- O que houve Carol? – Ângela segurou seu ombro –

 

 

 

-- Nada, eu tive uma sensação boa. – Enxugou o rosto com uma das mãos – Só isso.

 

 

 

-- Está tudo bem? – Acariciou seu rosto --

 

 

 

-- Sim, está tudo bem. – Olhou para o céu – Vamos. – Deu um beijo em seu rosto –

 

 

 

Antes de sair, olhou novamente para o horizonte e sussurrou: -- Eu amo vocês!

 

 

 

            A vida é um presente, devemos aproveitar ao máximo, não sabemos o tempo que ainda teremos, então ame, diga que ama, converse, esteja presente, seja presente, aproveite as pequenas coisas, é nelas que encontramos Deus com maior intensidade. Seja feliz!

 

 

Simples Desejo Luciana Mello

 

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=BtsrMQAenlY

 

 

Que tal abrir a porta do dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar,
Pensar em nada...

Legal ficar sorrindo à toa, toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua

Pra viver e pra ver
Não é preciso muito
Atenção, a lição
Está em cada gesto
Tá no mar, tá no ar
No brilho dos seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez
Eu só tenho um simples desejo

Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem (2X)

 

 

                                                           FIM

Fim do capítulo