Capítulo XIX
Quando Ana e Gabi terminaram o almoço saíram do restaurante em direção a casa da morena, a executiva deixou a amada em sua casa e saiu juntamente com a sogra em direção ao seu apartamento, ambas conversaram por um longo tempo, a mãe da jovem escolheu a data que seria agradável para o casamento por conta da barriga da filha que poderia ficar maior em pouco tempo.
Assim que terminaram de conversar a nora deixou a sogra em casa e voltou para o apartamento, tomou um bom banho e foi se deitar.
Antonella acordou um tempo depois sentia um vazio imenso em seu coração, pegou o celular e discou o numero do celular de Yara, deu fora de área de serviço, ela desligou deixando o aparelho na mesinha ao lado da cama, cheirou novamente o travesseiro que a médica sempre dormia quando estava na sua casa, levantou da cama trocando de roupa, pegou a chave do carro e o celular e saiu sem rumo, acabou parando em frente ao apartamento da morena.
Ficou um longo tempo com o carro parado ali, até que o porteiro reconheceu seu carro e decidiu ligar para Bruna, pois ela estava tomando conta do apartamento da amiga, no quinto toque a mulher atendeu.
- Boa noite dona Bruna, aqui é o Júlio.
- Olá seu Júlio, tudo bem? Aconteceu algo?
- Dona Bruna e que eu reconheci o carro de uma moça que sempre vinha aqui com a dona Yara, e ela ta parada aqui na frente, ela sabe por acaso da mudança?
- Ah sim, fala da Antonella, ela sabe sim, mais não sei por que está parada aí, vou ligar pra ela agora mesmo, obrigada por informar, qualquer coisa pode ligar.
- Sim senhora. – Finalizaram a ligação e logo ligou para Antonella.
O celular da ruiva tocou várias vezes e caiu na caixa postal, ela estava ao lado do aparelho mais não atendia, depois de muita insistência de Bruna ela resolveu atender.
- Oi Bruh
- Boa noite Antonella, está tudo bem?
- Sim! Por que? Já tem notícias dela?
- O seu Júlio ligou dizendo que você está em frente ao apartamento da Yara, aí fiquei preocupada. Ainda não, ela deve chegar lá amanha cedo, calma, assim que souber eu te digo.
- Eu sai sem rumo e acabei parando aqui, preciso dela ao meu lado.
- Sabia que esse chamego de vocês iria acabar nisso, você tem coragem de largar tudo aqui para morar com ela em outro país?
- Você ainda me pergunta? Mais e claro que eu tenho, e vou provar isso assim que tu descobrir onde ela está morando.
- Amanhã ligo te dando essa informação, agora vai pra casa, tenta descansar.
- Tá, eu vou tentar, você está no hospital?
- Sim, aquela hora que nos despedimos no aeroporto eu vim para o plantão.
- Bom plantão então, amanhã aguardo tua ligação.
- Beijos, se cuida. – Se despediram e finalizaram a ligação.
Antonella seguiu para casa, não comeu nada e se trancou no quarto e voltou a dormir.
No outro dia pela manhã Yara desembarcava no aeroporto dos Estados Unidos, assim que ligou o aparelho celular, várias mensagens e notificações de ligações chegaram, muitas eram de Antonella, na hora o coração da mulher bateu forte, o mesmo sentiu a ruiva quando chegou a notificação no celular que a morena havia recebido suas mensagens.
A ruiva acordou com o barulho do aparelho na hora pulou da cama pegando o aparelho e discando o número da morena, tocava insistente, Yara estava com ele na mão mais não atendia, até que Antonella conseguiu com que ela aceitasse a ligação.
- Amor, não acredito que você atendeu.
- O que você quer Antonella? – Falou fria.
- Eu preciso que você me escute, preciso explicar pra você o que viu antes de ir embora.
- Você não tem nada para me explicar, acho que o que eu vi deixou claro que não e comigo que quer ficar, mas lhe desejo sorte.
- Não vamos ter essa conversa pelo telefone, me fala onde você está que vou ti encontrar.
- Não tem necessidade, siga sua vida.
- Não irei seguir, por que ela e com você, só irei ser feliz contigo, mas tudo bem, não tem necessidade de me dá o endereço, eu mesma descubro sozinha, se cuide bem ai, e não de trela para nenhuma rabo de saia, eu te amo, beijos. – A ruiva finalizou a ligação deixar a médica besta com o aparelho ainda encostado na orelha.
- Essa mulher só pode querer me pirar mesmo, tenho que focar no trabalho e esquecer que ela existe ou pelo menos tentar. – Falou sozinha enquanto se encaminhava para a parte de fora do aeroporto pra pegar um taxi.
MESES DEPOIS
Bruna havia conseguido o endereço da amiga para Antonella, a ruiva assim que soube comprou uma passagem somente de ida, arrumou as malas e partiu atrás da médica, assim como fez loucuras por Ana ela também faria por Yara, dessa vez não perderia quem amava tanto por um mal-entendido.
Gabi estava em mais uma sessão de prova de vestido, cada vez ele se tornava mais apertado por conta da barriga, e aquilo estava deixando a jovem agitada, pois queria fazer uma surpresa para a executiva, faltava uma semana para o casamento, e durante esse tempo fugia a todo custo da loira, inclusive passou a usar roupas mais soltas, que disfarçavam bem, mesmo que Ana já estivesse por dentro da situação fingia que nada sabia para não desanimar a morena.
Dona Silvia era uma ótima sogra, ajudava Ana em tudo em relação a saúde da jovem e do bebê, além de sempre comprar as coisas da criança a pedido da loira.
Ana achava a atitude da noiva uma graça, desde que a barriga cresceu mais ela sempre fugia de caricias mais intensas, uma das noites chegou até se trancar no quarto da mãe, foi uma cena um tanto boba, mais a executiva relevou por conta do estado dela.
A ruiva quando desembarcou na cidade onde a doutora estava morando tratou de pegar a chave do carro que tinha alugado de uma empresa e seguiu caminho até o apartamento da mulher, quando chegou no mesmo se informou e descobriu que Yara não estava, então teve a ideia de esperar ela chegar sentada em frente a porta do flat.
Yara estava em um plantão de aproximadamente 48 horas, desde que chegou se dedicou totalmente ao trabalho, recusava convite de vários amigos para sair, até dispensava futuras pretendentes, os únicos momentos que ficava em seu apartamento, tinha os pensamentos presos em Antonella, ela chegou até a estranhar que a ruiva não tinha mandado nenhuma mensagem ou feito alguma ligação a exatos dois dias.
Ao final do plantão a morena se despediu de alguns funcionários e repassou alguns pacientes para outros médicos, os raros que ela tinha assumido, depois do cargo que havia ganhado no hospital, se encaminhou até o carro destravando o mesmo, entrou dando partida e indo em direção a seu flat, estacionou o carro na garagem, falou com o porteiro, mais o homem não informou que Antonella lhe esperava, ela entrou no elevador e apertou o botão do andar, alguns minutos depois quando saiu do mesmo e andou em direção a porta, notou a mulher sentada ao lado da porta dormindo.
Estranhou na hora, mais pensou ser apenas imaginação da sua cabeça por conta da saudade que estava sentindo da ruiva, a cada passo que dava em direção a porta e a pessoa, seu coração acelerava e tinha certeza que se tratava de Antonella.
- Não é possível, eu só posso estar louca. – Sussurrou pra si mesma balançando a cabeça de uma forma negativa, se ajoelhou em frente a ruiva e afastou o cabelo que caia em seu rosto. – Antonella? – Dormia pesado, nem tinha percebido a presença da morena. – Nella? – Insistiu chamando mais uma vez.
- O...oi - Sussurrou meio rouca levantando a cabeça para olhar nos olhos de Yara.
- Oi, o que você faz dormindo no chão toda torta e com essa mala do lado? – Questionou a ruiva enquanto ficava de pé em sua frente.
- Não falei para você que iria descobrir onde estava morando e que viria atrás de ti. – Falou confiante olhando para a médica com um sorriso.
- Atrás de mim para que? Você só pode estar de sacanagem comigo. – Se aproximou da porta para abri-la mais parou.
- Para explicar o mal-entendido que você viu antes de vim embora. – Parou atrás da morena, fazendo com que está suspirasse.
- Vamos entrar, o corredor não é o local apropriado para conversarmos. – A morena abriu a porta, dando passagem para que Antonella entrasse. – Você quer comer alguma coisa ou beber? – Ofereceu algo logo depois que entraram no apartamento.
- Não, o que eu quero mesmo e conversar contigo. – Ficou de frente para a morena.
- Deixa isso para depois, você devia estar a horas ali no corredor. – Tentou desviar do assunto.
- Sim! Mas isso não importa agora, se fosse preciso, por ti, eu ficaria até vários dias ali fora te esperando. – Falou apontando em direção a porta dando ao entender que falava do corredor. – Você pode parar pra me ouvir e deixar de fugir?
- No momento eu não quero falar sobre isso.
- E quando vai querer? – Falou revoltada. – Eu fui no aeroporto pra ti impedir de vim ou até mesmo para que a gente pudesse se entender.
Na mesma hora a morena olhou surpresa para Antonella
- Como é? – Perguntou meio incrédula.
- Se você tivesse esperado um pouco mais. – Falou triste.
- Acha mesmo que o avião iria esperar você chegar para conversar comigo? – Falou irônica – Impossível ne querida.
- Fala direito comigo, deixa de deboche. – Se irritou – A Bruna me contou que você foi na minha casa e viu uma coisa que não gostou.
- Bela amiga a Bruna está se saindo. – Revirou os olhos. – Eu não quero saber das suas justificativas.
- Se não fosse ela me contar ne, eu jamais saberia o por que você foi embora sem se despedir, pelo menos terminar definitivamente comigo.
- Não tinha o que falar Antonella, o que eu vi deixou claro muita coisa, e isso não vai mudar nada.
- Vai sim! Até por que o que você viu era uma demonstração de carinho e amizade, ele e apenas meu amigo de infância, crescemos juntos e se quiser eu ligo agora mesmo e vai saber.
- Não tem necessidade.
- Tem sim, pois eu não vim de outro país para nada. – Falou com toda segurança, pegou o celular e discou o numero do amigo, alguns minutos depois ele atendeu.
- Diga minha ruiva mais gata do universo. – Falou brincalhão no celular.
- Rafa eu não estou com muita gracinha só quero que você explique uma coisa para a Yara. – Colocou o celular na mesa de centro da sala
- Que Yara? A tua namorada? Vocês fizeram as pazes?
- Sim! A minha namorada, fala pra ela por favor que não temos nada e somos amigos somente.
- Olá Yara, aqui e o Rafael melhor amigo da Antonella, a gente nunca foi apresentados, mais espero que um dia possamos ser, e que seja lá o que tenha ocorrido para que essa ligação esteja acontecendo e como a Nella tá contando, somos apenas amigos de infância, eu há vi de fralda e ela a mim, nada durante toda essa jornada aconteceu, eu sou até gay mulher.
- Oi Rafael, desculpa pela ligação, falei para Antonella que não tinha necessidade.
- Relaxa! Ela te ama, se fez essa doidice você e realmente importante pra ela, e ruiva não perca essa mulher, beijos, me liga. – Finalizou a ligação sem esperar que as mulheres se despedissem.
- E então? Não acha que era mais fácil a gente ter conversado antes da sua viagem?
- Sim! Mais o meu ciúme não deixaria.
- Eu faria ele deixar de existir, agora podemos falar sobre a gente?
- Acho que não existe mais a gente Antonella, você ama outra e eu apenas tenho que aceitar isso?
- Não amo ninguém além de você, estou aqui por ti, não consigo viver longe. – A ruiva confessou com as mãos no rosto da médica.
- Demorou todo esse tempo para descobrir isso?
- Não!
- Então quando teve chance por que não me disse?
- Por que fui uma imatura, não quis enxergar o que estava na minha frente, na mulher maravilhosa que apareceu na minha vida e que eu não consigo viver, só peço que tenha paciência comigo, eu tenho defeitos como qualquer pessoa, cometo erros, mais eu posso mudar, e eu vou, por que o que eu sinto por ti e maior do que qualquer outra coisa, então por favor volta comigo, eu te quero na minha vida, volta a ser minha namorada.
- As coisas não são como você quer, não e simples.
- Por que diz isso?
- Você não vê que essa sua confusão me faz sofrer?
- Eu sei disso, eu sofro também bê.
- Você não sabe, meu bem, pensa que sabe. Não tem como a gente voltar e depois terminar, eu quero alguém que me ame de verdade, não quero pela metade.
- Eu não te amo pela metade, eu te amo por completo, liga para sua amiga ou para minha mãe elas vão te falar como fiquei esses dias todos longe de ti Yara.
- Não vou ligar para ninguém. – Falou indo em direção ao quarto, pôs ao fim a conversa.
Fim do capítulo
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