Olá minhas leitoras maravilhosas!
Músicas mensionadas no capítulo vão ser:
Liniker e os Caramelows - Bem Bom
Disritmia - Rodrigo Alarcon
Boa Leitura meus amores!
6. Fire
6. Fire
O silêncio perdurava naquele carro. E eu meio desconcertada só conseguia fitar sua expressão vaga olhando para janela do carro perdida em seus pensamentos. Mas eu a compreendia, um turbilhão de coisas novas surgiram nas 3 últimas horas do seu dia. Minha vontade era de abraçá-la e dar colo pra aqueles olhinhos confusos. Mas limitei-me a apenas fazer um afago na sua mão que estava próximo a minha. Foi a minha maneira desajeitada de falar: Estou aqui.
Ela se virou e olhou nos meus olhos por um instante e sorriu. Nosso contato visual foi interrompido, pois havíamos chegado em casa.
- Você quer entrar e ficar um pouco com a gente? Ou já vai para sua casa? -Indaguei ao sair do carro. -
- Eu preciso conversar com você, será que eu posso ficar? - Mariana perguntou. -
- Mas é claro que pode querida, fique o tempo que quiser. - Minha mãe disse antecipando minha resposta. -
Entramos em casa, a conduzi até meu quarto, fechei a porta, nos sentamos na cama e então perguntei.
- Você odiou não é? Pela sua cara de interrogação depois que você saiu da consulta. Desculpa se não foi o que você esper... - Fui interrompida por Mariana. -
- Eu estou emudecida desde que eu saí de lá porque é muita coisa que eu estou processando na minha mente. Mas Antônia... eu nunca me senti tão em paz como eu estou agora. Foi como se algo ou alguém tivesse tirado um peso das minhas costas... e eu devo isso a você. - Deu um beijo na minha mão de forma afetuosa. - Obrigada. - Sorriu.
- Ufa... - Respirei aliviada. - Eu fico muito feliz de saber que você está bem. Era essa intenção. Mas agora me conta. Como foi? O que você sentiu? - Indaguei curiosa e animada para saber o que se passava naquela cabeçinha linda. -
- Então, sobre a incorporação, não me lembro de basicamente nada, eu apaguei. Só sei que quando eu voltei eu me senti tão leve e tranqüila que já me deu vontade de chorar de felicidade logo ali. Durante a conversa que eu tive com o guia eu pude perceber como eu estou conduzindo minha vida de forma errônea. - Ela ia falando e ficando empolgada com cada palavra que saía da sua própria boca. - O fato de que eu já estive muito doente e as coisas que eu costumo fazer hoje em dia como fumar e beber até ficar louca não são uma coisa boa, disso eu já sabia. Porém, eu nunca tinha parado pra pensar no quanto isso é sério. Foi como se alguém me desse um banho de água fria e eu acordasse.
- Olha, uma pessoa beber e fumar tanto assim já é ruim biologicamente falando, independentemente de já ter sido doente ou não. Agora imagina do ponto de vista espiritual, nenhum tipo de vício faz bem, independente de qual seja.
- Eu... só não sei como parar com esse mau hábito. - Abaixou a cabeça desapontada. - É mais forte que eu Antônia. -
- Eu não convivo com você 24 horas por dia, então eu não sei como é o clima na sua casa, o que se passa na sua cabeça, porém eu sei que você é maior do que isso. A única pessoa que sabe como mudar isso é você, mas calma, nenhum vício some de um dia pro outro. Do ponto de vista biológico, o vício primeiro atinge o campo emocional antes de ir para uma dependência química, então tenta observar aquilo que te incomoda e te chateia, e então ou você tenta resolver ou tenta se esquivar e ficar o mais longe possível.
- Sabia que você é uma pessoa maravilhosa? - Disse sorrindo e me fitando com ternura. -
- Você me faz ser assim... Minha garota. - Puxei seu rosto para um beijo carinhoso. -
Deitamos-nos e ficamos conversando, rindo e trocando carinhos por mais algumas poucas horas ali naquele quarto. Sinto que tínhamos dado mais um passo à frente no nosso relacionamento. Ela conhecia meus pais, conhecia minha casa e estava ali despretensiosamente curtindo um momento de pura preguiça juntas.
Já passava das 21 horas quando ela foi embora com todo cuidado pra que ninguém a visse saindo da minha casa. Fiquei observando-a saindo e minha mente e coração não paravam de gritar que aquilo um dia não acabaria bem. A verdade é que eu tinha medo de que ela saísse ferida dessa história. Espantei o mau pressentimento em um suspiro profundo, entrei e tentei pensar no quanto a vida tinha me presenteado naquele ano que acabava de começar.
No dia seguinte, o tédio reinou em sua rotina calma de domingo. Adriana me chamou pra almoçar na república. A grande verdade era que ela estava sozinha em casa e estava com preguiça de cozinhar, me obrigando a fazer tudo sozinha. Passamos a tarde conversando bobagens, e eu estava morrendo de saudades desses momentos nosso a sós.
Estávamos deitadas no tapete da sala olhando pro teto cercadas por 3 gatos que eram mais donos da casa do que ela própria.
- Como vão as coisas com sua namorada acidental? - Ela nunca iria esquecer aquele episódio trágico -
- Vão belissimamente bem. Ela é carinhosa, inteligente, engraçada, ri dos meus desastres cotidianos. E meus pais finalmente estão tranqüilos em relação à gente. - Disse enquanto acariciava o gato laranja chamado Milton que repousou em minha barriga. -
- A Mari é uma pessoa maravilhosa. Se você visse o tanto de mina que tentou se aproximar dela e nada. Inclusive a Isadora, que não perde a oportunidade de azarar cada mulher que pisa nessa república. Você foi digna de levar o martelo do Thor pra casa. - Gargalhamos com a piada tosca que ela acabara de soltar. -
- Sabia que aquele olhar 43 que ela deu pra nós duas não foi atoa. - Disse chocada com a informação. -
- Provavelmente queria pegar as duas. - Caímos na risada com o cinismo de Adriana. -
- Credo, que delícia. Só que não. - Disse sarcástica.
- Isso mesmo bixinha, cospe no prato que já comeu.
- Não é isso. É que só de lembrar das crises loucas e totalmente desnecessárias dela já me bate um sentimento bad. - Disse lembrando as várias vezes que brigamos por crises de ciúme doentio e sem cabimento de Isadora. -
- Eu lembro bem dessa época. Mas ela amadureceu, ela está uma pessoa bem mais tranqüila e cabeça do que antes. -
- Percebe-se, no início achei que ela nem queria olhar na minha cara mais. Até estranhei quando ela pediu um abraço. - Disse enquanto Adriana se virava rapidamente olhando pra mim. -
- Você sabe o que isso significa não é? - Disse acertiva.-
- O quê foi mulher? - Disse intrigada. -
- Ela ainda deve sentir algo por você Toninha. - Disse com pesar. -
- Nem brinca com essas coisas. Eu estou ótima do jeito que estou. E também, já se passaram quase 4 anos. -
- Não sei... você sabe como sapatão é em relação à ex, uma sofrência só. - Deu risada. -
- Repito. Eu estou ótima do jeito que estou. - Disse esbaforida. -
- Sim senhora. - Pensativa questionou. -Posso te perguntar uma coisa?
- O quê? - Me virei para podê-la ouvi-la melhor. -
- Como são as coisas no outro departamento entre você e a Mari? Está sendo interessante? - Perguntou em um tom malicioso. -
- Que outro departamento Adriana? - Perguntei fazendo a mínima idéia do que minha amiga estava falando. -
- ESTOU FALADO DE SEXO ANTÔNIA! Acorda para vida pisciana! - Deu um tapa na minha testa. -
- Ahh ta. - Passando a mão na testa que já estava ardendo com o tapa. - Então, não rolou ainda.
- O QUÊ? Não acredito nisso Antônia. Você já foi mais rápida. São Paulo te fez ficar mais devagar do que o normal. - Disse indignada com a informação. -
- Você queria que eu fizesse o quê? Ela é virgem! Eu fui a primeira pessoa que ela beijou na vida. -
Nesse momento Adriana jogou pro lado o gato que estava no seu colo e se sentou espantada com a informação.
- Meu Deus Toninha. Eu estou perplexa. - Falou com a mão tampando a boca. -
- Pois é amiga. Até que ela tentou quando a gente se conheceu, mas eu achei errado. Ela tinha tomado 1/3 de uma garrafa de Pitú. - Dei risada me recordando da cena.
- Uau, essa garota realmente é uma caixinha de surpresas...
Aquele domingo delicioso cheio de risadas, fofocas e confidências chegava ao fim.
Eu estava dormindo em um sono pesado quando fui acordada pelo barulho incessante do meu celular. Percebi também que o dia já tinha raiado e era eu quem tinha dormido demais.
- Alô. - Disse meio sonolenta ainda. -
- Bom dia, meu amor. - Era Mariana do outro lado da linha -
- Bom dia, minha linda. Aconteceu alguma coisa? - Dada a hora da ligação. -
- Nada de importante. É que eu queria te chamar pra vir aqui em casa.
- Mas e seus pais? - Perguntei tentando entender aquela proposta. -
- Eles saíram e disseram que vão demorar, acho que vão em uma cidade vizinha resolver algo da empresa.
- Então me aguarde minha nega que eu estou chegando. - Saltei da cama em uma velocidade que até mesmo eu assustei.
Tenho um beijo guardado pra você
No canto da boca molhada e só
Penso que é bom
Ando por ai
E a gente fica nesse bem bom
Eu não vejo a hora do dia amanhecer
Pra sentir o cheiro que vem de você
Atravessei um oceano inteiro
Refiz meu cabelo
Agora beijo devagar e vou descendo até chegar na parte mais gostosa que dá
qual é o gosto da lágrima na língua
Na fila do pão
De dentro do avião
atravesso a madrugada e agora sou junto
Raios do sol daquela manhã de verão penetravam fervorosamente nos nossos olhos enquanto estávamos deitadas na beira da piscina admirando as nuvens e conversando sobre a vida. Estávamos curtindo cada vez mais aquele tipo de programa caseiro despretensioso.
Aquela casa era bem diferente da minha, apesar de morarmos no mesmo quarteirão ela se destacava na rua, bem construída, grande e de certa forma luxuosa, em comparação as outras casas do bairro. Ficar com ela sozinha ali era até mesmo estranho.
- Então... o que você quer fazer? - Mariana se virou pra mim. -
- O que você quiser fazer minha linda. - Dei um selinho cheio de carinho. -
Ela me encarou pensativa, se aproximou mais de mim a ponto de sentir sua respiração aquecendo meu rosto, deu um sorrisinho safado e fez o que ela queria.
Aquele choque térmico do sol quente e a temperatura gélida daquela piscina fez meus ossos doerem imediatamente após minha querida namorada me empurrar na água. Não demorou muito pra ela pular e entrar naquela brincadeira.
- Filha de uma rapariga! - Esbravejei. - Você fez o que queria mesmo hein. - Disse enquanto jogava água em sua direção. -
- Eu não resisti. - Disse gargalhando da minha cara. - Me perdoa vai? - Me puxou pela cintura enquanto se aproximada cada vez mais do meu rosto. -
- Me aguarde que vai ter vol... - Não consegui me concentrar no que ia dizer depois de receber vários beijos no pescoço. -
- Vai ter o quê meu amor? - Se movimentou me deixando de costas pra parede da piscina. Estava na cara que ela amava me ver sem jeito. -
- Você me paga dona Mariana. - Continuou beijando meu pescoço. -
- Depende de como você quer que eu pague. - Sussurou no meu ouvido. -
Não agüentei tamanha provocação e entrelacei meus dedos nos seus cabelos e dei um beijo quente, intenso, cheio de tesão. Ela correspondia a cada toque a cada movimento a cada suspiro. Não satisfeita com o nível de proximidade, senti suas pernas encaixando perfeitamente entre as minhas me fazendo soltar um gemido que serviu de combustível pra mais intensidade. Minhas mãos percorriam suas pernas, costas, barriga com voracidade. Sua respiração pesou no meu ouvido me fazendo arrepiar. Ofegantes, de testas coladas, paramos por um instante nos olhando. A verdade é que eu já estava louca de vontade de conhecer cada parte do corpo da dona do meu sorriso. Foi então que eu disse com a voz rouca que me restava.
- Você vai querer fazer isso aqui mesmo na piscina? - Sorri -
Eu quero me esconder debaixo
Dessa sua saia prá fugir do mundo.
Pretendo também me embrenhar
No emaranhado desses seus cabelos.
Preciso transfundir teu sangue
Pro meu coração, que é tão vagabundo.
Me deixa te trazer num dengo
Prá num cafuné fazer os meus apelos.
A porta bate, tranca uma, duas vezes. Corpos molhados em vários sentidos se escoram nela. Contraste de temperatura, pele gelada, língua quente, coração a mil, sentidos à flor da pele.
Estávamos em pé com ela escorada na porta do seu quarto enquanto beijava cada centímetro do seu pescoço. Senti suas mãos firmes entrelaçando nos meus cabelos enquanto sua respiração ficava cada vez mais descompaçada. Continuei beijando-a descendo cada vez mais até chegar no seu colo. Por dentro da sua blusa, minhas mãos percorriam sua cintura, barriga sentindo cada músculo, cada curva daquele corpo maravilhoso que fazia meu corpo inteiro se acender. Ela me fez parar o que eu estava fazendo, nos olhamos, sorriu docemente e vagarosamente tirou a blusa molhada que colava em seu corpo. Me faltou o ar por um momento ao ver aquele corpo maravilhoso na minha frente, ela era tão sexy em toda a sua simplicidade, com aquele olhar de felina e aquelas curvas que se escondiam por debaixo das suas roupas largas.
Instintivamente sua boca buscou a minha em um beijo profundo, ofegante. Segurei-a pelas coxas que rapidamente se entrelaçaram na minha cintura e a deitei na cama. Aquelas mãos ágeis rapidamente tiraram a minha camisa que caiu em algum lugar desconhecido. Encaixei minha coxa entre as suas aumentando nosso contato que provocou instantaneamente um gemido mútuo. Voltamos a nos beijar enquanto nos movimentávamos em uma sintonia completa. A medida que o movimento das nossas coxas aumentavam os suspiros se intensificavam, o tesão exalava em nossos poros.
Nossos olhos se cruzaram, vi um sorriso surgir naquela boca linda e dizer:
- Eu amo você Antônia. - Segurou meu rosto e me beijou com carinho. -
- Eu também amo você... meu amor. - Disse entre nossas bocas. -
Em total êxtase com aquele momento mágico que acabara de acontecer minhas mãos instintivamente desceram até sua intimidade que mesmo por cima do short já estava quente. Ela deu um gemido rouco que me fez arrepiar por inteira. Suas unhas cravaram nas minhas costas a medida que as carícias iam se intensificando. Porém aquela linda sinfonia de respirações ofegantes e gemidos foram interrompidas por um salto de Mariana.
- Puta que pariu mano! - Olhou pela janela. - A porta da garagem está abrindo. -
Arregalei meus olhos petrificada.
- É meu pai Antônia... Ele chegou.
Fim do capítulo
Quem nunca passou por uma situação dessa que atire a primeira pedra hahahaha
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo.
Beijinhos.
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