Esconderijo por Lou
Capítulo 4 - Descobertas
Capítulo 4 – Descobertas
Depois do episódio na sala de Vitória, Laísa procurou manter-se distante. A loira acreditava que, mesmo sentindo-se cada vez mais atraída, não era certo se envolver com sua chefe, ainda mais dentro do seu local de trabalho.
Nas poucas vezes que as mulheres se viram durante a semana, os olhares eram capazes de transmitir todo o desejo que sentiam pela outra.
Mesmo assim, todos os dias, Laísa não conseguia evitar sentir ansiedade por vê-la.
- Bom dia, família! – Falou ao descer para tomar café da manhã com os pais antes de mais um dia de trabalho.
- Bom dia, minha filha. Quanta animação! – Seu pai comentou.
- Bom dia, filha! – Sua mãe a cumprimentou com um beijo. – Pois é, de uns dias pra cá tenho te notado muito alegre, isso tudo é só pelo emprego novo?
Laísa quase engasgou o café que tomava ao ouvir a pergunta de sua mãe. Não estava esperando por essa.
- Claro que sim, mãe! – Respondeu disfarçando.
Sua mãe assentiu, mas pela sua feição, Laísa sabia que não tinha sido tão convencida assim.
Depois de tomar café com os pais, a loira saiu ainda mais feliz para o trabalho, adorava estar com sua família e apreciava esses momentos simples.
Finalmente havia chegado mais uma sexta feira e se findava outra semana de trabalho. A loira não poderia estar mais feliz, ainda mais porque o projeto que Vitória lhe passou estava indo muito bem.
- Bom dia, Carla! – Falou sorridente ao chegar no escritório.
- Bom dia, Laísa! Tenha um bom trabalho!
Assim que Laísa passou pela secretária, esta ligou para a sala de Vitória avisando de sua chegada e a chefe pediu que Laísa fosse chamada até sua sala.
Laísa ainda estava ligando seu computador quando o telefone de sua sala tocou e Carla lhe informou do pedido de sua chefe.
A loira sentiu as mãos suarem assim que desligou o telefone. Havia conseguido evitar contato com Vitória durante toda a semana, mas agora estaria novamente sozinha na sala da chefe.
Nervosa, Laísa entrou na sala sem saber o que a esperava. Antes mesmo que a loira tivesse a visto, Vitória fechou a porta de sua sala. Laísa sentiu as mãos da mulher em sua cintura e seu corpo indo de encontro a porta, agora fechada.
- Bom dia, Laísa! – Vitória falou enquanto seu nariz já encontrava-se fazendo um leve roçar no pescoço da loira. – Passei esses dias todos evitando fazer isso, mas não estou mais conseguindo resistir ao fato de você estar numa sala ao lado da minha.
A voz de Vitória era firme e carregada de desejo, fazendo o corpo de Laísa reagir prontamente a cada palavra dita.
- Vitória, não faz isso... – A loira falou tentando resistir, mas gostando de sentir os beijos que a mulher dava em seu pescoço.
Sem dar tempo para Laísa falar mais alguma coisa, Vitória uniu seus lábios aos da loira, dando início a um beijo carregado de desejo e saudade. A mão de Laísa, que antes buscava afastar a chefe, agora a puxava para mais perto.
Laísa mesmo desejando continuar aquele beijo, num rompante de lucidez afastou Vitória e saiu de perto, evitando que a mulher voltasse a lhe beijar.
- Para, Vitória! Por favor…
- Pra que fugir tanto do que você também quer? – Vitória perguntou tentando se aproximar lentamente.
- Não está certo! – Laísa falou tentando ser firme diante do olhar sedutor da outra. – É meu primeiro emprego, Vitória. Quero fazer as coisas certas e ficar aos beijos com a minha chefe no meu local de trabalho não é o que quero para mim.
Vitória suspirou. Laísa estava com razão, não havia o que contestar. Para ela mesma sempre fora assim, seu local de trabalho era sagrado e sua vida profissional sempre foi ilibada.
Mas o desejo pela loira estava tomando conta de si. Queria ter Laísa para si, então teve uma ideia.
- Tudo bem, eu prometo me controlar aqui no escritório. – Falou agora próxima de Laísa e segurou em sua mão. – Mas eu tenho uma proposta para te fazer.
Laísa a olhou suspendendo uma sobrancelha, desconfiada do que viria a seguir.
Vitória sorriu da expressão da loira.
- Vamos jantar comigo. Só nós duas. Essa noite!
Aquilo não soou bem como um convite, mas Laísa não recusaria de qualquer forma.
- Eu aceito. – Laísa falou arrancando um sorriso satisfeito de sua chefe.
Com medo da proximidade da chefe, sabendo que seria impossível resistir a ela outra vez, Laísa praticamente saiu correndo da sala de Vitória, deixando a mulher sorridente e satisfeita para trás.
Assim que saiu da sala, deu de cara com Ana Júlia. Precisava conversar com a mulher sobre Vitória, mas sempre que tentava, sua amiga dava um jeito de fugir do assunto.
Laísa cumprimentou a amiga com um abraço, a cada dia que passava estavam se tornando mais próximas.
- Bom dia, Naju! – Cumprimentou a amiga com o apelido carinhoso que lhe dera. – Hoje você caprichou, né? Está linda! – Falou sem esconder sua alegria.
- Bom dia, Lai! Obrigada! Mas você está feliz demais para o meu gosto, hein!
- Digamos que tive uma boa semana e vou fecha-la com chave de ouro. – Respondeu sorridente.
- Espero que Vitória não tenha nada a ver com isso, amiga. – Falou com sinceridade.
- Naju, eu acho que já está na hora de termos uma conversa sobre isso, né?
- Eu me preocupo com você, Laísa, mas não vou me meter na sua vida. Só tome cuidado com a Vitória, você pode se surpreender com ela!
Novamente, Ana Júlia esquivou-se do assunto e deixou Laísa ainda mais intrigada. Resolveu conversar sobre aquilo com Luciano, precisava de alguma resposta a respeito.
Bateu na porta da sala do amigo, chamando sua atenção.
- Oi, Lu! Tem um tempinho agora?
- Oi, amiga! Claro que sim, senta aqui. – Chamou apontando para uma cadeira.
Laísa suspirou antes de começar. Ao mesmo tempo em que queria saber tudo sobre Vitória, tinha medo do que poderia ficar sabendo.
- Eu preciso que seja sincero comigo, Lu. – Falou assustando um pouco o amigo, que não esperava por aquela conversa. – O que você sabe sobre a Vitória que não está me contando? Eu já estou de saco cheio de ouvir todo mundo me mandando ficar longe, afastada dela e ao mesmo tempo me esconder o que quer que seja. – Desabafou.
Luciano notou a chateação presente nas palavras da amiga. Era nítido o quanto ela estava envolvida com Vitória.
- Olha, Laísa, eu vou ser bem sincero. Você sabe que estou no escritório há pouco tempo, então não sei muita coisa.
- Qual a relação entre ela e a Ana?
- A Ana Júlia está aqui desde que a Vitória abriu o escritório e é nítido que elas não são apenas chefe e funcionária, mas eu não sei qual o nível de relacionamento entre elas.
- E o que você sabe sobre a Vitória?
- Não sei muito também, amiga. Quero dizer, aqui dentro ela é um demônio, não aceita erros, por menor que seja, ela faz coisas que você ainda não teve o desprazer de presenciar.
- Mas não é só isso, né? – Perguntou aflita.
- Fora isso, o que eu sei é o que a galera comenta às vezes, Lai. Que a Vitória gosta de usar as pessoas, que todos são descartáveis para ela e que várias funcionárias já foram “alvo” dela.
Laísa assentiu sem saber bem o que dizer. Estava inevitavelmente atraída pela mulher, mesmo que agora soubesse que possivelmente seria apenas mais uma de suas conquistas.
- Está acontecendo algo que não sei, Laísa?
- Nós vamos jantar essa noite. – Contou.
- Você está encantada por ela, né? Como está se sentindo? – Perguntou o amigo de Laísa, mesmo a resposta estando clara.
- É difícil dizer, Lu! Não é o que eu queria ou esperava viver no meu primeiro emprego... – Falou sendo sincera. – Mas não posso negar que estou atraída por ela, não consigo resistir. Eu não quero resistir! – Confessou, por fim.
- Aí, minha amiga, eu não queria estar na sua situação. O que pretende fazer? Vai deixar rolar?
- Já estou deixando, né Luciano. – Revirou os olhos e os dois acabaram rindo da situação.
- Você sabe que estarei aqui sempre, né? Espero que dê tudo certo, Lai. – O amigo falou indo abraçar Vitória.
- Eu sei. Obrigada, viu?! – Laísa agradeceu retribuindo o abraço.
- E, olha, até que você tem bom gosto. – Luciano falou, arrancando uma gargalhada da amiga.
O resto do dia passou lentamente para as duas mulheres, ambas ansiosas pela noite que teriam juntas.
Vitória já havia planejado tudo, estava disposta a ter Laísa para si e não passaria daquela noite se dependesse dela.
Chegou em casa e cuidou de deixar tudo preparado para o jantar com Laísa. Havia pedido o número da loira a Carla para pedir que enviasse seu endereço.
Tomou um banho rápido e se arrumou. Disposta a chamar atenção da mais nova, optou por um vestido longo vermelho com um generoso decote.
Depois de se maquiar e ficar satisfeita com o resultado, buscou as chaves de seu carro e partiu em direção a casa de Laísa.
Laísa fez seu trabalho e correu para casa, ansiosa para se arrumar para Vitória. No entanto, assim que chegou em casa lembrou-se de um detalhe, não haviam combinado nada além do que foi dito na sala de sua chefe.
Antes mesmo que pudesse se preocupar com isso, ouviu o toque de seu celular, indicando uma mensagem.
“Preciso do seu endereço, moça. Te busco às 20h! Vitória. ”
Laísa estranhou, afinal, não se lembrava de ter passado seu contato para Vitória, mas se tratando da mulher, sabia que ela dera um jeito de conseguir.
Respondeu a mensagem apenas passando seu endereço para Vitória, ainda não sabia muito bem como agir com a mulher.
Tomou um bom banho tentando relaxar um pouco, mas não teve êxito. Estava de toalha em seu quarto quando escutou batidas na porta.
- Entre.
- Filha? Vai sair? – Viu sua mãe entrar no quarto.
- Oi, mãe. Tenho um jantar daqui a pouco. – Contou para a mãe. – Que bom que chegou, assim você me ajuda, estou em dúvida em relação ao que vestir.
Sua mãe a conhecia muito bem, percebeu o nervosismo de sua filha.
- Claro que ajudo, filha. Mas me conta sobre esse jantar, quem é essa mulher tão especial para te deixar ansiosa assim?
Adriana sabia da orientação sexual da filha desde a adolescência. No começo não havia sido fácil, principalmente por causa de seu marido, mas a felicidade da filha sempre foi prioridade para seus pais.
- Eu prefiro não te contar nada por enquanto, mamãe. É um pouco complexo. – Falou sorrindo sem jeito.
Enquanto conversavam, Laísa experimentava um vestido preto que lhe caía muito bem.
- Algo que devo me preocupar, filha? – Adriana questionou. – Esse ficou ótimo! – Se referia ao vestido.
- Não, mãe, eu prometo que está tudo bem. – Aquietou a preocupação de sua mãe. – Espere até eu colocar outra roupa antes de dar opinião, mamãe.
Adriana riu do comentário da filha. A garota estava realmente nervosa com o encontro. Esperou a filha vestir uma saia média e uma blusa justa.
- O vestido! – Deu sua opinião sincera. – Vou ver como seu pai está. Divirta-se, filha! E qualquer coisa, a mamãe está aqui!
Laísa sorriu ao ver sua mãe lhe jogar um beijo no ar antes de sair do quarto. Agradecia aos céus por ter pais tão presentes e amorosos.
Aceitando a opinião da mãe, Laísa resolveu usar seu vestido e um salto também preto. Secou os cabelos e fez uma maquiagem rápida, pois já estava em cima da hora.
Pontualmente, às 20 horas escutou o toque de seu celular, com uma mensagem de Vitória dizendo que já estava em frente ao seu prédio.
Nervosa, Laísa se despediu de seus pais e desceu ao encontro de Vitória.
A cena que Laísa viu era de chamar a atenção de qualquer um que passasse por ali.
Vitória, que dirigia nada menos do que um Mercedes C 180, a aguardava em pé ao lado do carro, com um vestido de deixar qualquer um embasbacado.
Foi ao encontro da mulher que lhe aguardava sorrindo.
- Não canso de dizer o quanto você é linda! – Vitória falou assim que Laísa se aproximou e aproveitou para segurar sua mão.
- Obrigada, Vitória! Você não fica atrás, está ainda mais linda hoje! – Disse sem esconder sua admiração.
Vitória sorriu, feliz por ter alcançado seu objetivo.
- Vamos?
Laísa assentiu e viu Vitória abrir a porta de seu carro para que ela entrasse. Laísa sentou-se e suspirou ao notar o gostoso perfume de Vitória que estava impregnado no carro.
- Para onde vamos? – Laísa perguntou assim que Vitória sentou-se no banco do motorista.
- Surpresa! – Vitória respondeu misteriosa.
Laísa assentiu, gostando daquele clima. O caminho foi regado de pequenos gestos carinhosos. Enquanto conversavam sobre o escritório e alguns projetos, Vitória aproveitava para fazer leves carinhos na perna de Laísa.
Depois de um tempo, Laísa reconheceu a entrada do condomínio de Vitória e entendeu que estavam indo para a casa de sua chefe.
- Sua casa? – Vitória assentiu. – É lá que iremos jantar? – Assentiu novamente.
Laísa sorriu. Aquela mulher não cansava de lhe surpreender.
- Te incomoda? – Vitória perguntou e viu Laísa negar com a cabeça. – Digamos que eu queria algo mais íntimo nessa noite… Para nos conhecermos melhor.
Depois de estacionar o carro, Vitória novamente abriu a porta do carro para Laísa e fez questão de caminhar de mãos dadas até o interior de sua casa.
- Sua casa é deslumbrante, Vitória. Esses detalhes minimalistas são de muito bom gosto.
- Obrigada! O projeto é todo meu, fiz questão de deixar tudo do meu jeito. – Vitória falou. – Venha, acredito que já está tudo pronto para o nosso jantar.
Vitória levou Laísa até a sala de jantar, onde uma mesa já estava posta. Não havia nenhum sinal de qualquer outra pessoa na casa.
- Antes de buscá-la pedi a minha funcionária que deixasse tudo pronto e a dispensei. – Esclareceu sanando a dúvida de Laísa.
- Está tudo muito bonito. E o cheiro é bem convidativo!
- Espero que esteja tudo ao seu gosto. – Vitória falou assim que sentaram à mesa.
- Está delicioso! – Laísa elogiou ao experimentar o prato. – Aliás, obrigada pelo convite!
Vitória sorriu.
- O escritório não é mesmo o lugar mais adequado para matar minha vontade de você. – O olhar de Vitória para Laísa era carregado de sedução. – E eu não conseguiria resistir por muito mais tempo…
Laísa já estava completamente atraída pela mulher, a simples expectativa do que poderia acontecer naquela noite estava a deixando excitada.
- Me fala de você. – Pediu Laísa mudando de assunto. – Quero conhecer a Vitória por trás da chefe exigente do escritório.
- Não há nada de muito interessante em minha vida pessoal. – Afirmou pensativa. – Vivi no Brasil até meus 15 anos, depois fui estudar na Europa e quando me formei resolvi me estabelecer aqui novamente. – Contou.
- O que te fez querer voltar para o Brasil? – Perguntou interessada.
- As vezes nem eu sei responder essa pergunta… - Respondeu dando mais um gole em seu vinho. - Eu fui praticamente criada por babás, tantas que mal consigo me lembrar de todas. Passava meses sem ver meus pais, que estavam sempre viajando e passando longas temporadas em outros países. Sentia muito a falta deles, mas aí, quando achei que finalmente estava crescendo e passaria mais tempo com eles, fui mandada para a Europa, pois meus pais achavam que seria melhor assim. Estive sempre vivendo e fazendo tudo como eles acham melhor, então quando finalmente me senti livre, achei que aqui seria o melhor lugar para começar do zero.
- Eu sinto muito por isso. – Laísa falou sincera. – Você não tem irmãos?
Vitória acabou sorrindo saudosa ao lembrar da irmã. A morena não entendia muito bem o motivo de estar se abrindo com Laísa, não costumava falar de sua vida pessoal, mas parecia natural ter aquela conversa com a loira.
- Virgínia. – Contou. – Ela foi o mais perto que tive de uma família. Virgínia resolveu se formar administradora e trabalhar nas empresas da família, é o orgulho dos meus pais.
- Você parece gostar muito dela, dá para ver no seu olhar quando fala.
- Ela não teve culpa nenhuma sobre o que aconteceu ou sobre as atitudes de nossos pais. – Vitória acabou falando sem perceber de um assunto que guardava para si como um segredo. Percebendo que Laísa havia terminado sua refeição, resolveu mudar o rumo daquela conversa. – Mas chega de falar desse assunto. Me acompanha?
Laísa observou Vitória se levantar e pegar a garrafa de vinho e sua taça. Notando que a mulher ficou desconfortável com o último assunto, resolveu deixar para lá apesar da curiosidade.
A loira pegou sua taça de vinho e seguiu Vitória até a sala de estar.
Vitória sentou-se no sofá, chamando Laísa para se juntar a ela, o que foi prontamente atendido.
- Agora é sua vez de falar sobre você. – Vitória falou depois de preencher as duas taças de vinho. – Quero saber se é tão linda por dentro quanto és por fora.
- O que quer saber? – Laísa perguntou sem saber bem o que deveria falar, não achava sua vida nada interessante.
- Tudo! O que você gosta e o que não gosta, seus amores, seus desejos, seus medos... – Falou enquanto fazia um leve carinho na mão de Laísa. – Me conta sobre você e sua família.
Laísa sorriu diante disso, estava sendo cada vez mais difícil não se encantar com Vitória.
- Não sei se achará algo interessante nisso, Vitória. – Falou sincera, mas como não obteve resposta, resolveu começar a falar. – Meus pais são casados há mais de 40 anos, eles são mais velhos, e tenho duas irmãs, Larissa e Lavínia, que são gêmeas. As duas são 15 anos mais velhas que eu, então quando nasci acabei virando a bonequinha da casa, fui muito mimada por todos. – Falou saudosa.
- Imagino que tenha sido realmente uma bonequinha quando criança, tão linda e encantadora quanto a mulher que se tornou. – Vitória falou sorridente. – Eu também sou gêmea, que coincidência.
Vitória somente percebeu o deslize cometido depois que já havia contado.
- Sério? – Laísa perguntou. – Uma de suas irmãs?
- Não... – Apesar do sorriso de Vitória, Laísa notou tristeza em seu olhar. – Na verdade, eu fui gêmea. Tive um irmão, Vítor. Mas não vamos falar sobre isso. Quero saber uma coisa, sempre foram mulheres?
Laísa percebeu que o assunto família era delicado para Vitória, daria o tempo que a mulher precisasse para se abrir. Entendendo a pergunta feita, resolveu responde-la.
- Quase sempre. – Sorriu e arrancou um sorriso de Vitória. – Na adolescência tive um ou dois namoradinhos, mas só até o dia que beijei uma amiga numa festinha. Depois disso, não me lembro de ter ficado com meninos novamente.
- E seus pais sempre souberam? – Laísa notou a aproximação de Vitória.
- Minha mãe sim, ela é psicóloga, sempre fomos muito amigas. Meu pai demorou um pouco para aceitar, mas depois entendeu que nada havia mudado e estava tudo bem.
Laísa tinha um brilho nos olhos ao falar dos pais. Vitória estava adorando conhecer cada detalhe da loira.
- Algum grande amor adolescente?
- Diria que no máximo algumas paixões...
Nesse momento, Vitória já estava praticamente colada em Laísa, de forma que a loira mal conseguiu concluir o que falava. A mão da mulher em sua cintura e seu hálito fresco em seu rosto estava deixando Laísa completamente inebriada.
Vitória afastou-se por um momento, apenas para pegar a taça de vinho que ainda estava na mão de Laísa e colocar na mesa de centro a sua frente. Quando se voltou em direção a Laísa, seu olhar era feroz, como de quem iria atacar uma presa. Laísa não pode evitar sentir um arrepio em todo o corpo.
Vitória tirou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto de Laísa e aproveitou para fazer um carinho leve em seu rosto.
- Eu quero você, Laísa! – A morena falou com os lábios tão próximos da outra que era possível sentir sua respiração.
Laísa sentiu novamente um arrepio e acabou com a distância entre os lábios. Beijou Vitória com toda a vontade que sentia daquela mulher. O gosto do vinho se misturando ao beijo estava tornando-o ainda delicioso para elas. O beijo era carregado de volúpia e as mãos já passeavam conhecendo o corpo uma da outra.
Vitória foi quem separou os lábios, aproveitando para respirar um pouco melhor. Estava completamente excitada.
- Vem comigo? – Chamou ao se levantar e estender a mão para Laísa.
Laísa segurou a mão de Vitória e a acompanhou escada acima. Vitória a levou para seu quarto.
Laísa mal teve tempo de admirar o belo quarto da morena, sentiu quando Vitória afastou seu cabelo para descer o fecho de seu vestido. Enquanto tirava o vestido, Vitória seguia beijando cada parte da pele clara que era descoberta. Virou Laísa para si assim que terminou de tirar o vestido da loira.
- Linda! Você é ainda mais linda do que imaginei! – Declarou admirada ao ver o corpo da loira coberto apenas por uma pequena calcinha e com os saltos ainda em seus pés.
Laísa puxou Vitória novamente e a beijou mostrando todo o desejo que sentia naquele momento. Suspirou entre o beijo ao sentir as mãos da morena subirem e alcançarem seus seios. Ainda sem separar as bocas, afastou as alças do vestido de Vitória e o percebeu deslizar pelo corpo da mulher.
Vitória aproveitando que ainda estavam próximas da entrada do quarto, empurrou a porta para que fechasse e levou o corpo de Laísa até lá, a pressionando e unindo os corpos. O simples toque dos seios arrancou suspiros das duas mulheres.
Laísa sentiu quando Vitória segurou seus braços e os ergueu acima de sua cabeça, impedindo-a de tocá-la. Enquanto uma mão segurava firme os braços de Laísa, a outra percorria o corpo da loira, conhecendo cada parte dele, enquanto Vitória distribuía beijos por toda a extensão do pescoço dela.
Notando o quanto Laísa estava gostando, Vitória levou seus lábios ao seio esquerdo de Laísa, enquanto apalpava o outro com a mão. Escutou o gemido de satisfação da loira quando passou a ch*par o mamilo enrijecido, levando a morena a loucura.
Tomada por um desejo incontrolável, Laísa se livrou das mãos de Vitória que ainda a seguravam e puxou a mulher para beijar sua boca, enquanto a empurrava até a cama.
Vitória ficou ainda mais excitada com aquela atitude. Estava se deliciando ainda mais com a loira, mas naquele momento queria experimentar seu gosto.
As duas deitaram na cama, enquanto se beijavam, as mãos tinham urgência em conhecer os corpos. Vitória passou a dar atenção ao pescoço da loira entre beijos e mordidas, deliciava-se com os suspiros que escutava em reação aos seus toques.
Desceu os beijos até alcançar os seios de Laísa. Enquanto acariciava um seio, deliciava-se ao lamber e ch*par o outro escutando os suspiros e gemidos fracos da loira. Ainda dando atenção aos seios, desceu uma de suas mãos e passou lentamente sobre a calcinha de Laísa, escutando-a resmungar em resposta. Vitória sorriu, sabendo que estava levando a loira ao seu limite.
Enquanto a acariciava sentindo a umidade de sua calcinha, Vitória desceu os beijos, passando pela barriga da loira, que sentia arrepios a cada beijo. Vitória tirou a calcinha de Laísa enquanto encarava seus olhos, deixando a loira ainda mais excitada ao ser encarada daquela forma.
Vitória deslizou o dedo lentamente pelo ponto de prazer de Laísa, se maravilhando ao vê-la fechar os olhos e suspirar com prazer.
- Olha para mim! – Vitória ordenou e foi prontamente atendida. – Eu vou te fazer minha agora!
A voz firme de Vitória causou um arrepio em Laísa, que teve certeza que a umidade em sua intimidade aumentou gradativamente, ansiosa pelo que viria em seguida. Observou Vitória beijar suas pernas, indo ao encontro de sua intimidade.
Deixando seu desejo falar mais alto, Vitória invadiu a intimidade de Laísa com sua língua, arrancando um longo gemido da loira, que agora apertava seus cabelos sem muita delicadeza. Laísa estava se deliciando sentindo a língua ora rápida, ora devagar em sua intimidade. Não aguentando mais de tanto tesão, começou a rebol*r na boca da morena, buscando aumentar seu prazer.
Vitória entendeu que a loira estava se aproximando de um orgasmo e sem aviso prévio, a penetrou com dois dedos, ouvindo um gemido alto em resposta. Passou a meter os dedos em sua entrada com força, enquanto sua língua acariciava seu ponto de prazer.
Laísa sentiu seu corpo reagir e gem*u ainda mais alto ao atingir um delicioso orgasmo. Enquanto tentava recuperar sua respiração, sentiu os beijos de Vitória subindo por todo seu corpo até chegar novamente aos seus lábios.
- Deliciosa! – Vitória falou sorrindo após beijar os lábios de Laísa.
A loira rapidamente inverteu as posições, pegando Vitória de surpresa. A beijou lentamente enquanto sua mão afastou sua calcinha para em seguida sentir o quanto já estava excitada. Laísa a beijava com volúpia, oferecendo sua língua para Vitória ch*par enquanto seus dedos penetravam a morena, que gemia fraco entre os beijos. Vitória passou a rebol*r de encontro a mão de Laísa, que sentiu quando a intimidade da morena apertar seus dedos para relaxar em seguida.
Laísa trouxe seus dedos até a boca de Vitória e a fez experimentar seu próprio gosto, deixando a morena ainda mais encantada e excitada.
Sem dar tempo para Vitória se recuperar, Laísa desceu beijando todo o corpo moreno até alcançar sua intimidade. Tirou a calcinha da mulher e lambeu toda a extensão de sua intimidade, experimentando seu sabor, que ainda estava por ali. Lambeu e ch*pou a intimidade de Vitória até sentir a mulher dar sinais de gozo novamente, então a penetrou novamente, escutando seu longo suspiro de prazer ao se entregar a um novo orgasmo.
Vitória permaneceu deitada com os olhos fechados, aproveitando todas as sensações causadas por Laísa. Estava acostumada a sempre dominar as mulheres na cama e dar prazer a elas. Poucas vezes havia se entregado tão rapidamente a uma mulher e em nenhuma delas havia sentido o prazer que Laísa lhe proporcionou naquele momento.
Sentiu quando a loira escalou seu corpo, unindo seus corpos de forma que as intimidades se tocaram. Abriu os olhos e viu Laísa lhe encarando e sorrindo, um sorriso carregado de malícia que a levou a loucura novamente. Apertou a cintura da loira e aproveitou seus movimentos até atingirem juntas mais um orgasmo.
Laísa finalmente deu sinais de cansaço e se deitou ao lado de Vitória, que a puxou para perto de si e beijou seus cabelos, fazendo um leve carinho em seguida.
Vitória notou quando o corpo de Laísa relaxou, indicando que a loira havia pegado no sono. Aproveitou para ficar ali descansando um pouco também, depois de uma semana de trabalho cansativa, aquele sex* havia sido o suficiente para derrubá-la.
Perdeu a noção de quanto tempo ficou ali apenas descansando e sentindo o calor do corpo de Laísa juntou ao seu.
- Acho que peguei no sono. – Laísa falou ao despertar e encontrar Vitória encarando o teto de seu quarto.
Vitória sorriu para a loira, que estava linda com os cabelos bagunçados e a cara de sono.
- Acho que sim. Vai passar a noite aqui comigo? – Vitória perguntou.
Laísa pensou um pouco antes de responder.
- Acho melhor não, não quero deixar meus pais preocupados. Você se incomoda de me levar para casa? – Perguntou ao se lembrar que não tinha falado com a mãe sobre passar a noite fora.
- Claro que não, eu te levo com todo prazer. – Vitória deu um beijo rápido em Laísa e se afastou, levantando da cama. – Volto em um minuto.
Laísa observou Vitória passar por uma porta que não sabia para onde levava. Aproveitou para vestir sua calcinha e seu vestido novamente. Quando estava terminando de se vestir, viu a morena retornar ao quarto, usando shorts, camiseta e chinelo, totalmente diferente de todas as vezes que já tinha a visto. Mas não pode evitar o pensamento de que estava tão linda quanto com qualquer outra roupa elegante.
- Vamos? – Perguntou sorrindo para Laísa, que assentiu.
O caminho de volta foi feito em silêncio, as duas mulheres estavam perdidas em seus próprios pensamentos, ambas tendo suas impressões sobre aquele primeiro encontro.
Assim que chegaram ao prédio de Laísa, Vitória puxou a loira para um último beijo. Perderam alguns minutos aproveitando o beijo e a companhia da outra.
- Obrigada pelo jantar! – Laísa falou antes de sair do carro. – Tchau, Vitória!
- Eu que agradeço pela noite! – Vitória sorriu e esperou Laísa descer do carro para chamar seu nome.
Laísa escutou seu nome sendo chamado e se virou para a morena, mas o que ouviu a deixou ainda mais envolvida e encantada pela mulher.
- Linda! Deliciosa! Gostosa!
Fim do capítulo
Olá, meninas!
Como havia tido que postaria capítulo na segunda e não consegui, hoje estou postando esse um pouquinho maior.
Espero que gostem! Deixem suas impressões!
Até o próximo.
Lou.
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