Capítulo 2 - Encontros

 

A semana estava passando rápido para as duas mulheres. Enquanto Vitória corria contra o tempo entre várias reuniões para fechar um importante contrato, Laísa se concentrava em aprender e praticar seu trabalho, tentando enfrentar da melhor maneira os problemas de saúde de seu pai.

 

Pela correria que passavam, Laísa e Vitória ainda não tinham se encontrado novamente depois daquele primeiro dia.

 

Já era sexta feira e Laísa havia combinado com sua mãe de levar o pai em uma consulta médica durante seu horário de almoço. Agora que o homem estava debilitado, não achavam seguro deixá-lo dirigir e fazer muitas coisas sozinho.

 

Laísa aproveitou para almoçar em casa, em seguida foi com o pai até o hospital. O que ela não esperava era que a consulta mesmo marcada atrasaria em uma hora. Já estava agoniada olhando o relógio a cada minuto, mas nada poderia fazer, jamais deixaria seu pai sozinho.

 

Mesmo preocupada com seu trabalho e não querendo passar uma má impressão, a loira esperou com o pai até que ele fosse consultado e, em seguida, o deixou em segurança em casa.

 

Resolveu voltar para o trabalho com o carro do pai, assim chegaria mais rápido. Correu para o escritório, pisando o mais fundo que pôde no acelerador, tendo que ignorar algumas várias buzinadas durante o percurso.

 

Quando a loira chegou e estacionou o carro na garagem do escritório, saiu praticamente correndo em direção ao elevador, estava há quase duas horas atrasada.

 

De tão afobada em chegar logo e se desculpar pela falha sequer notou um carro se aproximando dela.

 

Somente percebeu o que acontecia quando escutou o alto barulho do carro freando fortemente. Sentiu uma leve batida nas pernas, nada que lhe causasse dor, mas o suficiente para fazê-la se desequilibrar e cair sentada.

 

Ainda estava um pouco perdida quando escutou barulho de saltos se aproximando e notou uma mão esticada para lhe ajudar.

 

- Você consegue se levantar? Vem, deixa que eu te ajudo.

 

Reconheceu a voz da linda morena que agora sabia se tratar da sua chefe. Olhou para cima e a encontrou lhe encarando séria, sua feição indicava preocupação.

 

- Laísa? – A morena chamou, não havia esquecido seu nome. – Você está bem?

 

Escutar Vitória lhe chamando pelo nome finalmente tirou a loira do transe em que se encontrava.

 

Estendeu a mão, aceitando a ajuda da mais velha e se reergueu.

 

- Está sentindo alguma dor? Algum desconforto? Precisa de ir para o hospital?

 

A loira sorriu, notando a preocupação de Vitória.

 

- Eu estou bem, dona Vitória. – A morena gostou de saber que Laísa já sabia quem ela era, com certeza deve ter perguntado de si para alguém. – Não preciso de hospital não, nem estou sentindo nada, acho que só me desequilibrei por conta desses saltos finos.

 

- Você tem certeza? Não custa nada ir até o hospital conferir se está tudo bem.

 

- Eu juro que não estou sentindo nada, foi só um susto!

 

- Se você diz, então tudo bem! Será que cada vez que te encontrar vai acontecer algum desastre? – Vitória perguntou sorridente.

 

Laísa estava tão aérea que somente nesse momento percebeu que Vitória ainda segurava sua mão.

 

- Meu Deus! Claro que não, dona Vitória! – Laísa respondeu envergonhada. – Me desculpa, eu que não deveria correr no meio de uma garagem, né?

 

A mais velha estava se divertindo com o jeito envergonhado de Laísa.

 

- Realmente, não é o local mais indicado. Mas por qual motivo estava com tanta pressa? – A morena questionou curiosa.

 

Encabulada, Laísa puxou a mão que Vitória ainda segurava. Teria que falar de seu atraso e temia pela bronca que levaria.

 

- Estava com pressa, pois já extrapolei duas horas a mais do meu horário de almoço. – Explicou sem jeito. – Mas eu juro que foi a primeira e a última vez, Dona Vitória. A senhora não precisa se preocupar.

 

Vitória sorriu mais uma vez e sutilmente pegou novamente a mão de Laísa, entrelaçando seus dedos de forma quase imperceptível.

 

O movimento apesar de sútil e delicado, não passou despercebido pela menina, que gostou daquela sensação.

 

- Primeiro, não precisa desse negócio de “dona”, muito menos “senhora”, posso parecer mas não sou tão velha assim. –Ela falou e piscou para a mais nova. – E, segundo, não tem problema seu atraso, apenas compense essas horas e nada lhe será descontado, ok?

 

Vitória estava sendo tão querida que Laísa não conseguia entender a má fama que ela tinha entre seus funcionários.

 

- Obrigada, de qualquer maneira, prometo que não vai se repetir.

 

Vitória se aproximou um pouco mais, seus movimentos eram calculados para não assustar a mais nova.

 

Mas nada estava passando despercebido pela loira. Reparou que hoje sua chefe usava uma sandália baixa, o que acabava com a pouca diferença de altura entre elas, já que Laísa estava de salto.

 

- Sua mão está suada, tem certeza que está tudo bem?

 

- Sim, deve ser só um pouco de nervosismo pelo susto. – A loira a tranquilizou.

 

- Foi realmente um susto, né? – Falou Vitória com seu sorriso aberto e simpático, deixando Laísa levemente desconcertada.

 

Sem perceber, Laísa estava se deixando envolver pela mulher mais velha.

 

- Você tem certeza que não precisa de nada agora? – O olhar dela para Laísa era firme, mesmo com um sorriso nos lábios.

 

Vitória tinha uma reunião importante e sabia já estar atrasada, mas estava gostando de estar ali com Laísa.

 

- Eu estou bem, não se preocupe! – A loira era só sorrisos para sua chefe.

 

- Ok! Eu preciso ir agora, tenho uma importante reunião. – Vitória lentamente tirou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto da loira e fez um carinho singelo ali. – Te vejo amanhã?

 

- Amanhã? – Laísa perguntou confusa, afinal, o dia seguinte era sábado.

 

- Amanhã é a comemoração do aniversário da V3. Quero te ver lá, tenho certeza que estará ainda mais linda!

 

Laísa viu sua chefe sorrir uma última vez e, em seguida, voltar para seu carro e se moveu saindo da frente do veículo. A chefe deu partida e se foi, deixando uma Laísa confusa e envolvida para trás.

 

A loira não sabia identificar ainda o que estava sentindo, mas estava gostando muito daquela nova aproximação com sua chefe.

 

Assim que entrou em sua sala, escutou a porta sendo aberta.

 

- Achei que não voltaria mais hoje.

 

Era Ana Júlia, uma arquiteta que trabalhava na sala vizinha a de Laísa. As duas tinham se conhecido no seu primeiro dia de trabalho e a sintonia foi praticamente instantânea. Laísa estava adorando aquela nova amizade.

 

- Eu também! – Falou Laísa ao sentar em sua cadeira. – Tive que levar meu pai ao médico e a consulta atrasou demais e, como se não bastasse, eu meio que fui atropelada quando cheguei aqui.

 

- Como assim atropelada, Laísa? Você está bem? Conta isso direito.

 

Laísa contou para a nova amiga como tudo aconteceu e como Vitória foi gentil e solícita com ela.

 

- Ela realmente sabe como conseguir o que quer! – Ana Júlia falou ao final do relato.

 

- Não entendi, do que está falando? – Laísa questionou confusa.

 

- Deixa pra lá, Lai! – Falou não querendo preocupar a amiga. – Mas, olha, se eu puder te dar um conselho, fica esperta com a Vitória.

 

- Ela me convidou para a festa do escritório amanhã!

 

- Eu estava até me esquecendo disso. Você vai? – Viu a amiga fazer que sim com a cabeça. – Ai, Laísa…

 

- Você também vai, não é? – Ana Júlia confirmou. – Pois então, eu juro que tô tentando entender essa fama ruim que ela tem e o motivo de vocês a verem dessa forma, mas até agora ela só foi simpática e muito legal comigo!

 

Ana Júlia observou a maneira que a colega estava falando sobre a chefe e o sorriso em seu rosto, logo percebeu que a menina estava se deixando envolver pela beleza e pelo jeito galante da mulher mais velha.

 

- Tudo bem, Laísa, você é grandinha e sabe o que faz. Só que eu já vi esse filme antes e ele não acaba nada bem!

 

Ana Júlia saiu da sala de Laísa, a deixando confusa e pensativa. Desde que chegara na empresa no início da semana, ainda não tinha visto qualquer situação que demonstrasse que Vitória era a mulher ruim que seus colegas de trabalho pregavam. Imaginava que talvez a morena fosse uma chefe rígida e em razão disso ganhou essa fama, mas até então não tinha conhecido esse lado dela.

 

O resto da sexta feira passou rapidamente. Laísa acabou não encontrando mais Ana Júlia naquele dia, queria conversar com a colega sobre seu último comentário, parecia que ela sabia de algo que não estava contando.

 

Também não viu ou soube mais de Vitória. Mas isso não foi suficiente para tirar a mulher de seus pensamentos. Tudo nela parecia chamar a atenção de Laísa.

 

Naquela noite, os pensamentos das duas mulheres foram guiados aos dois encontros que tiveram. Vitória sempre fora uma mulher bem resolvida e sabia que estava atraída pela sua nova funcionária desde o momento em que bateu os olhos nela pela primeira vez.

 

Por outro lado, Laísa ainda tentava entender as reações que sentia quando sua chefe se aproximava. A jovem ainda não conseguia perceber o quanto já estava envolvida na áurea sedutora que embalava aquela mulher.

 

O sábado amanheceu com uma Laísa sentindo-se empolgada. Lembrou-se do convite de Vitória e do seu singelo elogio ao dizer que ela estaria ainda mais linda. Estava ansiosa para aquela festa, tinha certeza que Vitória, sim, estaria ainda mais bela e deslumbrante do que sempre.

 

A loira então resolveu aproveitar o dia para cuidar de si, já que iria naquela festa a pedido da própria Vitória, queria estar bonita para a mais velha. A festa seria só a noite, Luciano e Ana Júlia passariam para buscá-la.

 

Ligou para sua irmã, Lavínia, e a convidou para ir com ela até o shopping.

 

Quando chegou ao shopping, sua irmã já lhe esperava na companhia de seus dois sobrinhos, Pedro e Théo.

 

- Tia Laísaaa! – Pedro chamou feliz assim que a viu.

 

- Oi, Pepe e Théo! A tia estava com saudades! – Deu um beijo em cada um dos meninos, que também eram gêmeos e já estavam com 5 anos. Cumprimentou também sua irmã, a quem chamava carinhosamente por um apelido. – Oi, Ninha. Esperou muito?

 

- Oi, Lá! Não, chegamos agora há pouco. Vamos deixar os dois na área de recreação e ficamos livres!

 

Laísa achou graça da empolgação da irmã em se livrar um pouco dos sobrinhos. A loira era apaixonada pelos meninos, mas sabiam o quanto eles davam trabalho. Por isso, sempre que tinham tempo, as irmãs arrumavam um jeito de se divertirem juntas.

 

- Ficou sabendo que Larissa está de namorado novo? – Lavínia perguntou quando ficaram sozinhas.

 

- Não, mal tivemos tempo de conversar enquanto ela esteve aqui, mas ela estava mesmo cheia de risadas para o celular o tempo todo. – Comentou sorrindo. – Essa semana foi muito corrida.

 

- É uma pena que ela tenha ficado tão pouco dessa vez. - A irmã era defensora pública e havia decidido morar no interior do estado com sua filha, Ayla, após um divórcio conturbado. – E como foi sua primeira semana de trabalho?

 

Laísa contou para irmã tudo que estava aprendendo e o quanto estava gostando do escritório. Lavínia ficou muito feliz ao ver a alegria da irmã, sabia que com a situação do pai delas a mais nova andava muito chateada e cabisbaixa.

 

A loira comprou um um macaquinho preto que modelava bem o seu corpo e uma sandália de salto fino para acompanhar. Depois ainda passou em um salão de beleza para fazer o cabelo e as unhas. Sua irmã a acompanhou em tudo, feliz com a empolgação toda da irmã, mesmo sem saber o real motivo.

 

Laísa ainda teve tempo de descansar um pouco até o horário da festa. Depois de dormir por algum tempo, tomou um banho rápido, se arrumou com o look que havia comprado e fez uma maquiagem que ressaltou ainda mais sua beleza.

 

Não demorou muito e sua mãe veio anunciar que Luciano já estava na recepção do edifício lhe aguardando.

 

- Filha, hoje você caprichou, hein? Está ainda mais linda, minha menininha! – Sua mãe falou orgulhosa enquanto admirava a beleza da filha.

 

- Ai, mamãe! – Revirou os olhos. – Estou indo na primeira festa do escritório, não quero parecer uma menininha.

 

Adriana acabou rindo do comentário inseguro de sua filha.

 

- Laísa, você está uma linda mulher, aliás, você é uma linda mulher! Mas nunca deixará de ser a minha menininha, minha caçulinha tão amada!

 

- Ah, pronto! – Acabou gargalhando ao ver que a mãe já tinha os olhos marejados. – Mãe, eu já estou indo antes que comece o chororô. Te amo!

 

Laísa jogou um beijo no ar para sua mãe e saiu do apartamento.

 

Quando chegou ao encontro de Luciano e Ana Júlia, agradeceu ao notar que ambos estavam tão arrumados quanto ela. Estava com um certo receio de ter exagerado na arrumação e dar muito na cara que sua intenção era ser notada por Vitória.

 

- Quem é essa deusa aqui e o que fez com minha amiga? – Luciano perguntou ao ver a loira se aproximar.

 

Laísa revirou os olhos e ignorou o comentário do amigo.

 

- Você está maravilhosa, Laísa! – Ana Júlia comentou também.

 

- Ai, obrigada, gente! É minha primeira festa, não quis fazer feio, né?!

 

Os dois concordaram que ela iria deixar muita gente babando na festa e nesse clima descontraído rumaram para a casa de Vitória.

 

Assim que chegaram ao local, Laísa ficou boquiaberta, pois já sabia que a mulher era rica, mas sua casa era uma verdadeira mansão.

 

- Essa é a casa da Vitória? Isso é quase um palácio!

 

- Sim, querida, ela tem essa mansão inteirinha só para ela! – Luciano esclareceu. – Vitória é milionária de berço, seus pais tem negócios espalhados pelo mundo todo. Mas até onde sei, agora ela se sustenta sozinha com o escritório.

 

- Vamos entrar que vocês ainda não viram nada, a casa tem um canto mais lindo do que o outro. – Laísa notou que o comentário de Ana Júlia demonstrava que ela havia frequentado a casa o suficiente para conhecê-la bem e se questionou sobre quantas vezes a amiga esteve ali.

 

Como Ana Júlia disse, o interior da casa era ainda mais deslumbrante que sua entrada. Tudo era muito sofisticado, combinava com a elegância da dona da casa.

 

Os três encontraram os colegas do escritório e acabaram se distraindo por um tempo. Mas logo escutaram a voz de Vitória chamando atenção de todos.

 

- Boa noite a todos! Primeiramente, agradeço a presença de todos que estão aqui, muito obrigada de verdade!

 

Laísa ficou hipnotizada com a visão de Vitória. A morena usava uma calça de couro preta com um body também preto com um decote generoso, acompanhado de um blazer branco e um salto fino nos pés.

 

Estava ainda mais linda do que das outras vezes que Laísa a encontrou. A loira simplesmente não conseguia desviar os olhos da mulher.

 

- Hoje, além de alguns amigos e empresários, estão aqui praticamente todos os funcionários do escritório, desde o porteiro, as recepcionistas, os arquitetos, até mim. O que eu quero dizer hoje é que, apesar de ser vista como uma chefe carrasca pela maioria de vocês, eu tenho plena consciência de que sou tão importante naquele escritório quanto cada um que está aqui! O porteiro sozinho não faz a V3 funcionar, bem como eu sozinha também não!

 

Todos prestavam atenção no que a mulher falava. Sua forma altiva e elegante não passava despercebida por ninguém.

 

- É importante sempre lembramos que somos um grupo e seguimos crescendo pois trabalhamos todos por um fim comum, a V3! Então, hoje, quero que todos comemorem muito os 7 anos da V3 Arquitetura. Aproveitem, divirtam-se, a casa é de vocês!

 

Vitória terminou seu discurso e sorriu ao escutar as palmas e assovios. Apesar de ser rígida em seu ambiente de trabalho, reconhecia o esforço de todos e fazia questão de comemorar cada ano bem-sucedido de seu escritório. Tinha muito orgulho de tê-lo construído sozinha e chegar onde havia chegado.

 

- Amiga, quer que eu busque um babador para você? – Luciano perguntou ao notar o olhar admirado de Laísa.

 

- Agora que ela já inundou o chão inteiro, não adianta mais, Lu! – Ana Júlia continuou, provocando-a.

 

- Olha, vocês dois vão procurar outra pra tirar a paciência, viu?!

 

Saiu de perto deixando os dois amigos rindo de si.

 

Laísa não havia ficado chateada com os comentários dos amigos, sabia que estava mesmo abobalhada observando sua chefe.

 

Resolveu então buscar uma bebida, precisava de algo para acalmar o que estava sentindo. Não achava certo estar sentindo atração pela sua chefe.

 

Estava no bar que havia sido montado na grande sala de Vitória, enquanto esperava pela bebida que havia pedido, quando sentiu uma mão delicadamente repousar em sua cintura, lhe causando um leve sobressalto.

 

- Você veio! – Era Vitória que falava praticamente colada ao ouvido da loira. – E está mais linda do que nunca!

 

- Obrigada, Vitória! – Respondeu e aproveitou para ficar de frente para ela. – Você é que está linda hoje, mais do que o normal!

 

Laísa falou tão naturalmente que se sentiu envergonhada ao ver o sorriso descarado que Vitória lhe lançou.

 

- Quero que você dance comigo essa noite! – A morena foi direta.

 

Do outro lado da sala, Luciano e Ana Júlia repararam na cena, as duas estavam tão envolvidas que sequer percebiam quem estava em volta. Os dois não gostaram de ver no que a amiga estava se metendo.

 

O barman chamou a atenção de Laísa, lhe entregando sua bebida.

 

- Dançar? Quem sabe depois de algumas bebidas. – Laísa deu um longo gole em sua bebida. – Sua casa é muito linda, combina com você!

 

Antes que Vitória pudesse responder, foram interrompidas por um empresário amigo da morena, que acabou lhe puxando para longe.

 

- Não vou esquecer da nossa dança! – A mulher falou antes de se afastar.

 

Laísa voltou para junto de seus amigos e desconversou quando eles perguntaram sobre Vitória. As coisas estavam ficando mais claras para ela, estava atraída pela chefe e sentia que a mulher correspondia sua atração.

 

Mesmo pensando que não deveria levar aquilo adiante, afinal, acabara de chegar ao escritório e não queria ter problemas, muito menos ser demitida, a loira não conseguia evitar que seus olhos e seus pensamentos buscassem por Vitória.

 

Para Vitória, as coisas também não estavam muito diferentes. A mulher reconhecia aquela atração imediata e queria ter a mais nova para si, só que para ela não existia qualquer receio, queria Laísa e faria de tudo para tê-la.

 

As duas mulheres passaram a noite inteira se procurando e se olhando de longe. Um ímã parecia atrair suas atenções uma para a outra.

 

Ambas já haviam bebido o suficiente para perder o pudor quando a noite já se encaminhava para o seu fim.

 

Laísa precisou ir ao banheiro e quando saiu, andou curiosa pela casa até encontrar um enorme jardim, onde tinha uma linda piscina.

 

Do outro lado da sala, Vitória notou quando Laísa se afastou e percebendo sua demora, resolveu ir em sua busca.

 

Encontrou a loira encostada no batente da porta que dava para o seu jardim, parecia perdida em pensamentos.

 

- Veio se esconder de mim? – Perguntou baixo próximo da orelha da mais nova.

 

Laísa acabou assustando-se, pois não havia notado a aproximação de Vitória, e num sobressalto acabou se desequilibrando, sendo segurada pela morena.

 

- Obrigada! E desculpa. – Falou um pouco confusa pelo álcool ingerido e pela mão de Vitória que abraçava firme sua cintura.

 

Vitória aproveitou o fato de que estavam próximas de uma parede, para sutilmente guiar a loira até ali. Não estava mais resistindo a vontade de provar o gosto dos lábios de Laísa.

 

Laísa estava se deixando levar pelo toque sedutor de sua chefe, mas ainda tentava controlar a vontade que tinha de corresponder.

 

Enquanto uma mão de Vitória segurava firme a cintura de Laísa, a outra lentamente traçava seu rosto, fazendo um leve carinho. A loira, entregue, fechou os olhos e se permitiu sentir aquele momento.

 

Vitória aproximou seu rosto do pescoço da loira, sentindo seu cheiro, e depositou um leve beijo ali. Sem pressa, foi subindo em direção a boca, prestando atenção em cada reação que seus carinhos causavam.

 

Quando os lábios finalmente se encontraram, as duas iniciaram um beijo lento e sensual. As línguas se misturavam desejando conhecer o sabor da boca da outra. Laísa abraçou o pescoço da morena, desejando aprofundar ainda mais o beijo.

 

Sentindo cada vez mais desejo, Vitória pressionou ainda mais seu corpo ao de Laísa, lhe arrancando um suspiro pesado.

 

A morena cessou os beijos e observou cada detalhe do rosto de Laísa, ficando hipnotizada com seus lábios inchados após o beijo. Queria mais daquela mulher, muito mais.

 

- Passa a noite comigo?

 

Fim do capítulo