CapÃtulo 18 Meu abrigo
Carolina ouviu passos se aproximando, tentava abrir os olhos, mas seu esforço era em vão. Nem a sua força tão conhecida a ajudaria dessa vez, ouve uma voz conhecida lhe falando de perto.
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Princesa, eu tô aqui. Eu disse que estaria.
Reconhecia a voz da amiga e sentiu quando ela segurou sua mão, 'nem assim ela deixa de me chamar de princesa' pensou.
Rafaela se assustou ao ver o estado da amiga que estava respirando com a ajuda de um tubo em sua boca, tentou ser forte e não embargar a voz, o que foi quase impossível.
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Tu vai sair dessa e nunca mais vou te deixar ir atrás de alguém sozinha, tá ouvindo teimosa?
Carolina sentiu o peso da voz da amiga e imaginou o seu estado, 'se eu sair dessa não vou querer mesmo fazer mais isso sozinha', pensou.
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Princesa, tem mais alguém aqui que veio te ver.
Marina observava tudo enquanto tentava manter a calma, se aproximou vagarosamente enquanto Rafaela dava espaço a elas.
Carolina ficou confusa e pensou, 'quem? Deve ser o pai, como ele chegou tão rápido?'
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Carolina, sou eu, a Marina.
Marina pegou a mão da morena e sucumbiu as lágrimas, como em pouco tempo aquela arrogante havia tomado para si seu coração? Era uma pergunta que ela não tinha resposta.
Carolina tentou segurar a mão de Mari também, mas outro esforço em vão.
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Eu vou ficar contigo até tu acordar, tu gostando ou não. Entendeu?
Carol pode sentir na voz de Mari que as lágrimas rolavam pelo rosto da loira o que fez o coração dela palpitar e Mari vou isso pelo monitor cardíaco, ao escutar a alteração Carolina tentou se acalmar e isso ela conseguiu. ' Depois eu que sou teimosa, eu já te corri de perto de mim, mas tu continua aqui' pensou.
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Hey, te acalma... isso. Estaremos aqui contigo e a Rafa já vai ligar pro teu pai informando tudo e logo ele estará conosco também.
Rafaela ao ouvir aquilo se retirou da sala, só agora havia se dado de conta que realmente não havia ligado para o pai de Carol e foi fazer o que Mari pediu, falar com ele.
Após falar com ele e acalmá-lo, recebeu como resposta que em.dois dias estaria no hospital e voltou para o quarto. E pode ver Mari sentada ao lado da morena com o rosto perto do dela, saiu de mansinho para que a loira não a visse e realmente não a viu.
Mari se aproximou da orelha da morena e sussurrou.
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Tu vai voltar pra mim, pra nós.
Carolina tentou responder o que novamente foi em vão. Seus esforços eram nulos naquela altura.
1 semana depois (...)
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Filha, deixa eu te ler outra coisa aqui que o médico disse que é bom.
O pai de Carolina a olhava esperando por uma resposta, mas nada. Carolina "dormia" ainda profundamente, sem resposta.
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Teus ferimentos estão melhores filha, espero que não doam.
"Não sinto nada pai, não doem" ela pensou. Logo escutou passos se aproximando era Rafaela que chegava com a sua volta rouca quase que inconfundivel.
Cumprimentou o pai de Carolina e ele lhe disse que fariam um lanche.
-
Tudo bem, bom que podemos fofocar né Carol?
Ele olhou para a filha com ternura e saiu vagarosamente em direção a lanchonete do próprio hospital.
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Amigas sabe quem vem te ver hoje? A Mari, não é novidade ela vem todo o dia né? Ela é gataaaaa, se tu não pegar eu pego hein?
Carolina pensou 'se eu pudesse te bater te batia e depois ia rir contigo, realmente ela vem todos os dias, vamos ver até quando'
3 semanas depois...
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Carolina, sou eu. Vou segurar tua mão só um pouquinho,tá? Vou aproveitar que tu não tá acordada porque depois tu não vai deixar mesmo né? Não sei.
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Bom, o médico falou que talvez coisas que te tragam lembranças fortes te façam acordar. Tipo músicas. Teu pai me falou as que tu gosta e não te preocupa que não falei de nós pra ele... mas enfim, falando em nós, vou colocar uma que é muito especial, ao menos pra mim.
'Não sei se não vou deixar tu segurar minha mão, porque agora tudo o que eu queria era te beijar, não sei porque tu não falou pra ele que eu também te quero comigo, claro tu não sabe, eu fui burra e te expulsei da minha casa, que infantil.' Carolina pensou, tentava acordar com todas as suas forças, queria poder responder a tudo o que ouvia, não aguentava mais a agonia de não saber quanto tempo estava assim e a quanto tempo continuaria assim.
-
Vou colocar pra tocar agora tá? Perai, vou aumentar o volume no meu celular, sei que não é a mais romântica do mundo maaaas....Vê se tu lembra que música é essa.
Si tu quieres nos bañamos,si tu quieres nos soplamos pa' secarnos lo mojao'
Se quiser nos banhamos, se você quiser, nos sopramos para secar o molhado
Si tu boca quiere beso y tu cuerpo quiere de eso areeglamos
Se tua boca quer beijo e teu corpo quer isso conseguimos
Si tu quieres un atajo y lo quieres por abajo yo te llevo bien callao'
Se você quiser um atalho e o quer por baixo vou te levar bem calado.
Vente pa' ca, vente pa'ca, vente pa' ca
Venha pra cá, venha pra cá, venha pra cá (...)
'nosso primeiro beijo, eu lembro, Marina.' Carolina ouvia a música e conseguia voltar aquele momento, respirou fundo e agora sentia a mão de Mari, fez um esforço para apertar a mão dela, segurando sem quase nada de força a mão da loira, pode enfim abrir os olhos.
Abria os olhos vagarosamente e tossia devido ao tubo que agora atrapalhava a respiração de Carolina que conseguia respirar sem o auxílio.
Aquela tosse chamou a atenção de Marina que ainda olhava para sua mão tentando ver se realmente tinha sentido Carolina a tocar ou se era um devaneio de sua mente, logo a loira se levantou e chamou a enfermeira que com pressa retirou o tubo e Carolina pode respirar sozinha mais uma vez.
Fechou os olhos e sentiu o médico se aproximar, ele pediu para que ela abrisse seus olhos novamente, apertasse a mão do médico e apesar da pouca força Carolina estava bem e sem sequelas, Marina sorria sem se conter, olhando ao longe o médico examinar os olhos da morena.
Mari se retirou da sala por um instante enquanto eram verificados os sinais vitais da morena, enquanto isso Mari comunicou a Fran, ao pai de Carol e a Rafaela que disseram que em poucos minutos estariam em sua companhia.
Ao desligar o telefone após realizar a última chamada a loira viu o médico se distanciar e sentia seu coração pular em seu peito, finalmente entrou no quarto e pode encontrar os olhos da morena, depois de tantos dias sem poder vislumbrar-los.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Renata Cassia
Em: 25/04/2019
Não demora autora . Louca pra ler o próximo capítulo ????
Resposta do autor:
Vocês não fazem ideia a força que dá ler cada comentário! Obrigada por acompanhar a leitura, muito em breve novo ou novos capitulos ?????
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