O Amor e Suas Loucas Formas
Ato I - A Loucura do Amor
Não teria o amor um pouco de loucura?
Não pode haver loucura no amor?
Quem ditou as regras?
Você é o amor e eu sou a loucura
Eu sou o amor e você a loucura
E o que fazer quando amor e loucura encontram-se?
Pode o louco ser feliz amando?
E o amor pode ser feliz na loucura?
Sobreviveriam os dois sem esse encontro?
Amar com loucura é tão natural quanto na loucura amar alguém.
O amor se faz necessitado das diárias doses da loucura.
Não feche as portas do amor para a loucura,
Pois a loucura é beleza em estado de rebeldia
E ela vive para acompanhar o amor.
A loucura é do amor
E por ela o amor se faz amante e protetor
E só ela pode dar certo, quando embalada de amor.
Baronesa
1 - Poemas Secretos
N°1
Nessas mal traçadas linhas registro por ti meu bem querer
Um segredo em baú guardado
De bocas maledicentes e perspicazes audições.
Um encanto proibido aos olhos do mundo
Pecado dito por Deus
Que em meu seio ressona.
Voto de silêncio entre a pena e o papiro
Isentando-a de eventuais culpabilidades que lhe tentem acarretar
Se por ventura souberes dessa estranha sensação que em mim reside
Não te amedrontes, tampouco afaste-se, pois sua ausência doeria mais que esta presença
Perto dos olhares, distante do tato.
-Por que esconde seus melhores poemas? Seu amigo/editor está louco para publicá-los. - Melissa, sua amiga e sócia perguntava.
-Porque não é de meu desejo que este poema tome proporções as quais não saberia controlar. – Era sua resposta final.
Ana Tayó'Nilè Bragança de Souza era uma mulher marcante nos sentidos possíveis. Negra dos olhos esverdeados, feita da mistura de um africano da família do lendário traficante negreiro que enriqueceu à custa de suas vendas, e uma descendente de portugueses. Nasceu na cidade da Costa do Marfim onde viveram até que ela completasse três anos. De lá, Lisboa foi a nova morada deles em uma pequena vila pertencente à família de Leopolda Bragança.
Quando Ana completou doze anos, seus pais decidiram fixar residência no Brasil, já que mantinham uma casa para veraneio e tinham simpatia pela terra e seu povo receptivo e hospitaleiro.
Ficaram pouco mais de um ano na região sudeste no estado de São Paulo e foram para o Rio de Janeiro por onde permaneceram três anos até finalmente estabelecerem-se em Salvador. Cidade histórica e ligada com as raízes de Oba'Dayó, o pai de Ana. Embora tivessem uma condição financeira que lhes permitissem luxo, preferiram uma casa simples no bairro de São Cristóvão, localizado na divisa entre Salvador e a região metropolitana.
Tayó, como seu pai a chamava, adorava quando seu pai contava-lhe as histórias passadas por seus antigos. Amava ouvir o timbre forte de seu pai recitando os versos religiosos. Embora sua família fosse muçulmana, Oba'Dayó dizia apenas.
-Sinto Olorun em mim. Isso deve bastar.
Leopolda sempre concordava com o que seu esposo dizia, mesmo quando não via sentido. Assim aprendeu com sua mãe e com os ensinamentos das freiras carmelitas. Uma mulher deve ser honrada, prendada, obediente ao marido e temente a Deus.
Conheceu seu esposo através de seu pai na cidade portuguesa de Coimbra, na ocasião de compra e venda de um palacete onde seu pai foi o intermediador. Embora o velho Baltazar não simpatizasse com pessoas de cor negra, aceitou que aquele cavalheiro fizesse a corte a sua filha em troca de uma quantia significativa. Passados alguns meses o casamento foi realizado e a jovem Leopolda mudava-se para um país por ela desconhecido; África.
Seu esposo a ajudou na adaptação o que foi mais fácil devido à colonização portuguesa da África e o uso da língua naquela parte do continente, além dos dialetos falados nos povoados. O desejo de Dayó era ser pai e após três anos de convivência e alguns abortos espontâneos nasceu a princesa do seu coração, Ana (em homenagem a santa de devoção da sua esposa) Tayó'Nilè, que significa a felicidade chegou nessa casa, na língua iorubana.
Fim do capítulo
Até Breve!
Comentar este capítulo:
Atrevida
Em: 30/04/2022
Aí mana porque que tu sumiu? Tá no perrengue por aí? Luz pra ti, se a coisa tiver pegando. Volta pra batalha que tu é mais! Negócio aqui é responsa tem que continuar tá ligada? Axé!
Resposta do autor:
Então...
Atrevida (literalmente?), tive uma sucessão de perrengues em variadas escalas de grandeza. Agradeço a luz e voltarei pra batalha sim, aos poucos porque estou enferrujada.
Eu sou responsa, rapá. Começo. mas termino meus b.o.s.
Axé o!
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]