Patrícia

 

 

 

Lorenza segurou a minha mão e sorriu ao notar o quanto eu estava trêmula. No jardim, como que por mágica, havia aparecido um garçom e, ao seu lado, uma mesa super charmosa com velas acesas e taças, serviço à francesa! “Puta merd*, Lô! Como se eu precisasse disso tudo!” Meneei a cabeça sorrindo para a minha namorada.

 

Mais afastado de nós, percebi uma mesinha baixa com uma variedade de frutas e queijos ao lado de um tapete imenso com várias almofadas para que pudéssemos admirar o céu estrelado. Uma fogueira crepitava dando um clima mais romântico ainda, como se fosse possível!

 

 Minha Lô puxou a cadeira para que eu sentasse enquanto o garçom enchia a taça a minha frente com espumante que reconheci sendo o meu preferido.

 

— Lô... Você é maravilhosa! – Segurei suas mãos entre as minhas após ela se acomodar à minha frente. — Todo esse cuidado... – Prendi o choro. — Nunca achei que eu pudesse ser tão feliz, nunca achei que eu merecesse ser feliz...

 

— Oshi... Que besteira amor...

 

— Você me mostrou que eu posso e mereço! Você me ensinou o que é amor!

 

Enxuguei os olhos com cuidado para não estragar a maquiagem e me levantei sentando em seguida em seu colo.

 

— Lô, eu sou sua... — A abracei apertado.

 

— Eu também sou sua, minha pequena... Só sua! – Suspiramos ao mesmo tempo.

 

— Mas vamos comer porque pelo que eu me lembre, uma certa Dona Onça tava louca de fome... – Piscou sorrindo.

 

Para minha surpresa o menu era nada mais nada menos que penne com brachiola, a minha comida favorita! Lô lembrou quando pedi no restaurante italiano da cidade e eles não tinham no cardápio.

 

Conversamos muito durante o jantar, regado a um vinho maravilhoso. Quase chorei de alegria quando o garçom trouxe tiramisu para sobremesa. Eu não conseguia parar de sorrir!

 

— Paty... Agora o pessoal do buffet vai embora e nós duas vamos ficar sozinhas aqui. Vem, vamos nos sentar ali na varanda até eles terminarem... – Lô segurou a minha mão e nos direcionamos até a varanda.

 

Ficamos ali namorando e bebericando o vinho enquanto ouviamos o som das águas do Riachão. Parecia que tudo era um sonho! Quando Lô ouviu o motor dos carros, sinal de que estávamos apenas nós duas, ela me conduziu até o tapete.

 

Assim que eu me deitei nas almofadas, Lô retirou as minhas sandálias e começou a massagear os meus pés com cuidado. Ela brincou comigo me excitando. “Puta merd*, como essa mulher me deixa com tesão com tão pouco?”

 

Comecei a escutar uma música que vinha de uma pequena caixa de som. A princípio não reconheci, mas aos poucos quando a voz rouca de AnaLu preencheu o ambiente, com os versos de “Felicidade” de Marcelo Jeneci, eu comecei a chorar copiosamente.

 

(N/A Ouça Felicidade – Marcelo Jeneci https://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI)

 

Essa música teve um significado importante para mim. Durante muitos meses, quando eu sofria algum tipo de abuso ou estava triste, ouvia a versão que AnaLu postou na sua rede social e aquilo parecia um acalanto... parecia que eu recebia um pouquinho de carinho...

 

— Lô... Como... como você sabia? – Uma lágrima solitária escorreu do meu olho.

 

— Perguntei pra Nalu se ela sabia qual música que você mais gostava e ela disse que era essa porque você comentou várias vezes...

 

— Ai que vergonha... – Cobri meu rosto com as mãos.

 

— Oncinha... – Segurou as minhas mãos, me fazendo olhar para ela. – Você não precisa ter vergonha de nada... Escuta bem... NADA... Comigo. – Beijou os nós dos meus dedos, um a um.

 

— Essa versão da AnaLu... Eu não conhecia...

 

— Nalu fez nova para gente...

 

— Puta merd*, Lô! – Deitei no seu ombro, sorrindo. Admirávamos o céu estrelado prestando atenção na letra da canção.

 

— Fiquei ouvindo esse trem por vários dias e tem uma parte na letra que diz “Melhor viver, meu bem, pois há um lugar onde o Sol brilha pra você” ... Sabe o que eu percebi? Você achou esse lugar, Paty, esse lugar é aqui juntinho a mim... – Ela apontou para o próprio peito. —  ...aqui dentro do meu abraço... – Ai, que FOFA! Notei que a sua voz estava embargada – Tudo o que você passou ficou no passado e sempre que você lembrar daqueles tempos, por qualquer razão, pensa também que “Felicidade é só questão de ser” ... E eu vou mover céus e terra pra ter você aqui sempre FELIZ!

 

 

 

Lorenza

 

Mimei muito minha chiliquenta e a enchi de carinhos. Após o jantar, assim que ficamos sozinhas, a levei até o tapete e a acomodei nas almofadas.  Escolhi o dia de hoje justamente por ser noite de Lua cheia, assim ela poderia admirar tudo a nossa volta. As águas do Riachão ficavam lindas com o reflexo da Lua sobre elas.

 

— Sabe o que eu quero fazer agora? – Perguntei já me deitando sobre o seu corpo, o que fez ela me segurar pela cintura.

 

— Com esse sorrisinho cafajeste aí fica fácil demais adivinhar. – Remexeu o quadril roçando seu sex* no meu.

 

— Olha que temos alguém muito safada aqui...

 

— Perdeu alguma coisa aí? – Ela perguntou quando enfiei a cara no decote do seu vestido procurando com a boca os bicos dos seus seios.

 

— O juízo... – Ela puxou meus cabelos me fazendo olhar para ela.

 

— Lorenza sendo Lorenza... Amo!!! – Mordi o seu lábio inferior.

 

— Ama é... Achei que você não gostasse do meu jeitinho Lorenza de ser – Me sentei ao seu lado e liguei a caixinha de som...

 

Uma das surpresas que preparei para ela, foi conseguir com a Nalu uma gravação exclusiva da sua música preferida. Meu Deus, eu não sabia que ela choraria tanto! Mas foi lindo de ver Paty tão emocionada me contando o que aquela música significava para ela.

 

 

 

— Lô, eu não sei o que dizer... Tudo isso está sendo tão maravilhoso, você é tão maravilhosa... Eu quase não tô acreditando... O dia de hoje não tinha como ter sido mais perfeito...

 

 Fiz uma expressão triste e disse:

 

— Sério? Eu acho que dá para melhorar...

 

— Como, Lô? Hoje é o melhor dia da minha vida!

 

— Calma, coração, ainda não acabou... – Eu me ajoelhei. — Se me falassem a alguns anos que eu estaria assim completamente apaixonada... E que eu estaria aqui com a mulher que eu amo... Sob esse céu estrelado... Eu diria para pessoa que ela era maluca! Você mudou o meu mundo, pequena! – Puxei o casaco do terno que estava jogado ao lado e peguei outra caixinha de joias com as mãos trêmulas. — Chiliquenta, eu não vejo mais a minha vida longe de você. Então não quero esperar mais... Tudo que eu mais quero nesta vida é te fazer feliz! Pode até parecer apressado, mas ter você comigo sempre já é tão importante quanto o ar que eu respiro... Patrícia... Oncinha... Coração... Você aceita se casar comigo?

 

 

 

Patrícia

 

PUTA MERDA! Acho que já haviam passado vários minutos e eu ainda estava na mesma posição, completamente muda, olhando aquelas duas alianças... Eu estava completamente em choque...

 

— Paty... Fala comigo... Eita diacho, a mulher bugou! Patrícia, coração... Se você acha muito cedo, tudo bem... Mas quero morar com você...

 

Me joguei em cima dela, a beijando. Lorenza se desequilibrou caindo nas almofadas... Eu não tinha palavras, as lágrimas molhavam meu rosto e sentia que deviam estar encharcando a minha namorada ou noiva... Puta merd*, NOIVA!

 

— Paty... – Percebi que não havia lhe dado uma resposta efetiva e a minha Lolô estava toda cheia de dedos...

 

— Sim... Sim... Sim... Sim... – A cada palavra eu a beijava. Lô colocou a grossa aliança no meu dedo anelar da mão direita. A lembrei de como eu sou “estabanada” e com aquela anilha gigante de Tuiuiú certamente eu iria perder o dedo enganchando o metal se trabalhasse com ela, e se tirasse iria perde-la. Flashes do Maurício me socando por eu ter perdido a nossa aliança de casamento passaram pela minha cabeça, mas eu não deixei que isso me abatesse.

 

— Oncinha, você tá me fazendo a mulher mais feliz do mundo!

 

— Lô... – Puta merd*, como eu vou falar para ela que é muito grande que parecia um rolamento de caminhão? — Você sabe que eu sou atrapalhada e vivo perdendo as coisas, né? Vou ter que tirar para operar... Vou morrer de medo de perder...

 

— Não tem problema, se perder eu compro outra... Quero que todo mundo saiba que você é minha, e que eu sou sua!

 

— Lô..., mas é grossa demais, né?

 

— Mas vai usar... – Sorriu e meu coração derreteu. — Você se acostuma!

 

— Lô...

 

— Paty, por favor, dá seu jeito... Quando for operar coloca no colar, dá seu jeito, amor... – Lô fez uma cara engraçada. — Mas se você não usar de propósito eu vou comprar uma maior ainda... – Começou a me fazer cócegas — Cada vez maior... Que você vai precisar um carrinho de mão pra conseguir levar...

 

— Besta! Lorenza, você é palhaça demais!! – Nossa, como tudo era diferente. Nunca sabia como me portar e o que fazer perto do Maurício e com a Lô... Era tudo mais leve... Tudo tão mais simples...

 

Deitadas, ficamos olhando as nossas mãos entrelaçadas com as duas “anilhas” douradas... Lindas! Lindas. A da Lolo  apenas com um filete mais profundo, e a minha com  diamante flutuante central  e vários pequenininhos, contornando toda uma lateral. A noite estava quente e uma brisa leve fazia com que as árvores fizessem um balé único...

 

— Lô...

 

— Oi?

 

— Eu lembrei quando a gente chegou... – Subi na sua cintura levantando meu vestido até as minhas coxas. — Você não quis tomar banho comigo... – Rebolei sensualmente, sorrindo ao vê-la segurar minhas coxas e olhando meu decote. Abri sua camisa, arrastando as minhas unhas pelo seu abdome. — Então eu acho que você deve ser castigada por me deixar sozinha naquele box imenso...

 

— Ah... Vai me castigar, é?... – Em um rápido movimento ela inverteu nossas posições deixando-me totalmente presa abaixo do seu corpo. — E quem disse que eu vou deixar?

 

Lorenza mordeu meu lábio inferior delicadamente enquanto se alojava entre as minhas pernas, suas mãos agarravam as minhas coxas. O que eu mais queria naquele momento era ter a sua boca na minha pele... Em mim... No meu sex*... Puxei sua camisa desesperadamente, arrancando-a. Isso fez com que minha namorada risse da minha pressa.

 

— Pelo jeito tem uma oncinha apressada aqui... – Fiz cara feia para a sua brincadeira enquanto tirava o vestido por cima da minha cabeça, sendo auxiliada pela minha noiva.

 

— Fala menos e faz mais, Lorenza... Tira a roupa! – Minha voz saiu rouca enquanto eu tentava desesperadamente deixa-la nua.

 

Quando enfim consegui, ela estava deitada e eu ajoelhada apenas de lingerie branca. Olhava para o seu corpo nu examinando cada pedaço, suas pernas... Seu sex* molhado, a tatuagem de lobo, os seios firmes e quando, enfim, cheguei no rosto notei sua expressão maliciosa. Em outros tempos eu ficaria envergonhada, mas ela me livrou desses pudores, das amarras, dos traumas... Ela me fazia sentir totalmente plena e segura... Dona do meu corpo, do meu desejo... Dona de mim.

 

— Fica quietinha... Que se você se comportar... Hoje você poderá ter o que quiser de mim... – Lorenza suspirou mordendo os lábios, suas mãos passeavam pelo meu corpo.

 

— Tudo? – Perguntou com a voz rouca, deitando-se novamente.

 

— Tudo... – Sabia exatamente o que esse “tudo” significava para ela.

 

O que eu mais gostava era provocá-la e deixá-la excitada o quanto fosse possível. Então, tracei o contorno dos meus lábios com o indicador e depois ch*pei meus dedos, sorrindo safada. Isso a fez ficar apoiada nos cotovelos, com a boca entreaberta... Com certeza queria tomar o controle, mas estava se segurando.

 

Desci as mãos na minha pele, numa carícia pelos meus seios, sem parar de fita-la. Os mamilos enrijecidos quase furavam o tecido fino da lingerie. Arranhei aquela parte da minha anatomia com as minhas unhas e ela gem*u apertando as pernas como se tentasse um pouco de liberação.

 

Joguei longe o meu sutiã, deixando meus seios pesados caírem livremente. Os acariciei para ela... Apertei os mamilos para ela... estava me exibindo só... Só para ela. Depois de tudo o que aconteceu hoje, fazer amor ao ar livre olhando as estrelas fecharia com chave de ouro esse dia perfeito!

 

— Coração... Vem cá, vem... – Ela pediu quase choramingando. — Senta aqui, senta... Vem... Senta no meu rosto...

 

Fiquei em pé e comecei a tirar a minha calcinha molhada. Essa brincadeira já estava me deixando completamente louca por aquela mulher. Joguei a calcinha para ela, que segurou a levando ao nariz, cheirando-a, com uma expressão de puro prazer. “Puta Merda! Essa mulher é sexy demais, meu!”     

 

O som das nossas respirações alteradas podia ser ouvido facilmente devido ao silêncio do lugar em que estávamos. Sentei no seu quadril e ela agarrou a minha cintura na tentativa de me puxar mais para cima... Para ela. Para o seu rosto.

 

— Calma, Lô... Eu vou, mas antes eu quero fazer uma coisa tá? – Minha Lolô me olhou novamente com aquela expressão de “Eita diacho, o que ela quer agora?!” mas concordou.

 

Então iniciei uma fricção gostosa do meu sex* pela sua pele... Quadril... Abdome... Nossa, era tãooo gostoso... Lô estava amando também porque olhava para a junção dos nossos corpos sem piscar... No momento que cheguei aos seus seios quase vi estrelas... o mamilo durinho em contato com o meu clit*ris... eu apoiava as mãos no chão para poder rebol*r e Lô ajudava segurando os seios na posição que me daria mais prazer...

 

— Gostosa... Demais... – Disse quando me posicionei com as pernas em torno da sua cabeça. — Linda... – Admirava meu sex* como se fosse uma obra de arte, seus dedos acariciando meus grandes lábios...  — Minha... – Puxou minha bunda e me fez sentar na sua boca.

 

A língua da minha noiva encontrou os pontos certos que me davam mais prazer... Lô hora ch*pava, hora lambia... Intercalando os movimentos... Eu não tinha onde me agarrar e cai com os braços para frente, nas almofadas, mesmo assim ela não me soltou. Ela me bebia... Me comia... Se servia de mim, e eu era tomada por sensações enlouquecedoras.

 

O pulsar do meu ventre aumentava a cada ch*pada mais forte. E eu estava ali naquele local ermo, onde eu podia gritar. Eu gritei de prazer quando o orgasmo, enfim, chegou intenso. Quis sair da posição, mas Lorenza segurou com força as minhas pernas, não permitindo que eu me mexesse.

 

Desesperada, eu tentava me desvencilhar porque eu nunca havia sentido aquilo. O meu clit*ris sensível pulsava novamente e novas ondas de prazer se formavam. PUTA MERDA! Isso é possível? Lorenza não parava... Era uma máquina... E novamente eu estava me aproximando ao ápice...

 

Meus joelhos não aguentaram mais e eu cai. Lorenza me deitou e logo atacou novamente a minha intimidade. Dois dedos invadiram meu sex*, me proporcionando mais prazer ainda. A minha respiração era ruidosa, intercalada com gemidos, gritinhos, palavras desconexas... Lô curvava os dedos para cima e eu senti algo que nunca havia sentido antes... E me derramei nela... O gozo violento fez meu corpo inteiro convulsionar e quando me acalmei notei que ela sorria satisfeita por eu ter ejaculado pela primeira vez.

Fim do capítulo