Cap. 20 – Layla – Conhecendo o canil
Layla
Naquela semana a Juh foi viajar com o Diego, foram fazer um treinamento que não conseguiram fazer quando aconteceu na cidade. Foi uma semana cansativa, fora a saudades que eu estava dela que estava se tornando insuportável. Como prometido me ligou sempre que podia e as noites trocávamos vídeos chamadas e só assim podíamos matar um pouco da nossa saudade.
O aniversário dela seria na semana seguinte, por isso iria conversar com o Rafinha a respeito do meu presente, cheguei em casa sexta à noite e fui tomar um banho, quando voltei ele estava na sala assistindo, peguei o controle de sua mão e fiquei brincando com os canais e ele dizendo bravo:
– Ah! Que isso Lala, deixe-me assistir aquela reportagem!
– Era sobre o que mesmo? – voltei ao canal e ele disse animado já:
– Vida animal, iremos discutir sobre isso na facul essa semana e o nosso tutor pediu para assistirmos as reportagens dessa semana.
– Bom garoto! – entreguei o controle para ele dizendo: – Já que tocamos nesse assunto queria saber uma coisa:
– Fala guria! – sorriu prestando atenção na tv ainda, perguntei:
– Por acaso tem algum filhotinho para adoção no canil onde você trabalha? – me olhou e pareceu pensar dizendo:
– Essa semana chegou alguns filhotes de SRD lá, mas aposto que eles tem genes de poodles, inclusive tem um rajadinho com manchas avermelhadas, a coisa mais linda. – se empolgou e sorri dizendo:
– Calma moço, para começar o que é SRD?
– Sem Raça Definida, o que chamam de “vira-latas”. – ele explicou seguindo: – Esse pessoal acha que eles não merecem um lar, tanto quando os com raças.
– Como assim?
– Na grande maioria, os animais abandonados são SRD ou quando já estão com idade avançada ou doentes, acabam sendo jogados ao acaso pelos seus donos.
– Que crueldade, porque fazem isso com os bichinhos?
– Vai por mim, já vi muitos casos assim lá no canil, eles simplesmente abandonam os animais lá achando que temos o dever de cuidar. – disse triste se ajeitando no sofá e concluiu: – Damos a assistência que eles merecem, mas está sobrecarregado já e não temos ajuda de custo para tal.
– E porque vocês não pedem doações ou melhor, fazem uma campanha de doação. – ele me olhou animado e continuei: – Vamos marcar um dia, falo com a Juh e o pessoal do hospital. Fazemos uma campanha, pegamos os pets e colocamos em exposição em um lugar público e visível para todos.
– Genial Layla! – levantou dizendo: – Cara, você é demais.
– Eu sei! – sorri e ele me puxou para seus braços me abraçando e me beijando, lembrei o motivo de tudo aquilo perguntando:
– Você estava falando de um filhotinho rajado!
– Sim, então. – ele sentou e começou a narrar: – Foram deixados lá essa semana, dos cincos ele que me chamou mais a atenção, esperto, ativo e muito inteligente. Acreditamos que eles tenham em torno de quatro meses. – depois me encarou perguntando: – Mas o porquê do interesse?
– Esse vai ser o presente da Júlia!
– Tenho certeza que ela vai adorar, ele tem a carinha triste sabe, mas está sempre disposto a mostrar que quer brincar, me acompanha aonde eu vou lá no canil. Estamos dando as vacinas e o veterinário foi lá hoje fazer os exames.
– Amanhã de manhã irei com você conhecer esse pequeno! Estou ansiosa para conhecer meu pequeno rival.
– Rival? – disse sorrindo e expliquei:
– Sim, ele irá dividir comigo o amor da minha namorada, por isso, preciso conversar com ele sobre isso antes, explicar que cheguei primeiro. – sorri.
– Mas é boba mesmo, até parece que a Júlia do jeito que baba por você vai te trocar por um cachorro.
– Oi? Como assim baba? Explica melhor isso aí!
– Me recuso a dizer quaisquer outra coisa!
Pulei nele fazendo cocegas no momento em que o Paulo entrou e nos olhou curioso, sentou no sofá ao lado dizendo:
– Depois eu que sou a criança nessa casa! – mudou de canal e nós dois avançamos nele, quase o matamos de tanto que fizemos cocegas, foi salvo pela mãe que chegou nos ameaçando e dizendo que o jantar estava pronto.
Seguimos para a cozinha rindo e conversando animadamente, nosso pai apareceu e contamos a ele sobre a ideia da adoção. Ele pareceu bem interessado e disse que se quiséssemos poderíamos fazer as exposição na base, o lugar estava à disposição. Fechamos a noite fazendo planos para aquele evento.
Segui para o meu quarto e me joguei na cama, Juh me ligou para desejar boa noite e ficamos conversando até adormecermos, na verdade ela acabou pegando no sono primeiro me deixando ali imaginando seu rosto e aquele jeitinho sapeca dela dormir sorrindo, era meu vício as vezes acordar durante a madrugada e ficar observando os traços marcantes dela. Adormeci com o seu rosto flutuando em minha frente.
Acordei cedo na manhã seguinte, tomei um banho, me arrumei e fui tomar café com meus pais, Rafinha apareceu logo em seguida sentando a mesa conosco nos cumprimentando. Naquele sábado eu iria trabalhar apenas para cobrir a folga de outro paramédico, tínhamos trocado no meio da semana. Como a Juh só chegaria no dia seguinte fiz a troca numa boa, até porque precisava ocupar minha mente mesmo.
Quando estava de saída meu irmão pediu carona, e já que estava dentro do horário e com folga, aproveitei a carona e fui dar uma olhadinha nos filhotinhos dos quais ele havia falado. Quando chegamos lá, dei sorte de pegar o veterinário de saída e fiz várias perguntas a ele sobre o cachorrinho.
Aproveitando que estávamos ali, conversamos com os donos do local a respeito da exposição e eles gostaram da ideia, não pude ficar mais tempo porque estava no meu horário, quando voltasse do trabalho ainda tinha que mandar lavar o carro da Juh. Me despedi do pessoal prometendo voltar no começo da semana para buscar o presente da minha namorada e combinarmos melhor o dia da adoção.
Segui para o hospital e de lá para as emergências que foram surgindo no decorrer do dia. Não tivemos perdas naquele sábado, e isso era quase que um milagre. O dia foi bem puxado, agradeci quando Paulinho passou no horário de almoço no hospital e se ofereceu para levar o carro da Juh para a limpeza.
Falei com minha namorada hoje apenas por mensagens e muito rápido, estava em cólicas para ouvir a voz dela. Quando acabou o expediente, me despedi do pessoal e segui para o estacionamento, o celular da Juh só dava postal, droga.
Fim do capítulo
Hei meninas, como prometido...
Voltamos amanhã... BJs a todas
Se cuidem...
Bia
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