Cap. 17 – Juh – A viagem
Juh
Na manhã seguinte acordei com o corpo dolorido e cansado, mas olha o sorrisão bobo nos meus lábios ao ver aquela pequena grudada em mim. Pela janela vi o dia claro lá fora e me dei ao luxo de permanecer na cama com ela. Fechei os olhos por minutos cochilando até senti-la se espreguiçar em meus braços, levantou a cabeça e sorriu com aquele rosto marcado pelo sono ainda, sussurrei:
– Bom dia, dormiu bem?
– Bom dia, maravilhosamente bem, graças a você! – para variar olha eu lá corando e ela sorrindo disso passando a mão em meu rosto sussurrando: – Linda!
– Não estou não, toda descabelada!
– Ainda assim está perfeita aos meus olhos.
E se jogou em cima de mim me beijando e fazendo um carinho gostoso em meus cabelos, conversamos um pouco e levantamos para tomarmos banho, depois seguimos para a cozinha de mãos dadas. Adivinhem quem estava lá? Ela mesma, minha irmã que nos olhou com aquele olhar avaliador, desviei dela e abracei minha mãe sorrindo e dizendo:
– Estou morrendo de fome mãezinha!
– Aposto que está! – Anny disse gargalhando, Layla cumprimentou minha mãe com um beijo no rosto e depois olhou para minha irmã dizendo:
– Anny minha querida, precisamos conversar! – arqueei a sobrancelha olhando para elas divertida, nos sentamos e tomamos o café da manhã, logo Jonas apareceu também e ao sentar ao meu lado disse animada:
– Se prepara que temos um jogo hoje à tarde pirralho!
– Jogo com quem?
– Irmãos de Layla, ontem joguei com os caras, são feras. – ele me olhou todo animado também, estiquei a mão dizendo: – Nós somos melhores!
Bateu na minha mão sorrindo, ficamos conversando sobre o jogo, pouco tempo depois as meninas levantaram e foram em direção a sala. Olhei para minha mãe dizendo:
– Os pais de Layla pediram para marcarmos um almoço mãe, quando a senhora acha que é possível?
– Quando você quiser filha, vai ser aqui em casa ou na deles?
– Acho que aqui se a senhora não se importar! – sorriu me abraçando e concordando, concluí: – Precisa conhecer a dona Laura, ela é muito legal.
– Desse jeito vou ficar com ciúmes! – foi dizendo sorrindo e começando a tirar a mesa, sorri dizendo:
– Ninguém irá substituir a senhora mãezinha, sabe que é minha heroína favorita.
– É assim que eu gosto!
Eu e Jonas caímos na risada, agradecemos o café e fomos escovar os dentes, depois corremos para treinar, passamos o resto da manhã batendo bola. O garoto estava melhorando muito, foi difícil levar alguns pontos dele, no fim acabei cansada e me joguei na grama dizendo:
– Hei, quando foi que você ficou tão bom assim? – se jogou ao meu lado todo sorridente dizendo:
– Tenho treinado todos os dias Juh, entrei para o time da escola, você já sabe!
– Aê garoto! – baguncei seus cabelos e ele se esquivou, Layla se sentou atrás de mim me abraçando, sorri dizendo:
– Estou toda suada, vou sujar você!
– Não tem problema, adoro ver você assim toda suada! – as últimas palavras foram ditas em um sussurro em meu ouvido, Jonas saiu batendo a bola novamente e deitei minha cabeça em seu ombro ganhando um beijo e um afago nos cabelos.
– Você está me acostumando mal, sabia moça?
– Só por estar mimando você? – concordei e ela sorriu dizendo: – Só estou marcando território!
– Sério? – me virei ainda com ela em meus braços e ela sorriu dizendo:
– As garotas adoram ficar observando você e estou começando achar que devo me preocupar!
– Que garotas? – perguntei curiosa e ela indicou com a cabeça o outro lado da rua dizendo:
– Aquelas ali do outro lado da rua e lá na base outro dia!
– Ah! – sorri tranquilizando-a: – Aquelas são as namoradinhas do Jonas, ficam amontoadas ali sempre quando o garoto tá jogando.
– Sei! – passou a mão em meu braço sorrindo: – Essas não me preocupam, mas aquelas outras sim, ouvi uns papos estranho quando me aproximei delas outro dia. – achei fofo ela com ciúmes e disse:
– Posso garantir para você que não conheço nenhuma delas!
– Acredito em você amor!
Sorri com o apelido carinhoso ganhando um beijo, ficamos namorando um pouco, mas logo voltei para a quadra com meu irmão. Só paramos quando nossa mãe ameaçou estourar a bola, isso tudo para irmos almoçar. Corri para o banheiro, tomei um banho e almoçamos, depois nos sentamos na varanda conversando com Anny e Júlio que logo deu o ar da graça. Comentei sobre o jogo e todos se animaram a irem assistir também, Layla ligou para os irmãos perguntando o horário que seria e seguimos para lá meia hora antes.
Foi incrível, os irmãos de Layla adoraram Jonas, mas quem não adorava aquele garoto, no fim acabei perdendo meu parceiro para o Rafael, e eu e o Paulo suamos para alcançar aqueles dois. Não aguentei mais e pedi para sair, minha camiseta estava colada ao meu corpo de tanto suar, na arquibancada onde o pessoal estava me sentei na escada abaixo de Layla que me abraçou sussurrando:
– Você foi demais! – beijou meu rosto e sorri agradecendo!
Ficamos observando eles jogarem, e depois fomos embora. No caminho de casa paramos para tomarmos sorvete, Anny seguiu com Júlio para a casa deles e nós seguimos para nossa, Layla dormiu comigo novamente. Seguimos nesse ritmo nos primeiros meses, ela dormindo comigo nos finais de semanas e durante a semana nos encontrando quando podíamos para almoçarmos.
Começou a trabalhar no hospital, me falou da proposta que havia recebido e não tinha como recusar, além disso ela veio com uma senhora carta de recomendação do seu antigo emprego, tirando o fato do seu pai ser bem relacionado na cidade também, mas os méritos foram todos dela.
Uma semana antes de meu aniversário, precisei fazer uma viagem e ficar fora por uma semana, como tinha alguns dias de folga para tirar resolvi usar elas para me favorecerem. Iria fazer um curso de primeiros socorros em outra cidade, era um curso que tínhamos que fazer ao menos duas vezes no ano, e como da turma eu e Diego fomos os únicos que ainda não tínhamos feito, e o pessoal que aplicava o curso foram embora, fomos até eles.
Aquele domingo foi especial, ficamos o tempo todo coladinhas, depois do famoso almoço em família minha mãe saiu e Jonas foi para a casa de Anny, ou seja, ficamos com a casa para nós, aproveitamos ao máximo e quando começou a anoitecer combinamos de pedir pizza em casa mesmo, estava deitada na cama com ela em meus braços quase cochilando quando disse baixinho:
– Vou sentir sua falta Juh! – se virou em minha direção e mordiscou meu queixo, agora ela estava com aquela mania, sorri dizendo:
– Eu não vou sentir falta dessas mordidas!
– Duvido que você não goste delas! – começou a mordiscar meu queixo e subiu em sentido a orelha capturando ela e sussurrando sensual: – Posso fazer você implorar por elas!
– Po... Po... Pode nada!
– Gaguejando agora Júlia? – sorriu ainda me provocado, ela era demais.
Tentei me recompor, jogou a cabeça para trás sorrindo, a prendi em meus braços e a trouxe para cima de mim capturando seus lábios com os meus dizendo:
– Viu como eu perco o controle perto de você?
– Então é por isso que está indo sozinha para outra cidade essa semana? – sorriu marota!
– Sabe que não, por mim você iria junto, mas não pode ir.
– Eu sei meu amor, estava brincando com você!
– Me testando? – sorri e ela deslizou a mão pela lateral de meu ombro me fazendo arrepiar dizendo:
– Gosto quando você tenta me explicar alguma coisa, fica tão fofa!
– Hum!! Você gosta de me testar mesmo, sabe que tem controle sobre mim!
– Tenho é? – sorriu capturando meus lábios me beijando, quando nos separamos ela ainda sorria e dizia: – Fora da cama talvez eu tenha esse controle sim, mas aqui eu não controlo nada!
– Isso é interessante...
Sorri me virando e colocando ela por baixo, começamos a nossa dança entres os lençóis, e nos deliciamos nos amando e nos curtindo até que nos abraçamos no começo da madrugada. Como sempre a aconcheguei em meus braços e dei um beijo em seu rosto sussurrando sonolenta pela primeira vez:
– Eu amo você! – ela não disse nada, mas em segundos se virou em meus braços e passou a mão em meu rosto sussurrando:
– Diz outra vez!
– Eu amo você! – sorri ganhando um beijo por isso, quando se afastou entrou nos meus olhos dizendo:
– Também amo você meu amor!
– Isso é muito bom de ouvir! – me beijou e sorriu!
Me abraçou e escondeu o rosto no meu pescoço, ficou ali me provocando até que senti ela relaxar e adormecer, dei um beijo em sua testa e fechei os olhos adormecendo em seguida. Na manhã seguinte acordamos cedo, tomamos café e conversamos um pouco com minha mãe que estava por lá toda animada, aliás, dona Helena andava muito animada esses dias.
Ia perguntar o motivo, mas acabei me distraindo com Jonas entrando todo descabelado na cozinha e ficamos rindo com ele. Voltamos para o quarto e peguei minhas coisas, Layla ficou sentadinha lá me observando, quando coloquei a mochila nas costas perguntei:
– Vamos? – concordou, mas parecia triste, sorri a puxando para meus braços dizendo:
– Não fica assim meu amor, vou compensar você quando eu voltar! – sorri beijando seus lábios concluindo: – Eu prometo!
– Eu confio em você, mas promete me ligar todos os dias?
– A todos os momentos! Vou te ligar tanto que você vai se irritar comigo!
– Duvido muito que isso um dia venha acontecer! – sorri e apesar de todo aquele tempo juntas ainda corava com seus elogios.
Ela se aconchegou em meus braços e por alguns minutos ficamos ali, mas a hora estava passando e pegaríamos o ônibus as onze, portanto seguimos para a rodoviária. Antes minha mãe me passou um sermão daqueles, até parece que ela não confiava em mim. Sorri me despedindo dela e de Jonas e seguimos.
Layla iria ficar com meu carro, o dela estava dando tanto trabalho que acabou se desfazendo dele e ainda não tinha arrumado uma condução. Foi conduzindo, quando chegamos na rodoviária Diego já estava a nossa espera, nos aproximamos dele que deu um beijo no rosto de Layla dizendo:
– Achei que tivesse prendido a Juh em casa e não iria deixá-la ir comigo!
– Isso me passou pela cabeça, mas ela soube me convencer. – ganhei um beijo de meu amigo também e acabei corando quando ela disse aquilo e para não deixar barato ele seguiu ao nosso lado dizendo:
– Me poupe dos detalhes sórdidos e íntimos entre vocês.
Layla jogou a cabeça para trás gargalhando em meus braços e eu apenas balancei a cabeça sorrindo, ele entrou no ônibus primeiro dizendo:
– Nada de ficarem se agarrando aí, não me matem de vergonha! – joguei minha mochila nele dizendo sorrindo:
– Vá lá guardar nossos lugares que você ganha mais!
– Isso é uma ordem?
– Sim! – bateu continência e saiu dizendo:
– Sim Major! – e antes que ele sumisse ouvimos dizer sorrindo: – Até parece que ela manda em alguma coisa! – sorrimos e Layla disse:
– Claro que você manda meu amor, tanto é que ele acatou as ordens rapidinho. – dei um abraço e um beijo nela sussurrando em seu ouvido:
– Vai esperar por mim?
– Com certeza, meu rosto será o primeiro que verá quando você chegar!
– Que bom! – beijei seus lábios e me afastei de seu abraço entrando no ônibus sussurrando: – Eu te amo!
– Também te amo, se comporta e não esqueça de me ligar!
– Sim senhora! – da janela ouvimos meu amigo dizer curtindo:
– Aprende com a Layla como é que manda Júlia!
Balancei a cabeça e entrei no ônibus no momento em que o motorista fechou as portas, me dirigi para o meu assento e da janela vimos minha pequena entrar no meu carro e dar partida, seguimos viagem.
Fim do capítulo
Boa tarde meninas, tudo bem por aí?
Passando pra começar a nossa semana... Já vou adiantando, essa semana promete... Me aguardem... hehe
Bjs a todas, até a próxima....
Bia
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: