Capítulo 1 - Traição
O AMOR TEM CHEIRO DE FLOR -- CAPÍTULO 1
TRAIÇÃO
Micaela abriu a porta lentamente. Apenas um feixe tímido de luz invadiu e clareou o quarto. Ela deu um passo hesitante. Tudo estava escuro, muito escuro e silencioso. Mais um passo e o silêncio foi cortado pelo ruído seco causado pelo encontrão contra um móvel.
-- Droga! -- xingou baixinho. Não sentiu dor, estava anestesiada emocionalmente.
Sentiu-se ridícula espreitando-se pelas paredes escuras para evitar ser vista. Pensou em dar meia volta e sair daquele quarto, mas se fizesse isso, carregaria a dor da dúvida pelo resto da vida. Então, ela prosseguiu.
Micaela parou ao lado da cama, piscou várias vezes para confirmar se seus olhos não estavam lhe pregando uma peça. Não acreditava no que estava vendo: Na mesma cama em que elas se amaram, dormiram e descansaram. Compartilharam sorrisos, gemidos e alegria. Agora havia um corpo nu, inerte, tomando o lugar que era seu.
A bela garota loira, tinha os olhos verdes cheios de lágrimas. Seu peito queimava, dor, tristeza, sofrimento. Raiva? Raiva não. Ódio! Sentiu na pele todos os sentimentos que uma traição pode causar. O som de sua respiração era tão alto quanto o batimento de seu coração.
-- Quem está aí? -- perguntou uma voz sonolenta.
A felicidade na voz da garota tocou o coração de Micaela de maneira aguda e dolorosa. Paralisada, ela apenas observou-a sentar-se na cama e esfregar os olhos.
-- Hã! Micaela, é você?
O feixe de luz vindo da porta entreaberta clareou o rosto de sua mais nova inimiga e, Micaela não conteve o seu irracional desejo de matá-la com as suas próprias mãos.
Enfurecida, ela puxou a garota pelos cabelos e deu-lhe vários socos. Sua boca e seu nariz sangravam copiosamente.
O sangue escorria pelo rosto pálido em linhas sinuosas. Micaela só queria bater, bater. A revolta por ter sido traída gerou nela um profundo desejo de vingança. Ela não pararia enquanto não punisse aquela que destruiu sua vida.
-- Mika, não!
Ao ouvir a voz de sua amada, ela se afastou apressada da moça como se estivesse saindo de um transe.
-- Você a matou. Meu Deus! Mika, por que? -- Francine não parava de gritar.
Sangue escorria das feridas de suas mãos, mas ela ignorou. Seu corpo agora estava anestesiado e a dor física inexistente. Mas o mesmo não acontecia com sua raiva, seu ódio.
-- Eu odeio você! -- a voz de Micaela era meio sussurro, meio grito. Sentia que a vida estava querendo deixá-la.
-- Mika! Não... -- saiu em um fio de voz, como um murmúrio embargado.
Micaela estava de pé, ao lado da cama, olhando fixamente para o corpo nu ensanguentado. Olhou para a morena de olhos castanhos acusadores, olhou para a mão ferida e ensanguentada e novamente para o corpo jogado na cama. Agora que caíra em si, só queria sair dali o mais rápido possível.
-- Por que, Mika?
A maldita insistia em uma pergunta que cortava Micaela como estilete.
-- Você não presta. Não vale nada -- disse com desprezo -- Confiei em você. Como fui imbecil. Como fui acreditar que me amava? Você é suja.
-- Não é isso, Mika. Por favor -- tentou explicar, Francine.
Quanto mais ela tentava se desculpar, mais Micaela se enfurecia. Estava transtornada.
-- O que é então? Me dê um único motivo para você ter feito o que fez comigo.
-- Eu... Não sei... -- disse, com voz trêmula.
Num impulso de ódio, aproximou-se dela e levantou a mão na altura do seu rosto, como se fosse lhe dar uma bofetada.
Francine colocou as mãos no rosto, procurando se proteger. Micaela foi baixando a mão lentamente. Sentia-se miserável, destruída.
-- Adeus... -- Micaela queria falar, dizer tudo o que pensava, o que sentia, mas as palavras ficaram engasgadas em sua garganta. Apesar do abatimento, conseguiu mover-se e, cambaleando saiu do quarto.
-- Oh, Deus, me ajude. Por favor, por favor! Isso não está acontecendo -- ela disse para si mesma -- Isso não pode estar acontecendo. Não com a gente. Não comigo. Ela é tudo pra mim, meu Deus.
Fechou a porta com um batido violento. Fechou o coração e, foi embora para sempre.
Mensagem:
"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!".
Chico Xavier
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Keilaspm
Em: 28/02/2019
Vandinha que saudade das suas atualizações história nova começou meio tenso ne ansiosa pelo desenrolar dessa história parabéns pela nova história adorei o cap ansiosa aqui
Resposta do autor:
Boa tarde Keilaspm
Obrigada. E não deixe de comentar. Você faz falta.
Beijos.
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Mille
Em: 28/02/2019
Ola Vandinha
Começou a história tensa, e Franciele vai amargar nossa raiva.
Masss acho que tem algo nessa história de traição.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Boa tarde Mille.
Então, vamos começar com os palpites? Você é muito boa nisso.
Beijão.
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