- tá bom Lequinha – desligo o fone e vou até o guarda roupa, vejo a quantidade de vestido e blusas de Fernando e sua esposa,  com uma tinta spray começo a pintar as roupas.  Assim que escuto barulho de passos, vou até a janela e pulo me pendurando na corda.

Vou até a bolsa,  coloco meus pertences e vou até próximo ao muro de jogo,  sabia que Moisés pegaria.

Mas que depressa volto pra junto de Alexa  no momento que Fernando desce, praticamente gritando que havia de sido roubado.

-porque tirou os fontes,  você não tem jeito mesmo.

-calma lequinha  estou inteirinha , não vê?

Alexa  revira seu olhar, desde que nos envolvermos , sempre achei lindo o jeito com que ela se preocupava comigo , acho que só podia ser coisa de irmã, tínhamos uma ligação que as vezes achava que era coisa de outra vida.

-o que estava fazendo lá que não saiu logo, falei com Moisés e ele pegou as coisas-sussurrava baixo. Desvio meu olhar pra ver a cena e me prendo pra não rir- não ria, não vai pegar nada bem- o olhar de Alexa estava vidrado em minha face, ela me conhecia mesmo!

MOISÉS

Moisés foi um dos quais meu pai prejudicou a família,  o conheci no dia em que ele, a quase um ano me procurou. Logo depois da morte de meu pai,  apareceu na mansão e como Ale5xia me acusou de falir sua família e de ser culpada pelo suicídio do pai.

Na época,  logo depois de sair de minha agora casa, investiguei sua família e descobri que o rapaz era perito em computação. Apesar da resistência de Alexa fui até o rapaz e contei minha história, cismado o rapaz praticamente me expulsou de sua casa. Uma semana depois me procura concordando em nós ajudar, me falou que investigou  sobre meu passado e viu que não havia mentido sobre minha mãe.

Na primeira vez que consegui entrar na mansão de um dos amigos de meu pai Como Ladra,  foi muito difícil,  até mesmo pra conseguir abrir o cofre. Através do celular transmiti para Moisés o modelo do cofre e o mesmo não sei como , descobriu o segredo . Foi ali que percebi o quanto o rapaz seria importante pra operação. Ele não era o único a trabalhar conosco , havia Estêvão,  outro o qual meu pai e seus sócios prejudicaram.

Sua família tinha uma joalheria, que foi levada a falência por conta de dívidas com a empresa a qual assumi . Estêvão foi mas fácil de convencer pois esse me procurou e na época devolvi , não todo dinheiro , mas boa parte pra que reabrisse o negocio da família. 

Como funcionava, muita das jóias que eram roubadas , Estêvão desmanchava ou colocava no mercado negro pra que o dinheiro fosse doado para instituições de caridade. Nossa doação era feita através de Alexa ou Maria, que ao descobrir nossa atividade, só faltou morrer do coração.

-tá me escutando Dominick?

- não,  o que você falou?

- está ficando cada vez mas perigoso, essa é a sexta vez que fazemos isso, em quase 1 ano.

- por mim faria mais, você sabe disso.

Me calo , a filha de Fernando , Isadora  se aproxima . A olho tentando parecer espantada com a situação.

- você viu o que aconteceu , a Mulher gato entrou em casa.

Esse era o nome que me deram depois do segundo roubo, a imprensa não perdoava . Toda vez que alguém pronunciava o apelido  parecia que era outra pessoa a desenvolver os roubos.

Isadora  era uma menina linda, não foi nenhum transtorno me aproximar da garota que mas parecia uma boneca, até porque a achava bem gostosinha, e todas as vezes que nos encontrávamos sentia seu olhar insistente sobre mim.

- Oi Alexa - se aproxima da advogada a beijando no rosto - não sabia que estava aqui - outra vez prendo minha vontade de rir, diante a expressão de minha amiga.

- você falou comigo nas cedo.

- ah e verdade! – Ale5xia sempre falava que achava a garota burrinha e sem noção,  falava que não entendia minha paciência pra aquele tipo de mulher. Sempre achei que era o fato de  ser somente o sex* que me motivava – meu pai chamou a polícia, mas não precisa se preocupar.

- nos preocuparmos... porque? – a advogada pergunta.

- com o escândalo que com certeza  ocorrera com a notícia.

- não estamos preocupadas Isadora,  esse não será o primeiro escândalo envolvendo essa ladra.

- verdade amor, na festa na casa dos Vilhena aconteceu a mesma coisa.

- Alexa me desculpe o transtorno, jamais a envolveria em tal incidente.

Fernando se aproxima se desculpando,  a vantagem de ser presidente da empresa que o mesmo era sócio , mas com poucas ações,  era essa , jamais desconfiaram da presidente da empresa.

- não se preocupe Fernando,  logo isso se resolverá.

- Alexa você como advogada, pode resolver algumas questões que surgirem pra mim?

- claro Fernando,  não sou sua advogada , mas sendo a de Nick, posso sim.

-Obrigado,  vou subir , os policiais me pediram pra não deixar ninguém se aproximar da cena do crime. Vem comigo Isadora,  tens que ver se não entraram também em seu quarto.

-bem , já que acabou a festa, vou procurar o que comer. Afinal tenho que manter a forma - lhe dou um sorriso cínico.

- só você mesma , pra pensar em comida agora.

-você tem que relaxar mas lequinha,  parar de esquentar a perereca.

-você não tem jeito mesmo.

-kkkkkk já te falei que perco o amigo , mas não perco a piada.

Sai em direção ao Buffer,  antes que falasse mas alguma coisa.

Fico observando o alvoroço enquanto as autoridades não chegavam . Por mas que Alexa me recriminasse , eu sabia o quanto se sentia grata pelas famílias que ajudávamos. A primeira vez que fizemos aquilo , propus que sua família fosse a primeira a ser beneficiada, afinal perderam tudo que tinham por culpa do egoísmo daquela gente . Mas a advogada foi incisiva e não aceitou, falou que , com que lhe pagava conseguia dar uma vida digna para a família.

Quando propus a ela que viesse trabalhar comigo, a princípio não quis por achar que meu pai a reconheceria, ledo engano. O senhor não lembrava das pessoas que prejudicou com seu egoísmo.  Desde então fiz questão de pagar a ela, um salário que sabia ser , bem maior que a maioria dos advogados recebiam.

Sempre deixei bem claro , que se, um dia tudo aquilo for descoberto , eu assumiria toda a culpa,  deixando - os fora daqueles atos , sei que se tratava de um crime , mas na minha cabeça,  apenas estava devolvendo aquela fortuna toda, não para seus donos de origem , mas pra aqueles que necessitavam mas que eles, no caso aquela corja dos sócios da empresa .

...

P/ALEXA

Alexia observa Dominick sentada em um sofá,  olhando ao redor, a achava linda em seu 1, 75 , corpo sempre em fora , ate mesmo pela prática de esporte que era adepta , não só por vaidade , mas também pra poder dar conta de sua mas recente atividade , como costumava falar. Eu sabia que devia está pensando em tudo que acontecera em sua vida , desde que se tornará presidente da FF Construções e Empreendimentos S.A . A conhecia o suficiente pra saber que muita coisa ainda a incomodava. Olhando seu jeito de menina sapeca,  jeito esse que me atraiu desde que a conheci. Apesar da raiva que senti de saber de quem se tratava, alguma coisa naquela menina me atraia.

Com o tempo , depois de nos envolvermos, percebi que , o que me atraia nela, era aquela sede de justiça que tinha. Sua história me foi contundente pra que confiasse mas e mas na sua dignidade. Quando vim trabalhar com ela , estava reticente , mas eu sabia que alguma coisa me prendia a ela, como desde o início.

Lembro de nossas noites juntas, ela uma menina, e eu me tornando uma mulher , sem perceber dou um sorriso.

-tá com uma cara de safada  Lequinha.

Me assusto ao perceber Dominick a meu lado.

-para de me chamar assim, e não estou com cara de safada  não.

-tá bom Lequinha, mas você está com cara de safada  sim!

Aquele apelido carinhoso , me tirou do eixo desde a primeira vez que ouvi.

Uma noite estávamos dormindo agarradas, não tínhamos mas nada . Dominick acorda assustada e me pede que nunca a deixe.

-  promete nunca me deixa Lequinha – pede já com os olhos fechados. Desse dia em diante , sempre que podia , me chamava pelo apelido. Eu fingia que me chateava , mas não tinha jeito.

Se deixasse, Dominick metia os pés pela mão, então sempre me fazia de chata pra tentar meter um pouco de juízo naquela cabeça.

- vamos sentar ali- aponta pra um canto um pouco escuro- tá muito chato aqui.

Ao sentarmos Dominick fecha os olhos . Admirava sua capacidade de ver o lado bom em tudo, principalmente por saber por tudo que passou,  desde a morte da mãe.

Dominick era uma pessoa Alegre,  não se deixava abater facilmente. Jamais a vi apaixonada,  achava que seu coração se fechou , no dia em que sua mãe morreu.

- você não deixou nada que possam chegar até você,  não é?

-você já me perguntou isso, Já disse que não. Ninguém vai descobrir quem é a Ladra   que anda entrando sorrateiramente nas mansões. Moisés desligou tudo pra que não tivesse nenhum rastro

- temos que nos preparar que segunda vai ser o assunto principal na empresa, com certeza Gustavo vai se lamentar de não ter vindo.

- mas se ele tivesse vindo , dificultaria mas pra mim. Sei que ele é fiel a mim , mas já tem muita gente nesse esquema, não quero colocar mas um inocente.

- nisso concordo com você. 

Ela se cala e volta a fechar os olhos como se tivesse dormindo.

...

Aquela espera estava me dando nos nervos , queria sair dali , ir pra casa descansar , mas sabia , como nas vezes anteriores, teria que esperar a polícia.

Sinceramente não entendia porque esperar , já que nunca , em nenhum momento , chegaram até a minha pessoa pra perguntar algo.

Entendia que era por ser dona da maior empresa de construção e empreendimento do Brasil , e como as festas geralmente eram dadas por sócios,  não queria se indispor comigo. Mal eles sabiam que pra conseguir meus objetivos, que era descobrir e analisar como entrar nas casas sem chamar atenção,  me envolvia com suas filhas e mulheres.

Sempre procurava descobrir onde se localizava cada câmera,  cada alarme pra que Moisés com sua habilidade, desligasse.

Volto a me concentrar nas pessoas ali presente, tirando Alexa que era minha amiga irmã,  o restante eram pessoas que não ligavam a mínima com o próximo,  que só pensavam em dinheiro, e as mulheres esnobes todas com conversas fútil sem conteúdo algum.

Fora as vezes que esteve naquelas festas com um único objetivo, preferia está reunida com amigos , em lugares simples , sem frescura, como várias vezes fez com Alexa , Moisés e Gustavo e alguma garota que estava comigo ou com minha amiga.

Desde o início desconfiava que meu assessor era Gay , a princípio negou veementemente mas com o passar do tempo e nossas saídas se revelou, mas procurava manterá pose de respeito dentro da empresa, até porque a maioria dos associados eram velhos e antiquado.

- você ainda tem tido aqueles sonhos - a voz de Alexa me chama atenção.

-de vez enquanto, as vezes se tornam mas frequente.

-já te falei que precisa procurar ajuda pra desvendar eles,  não é coincidência ter o mesmo sonho, com a mesma pessoa sempre, sem ao menos conhecer.

-não Sei se conheço,  não consigo ver seu rosto , mas essa pessoa sempre parece está desesperada .

- se você soubesse ser homem ou mulher.

-eu queria sinceramente descobrir . A pessoa sempre aparece de costas pra mim e usando calça de montaria.   Quem sabe um dia meu sonho chegue ao fim e consigo ver o rosto do meu desespero .

Dou uma risada pra distrair, mas por dentro sempre batia o desespero só lembrar do sonho.

Era sempre a mesma coisa,  eu desesperada , a pessoa de costa pra mim olhando pra entrada do estábulo. De repente um homem se aproxima de mim com algo na mão que não conseguia ver do que se tratava, quando esse chega perto , me acordo desesperada.

-não pense que me engana Dominick,   sei o quanto isso te aflige. Só acho que poderia procurar ajuda. Há anos tem o mesmo sonho.

- se isso te faz sentir melhor , vou procurar ajuda.

Voltamos ao silêncio. De repente começo a escutar um murmurinho vindo de direção a entrada, ao olhar meu coração dispara e meu corpo treme todo. Na entrada uma mulher que não sabia porque, me era familiar.

Ela entra com outros policiais , sua pose altiva  me remeteu a um lugar que não conhecia, um lugar guardado em minha mente.

Ela deveria ter 1, 60 , cabelos negros e curtos. Parecia ter saído  de um comercial, pois sua face era linda , aqueles lábios deveriam enlouquecer qualquer um.

- o senhor Fernando Aguiar – sua voz era rouca , firme.

Fernando se aproxima se apresentando.

- sou eu .

- detetive Ferraz , Ayla Ferraz.

Nossos olhos se encontraram, o meu verdes , contra um azul da cor do mar. Naquele momento parece que minha vida , começou a fazer sentido.

Fim do capítulo