Já passava das uma da manhã quando o táxi estacionou em frente ao prédio do seu apartamento. Liana pagou rapidamente ao motorista e esgueirou-se para o seu quarto. Andava de fininho para que sua amiga não a pegasse em flagrante àquela hora.

          Quando briu a porta do apartamento que dividia com sua amiga, por sorte não a viu acordada se não com certeza ela tiraria onda com a sua cara por conta do horário. Ela passou pela sala pequena, porém aconchegante, e foi até a cozinha beber um pouco de água. Assim que passou, percebeu a pia cheia de louça suja. Fez cara feia. Hoje era o dia da Cris, a amiga era mais preguiçosa, mas a faria lavar no dia seguinte.

          Resolveu deixar isso para lá, não deixaria nada estragar o resto de sua noite e encaminhou-se para o banheiro do corredor tomar um banho. Quando escovava os dentes Cris apareceu de repente, abrindo a porta de uma vez. As duas se assustaram, a amiga vinha grogue de sono e nem tinha percebido que havia alguém no banheiro.

          - Sua louca! Quer me matar de susto é?

          - Eu nem percebi que tinha gente no banheiro, foi mal Lia. Você tá perto? Eu tô muito apertada.

          As duas começaram a rir descontroladamente e Lia apressou-se em sair, mas antes de trancar a porta, Cris a chamou.

          - Você chegou agora?

          - Sim! – Lia respondeu com um sorriso sapeca e fechou a porta na cara da amiga. Não falaria nada, a deixaria dormir cheia de curiosidade.

          Quando finalmente vestiu seu pijama, deitou-se contente na cama e ficou encarando o teto com cara de boba. Mal podia acreditar na noite que acabara de ter, embora não tivesse rolado nada a mais do que ela esperava, ainda assim, a noite havia sido bastante proveitosa. Sorriu consigo mesma e seu último pensamento antes de dormir foi o de Carlos sorrindo para ela da porta do bar onde os dois haviam se despedido momentos antes.

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          Acordou e após passar vários minutos divagando sobre a vida, resolveu descer para tomar café da manhã com Cris. Sentia cheiro de café vindo da cozinha e isso logo a atraiu. Chegou lá ainda de pijama e viu que a amiga lavava a louça. Por sorte não precisaria ralhar com ela esta manhã.

          - Amém a cinderela acordou. Liana, já é quase dez da manhã.

          - E daí? Se bem me lembro hoje é sábado e estamos livres de aula.

          Ao dizer isso, comemoraram alegremente. Passado o momento, Lia montou um sanduíche e começaram a conversar na cozinha.

          - E então, como foi ontem?

          - Bem... por sorte todo mundo era bastante educado e por um milagre eu logo me entrosei com eles. Foi melhor do que eu pensava.

          - E o Carlos... rolou alguma coisa?

          - Infelizmente não! Não deu certo. O apartamento se encheu de gente de uma hora para outra e do nada decidiram ir pra uma balada.

          - Balada!? – Cris exclamou surpresa. – Você foi?

          - Fui sim.

          - Mas você nem gosta dessas coisas...

          - Eu sei, mas eu tinha acabado de chegar perto dele e puxar papo. Ele é tão legal. Eu tô super a fim dele. Lá foi melhor do que eu imaginava. Eu gostei bastante, e até dançamos juntos.

          - Uau! Agora você não tem mais desculpas quando eu te chamar da próxima vez.

          - Desde que o Carlos esteja lá...

          As duas passaram a tarde de beleza no apartamento. Fizeram a unha, hidrataram a pele e todas as coisas mais para aproveitarem a noite com bastante estilo. Cris estava saindo com Alberto, um amigo em comum com Carlos e pediu para que ele tentasse levar Carlos para um encontro duplo naquela noite. Lia se arrumava com bastante empolgação pensando na possibilidade...

          Na hora marcada, Alberto chegou para busca-las. Assim que abriu a porta de trás do carro o coração de Lia disparou de nervosismo. Lindo e perfumado, Carlos se encontrava no banco de trás e sorria para ela com educação.

          - Boa noite. – Ele a cumprimentou e Lia sorriu feito uma boba.

          - Ótima noite. – Ela conseguiu ouvir Cris rir do banco da frente e tratou de disfarçar. – Para onde vamos mesmo hoje à noite?

           - Uma amiga minha recém-chegada da faculdade vai tocar em um restaurante hoje com a banda dela. Ela manda super bem. – Alberto respondeu. - Ela convidou a turma toda para ir ver eles tocarem. Achei que seria legal irmos para lá. O que vocês acham?

          Todos concordaram. Seria bom uma música ao vivo revigorante naquela noite. Poder finalmente puxar um papo com Carlos de uma forma mais sossegada. Estava ansiosa. Durante o caminho ela tentou puxar assunto e ele muito educado, sempre respondia, porém com a atenção voltada ao celular. Lia tinha vontade de esmaga-lo com o seu salto, que não era muito alto, mas controlou o incômodo. Faria ele se interessar nela, só precisava conseguir conversar com ele.

          Assim que chegaram no restaurante os dois encontraram bastante conhecidos da universidade. Parecia que o Campus em peso estava ali. Então pensou que talvez a banda fosse boa mesmo. Há alguns dias que ela ouvia burburinhos pelas salas onde passava sobre essa aluna que havia chegado com sua banda. Pareciam animados com ela, mas nunca ouvira ela cantar, na verdade nem conhecia a garota. Se encaminharam para a mesa e viram que a banda já começava a ajeitar os instrumentos. Já era quase nove e meia da noite.

          Debateram por um momento o que iriam comer. Os rapazes estavam a fim de uma gelada e Lia e Cris pediram um crepe a moda da casa. Depois que o garçom saiu da mesa eles engataram uma conversa sobre o clima do restaurante e Lia começou a cercar Carlos. Perguntou se ele já havia ido naquele restaurante antes, onde nasceu, quantos anos tinha, aquelas perguntas que se faz quando a pessoa quer demonstrar interesse por outra.

         Conversa ia e vinha quando a banda finalmente começou a tocar. Foi a primeira vez que eles de fato viram a tal cantora do campus. Ela cumprimentou a todos e apresentou a banda e em seguida começou uma melodia gostosa no violão. Ela tocava a música "trevo" de Anavitória. Lia amava aquela música. Surpresa mesmo foi quando a cantora soltou a voz, era realmente muito bonita. Na verdade ela também era linda e parecia simpática. Percebeu que ela tinha um estilo rockeiro, usando jeans escuro e rasgado .Por um momento fez-se silêncio na mesa e eles observaram a interação da banda.

          Lia percebeu que Carlos não desgrudou os olhos da vocalista e isso a incomodou. Na verdade até ela olhava a cantora também. Cris percebeu o desconforto da amiga e a chamou para ir até o banheiro e lá Lia desabafou.

          - Que chato, amiga! Ele não fez nem questão de disfarçar.

          - Nem me fale.

          - Talvez você devesse desencanar desse cara, Lia. – Cris abriu a boca, mas voltou a fechar. Não queria ser estraga prazeres, mas sentia que era seu dever dar uns toques na amiga. – Desde o começo do semestre que você tenta chamar a atenção dele. Tem que ser muito idiota para não perceber. Por que a gente não aproveita a noite e deixa o Carlos pra lá? Está cheio de gatinhos da universidade aqui e você é super gata.

          Lia não pode evitar uma risada. Sabia que a amiga tinha razão, porém não conseguia parar de se sentir decepcionada. Carlos parecia ser um sujeito interessante e já fazia tanto tempo que não se interessava por ninguém. Queria aproveitar as oportunidades que surgissem sem ser tão analítica, queria apenas curtir mais a vida. Quando voltaram a mesa, viu que todos aplaudiam a banda que havia acabado de tocar mais uma canção. Não conseguiu não reparar nos olhos de Carlos vidrados na cantora. No fundo começou a nutrir um ódio secreto por aquela garota. Nem a conhecia, mas tinha raiva.

          A noite se passou como um borrão. Lia tentava ignorar o idiota ao seu lado e ela e Cris passaram a noite em um dueto, acompanhando as músicas tocadas que batiam com o gosto delas. Desde pop rock a MPB e algumas internacionais mais conhecidas.  Dava graças por não ser sertanejo. Não aguentava mais aquelas músicas melosas e repetitivas. Já depois da meia noite a banda fez uma breve pausa e Carlos não perdeu tempo em ir falar com a garota. Lia observava de longe uma simpatia e um sorriso que infelizmente ele nunca a direcionou mesmo apesar de seus esforços. Percebeu que a garota o respondia com educação, mas logo ela tratou de dispensá-lo. Lia riu internamente. "Bem feito", pensou.

          Quando eles voltaram a tocar, alguns casais começaram a dançar. Já era quase uma da manhã e todos estavam ficando cada vez mais animados já com a bebedeira. Alberto pegou na mão de Cris quando começou a tocar "Como eu quero" do Kid Abelha. Foi um momento constrangedor para os dois. Para tentar disfarçar Carlos a convidou para dançar e por orgulho, ela quase não aceitava, mas depois de muita insistência da parte dele, resolveu aceitar.

          Ficar pertinho dele foi interessante. No dia anterior eles haviam dançado músicas mais agitadas e agora era uma balada romântica. Lia percebeu que ele era um bom parceiro para dança e seu corpo coladinho no dele foi difícil de resistir. Ele começou a beijar seu pescoço e depois chegou aos seus lábios de mansinho. Ele a olhou seriamente.

          - Posso?

          Lia respondeu fechando os olhos e em seguida sentiu o leve toque dos lábios dele nos seus. Foi um beijo leve e suave, um beijo de teste. Ele era sem dúvidas um rapaz educado e cortês, o que era raro nos dias atuais. Ao som de "velha infância" eles continuaram a se beijar. E o beijo foi tão bom quanto imaginara, mas pensava que iria sentir algo diferente e especial. Depois de algum tempo ali, eles resolveram voltar para a mesa onde Cris e Alberto os observava. Eles se encararam e sorriram. Lia se sentia nas nuvens e até pediu uma bebida, o que surpreendeu a todo. Ela era conhecida por não gostar muito de bebida alcóolica, no entanto a noite pedia uma exceção e depois daquele beijo sentia-se mais leve.

          Já era quase duas da manhã quando Alberto as deixou frente ao prédio onde moravam. Lia olhou para Carlos com expectativa, então ele deu um sorriso de lado e lhe beijou os lábios suavemente e lhe desejou boa noite. Foi um cumprimento um tanto quanto frio, esperava que ele falasse algo sobre a noite e que de repente quisesse trocar os telefones, não que ela já não tivesse o número dele, mas não. Só isso e um "até qualquer dia".

          Ao entrar no apartamento Cris a olhou com uma cara de solidariedade, mas Lia não queria mais falar sobre isso. Se sentia chateada e desapontada. Não sabia porquê, mas havia colocado na cabeça que Carlos era o cara que ela sempre sonhou e por ironia do destino, ele parecia não estar nem aí para ela. Tratou de dormir logo, o domingo seria longo e tinha muitos afazeres durante o dia. Socou o seu travesseiro como se fosse a cara linda de Carlos e lembrou de como ele havia ficado animadinho com a cantora novata.

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          Já passava do meio dia quando ela e Cris tiveram coragem de levantar. Por mais que não tivessem bebido tanto, haviam dormido tarde e a semana na faculdade havia sido bastante puxada com tanta apresentação e conteúdo para ler. O apartamento parecia quase que desabitado, pois na correria da semana o ambiente estava bem desarrumado e domingo era o dia da faxina. Resolveram preparar logo um almoço rápido já que passava do meio dia e estavam famintas, depois disso começaram a limpar o apartamento.

          O 204B não era assim tão grande já que era um apê apenas para as duas. Basicamente se formava pela sala pequena, mas bem planejada com dois sofás e uma TV grande, pois amavam assistir filme e havia também vários pufes espalhados para quando elas convidavam algumas colegas. Saindo da sala, encontrava-se a cozinha que era junto com a sala de janta. Era bem espaçosa e com um balcão comprido. Os móveis eram embutidos o que deixava mais espaço para locomoção. Havia um banheiro na área de serviço depois da cozinha, mas elas não o usavam muito. E no andar de cima, no corredor havia um banheiro e os dois quartos de ar condicionado. Era um apartamento bastante aconchegante.

          Depois da faxina, Cris tomou um banho e saiu. Ela passaria a tarde com Alberto, e Lia resolveu estudar um pouco mais. Ela estudava letras inglês e nesse semestre havia vários livros a serem lidos, não tinha tempo a perder. Sua tarde não foi tão diferente de quando estava na casa dos pais na outra cidade. Sempre gostava de passar tempo lendo romances e tentando imaginar como seria quando conseguisse um para si. Uma paixão que a arrebatasse de verdade assim como lia nos livros. Passou a tarde "socada" em seus romances e em certo momento cochilou. Acordou com uma mensagem da Cris em seu celular.

"amiga, aqui no apartamento do Alberto tá rolando um ao vivo com aquela cantora de ontem. O Carlos convidou ela e tem uma galerinha por aqui. Estão até fazendo um churrasco. Ignora ele e vem até aqui. "

          Lia prontamente sentiu a raiva subir na goela. Tratou de engolir seu orgulho e ir até a amiga. Não queria passar a noite do domingo sozinha. Iria ignorar aquele idiota do Carlos e a tal cantorazinha que todo mundo estava morrendo de amores. Até mesmo Cris havia elogiado bastante a moça na noite anterior, não que ela não merecesse, realmente ela passava uma impressão muito forte, era complicado de explicar. Chamou um táxi e foi até a costa leste onde ficava o apartamento de Alberto. O apartamento dele ficava uma rua antes do calçadão principal que ficava de frente para a praia. O lugar era bastante ventilado e amplo. Os pais de Alberto eram ricos e ele estava no segundo semestre da faculdade e trabalhava na empresa da família.

         Assim que chegou ao apartamento a porta estava aberta. Ela entrou e logo viu faces conhecidas. Todos estavam em círculo sentados no chão e batiam palma acompanhando a canção. Encontrou Cris deitada em uma rede com o namorado e os dois pareciam desfrutar tanto da música quanto da companhia um do outro. Lia não quis atrapalhar e ficou no canto observando o cômodo.

          Hoje a cantora estava sozinha com o seu violão, mas animava tanto quanto junto da sua banda. Ela tocava perfeitamente e músicas conhecidas que embalavam a galera e parecia tão linda e encantadora quanto a noite passada. Não podia negar que ela era uma beldade morena e sentia raiva em ter que admitir isso.

          - Ei, Lia. - Carlos a abordou. Ele parecia surpreso em vê-la ali. – Tudo bem?

          - Tudo bem sim. – Respondeu sem vontade. – Eu vim porque a Cris me chamou.

          - Vem cá. Você quer um pouco de churrasco?

          - Claro!

          Os dois foram até o churrasco e atencioso ele a serviu. Apesar de idiota até que ele era educado.

          - Você quer tomar algo?

          - Uma Smirnoff pode ser.

          - Claro.

          Procuraram por um canto mais vazio para se acomodarem e foram para perto de onde a garota tocava, assim que se aproximaram os olhos dela lhe encararam com atenção e Lia sentiu um leve calor ao redor do pescoço.

- Quem foi que chamou ela hoje? – Perguntou, jogando verde e disfarçando o incômodo.

          - A Liz!? – Ele apontou para a cantora. – Foi eu. Consegui o número dela com uma amiga e as convidei para vir. O Alberto chamou alguns amigos. Ela é muito descolada.

          - Até demais! – Disse com indiferença. Carlos pareceu não perceber e continuou olhando para a garota e babando.

          - Carlos! – Chamou Lia. Não queria tocar no assunto, mas aquilo a estava incomodando. E também nunca teve muita paciência para enrolação. Talvez por isso sempre espantasse os caras. – Por que você me beijou ontem?

          Ele pareceu surpreso com a pergunta direta até demais dela e suspirou em seguida.

          - Eu estava vendo se rolava alguma química entre a gente, Lia. – Ele a segurou no queixo com afeto e lhe sorriu. – Vamos só deixar rolar, tudo bem?

          - O que isso quer dizer?

          - Quer dizer para deixar rolar. Você parece ser uma garota muito legal e responsável, mas eu não quero me envolver em nada sério. Eu saí de um relacionamento longo a pouco tempo e quero um tempo para curtir, entende?

          - Entendo! – Lia olhou para os próprios pés depois disso. E deu um gole generoso na bebida. Estranhamente não se sentia tão decepcionada quanto pensou. Pelo menos ele disse logo o que pensava e Lia era uma pessoa mais do que fã da sinceridade.

          Liz começou a tocar equalize da Pitty. Era uma linda música. Lia não conseguiu se manter indiferente e começou a cantar junto. Teve um susto quando Liz a olhou novamente e soltou um sorriso quando a viu cantando junto. Alguém a cutucou nas costas, era Cris que estava ao seu lado.

          - Nem vi você chegar. Por que não foi até mim?

          - Não queria atrapalhar vocês dois agarradinhos lá na rede.

          - Mas que besteira! – Cris a puxou pela mão. – Dá licença, Carlos. Ela agora é minha.

          Lia riu. Cris tinha o dom de a alegrar mesmo nas situações mais embaraçosas. Alberto a cumprimentou com um aceno de cabeça e começou a puxar assunto. Assim o restinho da tarde se passou e logo entrou a noite. Todo mundo já estava sentindo o gostinho do domingo acabar e começar tudo novamente. Liz, a cantora, já não tocava mais e mesmo assim ainda havia uma  rodinha de curiosos ao seu redor e ela parecia entreter a todos muito bem, dentre eles, Carlos.

          - Mas que idiota esse meu amigo. – Alberto exclamou. – Sinto muito Lia.

          - Tudo bem, Alberto. Acontece. - Respondeu com verdade. Por incrível que parecesse não se sentia tão desapontada, mas sim, muito irritada.

          Aquela Liz deveria ser uma exibida. A menina mal chegara na universidade e já estava causando tamanha impressão nas pessoas. Todos pareciam hipnotizados por ela. A federal onde estudavam estava repleta de músicos e conhecia alguns até melhores do que ela. Não entendia aquela euforia. Talvez por ser uma novata. Depois daquela apresentação do sábado Lia sabia do potencial da menina, mas talvez por implicância não queria admitir. Que besteira!

          Depois de um tempo a cantora se aproximou de onde ela estava e cumprimentou a todos, que educadamente lhe responderam, exceto Lia, que olhava para o lado como se visse algo extremamente interessante. No entanto, ela conseguia sentir os olhos de Liz sobre si.

          - Alberto, obrigada pelo convite hoje, espero que todos tenham gostado.

          - Ah, nós gostamos muito, sim. – Cris se pronunciou. – Sempre que quiser a gente aceita um showzinho particular.

          - Podem contar comigo! – Disse simpática. – Eu vou nessa. A gente vai chamar um táxi agora. Está na hora de voltar para a realidade.

          - Táxi? – Disse Carlos. – De jeito nenhum, meninas, eu levo vocês em casa.

          Lia percebeu que Liz ficou desconfortável com a carona, tentou declinar ainda, mas sua amiga que era uma morena linda aceitou prontamente a deixando sem saída e Carlos as encaminhou até a porta, acenando tchau. Cris a olhou e revirou os olhos. Alberto fingia que nada tinha acontecido. Que papo mais esfarrapado aquele. Disse que não queria nada sério, mas estava babando pela tal Liz. Lia fechou a cara e assim permaneceu no resto da noite.

Fim do capítulo