Capítulo 14
--Se afasta da minha namorada agora mesmo sua vagabunda! -essa voz era da Larissa. -O que você pensa que ia fazer?
--Desculpa, não sei onde estava com a cabeça...
--Mas eu sei, sua cabeça estava querendo beijar a Bárbara e provavelmente comer a minha namorada depois. -A Larissa estava querendo bancar a ciumenta? Era só o que me faltava.
Sentindo que a qualquer momento poderia ser agredida, a Caroline saiu rapidamente de onde estávamos, se despedindo e indo embora.
--Bárbara, você pode me explicar o que aconteceu aqui? Se eu não chegasse antes, essa garota ia te beijar e você não ia fazer nada?
--Para com ataques de ciúmes. A Carol não ia me beijar, você não viu que me afastei dela? Tenho caráter, algo que você não deve ter. -respondi pegando minha mochila e saindo apressada, mas claro que a Larissa me seguiu.
--Espera meu amor! Do que você tá falando?
--Será que você não sabe mesmo?
--Claro que não. Vim te buscar mais cedo para podermos assistir um filme lá no nosso apartamento, não para brigarmos. -como a Larissa estava sendo tão cara de pau.
--Como foi com a entrevista lá com o seu pai? Deu tudo certo? -perguntei esperando a reação da minha namorada.
--Foi excelente, saiu tudo como o planejado. -disse baixando o olhar, sim, ela estava mentindo na cara dura como imaginava.
Rapidamente a Larissa tratou de mudar de assunto, fomos rumo ao seu apartamento, não estava mais me aguentando de tanta raiva, mas resolvi fingir que não sabia de nada para saber até quando ela ia ficar mentindo descaradamente para mim.
Estávamos no meio do jantar, a Larissa não parava de falar, mas eu não sei sobre qual assunto visto que meu pensamento estava bem longe dali, estava procurando forças no meu interior para não desmoronar na frente dela.
--BÁRBARA! -ouvi um grito que me trouxe de volta para a realidade.
--O que foi, Larissa? -perguntei lhe encarando profundamente.
--Estou há mais de dez minutos falando contigo sobre a minha formatura e você não diz absolutamente nada, parece que tô falando com as paredes.
--Desculpa! Estava com o pensamento bem longe daqui...
--Já percebi, mas gostaria de saber no que está pensando.
--Nada demais, apenas gostaria de saber o que passa na sua cabeça e se eu errei em algo... -respondi baixando o olhar.
--Realmente não faço a menor ideia sobre o que tá querendo dizer com isso. É só você me perguntar qualquer coisa que te respondo. -nessa hora não aguentei e minha raiva explodiu.
--Deixa de ser cínica, Larissa. Eu sei que você anda me metendo chifres, mente pra mim com a cara mais deslavada do mundo, até seu interesse sexual por mim diminuiu bastante. Não queira me fazer de burra! -perdi a cabeça de vez. Simplesmente peguei o prato de vidro que estava cheio de comida e joguei na direção da minha namorada.
--Bárbara, sempre combinamos que resolveríamos nossos assuntos com muito diálogo e sem agressões, agora você extrapolou e partiu pra violência. -nessa hora reparei que o prato estava todo espatifado no chão, mas uma parte dele havia machucado o braço direito da Larissa e estava sangrando bastante. -De onde você tirou tantos absurdos juntos?
--Acha mesmo que são absurdos? Nós não fazemos mais amor como antes, quase nem nos vemos mais. O pior de tudo foi o que aconteceu hoje, descobri a sua mentira. Você saiu toda arrumada bem cedo dizendo que ia para a empresa do seu pai, fui até lá para ver se podíamos almoçar juntas. O que eu descubro quando chego lá? Seu pai simplesmente diz que você nem deu as caras por lá, ele não estava sabendo de nada. Agora quem é o mentiroso da história, você ou seu pai? -percebi o olhar surpreso da Larissa, ela não esperava por isso.
--Confesso que não deveria ter mentindo sobre para onde iria hoje de manhã, o mais apropriado seria não dizer nada e não ter mentindo. Barbie, eu te amo muito, mas realmente estou precisando trabalhar mais, por isso não tô ficando tanto tempo com você. Você continua despertando meu lado tarado, sexual, libidinoso, já te falei que te amo há muitos anos. Você acha que pra mim é fácil sair bem cedo e te deixar na minha cama apenas de calcinha e camiseta? Meu desejo maior é ficar com você na cama, mas as obrigações me chamam.
--Sabe o que tá sendo mais doloroso nessa história toda pra mim? É você ter mentindo pra mim e ter quebrado minha confiança. Se não queria me falar nada, tudo bem, mas precisava mentir?
--Não me orgulho do que fiz, mas sei também que você não ia parar de fazer perguntas querendo saber para onde vou cedo todos os dias e por enquanto é algo que ainda não posso falar.
--Larissa, se você realmente não estiver mais interessada em mim, tiver se apaixonado por outra pessoa, apenas quero que você me diga para que possamos seguir com as nossas vidas.
--Não fala besteiras, mocinha! Você é a única pessoa que mais amo no mundo inteiro, apenas confia em mim. Prometo que muito em breve você vai entender muitas coisas.
--Desculpa Lari, mas depois da mentira de hoje não sei se ainda consigo confiar em você. -disse indo para o quarto da Larissa, lhe deixando plantada lá na sala.
--Eu já te decepcionei antes alguma vez? -Lari perguntou se aproximando de mim.
--Não. -respondi sentindo seus braços envolverem minha cintura por trás e seu nariz cheirando meus cabelos.
--Sei que agora você não tá entendendo nada, mas com o passar do tempo as coisas começarão a fazer sentido...
--Tudo bem, vou te dar mais um voto de confiança, mas se você me decepcionar prometo que nunca mais me verá na sua vida. Entendeu, Larissa?
--Entendi meu amor, e nunca vou ser louca de te decepcionar.
--Agora deixa ver aqui esse seu braço. Tá todo machucado, tudo por minha culpa, por causa dessa impulsividade.
--Por minha culpa também, mas deixa isso pra lá minha linda, já não tá mais doendo. Agora quero apenas te provar o quanto te amo e que você nunca duvide do meu amor por você.
Dizendo isso, a Lari me pegou no seu colo, me posicionando sobre a cama. Começou a beijar toda extensão do meu corpo até chegar ao meu sex*, ainda estava magoada com as últimas atitudes dela, mas como não sou de ferro, logo g*zei abundantemente na sua boca, mesmo assim ela não parava, continuou se contendo no meu clit*ris até que g*zei outras vezes mais, me deixando literalmente cansada.
Já estava me virando para o lado, ia dormir, mas a Larissa reclamou.
--Amor, tem certeza que vai me deixar assim em ponto de bala? -foi impossível conter o sorriso que se formou no meu rosto naquele instante.
--Óbvio que sim. É o seu castigo pelas últimas atitudes.
--Tem certeza que quer fazer isso? -Lari pegou uma das minhas mãos e levou até seu sex* que estava bastante encharcado.
--Você quer mesmo me provocar, né? Tudo bem então.
Simplesmente me levantei da cama, empurrei a Larissa com tudo no chão e ali começaria minha maratona por aquele corpo provocante. Beijei seu corpo da cabeça até os pés, beijava sua virilha, mas me afastava, estava adorando vê-la se contorcer de prazer, implorando para que a possuísse, mas era eu quem estava ditando as regras daquele jogo. Depois de muita tortura, finalmente comi a Larissa como eu realmente queria, não lhe proporcionei apenas prazer, mas também bastante dor. Tentava em vão que ela sentisse um pouco de tudo o que estava me machucando.
Muitas horas depois finalmente dormimos, não sei se o que havíamos feito mais cedo tinha sido sex* ou amor, da minha parte amor, mas já da parte da Larissa não fazia a menor ideia.
Ainda estava tudo escuro quando fui acordada de maneira bastante carinhosa.
--Meu anjo, acorda. Vamos tomar café da manhã juntinhas. -abri os olhos e me deparei com a imagem da Lari trazendo nosso café na cama. Se fosse em outros tempos meu coração se encheria de alegria, mas só que agora estava vivenciando o conflito de vários sentimentos antagônicos.
--Bom dia meu amor. Que horas são? -perguntei morrendo de sono.
--São 04h:15 min. -disse começando a nos servir.
--Sério mesmo que está me acordando a essa hora? Você só pode estar de brincadeira. -rebati bastante mal humorada.
--Não tô te entendendo, Bárbara. Ontem você mesma reclamou que estava saindo sem me despedir de você e queria que passássemos mais tempo juntas. Justamente por isso te acordei cedo para que ficássemos mais um tempo matando as saudades.
--Hoje você vai sair cedo novamente? -perguntei me sentando na cama.
--Sim. Eu realmente preciso fazer isso, não apenas por mim, mas por nós.
--Fazer o que por nós? Você anda saindo de madrugada todos os dias, além de ter mentindo pra mim. Quer saber de uma coisa, Larissa? Esse assunto já me esgotou muito. Eu tô sem fome. Pode tomar seu café sozinha e ir embora.
--Pensei que depois da noite maravilhosa que tivemos já teríamos feito as pazes, pensava que estava tudo acertado...
--Pois você pensou errado. Você acha mesmo que tudo vai se tranquilizar apenas com sex*? Não é assim que os problemas se resolvem.
--Barbie, pelo amor de Deus, você tá sendo muito injusta comigo...
--Você mente, deve tá me corneando com qualquer garota, e ainda quer dizer que a injusta da história sou eu?
--Bárbara, já te pedi perdão ontem e...
--Larissa, por favor, ainda está bem cedo. Eu não quero te atrasar para o seu compromisso, seja lá o que for... Me deixa dormir e apenas vá fazer o que quiser da sua vida.
--Melhor conversarmos outra hora. Qualquer coisa que eu queira te dizer será inútil, seu excesso de ciúmes e todas essas ideias absurdas estão cegando sua inteligência. -Lari após dizer isso, saiu cabisbaixa do quarto, pouco tempo depois notei que ela já havia ido embora.
Estava chorando bastante. Pensei até mesmo em terminar o meu namoro com a Leticia, mas acho que já estava dependente demais dela. Aceitei o fato de estar sendo traída, e como eu amava bastante aquela menina, resolvi dividir a minha Lari seja com quem fosse se isso garantisse ela não me deixar, mas achei melhor não ficar mais no apartamento dela.
Como não teria aula naquela quinta-feira, aproveitei a tarde e arrumei todos os meus pertences que havia naquele apartamento colocando-os em uma espécie de mala, ignorei as dezenas de mensagens carinhosas que a minha namorada me enviou no decorrer do dia.
Quando foi lá pelas oito da noite finalmente a Lari deu as caras.
--Bárbara, posso saber por que não respondeu minhas mensagens e ignorou minhas chamadas? -indagou sentando no sofá da sala.
--Eu realmente não quis falar contigo, Larissa. Achei melhor não te atender, não quero provocar mais discussões desnecessárias.
--Você ainda tá com aquela ideia maluca de que estou te traindo? Você acha mesmo que seria capaz de fazer algo tão estúpido assim sabendo que você é a única garota que sempre amei nesse mundo? -indagou desacreditada.
--Desculpa Lari, mas realmente não sei o que pensar.
--O que são essas malas? Não me diz que...
--É isso mesmo que você tá pensando. Eu não tô conseguindo olhar na sua cara, disse que não ia indagar sobre o que você fica fazendo o dia todo, desde madrugada, mas não consigo, e também prefiro não perguntar pra não precisar ouvir mentiras.
--Prometi que não mentiria novamente, mas até que algumas coisas se acertem não posso falar sobre...
--Sim, como sei que não vou conseguir controlar meus ciúmes, minhas cobranças, prefiro ficar de vez na casa da minha mãe.
--Você tá terminando nosso namoro? Não faz isso com a gente, Barbie. -nessa hora Lari se jogou nos meus braços começando a chorar.
--Não meu anjo, não estou terminando nosso namoro. Quero continuar sendo sua namorada, mas preciso esfriar a cabeça. Vamos continuar a namorar, mas em casas separadas. Pode ser? Ontem mesmo não me controlei a acabei te agredindo com o prato, não quero que a gente fique brigando sempre e muito menos que vá pro rumo da agressão física.
--Eu entendo como você se sente, ainda mais por eu ter mentindo sobre o local para onde vou... Mas com o tempo você vai entender e perceber que não há ninguém na minha vida a não ser uma loirinha ciumenta, teimosa e muito gostosa que tá me encarando nesse momento com um olhar de anjo.
Foi assim que a minha relação conflituosa com a Larissa ia transcorrendo por meses, ela estava respeitando meu espaço, namorávamos, fazíamos amor, mas não dormíamos mais juntas, e ainda tinha que aguentar minha mãe buzinando no meu ouvido que estava maltratando a sua "norinha", isso porque ela não sabia tudo o que havia acontecido.
Logo o meu aniversário de 23 anos estava se aproximando, ele iria cair em uma terça-feira, resolvi comemorar antecipadamente com a minha família na segunda-feira, pois já havia planejado passar a terça-feira com a Larissa.
--Bom dia meu amor! Te desejo toda felicidade desse mundo e quero sempre estar contigo em todos os dias da sua vida, na saúde e na doença, nos momentos bons e ruins. -recebi uma entusiasmada Larissa com uma cesta de café da manhã me abraçando e me beijando afetuosamente.
--Obrigada meu anjo. Tem alguma programação especial pra hoje ou prefere que eu escolha? -perguntei ainda abraçada à Lari. Só queria que pudéssemos voltar ao nosso namoro de sempre.
--Então Barbie... Gostaria de falar contigo sobre isso. Aconteceu um problema e não vou poder passar o dia todo com você, vim apenas para tomarmos nosso café e já vou precisar ir.
--Larissa, diz que isso não é sério, que é apenas uma brincadeira muito da sem graça. Até no dia do meu aniversário você vai querer me fazer chorar? -perguntei rendida sentindo as lágrimas de decepção jorrarem pelo meu rosto.
--Amor, queria ficar com você hoje o dia todo, mas algumas coisas não dependem de mim..
--Larissa, você quer mesmo que eu me contente com as suas migalhas de atenção, né? Tudo bem, vamos tomar nosso café da manhã se é apenas isso que você pode me oferecer.
--Não são migalhas, Bárbara. Calma que...
--Não precisa me pedir calma, já entendi tudo. Vamos comer e pronto.
A minha namorada com aquela cara de pau toda ainda ficou me "mimando" até um pouco depois do café da manhã. O meu aniversário que era pra ser o dia mais feliz da minha vida acabou se tornando um tédio. Almocei tristemente com meus amigos da faculdade já que minha mãe estava trabalhando. Ao final do dia, lá pelas 18h00min quando dona Gisele chegou do trabalho eu estava simplesmente assistindo desenho animado com um grande balde de pipoca nas mãos e bem desanimada.
--Minha filha, sorria para a vida. Hoje é seu aniversário. Desfaça esse rosto murcho.
--Mamãe, por favor, não me peça o impossível. Tô muito triste.
--Mas justo no seu aniversário? Algum motivo deve ter pra isso -perguntou aflita.
--Hoje havia me preparado pra passar o dia todo com a Larissa, mas obviamente ela teve outros compromissos como sempre, não sei o que ela tanto esconde de mim. O dia passou e ela nem me ligou pra saber se estou viva. -respondi segurando a vontade de chorar.
--Vamos fazer o seguinte. Aproveita a companhia da sua mãe, a pessoa que mais te ama nesse mundo. Levanta dai, vá tomar um banho e vamos jantar fora.
--Mãe, eu realmente não tô com a menor vontade de sair, sem falar que não serei a melhor companhia do mundo pra você e pra ninguém.
--Bárbara, nós vamos sair nem que seja pra comermos bem rápido e depois voltamos pra casa. Vá tomar seu banho e esteja aqui embaixo dentro de 40 minutos ou não respondo por mim.
Parece que até minha mãe não estava me compreendendo, ia jantar rapidamente com ela, mas depois iria fazer questão de voltar logo pra casa, estava doida para dormir cedo e esquecer os problemas.
--Não acredito que você vai vestida desse jeito. Poderia se arrumar mais.
--Mãe já tô fazendo um sacrifício pra sair, então não torre minha paciência. -Qual era o problema com meu short jeans desfiado, minha rasteirinha e minha camiseta branca?
--Tá bom dona Bárbara. Não tá mais aqui quem falou.
Ao longo do trajeto até o restaurante italiano da cidade foi realizado em completo silêncio.
Quando passamos pela recepção não acreditei no que estava vendo, minha cabeça e meu coração diziam que era algo real, mesmo assim não estava acreditando no que estava enxergando.
Fim do capítulo
Finalmente a terça-feira chegou e mais um capitulo quentinho. Espero que gostem. Será que a Lari tá traindo a Barbie? Façam suas apostas. Sexta-feira tem mais.
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