AMOR ANIMAL por Rose SaintClair e Sylvie
Oncinha Dodói
Júnior
Eu realmente não sei o que é pior... Ser pego de surpresa e ter apanhado daquela mona da calça socadinha ou aguentar a zoação da Lorenza pelo resto da minha vida por ter levado um soco dele.
Cara, a tarde estava perfeita, nós estávamos nos divertindo tanto e do nada tudo muda. Eu só queria entender o que tinha acontecido ali... QUE PORRA É ESSA??? QUEM É ESSA GENTE???
Caracas, o que foi a voadora de Lorenza naquele mané??? Por que ele fez aquilo com a cunha??? Zefa parecia um animal tentando se soltar de papai, Ramiro e Joaquim. Eles a seguravam para que ela não atacasse aquele cone humano. E eu, literalmente, estava mais perdido que cego em tiroteio.
Juro que ouvi o barulho do joelho dele se quebrando quando Lorenza deu o mesmo golpe que tantas vezes treinamos juntos... A gritaria, aquela mulher que eu nunca tinha visto na vida, gritava mais que uma arara baleada... Lô correndo com a cunha nos braços e logo em seguida a nuvem de poeira que ela deixou ao sair em disparada.
Vi Mário ao telefone e assim que desligou deu a ordem aos policiais que colocassem o afrescalhado na viatura, pois a SAMU já estava em outro atendimento e demoraria demais. A arara baleada começou novamente a gritar e a tentar impedir que os policiais colocassem o indivíduo na viatura. Ela os puxava, se punha na frente deles, até arranhou o pobre do Fonseca! Mário a alertou por três vezes de que ela seria presa por obstrução, mas ela parecia possuída e o desacatava aos gritos. Sorri ao ouvir ele ordenado a um dos policiais que a levassem para a delegacia. Fiquei imaginando a granfininha junto com as “primas” que são detidas fazendo arruaça depois que terminam o “expediente”... Essa eu queria ver de perto!
Quando penso que tudo estava mais tranquilo... Zefa, aparentemente mais calma, percebe que a deixaram solta e se transforma: fica mais louca que o Batman e avança para cima do cabelinho de gel. Ela começa a dar socos e mais socos na cara do covarde que agrediu a Paty.
Mário fez que não viu e deixou ela o estapear por quase um minuto antes de retirá-la de perto dele. Estava uma confusão de sentimentos dentro de mim, eu ria de quase me mijar nas calças e, por outro lado, estava preocupado. Foi tudo muito surreal, mas ao lembrar da minha Bro chorando correndo com a cunha nos braços eu levantei e fui falar com Mário.
— Mano, me explica o que aconteceu aqui? Quem é esse povo? Tô me sentindo num filme daqueles que o cara entra num mundo paralelo...
Mário resumiu tudo para mim, e eu não segurei o choro ao ouvir que aquele filho de uma puta estuprou a minha cunhadinha. Mamãe que estava comigo também deixou as lágrimas caírem.
— Agora eu vou tratar de todos tramites legais, pois temos várias testemunhas do que ele fez aqui, e junto com Ramiro vamos fazer esse imbecil ficar bem longe dela.
— E você vai mesmo prender a mãe dela? Se é que se pode chamar aquilo de mãe... – Mário deu uma risadinha e respondeu com uma cara travessa.
— Vou nada, vou só deixar ela dormir essa noite no “cantinho do pensamento” junto com as “primas” pra ela aprender a virar gente e respeitar os outros.
Lorenza
Pânico foi o que eu senti quando Patrícia desmaiou nos meus braços, os minutos que levei para chegar ao hospital, com ela desacordada, foram desesperadores.
Depois de examinada ela foi levada para fazer alguns exames de imagem. O tempo parecia não passar... Eu não cabia em lugar nenhum. Sentava, levantava, quase furei o chão andando para lá e para cá com pensamentos perturbadores... Será que eu agi errado em retirá-la do chão? PARA, LORENZA. PENSA!!! Mas ao vê-la ali, tão desprotegida e no meio daquela confusão me fez agir no impulso. Que espécie de mulher era aquela que ao invés de se preocupar com a Paty, se ela estava ferida, foi cuidar de um animal que fez o que fez com a sua própria filha?!
Sai dos meus pensamentos quando fomos chamadas ao consultório médico onde a Dra. Natália nos explicou todos os procedimentos que tomariam... O braço tinha fraturado no mesmo local onde já tinha sido lesionado. Nesta hora, Carolina me olhou e eu entendi que tinha sido aquele filho da puta, aquele frango de merd* que havia quebrado o braço da minha Paty na primeira vez... Meu sangue ferveu novamente... Ela teve um leve traumatismo craniano, mas o que preocupava os médicos era o desmaio. Vários exames já tinham sido feito, e tudo estava levando a crer que não acarretaria danos a minha pequena.
Que visão triste ver minha chiliquenta ali sedada e com seu braço engessado. Incentivei Carolina e Zefa a irem para casa descansar e passei a noite entre a cama de Paty e a máquina de café da recepção.
— Você sabia que consegue ser linda até com essa camisola verde horrorosa de hospital? Bem que você poderia estar conseguindo se levantar, né?! Assim eu poderia ver essa bundinha linda quando você fosse ao banheiro, o que você acha? – Eu dizia ao seu lado, segurando a sua mão, acariciando os seus cabelos. Falava aquelas merd*s para ver se ela acordava e dava aquele sorriso enorme para mim, e eu sabia que tudo iria ficar bem... — Eu tô com saudades de ver os seus olhos lindos, abre eles pra mim Oncinha, faz isso para sua Lolô, por favor... – Somente quando sinto meu pescoço ficar molhado é que percebo que estava chorando. Enxuguei meus olhos na manga da camisa e fiquei fazendo carinhos nos seus cabelos. Acho que cochilei na cadeira, pois me assustei assim que Natália entrou no quarto às 2h da manhã.
— Oi, Linda, achei que tinha ido para casa. – Ela disse enquanto examinava as pupilas de Paty.
— Oi, Dra., vou ficar aqui até ela acordar.
— Dra.? É a primeira vez que você me chama assim... Prefiro que me chame de coração... – Ela disse com um sorrisinho safado. — Ela está sedada, Lorenza, e permanecerá assim por no mínimo 24h. Você pode ir descansar... Se quiser posso te levar lá para o conforto médico, te relaxar um pouquinho, é bem confortável... E ela nunca vai saber. – Falou piscando.
Juro que não sei descrever o que senti ao ouvir aquilo, mas garanto que não foi nada agradável, eu ali preocupada com a minha Paty e Natália, sem noção, falando aquelas asneiras na frente da minha namorada.
— Nat, me desculpe, mas não quero ser grossa com você. Eu estou apaixonada por essa pequena aqui. – Toquei o rosto da minha Oncinha. — E estamos namorando sério.
Vi no seu semblante que ela não gostou nem um pouco, mas paciência.
— Eu entendo... – Falou seca. — Volto às 8h para mais exames. Tenha uma boa noite. – Disse e saiu.
— Que saia justa... Desculpe por isso, coração – Falei baixinho enquanto beijava os lábios da minha Oncinha.
A noite foi comprida demais... E eu não preguei mais os olhos. O horário de visita no dia seguinte foi bem concorrido, além de Zefa, Carolina, Bá e Júnior, também vieram Ramiro com os pais, seu Túlio com a dona Ana e Nadir. Enquanto eles revezavam a visita, eu aproveitei para me sentar no jardim do hospital e comer um lanche que Júnior trouxe para mim.
— Obrigada, Brother, bebi tanto café que acho que só durmo agora daqui um mês.
— Eu conversei com a gostosa da Natália, ela disse que a Cunha tá bem, que à partir de amanhã de manhã já vão retirar a sedação, ela está respondendo muito bem a medicação... – Ele falou sério.
— Eu a amo, Bro, amo demais! Eu não tô sabendo lidar com isso... Com ela deitada ali sem falar comigo, com tudo que aconteceu com ela... E aquele filha da puta... Cara, que vontade de matar ele... Carolina tinha acabado de me contar, quando o vi agredindo vocês, eu me senti um animal. E que mãe é aquela, me explica?! Até uma chocadeira tem mais calor que ela. Você nem sabe o barraco que ela fez hoje aqui no hospital!
Flashback on
— Desculpe, filha, mas eu achei que iria encontrá-la acordada.
— A Natália esteve aqui pela manhã e disse que eles irão mantê-la sedada até amanhã. Sei que é difícil, eu passei grande parte da noite conversando com ela, mas…
— Onde ela está? Onde está a minha filha, suas doentes? – Dona Maria Luiza, a louca, gritava e estava vestindo as mesmas roupas que ontem. A mulher estava acompanhada do marido com cara de pamonha.
— Maria Luiza, fale mais baixo, veja onde você está! – Carol disse séria.
— Eu vim aqui para levar a minha filha para São Paulo, onde será melhor tratada! Não deixarei ela ser contaminada por vocês, suas aberrações... A culpa disso tudo é sua, mamãe!! SUA!!! – Ela partiu enlouquecida para cima da Carolina e eu me coloquei na sua frente.
— Cala boca, sua escrota, morde sua língua pra falar da Carolina, sua mal-amada preconceituosa. E fique sabendo que a partir de agora Patrícia tem quem zele por ela.
— Maria Luiza, vai embora. – A mulher mais velha falou com uma expressão cansada.
— Isso não vai ficar assim! Eu vou voltar para pegar o que é meu e a minha filha! – A maluca gritou.
— Vá para São Paulo – Nunca vi Carolina tão triste. — Leve esse chaveiro que você chama de marido que em alguns dias eu e a Zefa iremos conversar com você e tratar da sua herança. Só espere a minha neta estar restabelecida. – A maluca virou de costas sem ao menos se despedir e foi embora.
Flashback off
— Que mulher escrota, puta que pariu! O Mário me contou tudo. Eu não gosto nem de imaginar o que essa garota passou... Ai se eu soubesse antes... Tinha colocado aquela mona de academia pra pegar o beco antes de ter posto a mão na cunha!
— Eu não entendo ela ter ficado com um cara desses tanto tempo... Porr*, por que ela não me contou, Bro? Minha nossa, se eu soubesse jamais teria a tratado como tratei... Eu teria feito tudo diferente. Bro, eu a chamei de cada coisa... Eu não teria brincado com ela se soubesse que ela estava tão fragilizada... Eu fui bruta... Eu... Eu... Agarrei ela nas baias lá na fazenda da Carolina... Eu fui grossa, fui bruta demais... – Minhas lágrimas corriam sem parar e até mesmo meu irmão chorava junto – Eu teria mais cuidado na nossa primeira vez, eu teria ido devagar, eu não teria sido tão invasiva... Puta que pariu, Bro! – Enxuguei meus olhos com o guardanapo.
— Ei, para – Ele passou o braço pelos meus ombros. — Você não tinha como saber disso, e o que importa é que agora você tá com ela, você tá cuidando dela e vocês se amam, dá pra ver! A justiça vai cuidar dele, e você vai continuar a cuidar dela... Apesar de tudo, Bro, eu to muito feliz de te ver assim, amando. Você tem muito amor aí dentro, e encontrou a mulher certa pra dividir todo este sentimento.
Ficamos em silêncio por um bom tempo enquanto eu terminava meu lanche.
— Mas chega de frescura!!! Comi a Natália no quartinho dos médicos – Ele disse mudando o assunto de pau pra toco. — Sabe o que ela disse enquanto rebol*va na minha boca???
— Nem imagino!
— Ch*pa gostoso, Lorenza... – Cuspi longe o refrigerante que eu estava bebendo. — Tu acredita?! – Ele disse caindo na gargalhada.
— Essa madrugada eu falei pra ela que estou namorando, que não rola mais. Ela nem respondeu, só virou as costas e saiu do quarto após terminar de examinar a Paty.
— Fica esperta com essas mulheres que tu pegava, Lô... Já deu pra perceber que a cunha é bem ciumenta. Um deslize e você se lasca.
— Eu não corro este perigo não, eu só penso nela, só desejo ela.
Voltei para o quarto e tomei um banho, lavei minha cueca e coloquei para secar atrás do frigobar, pois esqueci completamente de pedir para Bá trazer uma muda de roupas. Bom... Paciência, o que eu não queria era ficar longe da minha Oncinha, nem que para isso eu passasse mais uma noite naquele sofá horrível.
Consegui dormir, mas acordei diversas vezes com os enfermeiros entrando no quarto.
— Mas porque ela não acorda? Ela não está mais sedada Dr. – Perguntei ao médico depois de perturbar a mente dos enfermeiros durante toda a manhã.
— Se calma, ela vai acordar a qualquer momento, é normal. Uns respondem mais rápido a retirada do sedativo, outros precisam de um pouco mais de tempo... Os exames dela estão normais, agora só nos resta esperar. – Ele deu uma tapinha nas minhas costas e nos deixou sozinhas no quarto. Encostei minha testa na de Patrícia.
— Ei, princesa... Abre esses olhos lindos... Alegra a minha vida!
No horário de visitas, Carolina foi a primeira a entrar.
— Ela não acordou ainda?
— Ainda não, Carolina, e eu tô aqui morrendo de aflição. Já chamei o médico, as enfermeiras, já fiz uma revolução aqui nesse hospital e não tem o porquê de ela não acordar.
— Vó... – Ouvimos Paty chamar baixinho
Nos aproximamos da cama. Nossa, não sei nem descrever o que eu senti ao ver os olhos da minha pequena.
— Oncinha, você tá bem? Quer alguma coisa? Quer uma água? – Ela nos olhava com uma fisionomia tranquila. Beijei seus lábios.
— Eu...
— Lorenza, deixa a menina respirar! – Dona Carol chamou minha atenção. Eita diacho, a contragosto me afastei um pouco da cama.
Patrícia pediu água para a avó, quando ela se afastou, passei as mãos pelo seu rosto.
— Paty, por que você não me contou tudo? Por que você não confiou em mim? Por que voc...
— Eu não quero conversar agora, Lorenza. – Ela falou séria. Mas eu tinha tantas perguntas que sentia que iria estourar se não as fizesse.
— Mas...
— Bebe, filha. – Carolina nos interrompeu, eu estava impaciente.
Fui atrás do médico que voltou ao quarto para fazer mais alguns exames e ele explicou que bem provavelmente ela teria alta na manhã seguinte.
Aproveitei que Carolina ainda estava com ela para comer algo na lanchonete do hospital. Pedi a Junior buscar no trailer uma muda de roupas e minha necessaire.
Carolina queria passar a noite com a neta e eu novamente disse que não precisava. Na verdade, eu não arredaria pé de perto da minha pequena.
— Lorenza, faz dois dias que você não sai daqui, nem trocar de roupa você trocou.
— Não seja por isso. O Júnior foi buscar uma muda pra mim, e banho eu estou tomando aqui no quarto mesmo. E aquele sofá ali é melhor que muita cama que já dormi.
— Vai vó, pode ir.
— Volto amanhã pra te buscar. – Quando a vó dela disse isso eu dei um pulo da cadeira ficando em pé ao lado da cama.
— Não precisa, ela vai pra minha casa!
— Não. Eu vou para casa da vovó – Patrícia negou, me fazendo ficar sem graça.
— Mas, Paty...
— Lô, eu vou para casa da minha avó. – Ela disse firme.
Eu não vou negar que fiquei chateada com aquela negação dela, me sentei e permaneci calada até que Júnior apareceu.
Sorri ao sair do banheiro e ver os dois rindo, não tem preço ver a carinha de Paty feliz.
— Que merd* é essa? É só eu sair que você fica de conversinha com a minha namorada?
— Ô, já tô indo embora, Bro. Depois de um abraço apertado em que eu gemi de dor por ele apertar exatamente em cima de onde aquele filha de uma égua me chutou, ele foi embora deixando Patrícia com um olhar sério para mim.
— Você está machucada, Lorenza? – Neguei, mas ela não acreditou. Paty tentou argumentar, mas um enfermeiro todo metido a galã entrou e disse que ela poderia tomar um banho se quisesse. Salva pelo gongo!
Minha oncinha aceitou, mas o galãzinho de araque disse que só poderia se ele estivesse junto.
— Capaz – Falei baixinho. — Pode deixar que eu ajudo a MINHA namorada no banho, você espera aqui.
Já dentro do banheiro, retirei sua camisola bem devagar para não a machucar. Mesmo não achando certo, meu corpo reagiu ao ver sua pele branquinha. Retirei minhas botas e calça, permanecendo de cueca e regata. Quando me virei de costas para pendurar as roupas senti sua mão tocar minhas costas em cima de onde estava roxo, me virei pegando sua mão a beijando, ela fez menção em dizer algo, mas não deixei, beijei seus lábios e me dediquei a lavar seus cabelos cuidadosamente. Mas a imagem da água escorrendo pela sua pele me fez suspirar de desejo de tocá-la... “Eita diacho, deixa de ser tarada, Lorenza!”
Me ajoelhei para melhor poder esfregar as suas costas, bumbum e intimidades... Puta que pariu! Já estava sendo difícil me controlar e a Dona Onça resolve abrir mais as pernas para que eu tivesse mais espaço para ensaboá-la, parecia que estava fazendo de propósito. A vi segurando com força no braço da cadeira quando deslizei meus dedos cheios de espuma por toda sua intimidade, lavando demoradamente.
Eu já estava toda molhada, nos dois sentidos... Quando fiquei de frente para os seios dela minha boca encheu de água ao ver seus mamilos rígidos... Ensaboei todo seu corpo me detendo mais tempo nos meus queridos Montes Everests.
— Uhm... Você termina e eu vou buscar a toalha. – Eu disse lhe entregando a duchinha... Tenho certeza que gemi quando ela encarou meus olhos.
Após ajudá-la a se vestir a coloquei sentada na poltrona ao lado da cama, pois o enfermeiro estava trocando o lençol. Aproveitei que ele ainda ia medicá-la para tomar outro banho rápido, não aguentei e com a água escorrendo pelo meu corpo me toquei lembrando da cena de a pouco. Sei que parece errado, mas era a minha mulher ali, MARAVILHOSA e bem. Eu só relaxei após saber disso... Que ela estava bem...
Assim que voltei o galãzinho ainda estava lá conversando encostado na cama de Paty.
— Já pode ir que eu assumo aqui. – Falei mal-humorada.
Patrícia estava sonolenta, com certeza efeito dos remédios.
— Lô?
— Uhm...
— Deita aqui comigo? – Ela pediu toda manhosa.
— Não dá, Paty, eu sou muito grande, vou te machucar.
— Deita aqui?
— Eita diacho... – Me deitei ao seu lado com cuidado para não a machucar. Ela se aconchegou em mim.
— Lô... – Ela fala com a voz abafada. — A gente vai conversar, eu vou te contar tudo, mas não vai ser agora.
— Eu... – Tentei falar que eu a amava, mas ela me cortou.
— Escuta, por favor... Tem perguntas que nem eu sei a resposta, mas tem sentimentos que eu posso te falar... Eu te amo! –Minha respiração ficou em suspenso... Meu coração parecia que ia saltar para fora do peito e a abracei apertado. – Eu te amo mais do que eu imaginei que poderia amar alguém.
— Oncinha, eu também te amo... Demais... – Eu tinha vontade de sair correndo por todo hospital gritando, tamanha era a minha felicidade.
— Escuta... O que aconteceu lá no parque... Me fez pensar. Eu vivi a minha vida toda sofrendo abuso emocional e depois físico.
— Amor... – Eu queria falar pra ela que nunca mais nada iria acontecer, que eu não deixaria.
— Lô, sabe por que o Maurício tava tão puto e perdeu as estribeiras no meio de toda aquela gente? – Ela me perguntou.
— Por que o frango é maluco?
— Porque pela primeira vez na vida eu disse não a ele. Eu fui firme. – Eu vi os seus olhos rasos d´água – E essa firmeza, essa segurança quem me passa é você!
— Ai, meudeuso! – Eu a abracei e não sabia o que falar.
— Eu não quero mais ser a vítima, Lô! E eu também não quero precisar de ninguém para me defender. Não me entende mal, – Ela começou a falar rápido. — Eu AMO me sentir protegida por você, aqui dentro dos teus braços... – O meu peito transbordava de amor por aquela pequena. — Eu nunca me senti assim, tão protegida. NUNCA!
— Tá confuso isso, Oncinha. Você quer ser protegida ou não quer ser protegida?... – Brinquei com ela fazendo carinho nas suas costas. Eu estava entendendo.
— Ai, puta merd*! Eu quero que a nossa relação seja como tem que ser: de iguais... Que você sinta orgulho de mim como eu sinto de você!
— Paty, eu sinto muito orgulho por você, Chiliquenta! Muito! Você foi forte colocando um ponto final em tudo... Por ter decidido começar uma vida nova, superando todos estes traumas... – Eu vi que ela sorria.
— Eu falei com o Júnior e, depois que eu melhorar, ele vai me levar na academia para ter aulas de defesa pessoal, parece que tem uma professora muito boa... – Sim, claro que tinha. Uma bofinha, que dava em cima descaradamente de todas as alunas, e que quando conseguia pegar alguma, agia como macho ruim, falando da garota para todos os caras da academia... Puta que pariu! Capaz, que vou deixar a Paty sozinha com essa daí.
— Mas isso eu poderia fazer, eu conheço aquela academia como a palma da minha mão, sei quais os melhores professores, e não tem só ela... – Falei tentando fazer com que ela não tivesse aula com quem eu estava imaginando.
— Ah, já combinei com o Júnior, mas você pode ir junto. Vem, Lô, vai ser divertido! – Júnior, filha de uma égua, tu me paga.
Pela manhã acordei com uma enfermeira que entrou no quarto, tomei um banho e me arrumei. Quando sai do banheiro, Carolina já estava no quarto sentada ao lado da cama.
— Bom dia, Dona Carolina – Beijei seu rosto e me aproximei de Paty beijando sua testa.
— Bom dia, minha filha, você está com umas olheiras imensas. Aconteceu alguma coisa durante a noite? Paty passou mal? – Me sentei ao seu lado...
— Patrícia está ótima, dormiu a noite toda... Até roncou! – Falei brincando. — Acho que falei bem do sofá cedo demais, essa noite não me acertei com ele... – Disse sorrindo.
A Dra. Natália entrou no quarto para examinar Paty. Minha pequena acordou com um sorriso lindo, e aqueceu meu coração assim que seus olhos procuraram os meus.
— Bom dia, vamos fazer uns pequenos exames para ver se você realmente está apta a receber alta, tudo bem? – Natália perguntou em um tom extremamente profissional. Após alguns minutos ela sorriu polidamente. — Bom, você está ótima. Nada de esforços, movimentos bruscos, dirigir, carregar peso, sex*, nada que afete o seu reestabelecimento. Quero te ver semana que vem para avaliarmos. A tala fica até lá até desinchar. Colocaremos um gesso, mas se tudo der certo poderá ser trocado por uma órtese plástica onde você poderá se movimentar melhor. Você precisará de fisioterapia também, mas isso depois que o calo ósseo estiver refeito. – Paty me olha com um sorrisinho nos lábios. Natália acompanhava tudo atentamente.
— Obrigada, Dra., pode deixar que vou cuidar muito bem desta pequena.
— Disso eu não tenho dúvidas – Disse com um sorriso cínico. — Mas eu ainda acho que você deveria ter ido para o conforto medico, pelo menos estaria com um semblante mais relaxado, suas olheiras estão imensas. — Que filha da puta, eu pensei, mas sorri e respondi.
— Obrigada, Dra., mas este sofá não e tão ruim assim não... Vocês me deem licença, mas preciso ir até a recepção. – Vi um sorrisinho discreto nos lábios de Carolina, certo que a minha velha amiga tinha entendido o que aconteceu.
— Lorenza, você pode me acompanhar por um minuto? – Sim, claro que tinha.
— Algum problema, Natália?
— Lorenza, eu resolvi te chamar aqui porque é muito sério o que eu tenho a te dizer: a lesão cerebral pode reincidir caso sua namorada faça esforço e principalmente sex*. Então, preciso que você controle isso, ok?
— Mas é tão perigoso assim, Nat?
— Muito, podendo até romper vasos.
Aquilo não saia da minha cabeça. Eu não iria perder a minha Oncinha por um descuido. “Eita diacho, vou cuidar de você, Oncinha. Você vai ficar novinha em folha!”.
Fui até o financeiro do hospital acertar tudo, ontem vi que a Paty estava com seu plano de saúde na carência e Carolina iria ter que arcar com as despesas. Já de volta ao quarto, elas me esperavam para que pudéssemos ir embora.
— Fica aqui com ela um pouco, Lorenza. Eu vou acertar a conta do hospital – Carolina disse já se encaminhando para a porta...
— Já tá tudo certo, Carolina. Agora é só irmos. Vamos? – Eu disse beijando Paty, ela tocou meu rosto.
Após ouvir um sermão imenso de Carol pela conta do hospital. Acomodei Patrícia no carro de dona Carolina, me agachei ao seu lado beijando seus lábios.
— Você segue a gente, Lolo? – Ela pede manhosa.
— Não, Oncinha, vou pra casa. Preciso descansar e ajeitar algumas coisas. Passo lá mais tarde. – Foi nítido o seu desapontamento, mas eu precisava de um tempo para mim, às coisas se acumularam naqueles dois dias.
— Leva roupa então pra dormir lá comigo. – Ela falou baixinho, e eu olhei rapidamente para ver se a Carolina havia escutado.
— Paty... Você ouviu a médica.
— Só dormir, Lô... – Beijei os seus lábios e fiquei vendo o carro partir. “Eita diacho, tô lascada!”
Fim do capítulo
Oi salinda!
Extrinha porque vcs estavam tudo muito muito estressadas e a gente não quer isso!
Então até quarta que vem!
Outra coisa, quem ainda não viu a ONE da Lô corre lá no https://www.wattpad.com/myworks/172169844/write/682387556
Leia SOZINHA hehehehh e tem spoilersssssssssssssss
beijocas suas lindas!
Rose e Sylvie (sedução)
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HedaWarrior
Em: 27/02/2019
Que mulherzinha mais chata -.- kkkkkkk aceita kiriiida!
Se eu chorei lendo?! só um pouquim kkkkk quanta coisa a Paty passou e sobreviveu... tão bom ver que ela terá amor e apoio das pessoas que amam ela de verdade! nada melhor!!
Bjoorz!
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akamora
Em: 27/01/2019
Ai meu deus, vamos lá haha comecei a ler essa semana e me deparei com um universo novo. Me vi tendo que maratonar tudo de vcs duas, principalmente depois desses encontros das personagens de outras estórias.
Eu shippo essa amizade com a Luiza hahaha ja quero a Luiza e a AnaLu indo passar um feriadão lá no Riachão com tudo que tem direitooo! Hahahaha eu sou apaixonada nessa Lorenza , ai. Haha meninas estou encantada com toda a trama que criaram, é envolvente demais, é gostoso demais e já ganharam uma fã.
Já fui até lá no wattpad só pra ver os gifs hahaha Enfim, to no mais puro êxtase . Ganharam uma fã
Um cheiroooo
.k
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Val Maria
Em: 26/01/2019
Agora lascou! Lorenza sem sexo, mas vai aguentar por sua onsinha vale todos os sacrifícios do mundo.
Essa doutora Natália é uma safada, mesmo sabendo que a Lo não a quer mais ela ainda fica se insinuando. Cuidado Paty!!!
Amei a Lolo toda cuidadosa com o seu AMOR. Quero uma Lorenza, para mim!!!!
Até mais AUTORAs gatas.
Val Castro.
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