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A Ilha do Falcão por Vandinha

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Palavras: 5268
Acessos: 3120   |  Postado em: 17/01/2019

Capítulo 84 -- ÚLTIMO CAPÍTULO

 

A ILHA DO FALCÃO -- ÚLTIMO CAPÍTULO  

 

Talita sentou-se calmamente atrás de sua mesa enquanto Leandro esfregava as mãos nervosamente. 

-- Alguma experiência em pronto atendimento? 

-- Sim, alguns meses em um PA no interior do Rio Grande do Sul. Tenho aqui comigo os... 

-- Não precisa me mostrar. A Natasha já mandou fazer uma investigação completa sobre a sua vida. Só queria saber se era um PA ou um hospital. 

Leandro olhou para ela em silêncio, completamente surpreso. 

-- Mas, não pense que ela desconfiou de você. Natasha faz isso com todo mundo. 

-- Me sinto bem mais tranquilo. 

-- Ela gosta muito de você. E quando Natasha gosta de alguém, faz de tudo por essa pessoa. Portanto, não a decepcione. 

-- Jamais! Estou tão feliz com esse emprego que não canso de agradecer a Deus. 

-- Você tirou sorte grande -- ela comentou. 

Leandro deu um sorriso maroto. 

-- Em todos os sentidos. 

Talita não entendeu. 

-- Como assim? 

-- Estou me referindo a Leopoldo -- Leandro hesitou um pouco antes de continuar. Afinal, ele estava ali para assumir um trabalho e não para falar sobre assuntos sentimentais. Porém, Talita o incentivou. 

-- O que tem o Leozinho? 

-- Eu estou apaixonado por ele -- o médico enfim confessou -- Estou perdido, meu Deus! 

Surpresa pelo inesperado daquela afirmação, Talita sorriu. 

-- Perdido por que? Leozinho é uma pessoa maravilhosa e parece ter o mesmo sentimento por você. Ele não me disse, mas dá para perceber. Então, qual o problema? 

-- O problema é que eu não quero só ficar. Quero mais que aventura. Eu quero um amor para toda vida. 

-- E existe amor para toda a vida, Leandro? 

-- Sim, com certeza existe doutora, o problema é que cada vez mais a gente vive uma sociedade que dá mais valor aos prazeres do que aos sentimentos, isso faz com que cada vez mais se diminua o valor da palavra amor e que se confunda paixão/desejo com amor. Amor é uma sabedoria que poucos alcançam. Meus pais estão juntos a cinquenta anos. Eu admiro a capacidade deles de encontrar forças para superar situações adversas ou estressantes. 

-- Que lindo! 

-- É neles que espelho meu futuro com o meu parceiro. 

Inconscientemente Talita virou a cabeça. Sobre a estante, o rosto sorridente de Carolina encarava-a do porta-retratos. Ela se voltou para Leandro e sentiu uma tristeza enorme. 

-- Parei de acreditar no amor verdadeiro. 

-- Eu acredito muito no amor. Acredito que cada pessoa sempre terá aquela outra que vai marcá-la para sempre. Acredito na forma mais pura do amor. Eu acredito no amor romântico. Acredito naquele amor que batalha pra ficar junto, que discutem, se separam, mas, que nunca desistem; aquele que você odeia por quase um segundo e depois ama mais. Acredito no amor que só de olhar nos olhos da pessoa amada, já te faz suspirar fundo. 

Talita abaixou a cabeça, pensativa. Enquanto Leandro continuava a falar. 

-- Amor é entrega, doutora. É entregar uma parte de você. É tomar posso de uma parte da outra e serem apenas uma. 

Talita se levantou repentinamente da cadeira. 

-- Desculpa Leandro, mas lembrei que tenho uma coisa muito importante a fazer -- Talita pegou um papel de cima da mesa e enrolou com cuidado - Pode começar a atender.  

- Mas doutora, eu não... 

- Qualquer dúvida, é só chamar a enfermeira. Não precisa se preocupar. 

Sem entender bulhufas, Leandro ficou olhando a doutora sair apressada sem olhar pra trás. 

 

 

Sofia estava andando apressada em direção ao elevador do hotel quando esbarrou por acidente em Carolina. Mas, em vez de ser recebida com uma enxurrada de xingamentos que esperava, ela sorriu, se desculpou e continuou andando. 

-- Carolina! -- ela chamou. 

A garota parou e virou-se lentamente para encará-la. 

-- Sim? 

-- Como está a doutora Talita? 

Carolina deu alguns passos e parou em frente a ela. 

-- Apesar de achar que você não tem nada a ver com isso, informo que Talita está muito bem. 

-- Não! Talita não está bem -- ela disse, o mais firme possível, com a cabeça erguida e o corpo rígido -- E a culpa é sua. 

Carolina cruzou os braços sobre seu peito e dirigiu um olhar que soltava faíscas. 

-- Você é muito abusada. Não tem medo que eu te meta a mão na cara, não? 

-- Pode me bater se quiser, mas isso não vai mudar o fato de que você está fazendo a Talita sofrer. 

-- Você não sabe de nada, sua metida. 

-- Sei sim. E como sei -- disse ela seriamente, olhando no fundo dos olhos de Carolina -- Eu amo a Talita. E é por amar tanto ela que não aguento vê-la sofrendo por sua causa. 

-- Eu também a amo. E amo muito -- disse ela de maneira firme, levantando o queixo em um gesto arrogante. 

-- Amar não é só dizer eu te amo, é demonstrar isso sem precisar de palavras. Você nunca ouviu isso? Amar é antes de tudo prestar atenção no outro. Respeitar suas vontades, seus desejos, seus sonhos, seus sentimentos, seus medos. 

Carolina se sentiu envergonhada. Mas não demonstrou. 

-- Você é egoísta, Carolina. Seu amor é egoísta. E o amor egoísta é decorrente de não se compreender as necessidades alheias. 

-- Você está dizendo tudo isso porque está querendo roubar ela de mim. 

Sofia deu uma gargalhada. 

-- Você é muito infantil e insensível, garota. Eu não vou precisar roubar a Talita de você -- Sofia se virou, apertou o botão para chamar o elevador e voltou a se virar para encarar Carolina -- Ela virá para mim por livre e espontânea vontade. Sabe por que? Ela cansou de você. Cansou da sua infantilidade. Ainda não percebeu? 

O elevador chegou e as portas se abriram. Sofia entrou, mas Carolina permaneceu parada do lado de fora, com aquelas palavras ecoando em sua cabeça. 

-- Segura! - alguém pediu. 

Sofia reconheceu a voz de Jessye e se virou rapidamente. 

-- É tão bom pagar com a mesma moeda. 

Jessye abriu um largo sorriso branco. 

-- Obrigada -- ela apertou o botão do 39° andar e as portas se fecharam -- O que aconteceu com a Carolina? Ela parece petrificada. 

Sofia se encostou na parede do elevador olhando séria para o indicador de andar digital. 

-- Sabe Jessye, fiz muita merd* nessa vida, mas de uma coisa eu me orgulho: Sei perder com classe. 

Jessye fez cara de quem não havia entendido. Então, Sofia continuou: 

-- Dei uma bela de uma cutucada na princesinha Falcão. Tenho certeza que agora ela vai tomar rumo na vida. 

-- Você desistiu da doutora Talita? 

-- Quem é a doutora Talita? -- ela brincou. 

Jessye sorriu. 

-- Fez bem. Aos poucos você assumirá novamente o controle da sua vida. Não vale a pena chorar por quem não te ama, sem dúvida você encontrará um novo amor assim que seu coração estiver curado! Nada melhor do que ocupar o seu tempo fazendo alguma atividade que lhe dê prazer, como um esporte, um passeio, um hobby... 

-- Namorar 

-- E por que não? Em algumas semanas você vai se sentir mais leve e verá que não pensará tanto assim na doutora. 

-- Você é uma ótima conselheira Jessye. Você não se importa de... 

-- Não. 

Sofia riu, divertida. 

-- Eu nem terminei de falar. 

-- Você não se importa de...continuarmos a conversa mais tarde? 

-- Era bem isso que eu ia falar. 

-- Viu! Isso se chama: sintonia -- a porta do elevador se abriu e Jessye saiu -- As nove no meu apartamento. 

- Combi... -- a porta do elevador se fechou. Sofia não teve tempo de terminar a frase. Com um sorriso bobo no canto da boca, ela ficou olhando para a porta fechada. 

Às vezes a felicidade está à nossa frente diante dos nossos olhos e nós insistimos em ficar olhando para trás. 

-- Combinado, então! -- disse para si mesma, com os olhos brilhando e sorriso safado. 

 

 

Carolina desceu as escadas do hotel correndo, dois degraus de cada vez. Atravessou a avenida e foi para a areia da praia. Os gritos dos banhistas se misturavam ao som da música alta que vinha de uma das lanchonetes. 

Carolina jamais esqueceria da música que tocava: 

Eu não existo longe de você 

E a solidão é o meu pior castigo 

Eu conto as horas pra poder te ver 

Mas o relógio tá de mal comigo... 

Ela continuava correndo pela areia que, de tão branca, parecia neve. Acelerou ainda mais a corrida, desejando desesperadamente chegar o mais rápido possível, mas a cabana parecia tão longe. 

 

Talita entrou na cabana. Chamou por Carolina e, depois de não obter resposta alguma, desanimada, encostou-se no batente da porta e fechou os olhos. 

Sabia o que queria, sabia o que era melhor para si. Então, não desistiria. 

Avançou rapidamente em direção à saída, tirou as sandálias, jogou em um canto da varanda, antes de caminhar rumo à areia branca. Parecia loucura correr até o hotel, mas estava decidida. 

 

Carolina já havia se livrado dos sapatos e dobrado a barra da calça. Parou para recuperar o folego e acalmar o coração. 

-- Preciso fazer mais exercícios -- se inclinou, com as mãos nos joelhos -- Estou quase botando os bofes pra fora -- ela levantou a cabeça e encontrou um par de olhos negros em um rosto que as deusas deviam babar de inveja. Como era idiota. Nunca encontraria alguém tão maravilhosa na vida. 

-- PRECISO TE FALAR UMA COISA! -- falaram ao mesmo tempo e, em seguida, começaram a rir -- VOCÊ TEM RAZÃO! -- falaram juntas novamente e, dessa vez, caíram na gargalhada. 

-- Essa coincidência de pensamentos é um bom presságio -- Talita sentou na areia e Carolina sentou ao lado dela -- Estou morta. Meta para 2019: academia -- ela colocou o papel cuidadosamente sobre o colo para que o vento não o levasse para longe. 

-- O único aparelho da academia que eu gosto é o ar-condicionado -- disse Carolina, jogando um punhadinho de areia sobre o pé. 

-- Queria ser que nem essas pessoas que trabalham, estudam, fazem academia, tudo ao mesmo tempo. Eu só consigo fazer uma e ainda faço morrendo. 

Carolina ficou em silêncio por um longo momento. Parecia estudar o assunto. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Podia sentir o ar fresco correndo por dentro de seus pulmões. 

-- Você tem razão -- disse enfim -- Eu sou egoísta. 

-- Carol... 

-- Espera doutora! Deixe-me falar -- pediu -- Embora a gente não pense exatamente da mesma forma, somos um time. Não somos? -- ela sorriu -- E como um time, devemos pensar como um time quando estivermos tomando decisões em conjunto. Esse negócio de sempre se referir a "eu", em vez de "nós", não está certo. Estamos lutando por objetivos em comum, que nos tornam mais fortes, e não por necessidades e desejos diferentes. Nem sempre concordamos em tudo, e isto é perfeitamente normal. Mas, podemos tentar agir com dignidade e bondade, e tomar decisões que sejam boas para ambas -- Carolina ergueu a cabeça. O som alto da sua respiração se misturava ao de Talita -- Eu desejo o melhor para você. Eu quero estar ao seu lado para ajudá-la a alcançar os seus objetivos, realizar os seus sonhos e dizer que você é capaz de construir o melhor hospital já construído em uma ilha. Se você disser que quer construir o seu hospital em Marte, eu vou com você. Somos parceiras, e sempre seremos melhores juntas do que separadas. Se... 

Talita a fez calar com um toque nos lábios. 

-- Está vendo esse papel? É o projeto do hospital -- ela entregou o documento para Carolina olhar -- O Hospital Ângela Falcão, em homenagem a sua mãe. 

Carolina sorriu, emocionada. 

-- Natasha vai adorar ter um hospital em sua ilha, com o nome da mamãe. 

-- E você não gostaria de ter um hospital em sua ilha, com o nome da sua mãe? 

Carolina a fitou, sem entender, colocando o projeto sobre a perna. 

-- Espera um pouco, o que você está querendo dizer? -- Carolina perguntou, olhando diretamente para os olhos da doutora. 

-- Que vamos construir o hospital na Ilha Carolina. 

-- Mas... 

Talita mais uma vez a fez calar com um toque nos lábios. 

-- Somos um time. Não somos? E como um time, devemos pensar como um time quando estivermos tomando decisões em conjunto. Construindo o hospital na Ilha Carolina, não abriremos mão dos nossos próprios objetivos, estaremos realizando-os juntas. 

-- Eu te amo Talita. Eu te amo tanto... Com você aprendi a ser corajosa, porque sei que estará comigo quando eu precisar. 

-- Eu te amo...Aiiii... - uma rajada de vento veio e levou a folha de papel, soprando-o para longe - O vento levou o projeto do hospital... - Talita berrava, enquanto tentava pegar o documento. 

O papel voava pelo ar e elas corriam atrás rindo, rolando pela areia como duas crianças felizes. 

 

 

Marcela cruzou os braços sobre o peito com força. 

-- Eu quero que seja assim e ponto final. 

-- Mas está estranho, dona Marcela -- disse o engenheiro, olhando para o projeto. 

-- Essa é uma obra arquitetônica que ficará para a história. 

-- Disso não tenho dúvida -- ele resmungou. 

-- Vá, vá -- ela fez um gesto com a mão e entrou na cabana. 

-- O que foi agora? -- Sibele arqueou uma sobrancelha e olhou para ela, com um sorriso desconfiado. 

-- Esses trabalhadores ficam me contrariando o tempo todo. 

-- Você queria o que? Ele é o engenheiro responsável. 

-- Mas, é meu subordinado -- ela deu de ombros e depois olhando para a médica, declarou: -- Acho que vou assinar um decreto que torne obrigatório bater continência para mim. 

-- A continência é uma das regras da hierarquia militar onde civis não estão envolvidas nela, portanto, você não pode obrigá-los -- respondeu dando um sorriso divertido para ela. 

-- Não tem problema, não preciso obrigar. É só dizer que se não baterem continência, serão demitidos. 

Sibele inclinou a cabeça para o lado. Podia sentir o olhar aborrecido de Marcela sobre ela. 

-- Você é uma ditadora -- num impulso, a médica deu um passo na direção de Marcela -- Uma ditadora, encantadora. Quer casar comigo? 

Marcela franziu o cenho. Não esperava que ela fosse assim. Direta. 

-- Casar? Casar pra que? 

-- Como assim, casar pra que? -- Sibele abriu os braços -- Formar uma família, encher a casa de filhos, sei lá...  

-- Já temos os nossos filhos. Não precisamos casar para isso. 

-- Ah não! -- Sibele esperneou, revoltada -- Não quero continuar sendo mãe de uma girafa, um elefante e um leão. Quero pegar o meu filho no colo, passear com ele, colocar pra dormir. 

-- Deveria tentar fazer isso com os filhos que temos. Ingrata. Mãe desnaturada. 

Marcela foi para o quarto, Sibele foi atrás. 

-- Eu gosto deles, mas... 

Num impulso, Marcela lançou os braços em volta do pescoço de Sibele e a puxou para mais perto. 

-- Eu aceito. 

- Hã? 

-- É isso aí. Eu aceito. 

-- Eu não acredito! -- Sibele estava nas nuvens -- Você não faz ideia de como estou feliz. 

-- Também estou. Pensei que nunca me pediria em casamento -- as emoções cresceram dentro dela -- Eu sei que pareço durona, insensível, mas... -- ela não queria chorar. Se esforçou para se afastar da médica e esconder as lágrimas, mas os braços de Sibele a apertaram, sem permitir que houvesse nem um centímetro de espaço entre elas. 

-- Pode chorar -- disse Sibele, cheia de carinho -- Como diz o poeta: Se for chorar, que seja de alegria. 

Em meio a soluços profundos e fungadas, Marcela conseguiu colocar para fora as palavras: 

-- Eu te amo, Sibele. 

Segurando o rosto de Marcela entre as mãos, Sibele a beijou com suavidade. 

Marcela fungou mais uma vez e enxugou os olhos com a mão. 

-- Vamos brincar de Cinquenta Tons de Cinza? 

-- Acho melhor não. Ainda estou me recuperando dos hematomas da última noite. 

-- Hum, então que tal Tarzan e Jane? -- insistiu Marcela. 

-- Lembra que na última vez que brincamos de Tarzan e Jane, no dia seguinte os trabalhadores estavam todos imitando a Chita. 

-- Também! Você exagerou no "ooo hohohooo hoooo". A ilha inteira ouviu. 

-- Verdade -- Sibele segurou a mão dela e juntas começaram a caminhar em direção ao quarto -- Vamos brincar de Chapeuzinho Vermelho. É mais light. 

Marcela fez uma cara marota. 

-- Eu adoro brincar de Chapeuzinho Vermelho. Quem vai ser o lobo mau? 

 

 

O tráfego, naquela manhã de sexta-feira estava congestionado. Entupida de carros que seguiam com destino as praias cariocas. Ônibus e automóveis, todos lotados se dirigindo para a mesma região. 

Senhor Fábio abaixou o vidro, enquanto aguardavam em um semáforo. Arrependeu-se imediatamente do que tinha feito, pois o bafo quente que vinha do exterior o deixou sufocado. 

Finalmente o sinal verde acendeu e o carro voltou a se movimentar. 

-- Então, papai, como se sente? 

-- Estou bem. Mas o que você está aprontando minha filha? -- o velho empresário ajeitou-se no banco do carro visivelmente curioso. 

Sorrindo, Andreia acariciou os cabelos brancos do pai. 

-- É uma surpresa. Não seja tão curioso, logo você saberá. 

O motorista parou o carro diante do magnífico hotel de Copacabana. 

Um sorriso amargo cruzou o rosto do empresário enquanto observava a grandiosa construção. 

-- Está lindo! -- afirmou Fábio, muito emocionado. 

-- O comprador mandou restaurá-lo, mas a arquitetura original foi mantida. 

Fábio desceu do carro perdido em seus pensamentos. Em alguns minutos de silenciosa caminhada, ele fez uma rápida retrospectiva de sua vida. Sempre trabalhou de forma incansável. O hotel era tudo para ele. E o que adiantou? A sua preciosa joia hoje estava nas mãos de uma pessoa sem nenhum apego emocional a ele e aos seus funcionários. 

Finalmente Andreia soltou a mão do pai, para abrir uma enorme porta de madeira. A luz acendeu e todos gritaram: 

-- SEJA BEM-VINDO SENHOR FÁBIO! 

Em um salão, com uma mesa comprida repleta de frutas, bebidas, salgados e doces, estavam, todos os funcionários e amigos mais próximos do empresário.  

Os olhos de Fábio encheram-se de lágrimas e Andreia sentiu um aperto no coração. 

-- Tudo bem, pai? 

-- O que está acontecendo? -- ele perguntou com a voz entrecortada. 

-- Estou devolvendo o hotel ao seu legítimo dono. 

Andreia ouviu a voz e se virou. Ela sorriu quando viu Natasha, parada na porta do enorme salão. 

-- Natasha Falcão? 

-- Sim, senhor Fábio, eu mesma -- ela caminhou para ficar mais próxima a ele -- Comprei o hotel e restaurei para o senhor. Não é um presente por ser pai da Andreia. É algo bem mais profundo. Em cada canto desse hotel ainda sobrevivem os seus sonhos, o seu sangue pulsa por essas colunas e gradeados. Os meus hotéis falam comigo e esse não fala. Acho que é de birra. 

-- Ele fala comigo -- lágrimas correram pelas faces de Fábio -- Ele pergunta por minha esposa, pelas minhas meninas que corriam como loucas por esses longos corredores, pelos réveillons glamorosos, pelas festas a fantasia. 

Natasha se virou para as pessoas presentes e falou em voz alta: 

-- É por isso que estou devolvendo o hotel e todos os funcionários para o senhor Fábio. Quem sou eu para separar uma família tão unida. 

Os funcionários correram até o empresário, o choro que tempos atrás era de tristeza e dor, passou a ser de alegria e todos o abraçaram. Aquele se tornou um momento maravilhoso. 

Andreia aproximou-se de Natasha e beijou-lhe o rosto. 

-- Meu pai estava morto e você lhe deu uma segunda chance. 

-- Sabe Deia. No começo considerei o seu pai um incompetente por ter deixado o hotel falir. Mas, quando você deixa de lado a insensibilidade, indiferença, egoísmo e começa a compreender o outro, passa a querer ajudar em vez de julgar e ter pena. Afinal, "somos todos iguais por sermos todos diferentes". Não é mesmo? 

 

 

Música alta, risadas, gritos de crianças e adultos maravilhados com a montanha-russa invertida, carrossel, a roda-gigante. As atrações de água, como o splash, bumper boats, corredeira, rowing boats e muitos outros. 

Leozinho abraçou Leandro e o beijou no rosto. 

-- Obrigado por me fazer tão feliz. 

-- Você não tem nada o que me agradecer. Eu é que... 

-- Com licença -- Sidney se aproximou -- Desculpa a intromissão, é que eu queria convidar você para sentar comigo no passeio inaugural da roda gigante. 

Leozinho sorriu com meiguice. 

-- Sinto muito Sidney, mas já tenho um parceiro para o passeio. 

Leandro segurou a mão de Leozinho com tanta força que chegou a doer. 

-- Vamos logo, meu amor. Já vão ligar a roda-gigante. 

Leozinho assentiu com um singelo balançar de cabeça e olhou para Sidney. 

-- Com licença, Sidney, mas preciso ir. Leandro parece uma criança de tão ansioso que está.  

- Claro. Vão logo. 

Sidney ficou olhando os dois se afastarem. Sentia um aperto no peito que não conseguia entender. Seu estômago estava embrulhado. Sentia um impulso insano de chorar. 

-- O mundo dá voltas e quem ontem tinha tudo, hoje não tem mais nada! -- Erivaldo tocou de leve no ombro do rapaz. 

Sidney se virou e encontrou os olhos divertidos do comandante Erivaldo. 

-- Acho que você disse tudo -- respondeu ele com um sorriso fraco -- "Se não plantar, não nasce. Se não regar, não cresce. Se não amar, morre. Assim são as plantas... assim são as pessoas" -- Sidney olhou para a roda gigante e depois para Erivaldo -- Vamos juntos comandantes? 

O comandante deu um passo para trás. 

-- Vamos. Mas, não se passa hein. Nada de ficar com medo e pular no meu colo. 

Sidney meneou a cabeça de um lado para outro. 

-- Mas credo que vou querer um velho babão desse. Vamos logo. 

 

Sofia segurou a mão de Jessye com firmeza e ajudou-a a sentar-se na cadeira da roda gigante. 

-- Essa roda gigante é tão alta, que lá de cima dá pra ver toda a ilha. 

-- Estou quase desistindo - disse Jessye com voz trêmula de medo. 

Sofia endireitou os ombros e falou com voz calma: 

-- Eu disse que cuidaria de você e vou cuidar -- sem hesitar, Sofia moveu as mãos para a cintura delicada de Jessye e puxou-a para mais perto -- Eu vou cuidar de você para sempre -- ela murmurou -- Nos altos e baixos da vida. 

-- Nos medos, esperança, lágrimas, sorrisos, angústias, encantamento? 

-- Em todos os momentos -- Sofia respondeu prontamente, beijando-a suavemente na boca. 

 

Carolina olhou para trás e sorriu para Elisa e Pedrita. 

-- Olha a cara das duas, amor. A roda gigante nem começou a girar e já estão toda cagada. 

-- O que é isso Carol? Esses são modos de falar com elas? -- Talita prendeu o cinto e ajeitou-se melhor na cadeira. 

-- Na internet tem vários relatos de acidentes em parques como este. Semana passada uma menina estava com uma colega na roda gigante. Na hora em que foi descer do brinquedo, ela caiu nas engrenagens e enroscou o cabelo e a roupa. A menina morreu na hora. 

-- Vou descer -- resmungou Elisa. 

Talita se virou para trás e sorriu de forma amigável, calorosa e reconfortante. 

-- Acredite, você tem coragem para chegar onde quiser. Basta querer. Não desista Elisa. 

Pedrita segurou a mão de Elisa. 

-- Isso mesmo. Desistir jamais! Uma apoia a outra e vamos conseguir. 

-- Hum, essas duas nunca me enganaram. 

Talita deu um tapa de leve na cabeça de Carolina. 

-- Vira pra frente e deixa elas em paz. 

Carolina obedeceu. Ela se virou e sorriu para a médica. 

-- Não vejo a hora de estarmos lá em cima. 

-- Calma, tudo tem o seu tempo. Hoje estamos aqui em baixo, mas logo, poderemos estar lá em cima. 

Carolina a olhou confusa. 

-- Estou falando da roda gigante amor. 

-- E eu da vida. 

-- Olá, olá. Estamos chegando -- Marcela e Sibele se sentaram logo a frente -- Como está chefe? -- perguntou Marcela. 

-- Não tão bem quanto vocês, mas vou levando -- respondeu Carolina -- Aonde estão as crianças? 

-- Arnaud e Cohen ficaram na ilha com os trabalhadores. Eles adoram cuidar dos meninos nas horas de folga. A Hilary e a Blue Ivy estão no hotel com a Paloma e a Nani. 

-- Quatro? Não eram três? -- Talita olhava atentamente para Marcela.  

-- Ontem, Sibele foi até o orfanato conversar com a madre responsável e quando viu a menininha sorridente, de cabelos enroladinhos e olhinhos de jabuticaba, não resistiu. Então, agora temos também a Hilary, que significa "alegre", "aquela que contagia pela sua alegria".  

-- E vocês? -- perguntou Sibele -- Quando vão encomendar um chorão?  

Apesar da cara tristonha, Carolina respondeu prontamente.  

-- Estamos tentando. A Tali fez novamente a Inseminação Artificial, espero que dessa vez dê certo. O tratamento já foi concluído. Agora iniciou-se a beta espera, ou seja, o tempo de espera para a confirmação da gravidez enquanto ocorre a nidação.  

Talita segurou o queixo de Carolina com uma mão, e com a outra, acariciou a sua face.  

-- Já que estamos em um lugar tão lindo, cheio de alegria, paz e luzes coloridas. Quero te dar uma notícia: O resultado saiu essa tarde. Estou grávida.  

Carolina olhou de boca aberta para Talita.  

-- Grá-vi-da? Você está grávida?   

-- Sim, meu amor. Conseguimos. Estou grávida.  

-- GRAVIDA! A TALITA ESTÁ GRAVIDA! OUVIU, NATASHA? -- ela berrou.  

 

O sorriso de Natasha era encantador, e ela abraçou com força sua adorável e feliz esposa.  

-- Elas merecem -- comentou sentando-se ao lado de Andreia na cadeira da roda gigante -- Só espero que ela não se jogue do brinquedo.  

-- Que momento especial! Talita está começando sua jornada na maior aventura da vida: ser mamãe!  

-- Que elas aproveitem cada segundo, tanto da gravidez como tudo que vem depois porque o tempo passa correndo. Não vê a gente, daqui a pouco o Marlon estará se formando na faculdade.  

-- Não exagera, Nat. O menino nem fala mamãe ainda.  

-- O tempo voa, amor. Lembra que mandei construir esse parque para você?  

-- Como poderia esquecer, Nat.  

Fogos de artifício iluminaram o céu da Ilha do Falcão e um painel gigantesco com o nome do parque temático foi aceso. A música ficou mais alta, a roda gigante começou a se mover e Andreia agarrou-se firme em Natasha.  

-- Está se divertindo, Deia?  

Andreia sentiu o familiar aperto no coração pelo privilégio de ser alvo do amor incondicional de Natasha.  

-- Amando! -- ela praticamente gritou.  

O rosto de Natasha se iluminou de alegria.  

-- Você já parou para pensar como a vida às vezes é como uma roda gigante?  

-- Às vezes em cima -- disse Andreia.  

-- Às vezes em baixo -- disse Natasha.  

-- Às vezes alegrias.  

-- Às vezes tristezas -- Natasha sorriu como nunca sorriu antes -- Mas, isso nunca abalará a nossa fé e nem nos desanimará. A vida nunca foi e nunca será um mar de rosas. Os obstáculos fazem parte da vida.  

-- O que não faz parte é desistir, nunca devemos desistir do que realmente é da vontade de Deus. Por que ele nunca dá uma cruz que não possamos carregar -- Andreia ficou olhando para a esposa por um bom tempo. Até que sorriu e disse emocionada: -- Eu amo você, Natasha.   

-- Amo você também, minha ruivinha.  

O barulho e as cores do parque de diversão as cercaram. Natasha riu e beijou Andreia apaixonadamente.  

 

 

Vinte anos depois...  

-- Tem certeza que vocês vão para Florianópolis? Está chovendo demais -- Natasha estava com o semblante bastante preocupado.  

-- Não se preocupe, mãe. A gente toma cuidado -- Marlon beijou o rosto de Natasha e depois de Andreia -- Em meu carro vão o Arnaud e a Blue Ivy. O Cohen e a Hilary vão no outro carro. Assim que chegarmos em Floripa, eu ligo.  

Marlon entrou no carro e arrancou suavemente.  

Andreia olhou para Natasha e balançou a cabeça.  

-- Não estou gostando nem um pouco disso.  

-- O Marlon é um garoto responsável.  

-- O problema não é ele. Eu conheço o meu filho e os meus sobrinhos. O problema é esses motoristas que bebem e saem matando gente inocente.  

Natasha suspirou fundo. Sabia que Andreia tinha razão.  

 

 

Marlon conduzia o carro pela avenida, que costeava a praia, quando ao longe avistou uma menina que caminhava perigosamente pelas pedras escorregadias.  

-- Olha que louca! Mas... não é a Michele?  

-- É ela sim -- Marlon parou o carro próximo as pedras -- Eu vou lá.  

-- Não vai cara. Vamos nos atrasar -- disse Arnaud.  

-- Claro que vou. Lembra que a mamãe contou que um cara caiu dessas pedras e morreu?  

Marlon bateu a porta do carro, colocou o capuz de seu casaco na cabeça para se proteger da chuva e foi até onde ela estava.  

-- Carlita! -- chamou -- Oi Carlita.  

A garota olhou para ele e fez uma cara de brava.  

-- Meu nome é Michelle. Não gosto quando me chama assim.  

-- Filha de Carolina com Talita igual a Carlita.  

-- Seu pavão idiota.  

Marlon caiu na gargalhada.  

-- Sai daí. É muito perigoso. Você pode escorregar e se esborrachar lá embaixo.  

-- Não tô nem aí pra isso. Ninguém gosta de mim, mesmo.  

-- Até parece né, Carlita. Opa, desculpa, Michele. Somos todos doidos por você. Não tem ninguém nessa ilha que não te ame. Vem, vamos pra casa.   

-- Mamãe Carol me proibiu de ir pra Floripa com vocês. Ela disse que é muito perigoso. Eu odeio ela.  

Marlon sentou em uma pedra e abraçou os joelhos.  

-- Minha mãe disse a mesma coisa -- o garoto pensou por alguns minutos, depois se levantou -- Sabe de uma coisa, que tal se a gente for lá pra casa e fazer uma festinha. Podemos chamar a galera. 

Os olhos da garota brilharam.  

-- Sério? Posso chamar o Diogo?  

-- Claro. Quem você quiser, Carlita. Opa. Michele.  

A garota sorriu. Havia realmente pensado em tirar a própria vida. Agora seus planos de suicídio pareciam tão bobos diante do carinho do primo.  

Marlon estendeu a mão para ela e foram para casa.  

Naquela noite um carro desgovernado bateu na cabeceira da ponte rodopiou pela pista e capotou. Os três ocupantes morreram no local. Por sorte, nenhum carro vinha no sentido contrário. 

 

A criança nasce na família certa para cumprir sua missão de vida. A missão é uma tarefa a ser cumprida pelo Espírito encarnado. Em sentido particular, cada Espírito desempenha tarefas especiais numa ou noutra encarnação.  

O retorno do espírito para o corpo é planejado. A família em que ele nascerá será aquela capaz de propiciar o positivo e o negativo que ele precisa para evoluir.  

O espírito do pai de Natasha, reencarnado em Marlon, busca corrigir erros do passado.  

O espírito de Ivo, reencarnado em Michele, aos poucos vai aprendendo que a vida é o dom mais valioso que Deus deu para cada um de seus filhos.   

A evolução espiritual humana é uma atividade que envolve olhar com carinho e cuidado para o próximo, porque, como todos estamos juntos nesse plano espiritual, é apenas através da empatia, da caridade e da compaixão que poderemos conseguir o aprendizado do qual necessitamos para evoluir. 

Já parou para pensar no que você está fazendo hoje para evoluir?  

 

FIM   

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 84 - Capítulo 84 -- ÚLTIMO CAPÍTULO:
Andreia
Andreia

Em: 20/04/2023

Boa noite Vandinha mais uma vez uma linda história de amor e superação e união entre amigos q consideramos família a própria família e amigos q fazemos no caminho parabéns de coração linda e emocionante.

FICOU FANTÁSTICA FICOU SENSACIONAL..............

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AMANDA
AMANDA

Em: 07/02/2019

Perfeito!! Já percebi que nunca irei ler uma história

que não seja apaixonante, escrita por você. Parabéns, pois

além de nos proporcionas alegrias, tristeza, raiva e amor, você

nos proporciona reflexão sobre a vida, amor e fé. Lindo!

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keique
keique

Em: 29/01/2019

Gostei desse romance e dei muitas risadas. Não foi uma de suas melhores estórias, mas valeu demais. Continue com suas comédias que de quebra nos dão interessantes lições de espiritualidade. Abraço

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patty-321
patty-321

Em: 19/01/2019

Que lindo van. Amo essas suas reflexões, me ajudam bastante. Mais uma estória maravilhosa. Vc vai terminar entre lambidas e mordidas? Adoro a Dani e cia. Bjs

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 17/01/2019

Lágrimas nos olhos aqui, Vandinha!

Você como sempre maravilhosa

Obrigada pelos ensinamentos nos seus romances.

Você consegue nos deixar com lágrimas nos olhos e um sorriso bobo no rosto ao mesmo tempo. Se for para chorar que seja por estar feliz!

Amo você[com todo respeito, senhora Vandinha ;-)] e seus ensinamentos

Abraços fraternos procês aí

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