Patrícia

         Um barulho alto e um palavrão fizeram eu despertar de um sonho maravilhoso. Abro os olhos e me deparo com o quarto do trailer de Lorenza. “Puta merd* Paty, não foi sonho!”. As lembranças da noite perfeita me tomaram de assalto: o carinho, o cuidado, o sex*... Puta merd*... O SEXO! As sensações foram tão intensas e maravilhosas! Nunca na minha vida havia acontecido isso comigo. Me espreguicei na cama sentindo alguns músculos doloridos.

         Sorri ao ouvir Lolo cantar baixinho “Despacito”, ela estava na cozinha. Eu precisava urgentemente fazer xixi. Peguei o edredom e me cobri. Desci as escadas e a vi entretida com algo.

— Bom dia. – Falei tímida. Ela se assustou e correu para tapar meus olhos.

— Não olha, não olha... Volta pra cama! – Ela me empurrava de volta.

— Lô, preciso fazer xixi!

— Tá, mas fica com os olhos fechados. Eita diacho, que mulher difícil fazer uma surpresa... – Eu comecei a rir dela e entrei no pequeno banheiro. Me assustei ao ver a imagem refletida nele. Não me reconheci. Aquela mulher tinha um brilho no olhar que eu nunca antes havia visto.

— Lô? Posso tomar um banho? – Ouvi ela resmungar e dizendo que sim, em alguns minutos abriu a porta e me deu uma toalha, ainda emburrada. Tomei uma ducha rápida só para tirar o suor e cheiro de sex* do meu corpo. Olhei e vi sua escova de dentes. Será que ela se importaria que eu usasse? “Paty, ela já esteve com a boca na sua ppk, grande coisa você usar a escova de dentes!”.

Me sentindo limpa e com o cheiro dela, a chamei novamente e pedi algo para eu vestir. Ela me trouxe uma camisa branca e tentou entrar no recinto apertado, mas eu a impedi rindo. Eu estava me sentindo feliz. Feliz! Feliz!

Sai do pequeno banheiro e ela novamente cobriu meus olhos fazendo eu andar às cegas até a cama. “O que será que ela tá aprontando?”. Sentei na cama e fiquei esperando-a com um sorriso bobo no rosto.

         — Oncinha, eu queria que fosse como nos filmes... – Ela disse trazendo uma bandeja de café da manhã, o mais fofo e tosco que eu já vi na minha vida! Na bandeja tinha: bisnaguinha, doce de leite, achocolatado, mortadela, algo que parece um doce e que tinha aparência de vômito, uma flor artificial roxa que parecia aquelas de cemitério e um exemplar de nada mais nada menos que Globo Rural. AMEI! Meus olhos encheram-se de lágrimas. Nunca havia ganho café da manhã romântico na cama e sempre quis.

         — É pra mim, Lô? – Perguntei emocionada.

— Ô, linda, claro! Desculpe, era o que tinha no frigobar e eu não sabia o que você gostava...

— Tá tudo lindo, Lolo! Tudo perfeito! – Falei passando o doce com cara de vômito na bisnaguinha amassada e ela abriu um sorrisão.

         — Coração, a ambrosia se come de colher, nunca vi passar no pão. É assim que se come em São Paulo? – PUTA MERDA! PUTA MERDA!

         Eu olhei para aquela coisa horrorosa na minha mão com tristeza e ela percebeu que eu não fazia ideia do que era. Rindo, ela pegou aquele sanduíche bizarro e levou para colocar no lixo. Antes dela voltar, ouço alguém bater na porta e ela trocar algumas palavras fechando-a logo em seguida.

         — Paty, pedi ao Júnior que fosse lá na sua casa pegar com Carolina uma muda de roupa para você. Não quero ninguém falando que você tá com a mesma roupa de ontem de noite. Ó... – Reconheci a minha bolsa de viagem Louis Vuitton. Novamente meus olhos se encheram de lágrimas e comecei a soluçar alto com a boca cheia de bisnaguinha e doce de leite. – Coração, o que foi? Eu fiz alguma coisa errada? Algo te desagradou?

         Ela falou completamente sem saber o que fazer. Ela colocou a bandeja para o lado e me pegou nos braços, o que fez eu me derramar em lágrimas.

— Chiliquentazinha, olha, eu vou ali e pego polenguinho... Ou vou no boteco buscar qualquer coisa que você queira. Vou num pé e volto no outro. Mas fala, coração, o que houve? – AI, MEU DEUS, QUE FOFA!

— Desculpe, Lô. É que eu sempre sonhei em receber café romântico na cama e nunca... – Minha voz ficou presa na garganta e eu a abracei forte, me odiando por estar dependendo dessa mulher assim, tendo a conhecido há tão pouco tempo...

— Eita, lasqueira... – Ela limpa as minhas lágrimas sorrindo — Pensa que bom, Paty, que bom! Eu tô sendo a primeira na sua vida pelo menos nisso... – Fiquei vermelha na hora pensando que ela estava sendo a primeira em várias coisas. Como eu queria dar a ela um terço do que ela estava me proporcionando! – Se os seus outros relacionamentos não souberam cuidar da preciosidade que tinham em mãos, fodam-se eles! Eu tô aqui agora, e quero cuidar de você do jeito que você merece. Agora come porque a gente vai ficar o dia todo aqui e não quero saber de você desmaiando pelos cantos. Também não quero nem pensar no Júnior te encontrar e ficar me zoando falando que é teu príncipe encantado, tô com aquilo entalado até hoje.

Ficamos conversando enquanto ela tomava café da manhã comigo. Pude ver de perto a tatuagem nova dela e me deu vontade de lamber cada centímetro daquela pele tatuada. Ela me perguntou porque eu a ignorei e eu contei que a vi com a piriguete rural.

— Paty, eu a empurrei. Você não viu? – Respondi que não e ela ficou indignada. — Filha da puta da Ângela!! – Ela praguejou — Paty, eu quero você pra mim, morena. Eu não quero mais ninguém. – Aquelas palavras, ditas por aquela mulher maravilhosa me faziam pensar que eu estava em um sonho surreal! Você imagina o que é ter Lorenza Romagna de cueca e top sentada a sua frente falando coisas extremamente românticas? “Ela me quer? PUTA MERDA!”.

— Co... como assim?

— Eu quero você... Quero você comigo... – Ela pega a horrorosa flor roxa de defunto e se ajoelha a minha frente. — Paty, você quer ser a minha namorada? – Seu olhar era de expectativa e medo, eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo.

— Eu... Eu...

— Sei que é cedo, você é casada e também quero fazer tudo direitinho com a dona Carolina e a Zefa... Diacho... Capaz da Zefa me encher de bala... – Ela cuspia as palavras ainda segurando a flor horrorosa entre os dedos.

— Eu quero, Lô. Eu quero muito! – Ela tromba em mim me agarrando brutamente, mas ao mesmo tempo com carinho e cuidado. É um contrassenso, mas sim, ela tá tão feliz que está me esmagando nos seus braços. – Lô... preciso respirar...

— Ai, coração... Desculpa! Eu tô tão feliz! – Ela me beijava no rosto, olhos, nariz, boca... Eu sorria abobada com a minha mais nova preciosidade nas minhas mãos! Aquela flor horrível virou meu novo tesouro. — Hoje você vai ficar o dia todo comigo, eu ainda não matei a saudade de você!

— Também não! – Eu dou risada quando ela pega a bandeja e sai rápido para a cozinha cantarolando. Olho para a flor ainda não acreditando.

— Olha – Ela diz pulando na cama ao meu lado com um sorriso de orelha a orelha. — Nós ainda temos uma hora e meia até o parque abrir e começar o furdunço. O que você quer fazer nesse tempo? – Lô pergunta com aquele sorriso de lado meio cafajeste que eu tanto amo e que me encantou logo de início. Aquele sorriso que me faz querer beijá-la. Aquele sorriso... PUTA MERDA... O sorriso que me faz querer lamber cada parte daquela tatuagem de lobo...

— Lô... Eu queria fazer umas coisas... – Falo olhando para sua barriga.

— Tudo o que você quiser, coração. E o que você não quiser não faça – Ela segura minhas mãos e beija. — Eu quero que você me tenha como sua amiga, sua melhor amiga, fale tudo o que te incomoda, tudo o que você deseja... Eu quero ser a namorada perfeita, Paty. Eu nunca tive uma namorada.... – PUTA MERDA! AGORA A PORRA FICOU SÉRIA! — Você me ajuda? Você me fala se eu fizer merd*? – Ela pediu com uma carinha linda. — Fala o que você quer fazer com a sua Lô... Fala – Ela beijou meu pescoço e eu tomo coragem.

— Eu quero tentar te compensar... – Falo baixinho e se ela não estava ao meu lado não teria escutado. — Você tira...?

— Opa, é pra já! – Comecei a rir com o desprendimento dela que tira o top e a cueca deixando aquele corpo nu lindo sob o meu olhar. Ela se deita de lado com a mão apoiando a cabeça. — Self service de Lô apenas para a Dra. Delícia. – lógico que meus olhos estavam no seu sex* depilado e nos seios.

“PUTA MERDA, Paty, o que você foi inventar! Como vai dar prazer para uma mulher dessas? Ontem ela disse que gozou, mas como?”

— Oncinha... – Ela diz me puxando carinhosamente, segurando as minhas mãos e eu caio sobre o seu corpo. — Faz o que tiver vontade, coração.

Eu olho para seus olhos e coloco uma perna em cada lado do seu corpo, meu sex* desnudo toca sua pele e ela estremece, meus braços apoiados ao lado da sua cabeça... Suas mãos vão direto para o meu bumbum. Eu me assusto dando um pulinho, o que faz Lorenza dar risada. Aproximo meus lábios dos dela timidamente e faço o contorno com a minha língua, provocando um suspiro e faz com que ela aperte mais ainda a minha bunda.

Era uma descoberta para mim... Eu estava me encontrando e, ao mesmo tempo, descobrindo o que a excitava. Ch*po seu lábio inferior e sinto meu sex* cada vez mais molhado, com a certeza que ela devia estar notando também pois estava em contato com a sua barriga.

Minha língua pede passagem e seus lábios se abrem sedentos querendo o controle.  Suas mãos estavam nos botões da camisa que eu estava vestindo e, mesmo sem fôlego, eu peço para ela parar.

— Deixa eu sentir eles de novo, deixa.... – Ela pede num gemido sofrido com os olhos cor de mel mais escuros que o normal. Sento no seu abdome e abro alguns botões da camisa branca deixando meus seios aparecerem, mas deixo o resto fechado. Eu não quero que ela veja a minha barriga.

Lorenza gem* apalpando meus seios com devoção enquanto eu apenas a olho fixamente. Ela está extasiada, como se aquilo fosse a coisa mais excitante do mundo. Sentimentos conflitantes tomam conta de mim. Ao mesmo tempo que eu me sinto poderosa, ainda tenho um pouco de vergonha.

— Paty, eles são lindos, coração... – Ela falava com a voz rouca e apertava meus mamilos entre os dedos. — Nossa... eu cheguei a sonhar com eles... Ontem eu só senti... Lindos, lindos, lindos... – Ela senta e passa o rosto pelos meus seios balbuciando algumas coisas que eu não entendi... Monte Everest, será? Eu estava tão envolvida nas sensações que não prestei atenção. Ela lambe... Ch*pa... Eu não aguento e rebolo o quadril, o que tira dela um longo gemido. Mas eu não queria desse jeito, hoje eu queria retribuir... mesmo não sabendo muito bem como.

— Lô... Deita. – Ela olha para mim ainda com um mamilo na sua boca e antes de deitar dá uma mordidinha leve, o que faz com que eu me arrepie.

Recomecei de onde parei com o olhar curioso da minha namorada. “Minha namorada! Tô surtando!”. A beijei demoradamente, mas não me detive nos seus lábios, desci para o pescoço basicamente imitando os seus movimentos... Mordi e ch*pei forte aquela região e acho que isso a agradou porque suas mãos apertaram a minha bunda fortemente.

Notei que a sua respiração estava tão difícil quanto a minha e chegando no seu peito, dei pequenos ch*pões pelo seu colo, vi que seu coração batia rápido. Sorri orgulhosa, acho que alguma coisa certa eu estava fazendo.

Fiquei frente a frente aos seios dela. Peguei timidamente sentindo o volume. Silicone. “Nossa, que natural que ficou! Vou ver qual o médico pra diminuir os meus.” Me aproximo e lambo o mamilo vendo seus pequenos pelinhos loiros se arrepiarem. A textura é deliciosa. Resolvo colocá-lo dentro da minha boca e ch*po com vontade.

— Ai, caralh*... – Lô pragueja e eu olho pra cima só para ver ela acompanhando tudo o que eu fazia com a boca entreaberta como se buscasse ar.

Munida pela coragem que ela me dá faço o mesmo no outro seio e sou presenteada por mais gemidos. Chego na tatuagem que tanto me instigou e começo a lamber cada pedacinho daquele lobo delicioso. As minhas mãos continuavam nos seus seios, e sem dúvida, aquele era meu novo passatempo preferido. Tento descer mais e Lolo agarra meus cabelos me impedindo de prosseguir. Eu a olho sem entender.

— Lô? O que foi?

— Coração... Eu não gozo assim...

— Deixa, por favor? – Falei deitando minha cabeça no seu osso do quadril. Eu já estava alojada no meio das suas pernas e podia sentir o calor que vinha do seu sex*. – Tudo é novo pra mim... Eu queria experimentar...

Ela concorda com um movimento sutil e eu me ajeito feliz entre as suas pernas. Fico cara a cara com o seu sex* e pude notar que ela estava muito excitada. Minha vontade era de lamber todo aquele líquido que escorria, mas fiquei envergonhada. Nunca havia me sentido daquele jeito. Nunca havia sentido aquela vontade de provar o corpo de outra pessoa. Eu não estava me reconhecendo. Olho para cima e Lô estava apoiada nos cotovelos acompanhando meus movimentos.

Abro um pouco mais as suas pernas e vejo que ela está um pouco desconfortável. Será que eu devo parar? Tá, Paty, para, mas primeiro prova que é o que você mais quer.

Delicadamente toquei seus grandes lábios como se fizesse um carinho e expus um pouco mais os pequenos lábios os lambendo vagarosamente logo em seguida. Seu gosto me tomou por inteiro e eu gemi alto. Lorenza tenta fechar as pernas, mas eu não deixo. Não antes de mais.

Agridoce. Nunca antes uma palavra fez tanto sentido para mim. Lambi toda a extensão do seu sex*, da sua entrada até o clit*ris e novamente Lorenza pragueja arqueando as costas.

— Lô, que delícia! – Falo abocanhando seu clit*ris ouvindo um gemido. Nossa! Eu vou viciar nesse gosto! Minha língua circundava aquele nervo durinho como ela fez comigo e eu notava que ela estava perto do limite pelos indícios que seu corpo dava. Quando meu dedo médio brinca na sua entrada ela dá um pulo e me joga na cama de quatro.

— Chiliquenta, não tô aguentando mais. Agora vai ser do meu jeito.

Ela se posiciona atrás de mim pedindo que eu me apoie nos cotovelos e empine o bumbum. A minha vergonha foi esquecida. A camisa branca era uma mera coadjuvante. Lorenza levanta o pano branco até a cintura me expondo completamente para ela.

— Linda! – Ela fala enquanto alisa o meu sex* por traz com a mão cheia. Mordo os lábios e olho para ela por cima do ombro. Seu olhar está feroz, quase animal. Como se ela fosse o predador e eu a presa. E aquilo não me dá medo. Muito pelo contrário. Aquilo aumenta o meu tesão. Ela se abaixa e abocanha meu sex* me fazendo rebol*r na sua cara.

— Ai, Loooo... – Eu não sabia que sex* poderia ser desse jeito. Com Maurício sempre era ruim. Mesmo quando eu sentia um pouco de prazer nunca foi ESSE prazer.

— Você é deliciosa – Ela diz encaixando o seu sex* na minha bunda e iniciando movimentos de vai e vem. — Ah, Oncinha... – Seus dedos encontram meu clit*ris e eu não me controlo e solto um gritinho fino. — ... eu quero te foder, te ch*par, te lamber, te comer tanto... todos os dias pelo resto da minha vida... – Ela mordeu meu ombro desnudo, a camisa estava quase toda rasgada pela força que ela colocou no tecido, e eu não me importei com isso.

— Ah... Puta merd*... – Seu dedo deslizou para dentro do meu sex* e eu gemi forte. Ela inicia um vai e vem fazendo eu me perder na sensação daquele dedo. “Puta merd*! Como isso é possível?”. Lô encontra um lugar dentro de mim que me faz gritar e começa a investir na mesma posição. — Lô... Lô, eu... Ai... PUTA MERDA! – Meu orgasmo veio forte e intenso. Eu não consigo compreender como a cada nova experiência com essa mulher, parece melhor... É melhor... É melhor...

Lô fica mais uns segundos ainda sarrando seu sex* na minha bunda até que desaba por cima do meu corpo dando beijos carinhosos nas minhas costas. Ela tira a camisa branca que eu estava vestindo e me vira de frente para ela.

Nossas respirações ainda estão um pouco descompassadas, eu tento me cobrir ou pelo menos cobrir a minha barriga, mas ela segura as minhas mãos acima da minha cabeça.

— Por favor, nunca mais se esconda de mim. Você é linda demais morena, olha o seu corpo, ele é perfeito, do jeitinho que eu gosto!  – Ela diz olhando meu corpo sob a luz do dia que entrava pelas frestas da persiana da pequena janela do trailer. — Tudo em você é lindo. E eu mato qualquer um que te machucar ou fizer você achar o contrário.

Fim do capítulo