Ully por May Poetisa
Aliança
29.
Dezembro chegou e com ele as férias da faculdade. Primeiro ano de faculdade concluído com sucesso!
No meio do mês participei da minha última competição de judô deste ano. Bruno, além, de ser considerado o destaque do campeonato, foi homenageado por todo o seu atual desempenho como atleta e por ser bauruense, todos os munícipes se orgulham muito dele. Nossa amizade é sem dúvida, uma dádiva! Fechamos o torneio com êxito e voltamos a subir no pódio.
É muito emocionante subir ao pódio, algo mágico, especial, é um momento único e maravilhoso.
Zípora e eu estamos bem e felizes. Ela é um encanto, toda atenciosa, carinhosa e amorosa. No dia que ela marcou um jantar na casa dos pais dela, quase tive uma síncope.
- Amor, você tem compromisso sexta à noite?
- Não e minhas aulas já acabaram.
- Que bom! Tudo bem jantarmos na casa dos meus pais?
Eu fiquei muda e apavorada. Conheço ambos, mas, quando estive na presença deles anteriormente, eu nem era namorada dela, apenas amiga.
- Ei, você ficou calada e pálida.
- Eles sabem do nosso namoro?
- Sim. Algum problema?
- É, que, bom, né...
- Ully!
- Fiquei nervosa!
- Deixa disso, relaxa, meus pais são tranquilos e gostam de ti.
Na noite do jantar, troquei de roupa umas três vezes. Não sabia o que usar e estava insegura. Pura bobagem da minha parte, pois, os pais dela são uns amores e o nosso jantar foi muito agradável. Zípora ficou toda radiante.
Com as festas de final de ano chegando, começamos a combinar sobre o que fazer.
No dia 20, entro de férias do trabalho e vou para Tupã, visando passar o natal com a minha família. Já a Zípora vai viajar para o exterior com os pais dela, pois, querem passar o natal junto do irmão dela, nos Estados Unidos.
Combinamos de retornar para Bauru no dia 27, para passarmos o réveillon juntas.
- Princesa, você conhece Ilhabela?
- Não, nunca fui para à praia.
- Sério?
- Sim.
- Depois do natal, meus pais planejaram viajar pela Europa e eu já avisei que volto antes, para passar a virada do ano contigo.
- Tudo bem por eles?
- Sim! E com seus pais não terá problemas?
- Não. Eles gostam mesmo do natal, dizem que é mais família.
- Concordo. Minha família, tem um flat em Ilhabela, podemos viajar para lá no dia 28. O que você acha?
- Mas, nem vamos atrapalhar ninguém?
- Não. Todos estarão viajando e lá estará desocupado.
- Então podemos ir.
- Ótimo! A viagem é longa, então o melhor é avião daqui para São Paulo e de lá locamos um carro para continuar a viagem.
- Podemos nos revezar no volante.
- Verdade, meus pais fazem isso.
No dia 19 de dezembro, ela viajou com seus pais para Guarulhos e de lá para os EUA.
Já eu, no dia seguinte, viajei para Tupã, eu estava com saudades da minha família.
O meu cunhado, mora em Nova York e a minha namorada postou fotos lindas de lá; curti todas. A primeira que ela postou foi uma no aeroporto, junto dele e os dois são muito parecidos. Já outra foi no Central Park. Ela também foi na Times Square, fez passeio de barco em Manhattan e ainda assistiu um espetáculo na Broadway.
Mesmo cheia de atrações e diversões, ela não me esqueceu, mandando fotos com frequência e até me ligando. O que não passou despercebido pela minha mãe.
- Gosto da Zípora, ela é uma excelente moça!
Eu apenas sorri em concordância.
- Filha, tem algo a me dizer?
Gelei!
- Você sabe que eu te amo muito?
- Sei sim.
- E por isso pode falar comigo sobre tudo (garantiu).
- É que não sei como dizer e nem mesmo como a senhora vai reagir.
- Quando você se sentir bem para falar, estou aqui (disse e me abraçou).
Ficamos abraçadas por um bom tempo, sem dizer nada, até ouvirmos batidas na porta do meu quarto e era o meu pai. Assim que nos viu abraçadas, quis saber:
- Ela te contou?
Minha mãe mexeu a cabeça em negativa. Foi a minha vez de perguntar.
- Contar sobre o que?
Ele também sentou na minha cama e diferente da minha mãe, ele nem é de fazer rodeios, todo objetivo, sempre vai direto ao ponto.
- Eu e sua mãe estamos meio que desconfiados de você.
Comecei a suar, com muito medo e toda a minha insegurança veio com tudo. Até comecei a tremer.
- Homem, pare de deixar ela nervosa.
- Já está passando da hora de termos está conversa com ela, isso sim.
Todo o amor que aprendi, veio dos meus pais, os dois são maravilhosos, nunca faltou nada no nosso lar, eu e meu irmão somos abençoados. Eu sempre quis ser motivo de orgulho para os dois e eu não queria falar sobre a minha sexualidade para eles em plena véspera de natal, na realidade, acho que nunca terei coragem para ter está tal conversa. Por isso, abaixei a cabeça e fiquei em silêncio.
Voltei a ouvir batidas na porta, desta vez o meu irmão. Agora toda a família reunida no meu quarto e eu em estado de desespero.
- E então, ela está mesmo namorando a loura?
Eu tive uma crise de tosse. Meu pai deu um cascudo no meu irmão e minha mãe começou a dar risada. Foi desta forma que a minha família me tirou do armário. Meus fantasmas e receios, não tinham fundamento algum, descobri que a minha família não é preconceituosa e priorizam em primeiro lugar o amor. Quando contei para a Zípora, ela ficou felicíssima, confessou que também tinha preocupação com a reação deles.
Nosso natal em família foi incrível. Ajudei minha mãe no preparo de todas as sobremesas, teve mousse, pudim, bolo, sorvetone e pavê. Já meu pai e irmão cuidaram das carnes. Também trocamos presentes, para a minha mãe dei roupas, para o meu pai sapatos e para o meu irmão perfume. Eles me deram um kimono novo.
No dia 25, o Bruno me ligou, para desejar feliz natal e fiz questão de contar para ele.
- Minha amiga, que bom, você merece ser feliz e sem medo.
- Obrigada!
- Ah, deixa eu te contar. O Pablo está no Brasil, hoje cedo, vi uma foto da família dele toda reunida em São Paulo. Você acha que é loucura eu ir atrás dele?
- Será que ele vai te receber?
- Pior que nem sei, não tenho mais o número dele e para piorar estou bloqueado em suas redes sociais.
- Poxa que chato!
- Sinto tanta falta dele.
- Amigo, se você sente que deve ir, vá! Quem sabe ele te receba e eu ficarei na torcida.
- Ully, você é uma amigona, era isso que eu queria ouvir, alguém que me apoie.
- Conte sempre comigo!
Encerramos a ligação e tive uma ideia. Mandei mensagem para a Zípora e pedi para ela me ligar quando pudesse. Cerca de meia hora depois, ela fez uma vídeo chamada.
- Meu bem, feliz natal!
- Zí, feliz natal! Tudo bem?
- Sim e você?
- Também.
- Anjo, o que me conta?
- Eu queria ver contigo, se posso convidar o Bruno para ir conosco para Ilhabela. Ele vai tentar reencontrar o cara que ele gosta e se você concordar, pensei deles viajarem conosco.
- Claro que você pode convida-lo. Por lá temos dois quartos e podemos fazer programinhas em casais.
- Obrigada!
Convidei o Bruno, mas, ele acredita que o Pablo não vá concordar e nem sabe se de fato, vão se reencontrar; de qualquer forma me agradeceu e contou que no dia seguinte viajaria para SP.
No dia 26, eu pedi ajuda para a minha mãe e juntas fomos até o centro da cidade. Troquei mensagens com a minha sogra e ela me contou o número da Zípora. Eu não sabia o que comprar de presente para ela que já tem tudo, foi então que surgiu a ideia da aliança. Minha mãe adorou participar deste momento e eu me senti muito feliz em poder dividir este momento com ela.
"A aliança é uma algema, das mais doces das paixões, uma prisão pequenina que une dois corações"!
Fim do capítulo
Eis o penúltimo capítulo.
Como passaram de natal? Aproveitaram bastante?
Eu comi e descansei um bocado rs
Bom, até segunda retorno com o desfecho de Ully. Beijocas!
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 25/12/2020
Ully da se saindo bem romantica... rsrsrs... adorando
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Mille
Em: 27/12/2018
Olá querida May
Ainda bem que a família da Ully foi excelente e a tadinha quase passa mal.
Felicidade para o casal e viver a passagem de ano juntas em clima de romance.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Quem dera se todas as famílias fossem assim, evitaria muitos traumas.
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