Boa tarde amores, voltei!
Peço perdão pela demora, mas a vida deu uma complicada para meu lado.
Espero que gostem do capítulo.
Beijão
APRENDENDO A AMAR
POV Emma
Regina olhava incrédula para mim, não falava nada e não expressava reação nenhuma. Eu estava com medo, não queria me sentir tão vulnerável, mas já estava completamente apaixonada por ela.
Tentei me afastar, juro que tentei ignorar o que estava sentindo por aquela morena, mas vê-la nos braços de outra pessoa foi insuportável e eu não aguentei!
Sei que fui infantil, leviana no modo como me afastei. Fui covarde! Nem mesmo contei a ela que estava com outra terapeuta. Como pude permitir que ela soubesse por outra pessoa que não eu?
Não sou criança! Pensava enquanto olhava para ela e via uma lágrima escorrer pelo seu lindo rosto. Há tempo percebia o interesse dela por mim, por mais que fingisse que não. Confesso que me perturbava não saber se esse interesse refletia algum sentimento ou mera curiosidade, mas ainda assim optei por afastá-la e ignorá-la por completo.
E agora estou aqui, de frente para ela e preciso tomar alguma atitude se não quiser perdê-la de vez. Me encho de coragem e começo a caminhar lentamente em sua direção. Não adiantaria explicar nada, nesse momento as palavras poderiam complicar ainda mais a situação. Então optei por agir!
Retirei meu casaco e minha blusa, joguei em cima do sofá, cheguei bem próximo a ela e senti sua respiração ofegante. Ela continuava inerte, mas não tirava os olhos dos meus.
Lentamente retirei minha calça e a abracei por trás somente de roupas íntimas. Fui passando a mão suavemente pelo seu corpo enquanto beijava sua nuca. Tirei seu casaco e a virei de frente para mim. Vi que seus olhos estavam marejados. Comecei a beijar todo seu rosto e a segurar com um pouco mais de firmeza.
Ela parecia entregue ao momento, mas não paravam de escorrer lágrimas por sua face. A vontade que eu estava era de jogá-la na cama e matar todo meu desejo, mas não sabia ao certo como agir. Era visível que ela queria, mas parecia magoada e eu não queria machucá-la ainda mais.
Permaneci calma, mas não parei com minhas investidas. Entre beijos e afagos fui conduzindo ela para o quarto. Parecia que eu estava ficando com uma virgem de tão delicada que eu estava sendo.
Coloquei-a sentada na cama e retirei sua bota, soltei sua saia e arranquei de vez sua blusa que já estava aberta a um certo tempo. Ela era linda, usava uma lingerie vinho que realçava a cor da sua pele.
Fui beijando cada centímetro daquele corpo maravilhoso. Sentia sua pele arrepiar e a essa altura ela começava a soltar pequenos gemidos. Ver ela se contorcer em meus braços aumentava exponencialmente meu tensão.
Continuei nesse jogo de sedução por um tempo, segurava seus cabelos enquanto lambia sua orelha e apertava sua bunda. Ela gemia e arranhava minhas costas. De repente fui surpreendida, ela levantou abruptamente e ficou em pé me olhando. Eu sinceramente não entendi nada. Era visível que ela estava gostando, mas será que não o suficiente para continuar?
Tentei levantar e ela me empurrou novamente para a cama, subiu em cima de mim me prendendo com as perna, olhei para ela com malícia e ela invadiu minha boca com a língua quente e molhada. Rebolava em cima de mim enquanto explorava meu corpo com sua mão.
Começou a descer e a passar a língua por todo meu corpo, arrancou o resto de roupa que eu estava com uma sensualidade impressionante. Estava eu ali, nua e completamente entregue àquela mulher que há tempos me tirava o sono.
Abriu minhas pernas com certa violência e sem avisar começou a me ch*par. Eu gemia, me contorcia e ela intensificava os movimentos com a boca me fazendo delirar. Comecei a gem*r alto, não conseguindo me controlar, era muito tesão! Nesse momento ela me invadiu e começou a acelerar as estocadas de acordo com o ritmo da minha voz.
Eu rebol*va em sua boca sem o menor pudor. Parecia que ela conhecia cada pedaço do meu corpo, tamanha habilidade com que me tocava. Em poucos minutos um frenesi tomou conta do meu corpo e não consegui segurar. Explodi em um gozo intenso enquanto ela lentamente subia passando a língua pelo meu corpo deixando um rastro molhado.
Antes que pudesse regularizar a respiração ela já tinha me virado de costas e começado a beijar minha bunda. Sussurrava em meu ouvido para que eu rebol*sse para ela. Ela arranhava minhas costas e falava algumas besteiras em meu ouvido. Aquilo estava me deixando alucinava, quem diria que aquela bonequinha morena era uma safada na cama.
Ela literalmente me comeu a noite inteira e eu não conseguia encostar em seu corpo direito que ela rapidamente se virava e em poucos minutos me fazia delirar novamente. O desejo que ela estava sentindo ao me tocar era tão intenso que ela gozou algumas vezes sem que eu ao menos a tocasse. Cheguei a me assustar um pouco, afinal ninguém nunca sentiu tanto tesão assim por mim.
Depois de longas horas sem permitir que eu raciocinasse ela se jogou na cama e fechou os olhos em sinal de cansaço. Agora seria a minha vez, pensei...
Comecei a descer pelo seu corpo e fui surpreendida por sua mão que segurou a minha, me fazendo parar. Olhei para ela e vi que ela me olhava de uma maneira bem séria para a ocasião.
Ela levantou, vestiu a saia e foi ao banheiro. Eu estava estática, tentava arrumar alguma coisa para dizer que não piorasse a situação, mas no fundo não entendia o que estava acontecendo. Estávamos tão ligadas à minutos atrás. Não era possível que ela estivesse se arrumando.
_ Rê aconteceu alguma coisa? Fiz alguma coisa? Eu perguntava da cama, com a voz completamente falha, com medo do que viria a partir dali. Ela saiu do banheiro e em silêncio terminou de se arrumar. Pegou o celular e chamou um taxi. _ Você não vai embora sem conversarmos. O que está acontecendo? Fala comigo Regina...
_ Eu quis conversar com você Emma, te liguei várias vezes, te mandei inúmeras mensagens, quase implorei pela sua atenção e você me ignorou. Hoje, mais uma vez eu tentei conversar com você, perguntei o que estava acontecendo, você pediu para que saíssemos da boate e viéssemos para cá. Aqui eu tornei a perguntar o que estava acontecendo, pedi para que você conversasse comigo, mas você novamente me ignorou.
_ Mas... nós trans*mos ou melhor... nem sei ao certo o que aconteceu, você não deixou eu te tocar, te sentir, fazer você sentir o que eu estava sentindo...
_ Dei o que você queria, saciei seu tensão, não me peça mais nada.
Não acreditei no que estava ouvindo, ela não parecia nem de longe aquela moça delicada e sensível que sempre conheci. Estava amarga, seca e com muita mágoa.
_ Como você pode dizer isso? Você não sabe o que eu quero.
_ Sei sim meu amor, quisera eu não te conhecer. Infelizmente eu sei dos seus envolvimentos milimetricamente pensados.
_ Regina, por favor, escuta o que você está dizendo?
_ Eu nunca me decepcionei tanto com uma pessoa Emma. Sempre te dei liberdade para falar o que quisesse. Tentei ser sua amiga para além de sua terapeuta. Achei que você tivesse um pouco de consideração por mim.
_ Regina eu estava...
_ Não precisa falar nada Emma, eu não quero mais saber. Você queria sex* e teve, não precisa se sentir culpada, afinal não sou mais sua terapeuta.
_ Regina pelo amor de Deus, você realmente acredita que eu seria tão baixa com você? Eu sempre soube do seu interesse por mim e jamais a usaria dessa forma.
_ Mais um motivo para eu ir embora, se você sabia dos meus sentimentos e ainda assim fez o que fez é porque não merece minha atenção. Você tinha total direito em procurar outra terapeuta, mas eu merecia ser informada. Se você estava curiosa em saber como era ficar com uma mulher e viu em mim uma possibilidade, poderíamos ter conversado e resolvido esse problema juntas, mas você me ignorou com terapeuta, como amiga e como mulher.
_ Regi...
_ Emma meu taxi chegou, espero que tenha satisfeito sua curiosidade. Ela dizia com lágrimas nos olhos. Pegou sua bolsa e saiu, me largando nua na cama, sem reação e completamente desnorteada. Eu enfrentei uma verdadeira batalha interna quando me vi apaixonada por aquela mulher e agora que estava disposta a correr o risco ela simplesmente se recusava a me escutar.
Eu sabia que tinha feito merd*, mas será que passei a impressão que queria apenas sex* com ela? Não era possível que ela acreditasse realmente nisso...
Minha cabeça girava enquanto olhava pela janela e a via entrar no taxi que já estava a sua espera. O que eu vou fazer agora?
_ Rubi, desculpa te acordar, mas preciso da sua ajuda. Vem pra cá, por favor.
_ Calma Emma, daqui a pouco chego aí.
Pouco mais de meia hora depois Rubi entrava apavorada no meu apartamento.
_ Que foi loira?
_ A Regina veio aqui pra casa, me perguntou o que estava acontecendo, pediu para que conversássemos e... Eu não...
_ Você o quê o mulher?
_ Eu não sabia o que falar, tinha medo de abrir a boca e piorar a situação e acabei escolhendo o pior caminho.
_ Você vai me matar de curiosidade, fala logo...
_ Parti pra cima dela.
_ Como assim?
_ Isso mesmo que você está pensando. Tirei minha roupa e agarrei ela. Comecei a beijá-la e rapidamente a levei para o quarto, arranquei a roupa dela e antes que pudesse fazer qualquer coisa ela se virou e me agarrou. Nunca senti tanto prazer como senti com ela. Ela me fez goz*r a noite toda. Parecia insaciável, não me deixava respirar direito.
_ Gente, tô besta.... safadinha aquela morena, gostei dela, kkkk...
_ Calma que não terminou. Quando ela finalmente pareceu cansar eu comecei a beijar seu corpo, queria fazer ela sentir o mesmo prazer que eu, mas ela me bloqueou, levantou, se vestiu, chamou um taxi e foi embora.
_ Ô porr*, agora não entendi nada!!!
_ Nem eu, pedi para ela conversar comigo e foi aí que começou o massacre. Ela disse que tentou conversar comigo inúmeras vezes, inclusive hoje e tudo que eu fiz foi ignorá-la. Falou que me deu o que eu queria e que se meu desejo era sex* já estava satisfeito.
_ Não acredito que ela falou isso?
_ Tentei conversar, mas ela não permitiu que eu abrisse a boca e foi embora falando que esperava que tivesse matado minha curiosidade. Cara, você tem noção que ela não permitiu que eu a tocasse com mais intimidade?
_ Tô chocada, não sei nem o que falar. Apesar de não conhecê-la direito, pelo que a Tinker fala ela é sensível, delicada, não consigo imaginar ela fria assim.
_ Pois é, a mulher me dá a melhor noite da minha vida e vai embora dizendo que espera que eu tenha satisfeito minha curiosidade.... Até agora eu não consigo raciocinar direito. Não é possível que ela acredite que só queria sex* com ela!
_ É minha amiga, pelo jeito a ferida que você fez nela foi maior que nós imaginávamos. Isso é coisa de mulher machucada. O que você pensa em fazer?
_ Não faço a mínima ideia, por isso te chamei aqui.
_ Você vai pedir conselhos logo pra mim, sou conhecida como a rainha da tempestade. Não consigo deixar para amanhã o que, na minha cabeça dá para ser resolvido hoje. Algumas vezes dá certo, mas em outras estrago tudo de vez.
_ Me ajuda, por favor, tô mais perdida que cego em tiroteio.
_ Só ver existem duas opções minha amiga, você pode dar um tempo para que ela pense, analise o que aconteceu e chegue a uma conclusão, o que pode ser favorável ou não, dependendo da linha de raciocínio que ela vai tomar. Ou você pode aproveitar que os ânimos estão alterados e obrigar ela a ouvir tudo o que você pensa e sente. Pode ajudar ou piorar de vez, mas de um jeito ou de outro você terá que arriscar.
_ Porr*, de um jeito ou de outro eu posso fuder tudo ainda mais, se é que isso é possível.
_ É minha amiga, você escolheu o pior caminho, não em agarrá-la, mais sim em ignorar os sentimentos dela e só pensar em seus medos. Você sabia o que ela sentia, sabia a força que ela fazia para que seus sentimentos não atrapalhassem seu tratamento e ainda assim não pensou nela.
_ Você não está ajudando Ruby.
_ Ouvir a verdade dói, mas eu não seria sua amiga se não falasse. Você só pensou em você. Nunca pensou na tortura que deveria ser para ela cuidar de você como terapeuta estando apaixonada. Imagina se ela tivesse te largado? Mas não, ela colocou o seu bem estar em primeiro lugar e o que você fez como retribuição? Foi sincera com ela? Ainda que optasse por não viver esse sentimento ela merecia a verdade, mas não, você fugiu e não olhou para trás.
Eu nunca tinha visto por esse ângulo, por mais que detestasse admitir a Ruby estava falando a verdade. Eu só pensei em mim. Até mesmo na boate eu só pensei em mim, na minha raiva, no meu ciúme, como fui egoísta. Mas agora preciso fazer alguma coisa. Eu quero ela e sei que ela me quer, não é possível que não vamos nos entender.
Me despedi da Ruby e me joguei na cama, precisava decidir o que fazer, precisava definir se agiria agora com os ânimos a flor da pele ou se esperaria a poeira baixar. Cansada dormi e só acordei por volta das 20h da noite.
Levantei da cama, preparei alguma coisa para comer enquanto olhava para sala vazia. Tinha a sensação de ainda sentir o perfume dela no ar. Ainda não tinha decidido o que fazer. Tinha medo de ser impulsiva e estragar tudo, mas também tinha medo de esperar e ela enraizar aquela ideia maluca e não mais permitir uma aproximação. Novamente resolvi me arriscar.
Tomei um banho, escolhei a melhor roupa que tinha, me maquiei cuidadosamente, coloquei um perfume suave e chamei um taxi. Enquanto esperava me olhei no espelho fixado no Hall do condomínio, verificando se estava a altura da minha ousadia. Usava uma calça legue preta e uma blusa clara que abusava no decote. Escolhi um sapato social baixo, queria estar confortável para enfrentar o que estava por vir. Tracejei bem os olhos, deixando ainda mais vivo o verde. Escolhi um batom mate na cor vinho, sabia que ela ia gostar, pois já tinha elogiado aquele batom nas duas vezes que me viu com ele.
O taxi chegou, sabia que ela morava na rua Voluntários da Pátria em Botafogo, mas não sabia exatamente aonde. Resolvi ligar para uma das únicas pessoas que tinham o endereço dela.
_ Alô, Doutor Archie, desculpa te incomodar a essa hora, mas eu preciso da sua ajuda.
_ O que aconteceu?
_ Preciso do endereço da Regina.
_ Desculpa meu anjo, mas não posso lhe dar sem a permissão dela.
_ Por favor, eu preciso dizer pra ela tudo que sinto. Preciso dizer que estou apaixonada. Ela precisa entender que me afastei dela por não saber lidar com meus sentimentos. Em momento nenhum eu quis machucá-la.
_ Eu entendo Emma, mas ainda assim não posso te dar o endereço dela. Me perdoe. Espera até segunda e procura por ela no consultório.
_ Obrigada mesmo assim, mais uma vez desculpa pelo horário.
Olhei para o taxista, que pacientemente esperava meu destino.
_ Moço me leva para Botafogo, por favor.
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Enquanto isso do outro lado da cidade Regina desabafava com seu melhor amigo.
POV Regina
_ Como fui permitir que isso acontecesse Archie?
_ Regina você foi muito severa com ela e consigo mesma. Deveriam ter conversado.
_ Eu tentei, mas ela me agarrou.
_ E você não gostou? Regina não minta pra mim.
_ Claro que gostei, mas não queria que tivesse sido assim. Eu gosto dela, não queria só sex*.
_ Mas quem garante que ela só queria isso? Você pode estar lendo a situação da forma errada.
_ Archie você também a conhece, sabe dessa maldita regra que ela se impôs, se recusa a conversar comigo e quando penso que vamos nos entender ela simplesmente fica nua na minha frente. Ou seja, ela queria apenas sex* e foi isso que ela teve.
_ Você não é assim meu amor, fria, calculista... Pelo contrário, você é doce, suave, romântica... Não reconheço essa mulher que está sentada na minha frente. Você a tratou pior que lixo. Pensa comigo, essa limitação dela se dá pelo fato de ter sido rejeitada durante a gravidez por um cara que estava apaixonada. Aí você a trata como garota de programa.
_ Eu não fiz isso....
_ Como não Regina, você faz o que quer com ela, não permite que ele te toque e no final diz que deu o que ela queria. Nem com prostituta fazemos assim. Eu sei que você está magoada, mas você foi cruel.
Nesse momento minha ficha caiu e acabei percebendo como tinha sido baixa e cruel. Chorei copiosamente. Não podia ter feito isso. Como pude ser tão vil com uma pessoa tão maltratada pela vida?
Fui arrancada dos meus devaneios pelo celular do Archie que tocava insistentemente.
_ Archei é ela, não fala que estou aqui, pelo amor de Deus.
Ouvia calada a conversa dos dois e mal conseguia conter o choro.
_ O que ela disse Archie, que endereço era esse que ela estava te pedindo?
_ Você sabe que era o seu. Mandei ela te procurar na segunda, então se prepara, pois você precisa conversar com ela, ainda que vocês não queiram ficar juntas, precisam pelo menos organizar as coisas.
POV Narrador
Ela conseguiu sair de lá pior do que estava. Não tinha se tocado em como tinha sido má com a Emma. Desesperada resolveu caminhar um pouco na enseada de Botafogo antes de voltar para casa.
Nessa altura Emma já estava em Botafogo, mas não fazia a mínima ideia de pra onde deveria ir. Estava há pelo menos 20 minutos parada na rua onde a loira morava olhando a infinidade de prédios como se fosse ter uma ajuda divina. E parece que teve, lembrou da Tinker, elas eram amigas e com certeza ela saberia o endereço exato da Regina.
POV Emma
_ Ruby preciso do telefone da Tinker.
_ Como você está amiga, melhorou, conseguiu dormir?
_ Gata não posso te dar muita atenção agora, preciso do telefone da Tinker.
_ Não vai fazer besteira mulher!!! Vou mandar para seu celular.
Assim que chegou a mensagem, rapidamente liguei.
_ Tinker peguei seu telefone na agenda da Ruby, me perdoa pelo inconveniente, mas preciso falar com a Regina.
_ Oi Emma, não tem problema, mas em que eu posso te ajudar?
_ Preciso do endereço dela.
_ Ai gata, agora você pegou pesado, não sei se posso te dar.
_ Linda eu preciso falar com ela, se você não me der eu vou bater em cada prédio da rua dela. Me facilita, por favor.
_ Quer saber, vocês que são brancas que se entendam. Ela mora no prédio 422, apartamento 604. Vê se não vai fazer besteira garota, pelo amor de Deus...
_ Obrigada, fico te devendo essa.
Novamente peguei um taxi, apesar de estar na rua dela, a rua era enorme e era inviável ir andando, ainda mais ansiosa como estava. Em menos de 10 minutos estava eu na portaria do prédio, buscando a coragem necessária para o pior embate da minha vida.
_ Boa noite, tudo bem? Qual apartamento a senhora vai? Quem eu anuncio?
_ Boa noite, 604, por favor. Meu nome é Tinker.
_ Só um minuto senhora Tinker.
Enquanto ele interfonava para o apartamento dela meu coração vinha na boca. A que ponto você chegou Emma Swan, precisar mentir o nome para ter acesso a uma pessoa.
_ Senhora ninguém atende.
_ Obrigada.
_ A senhora quer deixar algum recado?
_ Não, obrigada! Mas eu posso te pedir um favor?
_ Claro.
_ Poderia anotar meu celular e me avisar quando Regina chegar. Acabei de chegar de viagem e quero fazer uma surpresa para minha amiga.
_ Sem problemas.
Rapidamente anotei meu celular em um pedaço de papel e o entreguei.
_ Estarei aqui por perto. Pode me ligar a hora que for. E não esquece, é surpresa.
Me despedi com belo sorriso de agradecimento e fui para um barzinho muito charmoso que tinha ali perto. Como não fazia ideia da hora que ela chegaria pedi um petisco e uma taça de vinho.
Pouco mais de duas horas depois meu celular tocou, o número era desconhecido. Meu coração disparou enquanto me esforçava para atender o telefone aparentando tranquilidade.
_ Alô.
_ Dona Tinker, aqui é o porteiro da Dona Regina. Ela acabou de chegar.
_ Obrigada meu amigo, daqui a pouco estarei aí.
Demorei cerca de uns 20 minutos tentando controlar minha respiração e reconectar minhas ideias. Pedi a conta e saí. A cada passo que dava em direção ao prédio minha respiração voltava a ficar descompensada. Minha cabeça girava e meu peito doía, não sabia exatamente o que faria, mas precisava fazer alguma coisa.
Reuni o pouco de coragem que me restava e entrei no prédio. A essa altura já passavam das 23h da noite. Titubeei com o avançar da hora, mas não podia voltar atrás.
_ Muito obrigada por me avisar. Isso aqui é pela sua gentileza.
_ Que isso Dona Tinker, não precisa.
_ Uma troca de agrados não faz mal a ninguém. Falei sorrindo enquanto lhe entreva uma quantia em dinheiro. Ele me anunciou e eu entrei no elevador. Foram os seis andares mais angustiantes da minha vida.
POV Narrador
Enquanto isso dentro do apartamento Regina se questionava mentalmente sobre o que Tinker estava fazendo lá àquela hora. Tinham se visto naquela tarde, pois a amiga tinha sido uma das pessoas em quem ela buscou consolo. Não era do feitio da loira aparecer sem avisar, nem que fosse por mensagem.
Estava com uma camisola rendada e o cabelo levemente preso. Pensou em trocar de roupa, mas Tinker estava careca de vê-la assim, além do mais não estava com a mínima vontade de se arrumar. Na verdade queria estar jogada na cama, mas...
Em poucos minutos ouviu-se barulho na porta. Regina saiu da cozinha em direção a sala com duas taças de vinho. As colocou em cima da mesa de centro e gritou.
_ Quero ver a desculpa que a senhorita vai me dar para invadir minha casa a essa hora.
Abriu a porta e petrificou diante da figura de Emma.
_ Desculpa vir sem avisar, mas preciso falar com você...
_ O que você está fazendo aqui? Como conseguiu meu endereço? Você falou para o porteiro que seu nome era Tinker?
Regina falava com tom ríspido, demonstrando que não gostara nem um pouco da surpresa. As duas se encaravam, tentando decifrar o que cada uma tinha na alma.
_ Desculpa, eu não tinha certeza se você aceitaria me ver, por isso dei o nome dela.
_ Eu não sabia que você era dada a ardis Emma!!!
POV Emma
Ia ser mais difícil do que pensava, ela não conseguia esconder a raiva que sentia de mim. Eu não sabia como vencer aquela resistência, tentei pegar na mão dela e ela rapidamente se desvencilhou de todo e qualquer possível contato.
_ Não fala assim Regina, eu vim na paz, precisamos conversar. Depois se você quiser eu sumo da sua vida, eu juro, mas não é justo com a gente esse silêncio, ou melhor esse achismo todo. Nunca fomos mulheres de meias palavras, não vai ser agora que começaremos a ser. Me deixe entrar, por favor...
_ Emma eu sei que precisamos conversar, mas não agora. Ainda estamos com a cabeça quente e podemos sair ainda mais machucadas dessa conversa. Outro dia conversamos. Vai embora, por favor.
_ Não, eu não saio daqui enquanto você não me escutar. Se você não quer conversar tudo bem, mas eu preciso falar e você não pode me negar esse direito.
_ A partir do momento que você invade minha casa eu posso sim, eu não te convidei, por tanto você não é bem-vinda.
Ela estava irritada, sua boca estava seca e seus olhos começavam a ficar vermelhos e marejados. Dava para ver o esforço que estava fazendo para não chorar.
_ Eu não invadi nada, estou do lado de fora da sua casa.
A merd* já estava feita, ela não queria conversar comigo e já tinha me mandado embora umas três vezes, era hora de tomar uma atitude. Invadi a casa, fechei a porta e agarrei ela iniciando um beijo apaixonado. Ela me empurrou com toda a força que tinha.
_ Você não vai fazer isso de novo Emma. Falava enquanto as primeiras lágrimas começavam a correr pelo seu rosto.
_ Regina pelo amor de Deus, será que é tão difícil assim entender que eu te quero.
_ Eu já entendi, mas eu não quero e é você quem não está entendendo.
_ Me perdoa, eu sei que fui idiota, egoísta e escrota, mas eu não sabia o que fazer com o que estava sentindo e no desespero acabei fugindo. Você melhor que ninguém sabe como é complicado para mim administrar esse sentimento de vulnerabilidade. Eu escolhi o pior caminho e acabei te machucando, mas...
Não conseguia mais conter minhas lágrimas. Tudo que evitei por anos afio estava acontecendo, estava completamente vulnerável e a mercê dela e da sua piedade.
_ Mas... Ela me olhava enquanto esperava eu me refazer e continuar a falar.
_ Eu tô completamente apaixonada por você e não sei lidar com esse sentimento. Tenho medo de sofrer, tenho medo de fazer você sofrer. Não queria que você soubesse, mas você tinha que agarrar aquela ruiva exibida bem na minha frente, com tantas boates no Rio, você foi justamente pra onde eu trabalho.
Eu praticamente gritava, andando de um lado para o outro, sem conseguir encará-la. A vontade que tinha naquele momento era de correr para longe dali.
_ Olha pra mim Emma. Ela falava segurando meu rosto fazendo com que eu a encarasse.
_ Eu juro que não fiz com a intenção de te provocar.
_ A não? Foi coincidência você me encontrar lá, se liga Regina!
_ Não, não foi coincidência. Eu sabia que você estaria lá e queria que você me visse com a Dany, mas na minha cabeça você tinha se afastado por ter percebido meu interesse por você. Nos olhamos com mais ternura e a conversa começava a fluir de forma mais amena. _ Você me magoou muito. Você deveria ter sido sincera comigo, ainda que não me quisesse mais por perto.
_ Eu não sabia como ser sincera, se coloca no meu lugar. Como eu iria dizer pra minha terapeuta que estava apaixonada por ela. Eu nem sabia ao certo se você era gay. Acabamos rindo com minha fadada colocação. _ Imagina minha cabeça, além de estar apaixonada por uma mulher, o que por si só já era novidade e ainda por cima ela era minha terapeuta. Eu surtei.
_ Corri para o Archie, expliquei a ele o que estava acontecendo e pedi a indicação de uma nova terapeuta. Ele me incentivou a me declarar para você, mas isso era inconcebível na minha cabeça.
_ Então o Archie sabia de tudo?
_ Sim, inclusive vendeu seu peixe, kkkk
_ Como assim?
_ Disse que você era linda, inteligente e solteira e que não sendo mais minha terapeuta não haveria mais entraves entre nós. Agora você vê, eu estava tão surtada que não reparei que ele já estava me confirmando, sem querer sua sexualidade.
_ Bom saber que ele estava do seu lado nessa confusão.
Estávamos bem mais calmas e ela tinha baixado a guarda. Peguei a taça de vinho que estava em cima da mesa e sentei bem próxima a ela.
_ Eu sei que essa taça de vinho era pra Tinker, mas como ela não está aqui, eu vou beber com você. A entreguei a outra taça. Tomamos um gole e novamente as coloquei em cima da mesa. Segurei sua nuca e sussurrei em seu ouvido. _ Você está linda com essa camisola. Ela sorriu timidamente.
_ Nem lembrava que estava de camisola. Aproveitei o ensejo e mais uma vez lhe agarrei em um beijo apaixonado. Dessa vez era um beijo calmo, suave e cheio de ternura. Ao final do beijo ela se desvencilhou dos meus braços e levantou. _ Emma, o que vamos fazer?
_ Agora... Perguntei com um sorriso malicioso enquanto levantava e caminhava em sua direção.
_ Não, com o que estamos sentindo. Não sei se devemos levar essa loucura adiante. Você não me conhece, não sabe das minhas histórias, das minhas decepções. Você se apaixonou pela Regina terapeuta, mas eu sou muito mais que isso.
_ Bem... desde que você não seja aquela egoísta de mais cedo, eu já estou satisfeita. Ela me olhava com a cara de quem não estava entendendo direito. Percebi sua dúvida e novamente sussurrei em seu ouvido. _ Você está me devendo mocinha! Ela se espantou ainda mais. _ Não pense que eu esqueci que o que você fez comigo na cama. Hoje você me paga Srta. Mills, vou te comer todinha.
Ela corou, provavelmente lembrou que tinha sido escrota, não só pela cama, mas por tudo que falou depois.
_ Desculpa Emma....
Antes que pudesse finalizar seu pensamento a agarrei.
_ Eu não quero mais conversar.
Comecei a beijá-la enquanto passava a mão pelo seu corpo, queria desvendar cada mistério daquele corpo, conhecer cada detalhe, cada zona de prazer... levantei sua camisola e parei para admirá-la. Ela estava somente de calcinha. Ela era linda, perfeita...
Ela tirou minha blusa, me jogou no sofá, tirou meus sapatos e minha calça. Me colocou sentada e sentou no meu colo. Me beijava e mordia minha boca enquanto rebol*va sobre mim. Depois de alguns minutos daquele beijo quase desesperado, ela me pegou pela mão e me levou para seu quarto.
Retirou meu sutiã e já ia meter a mão na minha calcinha quando eu segurei sua mão. Ela me olhou espantada, não esperava aquela reação.
_ Agora quem comanda sou eu gata!!!
Ela sorriu e mordeu o canto dos lábios. Aquilo me deixou ainda mais louca. Era incrível como ela conseguia mexer com minha libido sem fazer praticamente nada.
Peguei ela no colo e a coloquei de joelhos em cima de uma mesa de estudos que tinha em um canto do quarto. Arranquei sua calcinha e a devorei por completo. Ela segurava minha cabeça e gemia alto. Rebolava em minha boca e tentava arranhar minhas costas. Quanto mais ela gemia, mais eu acelerava os movimentos com a língua. Fui vendo ela chegar ao ápice do prazer, sentindo aquele gosto maravilhoso e aquela pele quente. Senti seu corpo ficar mole, apoiei para que ela descesse da mesa e a joguei rapidamente na cama. Ela ainda tentava regularizar a respiração, mas eu ainda não tinha saciado minha vontade.
Ela era linda, gostosa e insaciável. Deitei ao seu lado para descansar e ela rapidamente subiu em cima de mim.
_ Minha vez loira.
Mordeu minha orelha ao mesmo tempo investia sobre minhas zonas erógenas. Em poucos minutos estava goz*ndo. Era impossível segurar alguma coisa com aquela morena. Quem a via trabalhando não era capaz imaginar o furacão que aquela mulher era na cama.
_ Eu nunca imaginei, nem nos meus melhores sonhos o fervor que você é na cama morena.
Ela me olhava com ar de vitoriosa.
_ Você não viu nada gata.
Passamos a noite nos engolindo, quase que no sentido literal. Era muito tesão e por mais que fizéssemos amor não conseguíamos nos saciar.
Dormimos exaustas. Acordei sabe lá Deus que horas. Reparei que ela não estava na cama. Fui ao banheiro lavar o rosto e vi o caco que estava. Minhas costas estavam todas arranhadas, parecia que tinha brigado com uma gata. E que gata, pensei.
Coloquei a calcinha e o sutiã, quando ouvi a porta do quarto abrir.
_ Está se arrumando por quê senhorita? Eu autorizei? Me deu um selinho e um abraço apertado. _ Vem, eu fiz um café reforçado pra gente. Você vai precisar de forças.
Olhei para ela que me retribuiu com um olhar cheio de malícia.
_ Eu trabalho hoje esqueceu?
_ Já ouviu a expressão: quem tem amigos não morre pagão?
Assenti com a cabeça enquanto comia uma torrada com mel.
_ Então, já resolvi tudo. Você está de folga hoje. Você está presa comigo e a mercê das minhas vontades.
Impossível não rir, terminamos de tomar o café, fomos para o banho e nos trancamos no quarto. Fizemos amor o dia inteiro. Brincávamos, implicávamos uma com a outra e nos desafiávamos na cama. No final da noite estávamos cansadas, mas felizes.
_ Rê...
_ Fala.
_ Deixa eu te amar? Nos olhamos com carinho. O dia tinha sido mágico. Nos encaixávamos de uma maneira inexplicável. _ Você, melhor que ninguém sabe que sou complicada. Tenho dores que carrego comigo que ainda me arrancam lágrimas e me tiram o sono. Mas eu quero te amar, quero ser amada por você. Te quero na minha vida.
POV Regina
Foi impossível não marejar os olhos com aquele pedido, eu amava aquela loira há um bom tempo. Sabia das suas dores e conhecia profundamente todos os seus medos.
_ É claro que eu vou estar sempre na sua vida Emma.
_ Mas eu quero mais, quero saber que você é minha. Não quero nenhuma ruiva, morena, loira, negra, asiática ou qualquer tipo de mulher passando a mão em você. Não consegui segurar a gargalhada. _ Qual a graça?
_ Não sabia que você fazia a linha ciumenta. Tá vendo como não conheço tudo em você!
_ Não é ciúme!!!!!!!
_ A não? Ok, vou fingir que acredito.
_ Então, você topa encarar essa mulher problemática?
_ Claro que topo Emma Swan. Sou louca por você loira.
_ Você me chamou para dançar há mais de um ano atrás e estou esperando um novo convite até agora.
_ Sério Emma que você ainda tem pique para sair?
_ Sim, vamos aproveitar essa folga extra e sair para dançar. Nunca entrei naquela boate como consumidora, chegou meu dia.
POV Narrador
Animadas elas se arrumaram e pegaram o carro. Já passavam das 22h quando chegaram no Pub. Ruby viu o carro estacionando e chamou Tinker.
_ Loira olha quem está chegando.
_ Pelo jeito a tal conversa não saiu como esperávamos.
_ Ou não, olha quem está no banco do carona.
As duas saíram do carro rindo e atravessaram a rua. De cara viram que Ruby e Tinker estavam esperando por elas.
_ Olá meninas. Vocês estão bem? Tinker perguntou meio sem jeito.
_ Bem. Regina se limitou a dizer enquanto pegava uma bebida sem álcool para beber.
_ Sério mesmo. Nós estamos em cólicas esperando um sinal de vida de vocês e sua resposta é bem. Pode começar a falar sua vaca.
_ Tinker não chame minha namorada de vaca, senão vou esquecer que te devo uma, kkkk
As duas riam das caras de babacas que as duas estavam. Nesse momento aparece Belle sorrindo.
_ Ouvi a palavra namorada? Então você tomou coragem e pediu a Tinker em namoro Ruby?
Todas, exceto Ruby caíram na gargalhada. Inocente a Belle tinha explanado os sentimentos da amiga sem saber.
_ Não entendi a graça! Belle indagava sem entender o que estava acontecendo.
_ Então quer dizer que você quer me pedir em namoro Ruby! Eu sabia que beijava bem, mas....
Novamente elas gargalhavam. As únicas caladas eram Belle, que não entendeu direito o que acontecia e Ruby que estava morrendo de vergonha.
_ Deixa eu te explicar Belle, falava Tinker tentando conter a vontade de rir. Essas duas aqui, depois de alguns desencontros resolveram assumir o que sentem e estão namorando.
_ Emma! Não sabia que você era...
_ Nem eu amiga. Essa morena que virou minha cabeça.
_ Ok, felicidades meninas. Cuida da Emma que essa mocinha aqui merece ser muito feliz.
Regina sorriu e assentiu com a cabeça.
_ Ela já cuida, pode deixar. Na verdade cuida de mim há dois anos.
_ Como assim? Vocês já estão nesse enrosco há dois anos e eu não percebi nada?
_ Não.... Novamente as meninas voltavam a rir.
_ Nossa Belle você precisa ser atualizada nos acontecimentos. Dessa vez era a Ruby que tomava a frente. _ a Regina era terapeuta da Emma e elas se apaixonaram, mas ao invés de conversarem, se afastaram. Ontem a Regina veio pra cá com uma ruiva e a Emma surtou. Lembra que ela invadiu nossa sala e eu a mandei subir e colocar a ruiva pra correr? Então ela fez isso e agora elas estão namorando. Acho que falei tudo.
_ Então foi você dona Ruby que incentivou essa louca a expulsar a coitada da Daniele daqui. Bom saber.
_ Coitada nada, estava enfiando a língua na sua boca. A vontade que eu estava era de dar uns belos sopapos nela, mas... tive que tomar uma atitude antes que ela quisesse enfiar a língua em mais algum lugar.
Novamente elas voltavam a gargalhar. Regina vendo que o ciúme era real se aproximou da namorada lhe deu um selinho e afagou seu cabelo.
Fim do capítulo
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