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Desejo Carnal por millah

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Palavras: 5239
Acessos: 2633   |  Postado em: 28/10/2018

Capítulo 29--Madame

                                                        MADAME

 

Eu a conheci num Domingo.

Era o primeiro Domingo livre depois de semanas de puro trabalho. Pela manha ate a tarde eu tinha o colégio, as chatices de todos e meu sono particular nas aulas da minha queridinha Sofia,ao fim da tarde ate o começo da noite eu tinha meu pai e os deveres de casa,coisas de mulher que nunca dei valor mas fingia demência e cuidava da casa,treinava no polo e estudava é claro.

Eram poucas horas com meu pai mas sim insuportáveis com ele sempre a reclamar mas a noite,quando ele pensava que eu ia ao Seven eleven trabalhar eu ia a Desejo Carnal.Era divertido mas essa era a minha primeira folga depois de semanas!Eu tinha que aproveitar!Ninguém me atrapalharia em meu descanso.

Peguei o ônibus, ate ai tudo normal, mas havia algo diferente nesse dia, eu havia esquecido minha carteira.

Me desesperei é claro,o cobrador que depois de me xingar horrores teve pena de mim e me concedeu uma passagem exclusiva paga do seu bolso.eu me senti uma lesada dentro daquele ônibus.Isso nunca aconteceu comigo mas vida que segue.Eu ia me divertir neste Domingo e assim que pisei para fora do ônibus atolei meu tênis numa poça de agua.

Era sacanagem.

Tinha chovido muito na noite passada.Meu pé encharcou mas o dia estava agradável e ventava o suficiente para secar meu tênis e eu não ia me estressar por aquilo.Parei em uma mesa de picnic e retirando o tênis esperei um pouco.Ainda era cedo e mesmo não começando do jeito que queria eu ia me divertir, eu repeti isso como um mantra.

Eu precisava dessa liberdade e era ótimo sentir a grama na sola dos pés e foi um alivio ver que meu tênis secou bem rápido e pude finalmente calça-lo novamente.

Decidi me perder nas trilhas,ser invadida pelo som do mundo como ele era tempos atrás com o bater de folhas em meus ouvidos e as vozes a se perderem ao longe.Era bom ficar sozinha com meu caderno de desenho e meus lápis de cores.Ali eu poderia esquecer um pouco quem eu era,esquecer um pouco as batidas da musica que faziam meu corpo agitar.Foi um bom descanso...ate eu me perder nas trilhas de verdade.Era como naquele meme,eu não sei se vou pra lá ou se vou pra cá,só sei que qualquer um dos dois caminhos vai dar errado.E deu!

Era o dia da marmota.

Já que eu estava com meu caderno de desenho tentei criar um mapa das trilhas e nunca meu senso de direção foi tão horrível como naquele dia e para piorar pisei em mais uma poça,desta vez de lama.

Que bela folga..

Os corredores iam e vinham e claro passavam por mim e me encaravam a rir.Eles viam escrito na minha cara de perdida o meu desespero mas seguiam.

Uma delas, uma senhora corredora, de boné e roupas esportivas e rabo de cavalo impecável passou por mim e parou.

Nem sei quantos segundos ela ficou ali me encarando a ofegar,eu só sei que a ouvia em contraste ao cantar dos pássaros me tirando a concentração do meu mapa louco e quando dei por mim lá estava ela cansada a sorrir pra mim.

 

“esta perdida?”

 

Perguntou ela gentilmente e como eu queria dizer que sim..

 

“eu tô bem”

 

Ela moveu seu olhar para o meu tênis e claro ela descobriu que não.

 

“já que esta bem, sabe que a saída das trilhas fica naquela direção,seguindo pela direita,subindo as escadas de madeira e seguindo reto.”

 

Escadas de madeira..como eu poderia ter me esquecido das escadas de madeira?

Ela sorriu a mim e voltou a correr.ela não me deu a chance de agradecer pois sabia que meu orgulho não permitiria.

Foi a primeira vez que vi Madame.

Segui pelo caminho ensinado e ela estava certa, eu me livrei das trilhas e dos meu sapatos.tive que lava-los mais uma vez em um banheiro que achei e observando eles no tanque me peguei pensando naquela senhora.ela não era exatamente uma senhora mas beirava os cinquenta e nove talvez?Eu não sabia.

Ela era linda com seus cabelos castanhos quase ruivos e pele branca que do esforço que fazia ao se exercitar se tornava vermelha.fiquei me imaginando olhando para ela igual a uma retardada enquanto a examinava.devo ter deixado sinais, eu sempre deixava.

A questão foi que de um box do banheiro ela saiu e deu novamente de cara comigo e meus tênis atolados na pia do banheiro não era a visão que eu queria que ela visse.

Me coloquei a frente deles e claro ela parou e me sorriu novamente.Seus olhos seguiram ao espelho e com certeza ela viu meus tênis.

Que idiotice.

O que eu tinha feito para aquele Domingo me castigar assim??

Ela sorriu e deixou o banheiro.

Depois daquela vergonha com aquela senhora eu achei novamente uma mesinha livre no parque e ali pude respirar aliviada por fim naquele terror.Coloquei meu tênis para secar e aproveitei a sombra da arvore atrás de mim para desenhar e descansar minhas pernas.

afinal não era sempre que uma paisagem daquela se oferecia para ser apreciada,pelo menos tentei ate minha ponta do lápis quebrar.

.......

Universo por quê???

Por sorte os de cores ainda tinham ponta.

Minha intenção era desenhar o lago com seus patos,o verde ao seu redor e ate quem sabe conseguir desenhar alguns corredores que iam e vinham aos pares mas em meus rabiscos eu senti uma presença a minhas costas,algo me observava e claro ao me virar me assustei.

Era a Madame e com o susto derrubei meu caderno e meus lápis.

Que doença eu tinha contraído naquele dia?!!

Ela se abaixou e junto a mim acabamos batendo a cabeça uma na outra.

 

“Você é sempre assim??azarada?”

 

Foi uma pergunta justa e nem eu mesma estava me entendendo hoje.

Ela sorriu como das outras vezes mas ao recolher meus lápis e caderno ela deu atenção a outra coisa,um cartão da Desejo Carnal esquecido por mim entre as páginas do caderno.como fui idiota ao deixar aquilo ali!eu deveria desenhar a garota sexy da logo mas agora o cartão parecia bem interessante a Madame.

 

“O que é isto??”

 

Eu tomei o cartão dela e ela sorriu novamente diante meu nervosismo.

Ela não ligou??

Ao ver-la se sentar eu sabia que não.Me perguntara do meu desenho.me dissera que eu desenhava muito bem e não deixou de criticar também outros pontos meus.como meu cabelo bagunçado,o estado das minhas roupas,principalmente dos meus tênis e a forma que eu tratava meu caderno.Ela dizia que era assustador para uma artista.

Madame era ligada as artes isso já dava pra perceber quando me perguntara se eu nunca pensei em seguir por aquele caminho.

Eu levava tudo aquilo como um hobbie o que foi um absurdo para ela.

Me contara que desempenhava um trabalho sobre historia da arte com novos artistas em um museu chique de cidade,onde exposições ganhavam fama e se eu desempenhasse meu bom trabalho poderíamos trabalhar juntas.

Ela estava encantada com aqueles rabiscos?Eu me negava e ela continuava a dizer que eu deveria seriamente pensar em um curso de historia da arte e estava mesmo me convencendo..

Ela me esquecera para ficar ali contemplando meus desenhos e eu a observei bem.eu era boa nisso..

Aquela mulher já tinha uma certa idade e beleza não lhe faltava.Era enxuta como muitos dizia.

Os cabelos castanhos quase ruivos,a boca fina,os olhos azuis a passear pelo meu caderno..O que aquela mulher queria comigo?

 

Logo do nada ela me olhou e perguntou se eu não queria tomar um sorvete.Pela sorte que eu estava tendo naquele dia ate estranhei e me indaguei do que poderia acontecer comigo.Eu neguei e ela exibiu um semblante nada vencido.

O que? A negação já me livrou de muitas enrascadas e meu Domingo não seria perdido apesar da boa pessoa que Madame aparentava e eu ia com certeza atrapalhar tudo com minha sorte do dia.

 

“Negar-se a algo é perder parte da vida.é meu lema..e eu não vou te sequestrar é claro.”

 

Ela sorriu dizendo isto e não tive como negar depois daquela.

Era estranho,Madame me conduziu a sorveteria do parque e olha que coisa ela se divertiu tomando aquele sorvete comigo.Parecia que não fazia isto a séculos e ela confirmou.dissera que sua filha adorava um bom sorvete quando pequena e a nostalgia parecia afetar ela mas não de uma maneira boa,ela parecia entristecida, algo que ela fez questão de esconder e voltar sua atenção ao meu caderno de desenhos.havia muita coisa lá para se distrair.

 Ela adorava arte e seu conhecimento me espantava.era um papo cabeça e sei que me diverti por minutos com ela dando sua total atenção a mim.

Ela me lembrou minha mãe.

Ela se preocupava com o guardanapo em minhas mãos,com a quantidade de agua que eu tomava e acima de tudo se eu estava gostando..tudo com um sorriso no rosto.

Eu queria seriamente saber o porquê de tanto carinho..que outras intenções Madame teria comigo logo hoje com tanto azar meu??

Ela finalmente tirou os olhos dos meus desenhos e me encarou.

Dissera para mim não me preocupar já estava de olho em mim desde minha chegada desastrosa ao parque.Eu a lembrava sua filha e ironicamente ela lembrava minha mãe.

O silêncio pela primeira vez nos atingiu.

Ela perdera seu encanto,seu sorriso,algo morreu dentro dela e claro minha animação também não era mais vista.

 

“Eu tenho que ir mas se quiser mais tarde posso te mostrar o museu onde trabalho se quiser é claro..”

 

Claro que aceitei e ela novamente sorriu como se ganhasse vida novamente e antes de partir nos apresentamos com um aperto de mão e para meu espanto com a revelação de seu nome eu já conhecia a filha desta mulher.

Eu conhecia a filha desta mulher!!!

Foi a primeira vez que toquei Madame e puta vida universo desta vez você se superou.

 

Eu me despedi mas antes de sair dali perplexa com que tinha descoberto Madame pediu para que eu esperasse e isso pra mim foi quase uma ordem.

 ela novamente se aproximou e vindo de frente a mim abaixou-se e meu cadarço amarrou.nunca fiquei tão nervosa como agora ainda sabendo quem ela era.

Ao terminar nos despedimos mais uma vez e eu com meu azar só voltaríamos a nos ver pela tarde e isso já me preocupava.

O que ela queria comigo?meus desenhos não eram tão bons assim e pela cara dela havia um certo interesse bem diferente da historia da arte envolvida.

Será que ela me conhecia??

Eu logo descobri.

Pela tarde eu já muito bem vestida fui ao museu que ela me indicou e a encontrei a minha espera no meio de tantas excursões que lotavam o local.havia muitos visitantes mas ela me guiou por todas as galerias e admito foi um ótimo passeio. meu azar passou bem longe de mim ate minha sede bater e ao tentar usar um bebedouro eu fui atingida no rosto pelo jato de agua.

Que ridículo foi isto.

Ela viu e riu.

 

“Por que tem que ser tão atrapalhada?”

 

Ela puxou um lenço da bolsa e me limpou.Eu parecia uma criança na frente dela, uma criança que estava brincando com a sorte deixando ela gostar tanto assim de mim.

 

“Por que esta fazendo isto?”

 

Eu perguntei.Eu queria muito saber mas ela baixou o olhar e sua expressão novamente entristeceu.

 

“Eu só queria minha filha de volta.”

 

Eu não entendia seus problemas familiares mas eu conhecia bem o que era perder alguém.A falta que minha mãe fazia me destruía.Vivos ou mortos as pessoas das quais nos envolvemos tem esse poder sobre nós.Se amamos pode ter certeza que deixam suas marcas cravadas em nossos corações.

Aquela visita no museu era algo que minha mãe adoraria fazer,eu a via rindo e se divertindo como nós,mas ela não podia...não mais.

Paramos em um café do museu e foi uma pausa ate de nossa conversa.Ela me contou tudo sobre a filha e mesmo algo em meu interior pedindo pra mim pular fora daquele barco algo me segurava ali,ansiosa para ouvir mais a cada gole de café.

 

 

“Eu sempre vou ao parque para recordar aqueles dias em que ela me chamava de mamãe e me pedia para ver os patinhos ou se perder nas trilhas.Todo dia era dia de festa para minha filha..tomavamos sorvetes e competíamos para ver quem terminava primeiro.Ela sempre ganhava.Era maravilhoso..no final do dia ela estava exausta e eu a levava sonolenta em meus braços para casa.....eram bons tempos.”

 

Pareciam que eram mas seu semblante..ele não me agradava.Madame parecia decepcionada com o rumo das coisas e eu entendia e que merd*, eu acenei com a cabeça como se a conhecesse e olha, eu conhecia!!Madame viu..ela percebeu algo.

 

“Tem algo que quer me dizer??”

 

Perguntou ela simplesmente e como eu poderia negar? estava estampado na minha cara.

Que merd*.

Eu tentei ir embora mas ela me segurou e bem firme no lugar.ela implorou para que eu ficasse.me implorou tanto..

Eu nunca seria capaz de machucar minha mãe ou meu pai.talvez fosse por isso o motivo da minha dor..mas essa senhora, ela precisava de mim,da minha companhia.

Ela substituiria minha mãe? claro que não. mas me foi tão libertador pensar que eu poderia contar com mais alguém além de Nick,além do meu diário para desabafar.

A Madame queria sua filha de volta mas eu não era ela e eu esperava que ela pudesse entender isto.

Eu avisei a ela que eu era diferente e ela logo ligou isto ao cartão da Desejo Carnal.Ela era esperta.

Dissera que conhecia o lugar e que era famoso pela suas dançarinas e eu me surpreendi com a informação.ele não era assim antes que eu entrasse e sei que Mike deve ter guardado essa informação de mim a sete chaves pois sabia que eu sumiria assim que a Desejo Carnal caísse na boca da mídia.

 

Madame me perguntou se eu dançava lá e isso foi um alivio a ela ao descobrir que sim.

 

“A dança também é arte,viva e intensa. Eu adoraria ver..”

 

Ela me mostrou aquele gentil sorriso novamente e que merd* como ele era bonito.

E se ela descobrisse o que eu fazia além de dançar??Como aceitaria??sei que nunca me perdoaria pois seria o que minha mãe faria e se tem uma coisa que eu não queria era decepciona-la.

Era minha condição na Desejo Carnal e para sentir aquela sensação do palco,da excitação da dança em mim EU aceitei os termos.

Eu queria ser livre e era apenas na dança que sentia que era e eu não tinha vergonha nenhuma disso.

 

“Pode me ver amanhã a noite..se quiser.”

 

Eu disse mas certamente eu não me responsabilizaria pelo que ela fosse descobrir de mim ali.Nunca imaginei minha mãe descobrindo isto.me vendendo para poder dançar.

Eu acredito que se ela estivesse viva eu estaria livre dançando em algum curso ou coisa do tipo.Ela ia me ouvir bem diferente do meu pai.Eu não teria que dançar em uma boate a noite para me satisfazer deste prazer.

O fato é que Madame aceitou bem a minha proposta de me ver dançar amanhã já avisada que poderia se espantar com o que veria.Foi estranho pois ela riu brevemente e afanou minha cabeça.

 

Madame me levou para casa,segura e protegida sob seus olhos.Meu pai ainda não havia retornado de sua viagem e claro era minha vez de implorar para ela entrar e jantar comigo.Madame ficou totalmente sem jeito mas aceitou.Diaz me ensinou a cozinhar bem o suficiente para receber aplausos da Madame.

Eu estava adorando este Domingo.Nem vimos as horas passarem enquanto nos divertíamos durante a lavagem de pratos no qual nos enchemos de sabão em nossa briguinha particular mas o tempo voa e parecia que algo não queria que nós nos separássemos e do nada choveu..choveu e muito.nos olhamos e o que mais poderíamos fazer??

A tv tinha bons filmes e uma pipoca quentinha era perfeita.pulamos no sofá e junto a Madame passei mais algumas horas.Ela me acomodou em seus braços como uma filha e eu tive,por um breve momento,a presença da minha mãe novamente.

Eu me lembro de ter adormecido mas também me lembro que ela me guiou pela casa ate meu quarto.ela tirou meu jeans,minha blusa e me cobriu com a coberta confortavelmente entregue aos melhores sonhos.

 

Segunda chegou e eu me acordei a sua procura como uma criança no natal em busca de seus presentes mas..ela tinha ido embora.Tudo que eu tinha agora era nosso encontro na Desejo Carnal.

A ansiosidade e o nervosismo me abateram durante todo o dia e quando finalmente chegou a hora ela foi me ver.

Eu estava tão feliz e Mike percebeu é claro.ele me deu a melhor musica e a batida perfeita e as garotas estavam em sincronia como eu nunca vi dançando Counting Stars do OneRepublic.

Enquanto eu brilhava ela se encantava ao aproximar mais do palco mas também percebia os olhares de todos os homens que na maioria formavam minha plateia.

Eu adoro ver eles me amarem. pode ser um pouco narcisista mas as notas que eles jogam ao palco me orgulhavam de ser quem eu era.

As palmas principalmente dela me encheram de orgulho pelo meu trabalho e uma visita ao camarim foi mais que justa.

Ela estava radiante e me dissera que nunca tinha visto alguém da minha idade ser tão boa na dança mas estava bom demais para ser verdade.

Madame veio a mim e me perguntou se eu estava feliz ali com aqueles homens me atirando dinheiro,se eles não me incomodavam.Ate parecia que ela não tinha visto meu sorriso orgulhoso,o quanto suei naquele palco.Eu dissera que não.na verdade perguntei a ela quando alguém jogou dinheiro nela e que era uma boa sensação de poder da qual ela deveria experimentar.Ela não duvidou daquele poder que eu tinha mas estava preocupada comigo.

Era a chegada a hora de contar tudo sobre mim,tudo sobre meu trabalho.e assim eu fiz.

 

Ela ouviu tudo atenta sem julgamentos e eu com toda a calma do mundo me certifiquei de não choca-la e no fim ela pensou e sorriu a mim.O mesmo sorriso de mãe que me encantou no começo.Madame ergueu-se de sua cadeira e pegando um robe que eu tinha pendurado na porta ela me cobriu.

 

“Por que não toma um banho e se troca?esta fazendo frio e ficar suada assim pode causar um resfriado.Acredito que uma dançarina resfriada não seja tão sexy.(rs)”

 

Foi simplesmente isso.ela estava preocupada com minha saúde.ela se despediu de mim e saiu.

No outro dia entendi sua calmaria.Madame havia tido uma boa conversa com Mike e ele me contou do meu mais novo e exclusivo trabalho.Madame tinha me contratado e ele aos risos leu a clausula escrito por ela.

Ela seria minha mamãe.

Para Mike podia soar pervertido mas para mim por um momento pensei que poderia funcionar.

Eu seria sua filha que atenderia seu chamado sempre que possível e Mike adorou a ideia que ela o pagaria todo mês como uma mesada que seria repartida a mim só que eu achei loucura.posso ter levado uns cascudos de Mike por isso mas ela não precisava me pagar nada.Madame só queria minha companhia então..

O que poderia dar errado??

 

Os primeiros encontros foram como nosso Domingo de festa,eu amei ela ainda mais.O shopping era nossa parada obrigatória.ela me comprou tanta coisa,não somente roupas mas deu uma repaginada no meu quarto.me comprou livros e meu armário.ela gostava de me ver feliz e por um momento eu achei que teria um pouquinho do amor materno novamente.eu saia do colégio e ia direto para sua casa.ela me ensinou a pintar quadros,me ensinou a esculpir e eu a ensinei alguns passos de dança...foi ai que começou.

Meu celular sempre tocou demais,meus clientes torciam para que eu atendesse porém eu tinha uma regra,um de cada vez.

 

Foi ai que ela começou.ela passou a me querer por mais tempo.se víamos um filme a noite,ela queria mais quatro.se tínhamos que ir ao shopping ela tinha que me fazer provar cem vestidos antes de comprar um pra mim.e os sorvetes??ela criou uma mania de me limpar a cada segundo!eu ouvia as risadas nas ruas.Ela queria se vestir como eu, como se fossemos aquelas mães e filhas estranhas que se vestem como clones e infelizmente eu não era uma criança de três anos para conseguir ficar feliz.

Ficava me perguntando se a filha dela passou por tudo isto.Tudo que eu sabia era que ela me sufocava com tanto carinho e amor,com tanta necessidade.

Passei a chegar atrasada a Desejo Carnal por causa dela e Mike não queria saber, ele me queria dançando na hora certa o que fizera Madame se irritar.

 

“Por mim você não dançava mais lá!”

“Por que tem que fazer isto??!”

“Por que tem que passar tanto tempo lá??”

“Eu quero o melhor para você.”

 

Eu gostava muito da Madame mas daquele jeito não dava.ela tomou o lugar da minha mãe e se tornou praticamente dona de mim.Uma bonequinha para vestir e brincar o dia todo a noite toda.uma baby alive melhor baby dead porque era assim que me sentia.

Madame passou a me ligar me perguntando que horas sairia do colégio e loucamente ia me buscar na porta do Saint Monica.Ela estava se arriscando e não ligava.Começara a me perguntar se eu tinha vergonha dela por andar com ela e isso era papo de louco.Madame havia se tornado uma amiga pra mim mas a cada dia eu me sentia presa e já imaginava como tudo ficaria com o retorno do querido papai.Ate parece que ela não gostou das fotos do meu pai que ela via pela casa.ficava minutos encarando o militar abraçado a mim em uma das poucas fotos do passado que ele ainda sabia sorrir.

Eu estava começando a me preocupar com Madame.Foi ai que tudo foi jogado no ventilador e respingou em mim e nela.

Eu encontrei o quarto do meu pai aberto e dentro dele eu a avistei experimentando um anel em seu dedo.Era o anel da minha mãe,o singelo presente que ele ainda mantinha guardado nas gavetas escuras com as poucas coisas da minha mãe.

Eu surtei..simplesmente isso.Invadi o quarto e a surpreendi.discutimos.

 

Sei que ela não fez por mal e sei que a ideia de se imaginar como alguém mais próximo de mim era sua obsessão mas...eu não me contive.Eu a magoei..e ela me devolveu o anel e foi embora sem que eu pudesse me desculpar,sem que eu pudesse esquecer de me importar com o vazio que existia em mim deixado por minha mãe e que nunca seria ocupado por mais ninguém.

Era apenas um anel..e ela me deu um mês da sua vida para me lembrar como era ser amada por uma mãe que faria qualquer coisa por mim.

Eu sentia falta da minha mãe e naquele mês era como ter-la de volta depois de vários anos e para Madame era como ter sua filha novamente e eu ferrei tudo para nós duas.

Eu tentei me desculpar.

Eu fiz algo que eu nunca tinha feito com uma cliente,eu corri atrás da Madame.depois de inumeras ligações ela me atendeu no fim do dia e me pediu para encontra-la em um hotel próximo do centro da cidade.Pelo nome eu sabia que era um daqueles hotéis chiques e assim que cheguei na recepção a atendente interfonou ao quarto dela e simplesmente ela não atendera.A recepcionista tentou novamente e ate eu achei estranho e novamente sem resultado.

Eu tinha que ver Madame e acelerei meus passos.

Ate hoje eu escuto a recepcionista gritar dizendo que eu não poderia subir já me barrando com dois seguranças.algo me dizia que havia algo errado com a mamãe Madame e com esse sentimento no meu coração eu me livrei da barreira em minha frente e desviando deles eu corri ate o elevador e subi.

Foi uma perseguição e tanto.

Eu estava nervosa com o que poderia encontrar e claro com meu pedido de desculpas.

O que eu falei??...eu não deveria ter dito aquilo.eu me decepcionei e havia decepcionado ela. era tudo que importava pra mim só que ao chegar a sua porta eu encontrei a mesma trancada.

Eu a chamei,chamei Madame varias vezes mas ela não me atendera e nisso eu perdi a paciência.Alguma coisa estava errada e não pensei duas vezes,com uns passos para trás eu peguei força para o meu chute quebrar o trinco daquela porta e quando eu abri eu não a encontrei chateada emburrada por minha causa, eu a encontrei caída ao chão, embebedada pelo whisky e desamaiada pelos comprimidos que tomou,rodeada pelos frascos vazios ela conseguiu me assustar.

Eu não tinha tempo para perder e sentindo sua pele fria e respiração a falhar eu peguei os frascos os coloquei no bolso e com muita força a ergui do piso e desci o prédio com ela.Na recepção praticamente me impediram de continuar e por causa do fuzué que causei trazendo comigo um corpo desmaiado na frente dos novos hospedes uma ambulância foi chamada rapidamente e a levaram.foi inacreditável ver que o hotel me colocou para fora e sequer me deixaram ir com ela.

Passei a semana pensando em Madame,em como ela estaria e como acordaria sem mim.O que ela pensaria??O que a filha dela pensaria??Eu estava tão preocupada e pensar que ela poderia não acordar daquele desmaio começou a me assombrar.tudo que ela ouviu de mim era tudo que ela não queria.

Eu tentei visitar Madame varias vezes e mesmo assim comigo implorando para ver ela no hospital eles me descartaram da vida dela.eu não era ninguém...

Por outro lado,eles me informaram que ela tinha acordado e agradeci a mulher do hotel pela gratidão,então enviei meus desenhos a Madame.todo dia eu desenhava algo novo e deixava na recepção do hospital e todo dia eu via que ate a recepcionista se animava em me ver.

Deveria estar dando certo.

Deveria...

Eu esperei por uma ligação,por esta mesma mulher me deixar pelo menos ver Madame.

Eu realmente esperei..mas essa boneca foi guardada na caixa e esquecida por ela.

 

Sofia fechou o diário e viu o quão entristecida Eve estava.

Queria respostas e realmente como ela mesma dissera,não descobriu de quem Madame era mãe.

 

--O que aconteceu??terminou assim??!e Madame??!—perguntou Sofia ansiosa mesmo vendo Eve nada a vontade de responder.

 

--Eu nunca mais a vi.—dissera ela simplesmente e apenas aquilo não saciou a curiosidade de Sofia que sentou-se melhor e a encarou.

 

--Ela recebia seus desenhos por que ela não quis te ver??

 

--Eu não sei.

 

--Você salvou a vida dela como ela pode te esquecer se marcou contigo?!

 

--EU NÃO SEI SOFIA!!—irritou-se Eve e a voz da garota deixou sua garganta nervosa.

 

--O que você disse a ela Eve?o que foi tão grave para ela te odiar ao ponto de..tentar se matar?

 

--....não me orgulho do que disse, eu fui uma idiota de todas as formas com ela quando brigamos.quando minha mãe morreu eu chorava,implorava para que ela de alguma forma pudesse me ouvir, me proteger ou voltar a mim..e quando meu pai mudou da noite para o dia eu vi que tinha ficado sozinha nesse mundo.Eu não recebia sinais do além e muito menos minhas orações eram atendidas.Madame foi um presente que chegou atrasado e como todo presente atrasado eu não dei o devido valor.ela me fez lembrar os bons tempos,uma pausa nos meus problemas e no fim... “Eu não sou a porr* da sua filha e eu nunca vou ser!” O que eu escrevi no diário não definiu o quão mal ela ficou com isso,comigo..e depois de tudo que ela passou com a filha..eu fui uma imbecil e não é a toa que ela entendeu isso e se afastou.

 

--Deve ter acontecido algo Eve..

 

--É aconteceu,eu fui uma merd* pra ela.—afastando-se de Sofia Eve acomodou-se entre os lençóis.não pensou que ouvir Sofia lendo sobre Madame fosse incomodar tanto e aborrece-la consigo mesma.

 

--Não fale assim.—disse Sofia se aproximando.

 

--Não falar assim??!Sabe por que aquela mulher estava no parque correndo?sabe por que ela estava me assistindo ter o dia mais azarado da minha vida e ainda me ajudar??porque eu era um nada para ela e ela era um ninguém para a própria família.o marido a traia e a filha (rs) eu entendo bem porque nunca daria certo brincar de mãe e filha..ela precisava de algo para se apegar, para esquecer o fim da linha.

 

--Você é um ótimo motivo para qualquer um esquecer qualquer coisa.fico feliz pelo que fez a Madame,você a salvou!devia procura-la.

 

--Não.

 

--É só me dizer quem é a filha dela.eu te ajudo.—Sofia aos olhos de Eve parecia interessada demais porem sabia que era apenas curiosidade em procurar saber quem seria a filha de Madame.

 

--HA HA que vou contar.—retrucou Eve ciente disto.

 

--Não vai mesmo me falar de quem Madame é mãe não é?

 

--Eu pensei que conseguiria.

 

--Mesmo não conseguindo eu quero muito continuar tentando.nunca pensei que colocaria algo do tipo aqui.isso é você de verdade..você se importou com ela,contou a verdade sobre você.eu não esperaria outra coisa.—dissera Sofia a brincar com uma das mechas de cabelo de Eve enquanto seus olhos estavam presos a beleza de seu rosto.a tristeza se foi e lá estavam juntas de novo.

--Isso me faz me perguntar mais uma coisa..—continuou Sofia ganhando a atenção de Eve a sua linha de raciocionio.

 

--O que?

 

--Ficaria comigo mais velha?—indagou Sofia.

 

--(rs) O que?

 

--Se ainda não percebeu eu sou mais velha que você por incrível que pareça (rs)...mas eu queria saber se...ficaria comigo mesmo daqui alguns anos...se eu ficar velha e entediante..

 

Eve olhou bem para Sofia e seriamente não tivera duvidas.A beijou nos lábios e a calou.

 

--Não importa.eu vou ficar com você ate quem sabe trocar suas fraldas.(rs)—brincou Eve fazendo Sofia corar envergonhada de imaginar-se nessa posição.

 

--(rs) Idiota...vai ser tão estranho.

 

--(rs) Claro que não.estranho é você ler o único capitulo do meu diário que não tem putaria e pensar nas safadezas que podemos fazer na sua velhice.(rs)

 

--Você que sempre me põe nessa situação.

 

--(rs) não esquenta.eu vou estar com a gatinha da terceira idade mais linda desse mundo.eu nunca vou te deixar e olha..toda vez que digo isto,eu sempre me assombro.

 

--Por que você era insuportável pra mim na sala?em nossas brigas e em suas dormidas?

 

--Na real,eu nunca pensei que...ficaria com alguém como você.digo..você é tão diferente do que pensei.é divertida e adoro sua companhia.ate deixei de fumar e beber,me sinto mais leve contigo e me faz no fundo lá no fundinho pensar em...—Eve desacreditou no que estava prestes a sair de sua boca e com Sofia a espera ficou bem nítido de seu poder sobre Eve.

 

--No que?

 

--Nada.—retrucou Eve para suspeitas de Sofia.pelo silÊncio e cara abismada só podiam ser uma coisa da qual ela e Madame tinham a mesma necessidade.

 

--Será possível??você..

 

--Que??

 

--Você esta pensando em dar um tempo real na Desejo Carnal??digo,você parou porque se machucou mas esta pensando seriamente não é?é isso mesmo?!?por mim??!

 

--....não.

 

--Não?

 

--Isso.

 

--Se eu pedisse talvez você pudesse considerar..

 

--Boa noite Sofia.

 

--(rs)...boa noite Eve.

Fim do capítulo

Notas finais:

Hellooo meu povo mais uma vez aqui no lettera.^u^

então o que acharam do cap e o que acharam da Madame?

descobriram de quem ela é mãe??As pistas são sutis mas estão ai.

espero que tenham gostado do cap eu fico muito feliz por estar aqui postando essa linda historia e agradeço aos comentários.~~<3

bjs e ate a proxima.


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