Dependendo se tiver comentários positivos, cap dois amanhã.
Paraíso Infernal
Acordei ao o som estridente do alarme do celular, com um sol forte batendo em meu rosto e completamente desorientada. Minha cabeça deu um giro de 360° que reverberou em meu estômago, com o pouco de discernimento que me restava olhei para os lados e vi o resultado de mais umas das minhas famosas noites de farra: Três mulheres nuas jogadas em cima da cama, duas em quase coma alcóolico deitadas no chão, garrafas de tequilas Pasion Azteca vazias na mesa de centro ao lado de uma carreira pela metade cocaína. Estiquei as mãos até o pau de arara para pegar meu roupão. Me levantei com dificuldades, a impressão que tive era de que minha cabeça iria estourar. Em passos arrastados consegui chegar até a porta, quando abri dei de cara com um capanga armado de uma 12, cenas como essas eram bem comuns, tanto eu seminua e de ressaca ao lado de várias mulheres quanto homens de aparência duvidosas ao meu redor, viver assim tem seus ônus e bônus.
— Tem aspirinas e um café bem forte te esperando na mesa lá em baixo. Farra boa hein, patroa— Foi logo dizendo Gonzales, homem parrudo e jeito de poucos amigos que fazia segurança da casa desde a época que meu pai era vivo.
— Puta merd*. Eu estou destruída. manda elas irem embora fazendo favor, eu não tô nem suportando olhar para elas. E sem gritar, POR GENTILEZA—As últimas palavras foram ditas pausadamente. Quase em tom de suplica.
Chegando na sala de jantar o cheiro do café fresco tomava conta de todo o ambiente, o que era um balsamo para a minha cabeça, fui me sentando e num gesto automático me servindo com agilidade do liquido.
— Patroa, temo que não tenho boas notícias—Um outro homem armado, este com um fuzil, foi se aproximando da mesa evitando contato visual em um gesto de respeito.
— Fala logo—Fui respondendo entre um gole e outro do café.
— A gente perdeu metade da carga que ia pra Miami nessa madrugada, vamos ter que gastar mais do que havíamos previsto para recuperar o que restou. Com o DEA em cima o pessoal do porto está cobrando muito mais caro para arriscar a pele.
— Deixa-me adivinhar: Aquela gringa filha da puta está dando trabalho de novo? — Respondi quase urrando enquanto socava a mesa.
— Sim, patroa. Ela está coordenando todas as batidas no PUERTO DEL MANZANILLO.
As dores do corpo cessaram com a má notícia, porém a dor de cabeça triplicou. Apontei com a cabeça para a carteira de cigarro e isqueiro que estavam em cima do aparador e rapidamente o homem foi pega-lo os depositando respeitosamente em cima da mesa. Acendi afoita e no primeiro trago tive um insight.
— Eu quero que vocês investiguem tudo sobre essa mulher. Não estava previsto que seria ela a chefiar as operações. O que aconteceu com nosso homem do DEA?
—Teve um dos filhos adolescentes hospitalizado. A substituição foi de última hora.
— Quero na minha mesa até o final da noite um dossiê completo dela, quero saber até a numeração das peças intimas dessa mulher, se ela tiver algum ponto fraco eu quero descobrir. Não gosto desse tipo de surpresa, eu tinha que ser avisada sobre a substituição para dissuadir a PF sobre a vinda do DEA. Vocês foram completamente descuidados.
— Sim senhora, eu vou descobrir de quem foi a falha na comunicação. E de noite já terá o relatório, patroa— Ele respondeu discando rapidamente o telefone móvel já repassando as minhas ordens.
Entre goles de café e tragadas nervosas meus pensamentos se voltavam a toda grana que aquela mulher me fez perder e não era a primeira vez que ela me dava prejuízo. Medidas extremas deveriam ser tomadas. Não faço o tipo olho por olho dentes por dentes, mas era o que a situação pedia.
Não podia deixar uma estranha estragar o império que meu pai levou 40 anos construir. O sonho do meu pai era deixar o reino do tráfico para um filho, mas como não teve filho homem eu fui criada desde jovem para comandar todo o seu legado dele, estudei nas melhores escolas do México, cursei relações internacionais na melhor universidade dos Estados Unidos. E hoje, prestes a completar 41 anos de idade posso estar vendo tudo ruindo desde que ela chegou. Erros assim derrubaram os maiores traficantes do mundo e eu não podia de forma alguma deixar isso se repetir comigo.
O crime organizado no México não é novidade para o mundo, mas a forma que meu pai articulou as coisas era quase genial. Ele usava montadoras e transportadoras de carros para enviar as drogas e lavar toda a grana, cada centavo nas contas do meu pai era devidamente declarado e ‘’limpo’’. Como um empreendedor genial e muito conhecido pelos grandes conglomerados mexicanos ele entrou para a política e seu mais ousado lema era ‘’ Acabar com todos narcotraficantes do México’’, ou seja, ele usava a máquina pública para derrubar seus concorrentes nas vendas de drogas. Ele se escondia numa forte cortina de fumaça usando o estado para isso, e me arrastou para este mundo tanto o da politica quanto o do narcotráfico. Fui a senadora mais jovem e mais votada do México, por motivos de força maior tive que arrumar um casamento falso. Ser uma senadora ‘’desconstruída’’ estava totalmente fora de questão.
Quando eu tinha 15 anos meu pai simulou um falso sequestro por dois motivos: Jogar a culpa do sequestro no seu maior rival no narcotráfico e também posteriormente justificar a quantidade de segurança que nos cercava. A fortaleza em que vivíamos já tinha sido alvo de murmurinho e ter inimigos narcotraficantes era a desculpa ideal para meu pai ter onde esconder de certa forma suas coisas erradas, meus capangas apesar de serem bem mau encarados não respondiam nenhum crime, eram todos ficha limpa, meu pai recrutou e financiou o estudo de todos eles, o sistema dele era quase perfeito. Quase. Ele sabia usar muito bem as circunstancias e seu cargo ao seu favor.
Depois do décimo cigarro e um pouco mais calma vejo o segurança descendo com as meninas, que uma a uma vieram se despedir e agradecer pela noite.
Apesar de gostar muito da farra eu me precavia ao máximo, todas as garotas que participavam das festas que eu dava assinavam um contrato de confidencialidade, nada do que se passava ali podia ser revelado sob pena de multas pesadíssimas e até mesmo pagarem com a vida, câmeras ou qualquer outro tipo de aparelho de gravação de áudio e vídeo eram confiscados na entrada da festa, e cada garota sabia muito bem com quem estavam se metendo. Geralmente universitárias de classe média alta, com pais de um certo prestigio na sociedade, portanto, o interesse de manter essas orgias em sigilo não era só meu.
—Adorei a noite, Alejandra, — Disse uma das moças se aproximando e logo me beijando, causando olhares de travessados das outras garotas.
—Fim de semana que vem tem mais, lindinha— Retribui ao beijo.
E uma a uma, as garotas vieram se despedir e seguindo para a SUV que as esperavam no jardim.
Acendi mais um cigarro e fui para a para o andar superior da casa aonde ficava a piscina aquecida, me livrei do roupão, me livrei da bituca em um dos muitos cinzeiros de cristais espalhados pelo ambiente e me joguei na água, nua. Água quente me ajudava relaxar e amenizava ao menos um pouco as ressacas
Fim do capítulo
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Vanessaduda
Em: 29/10/2018
Finamente hoje atualizei uma das minhas favoritas...
Quando li sobre a morte DE Lourinhã, Eu gritei: EITAHH porra...
Essa Alejandra é perigosa...já demostrou o pq no coração tão frio, e confesso que ando trnsa. Tô gostando do jeito que vc tá levando a história.
Vanessaduda
Em: 17/10/2018
APROVADISSIMA essa história quente..a sinopse ja me deu uma.pegada, não deida de escrever. Já favoritos...não me.iludeeee
Resposta do autor:
Obrigada pelo voto de confiança e pelo carinho..aguarde que logo logo tem mais.
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