Capítulo 09
Reencontro
O dia ia irrompendo a madrugada. Endy abriu os olhos. Seu coração estava carregado de forte emoção quando ela recordou que logo seus olhos vestiriam novamente o corpo de Núria. Passou a mão pelo lençol macio que cobria sua cama e suspirou deixando um sorriso bailar em seus lábios, sentindo a nuance da felicidade que voltava a reinar em seu ser. Depois de alguns minutos ela levantou. Abriu a janela e contemplou a imensidão do céu que ia ficando carregado de cores maviosas. Uma lágrima brilhou em seu olhar e ela chorou de emoção, sentindo seu corpo estremecer cada segundo que pensava que logo teria as mãos da mulher amada percorrendo pelo seu corpo. Depois sorriu entre as lágrimas que molhavam seu rosto e ergueu seu olhar mais ao céu e agradeceu a Deus que ela sentia está mais perto de si. O sol já cobria todo o céu cearense quando Endy seguiu para a fazenda Nova Esperança onde Amália lhe esperava ansiosa.
— Meu coração estava ansioso pela chegada de vocês, - disse Amália que abraçava Endy e Virgínia ao mesmo tempo. — Venham vamos tomar café, Jussara preparou iguarias únicas para hoje.
As três mulheres eram observadas por Afonso que saiu da janela de seu quarto quando as perdeu de vista. Ao fechar a janela ele sentiu seu coração acelerado de maneira angustiada e pegou um copo servindo-se da água fria que tinha na moringa. Sentou-se numa poltrona de couro cru e sorveu a água devagar. Depois depositou o copo sob a mesa e coçou a cabeça, levantando-se e andando de um lado para o outro com pisadas fortes como se desejasse afundar o assoalho, descontando a ira que sentia. “Eu preciso encontrar um jeito de acabar logo com isso,” – pensava Afonso visivelmente desequilibrado. “Eu não vou perder Aracele para esse maldito...” – ele pensava como se estivesse vivendo a história passada, desconexo da realidade.
Amália ouvia atentamente e história que Endy contava sentada confortavelmente no sofá da sala, enquanto Virgínia sorria radiante ao ver a alegria que tomava conta de Amália.
— Custo acreditar nisso tudo, minha amada!!! – falou Amália limpando uma lágrima que descia pelo seu rosto. — E quando poderemos conhecer Núria e Mirna? Meu Deus Endy quanta alegria seu coração está sentindo e eu estou emocionada com tudo isso. Virgínia, - disse Amália mudando seu olhar para a outra amiga que sorria enlevada diante a história que já conhecia, — não é maravilhoso isso?!
— Sim!
— Arnoldo viajou ao encontro delas, acredito que deve voltar esse fim de semana, - disse Endy.
Nesse instante Jussara passa pela sala para atender a porta. A voz de Arnoldo emudeceu as mulheres. O corpo de Endy foi sacudido por forte tremor.
— Bom dia. Desculpe o incômodo, mas a senhorita Endy está...
Endy não esperou que Jussara respondesse e seguiu em direção a porta. O olhar de Arnoldo a cobriu e logo apareceu Núria que ao lado de Mirna sorria. Os olhos das três mulheres se encontraram. O brilho das lágrimas apareceu denotando a saudade que acalentavam e num abraço as três se misturaram. A cena emocionava a todos que presenciava e Virgínia sentiu seu corpo estremecer quando o olhar de Arnoldo cobriu o seu.
— Entrem venham... – pediu Endy sentindo seu coração acelerado.
Amália limpava uma lágrima carregada de emoção quando Endy tomou a mão de Núria e lhe apresentou, depois fez o mesmo com Mirna e Arnoldo. Ambrósio chegou naquele instante e também foi apresentado a todos, que entendendo a história, pediu a Jussara que trouxesse o melhor vinho e brindaram.
O dia já se despedia quando Endy despediu-se de Amália seguindo para sua casa ao lado de Arnoldo, Núria, Virgínia e Mirna.
— Endy minha amada, eu preciso ir, - falou Virgínia abraçando a amiga em despedida ao chegar a casa da amiga, quando Endy disse:
— Vá, mas, por favor, volte. Quero fazer um jantar regado ao melhor vinho para comemorar esse dia...
— Eu trago o vinho, - disse Arnoldo, — e sua companhia com certeza senhorita Virgínia será muito bem vinda...
— Virgínia, somente, não precisa de formalidade se é amigo de Endy.
A jovem despediu-se de todos e seguiu para casa com a promessa de voltar para o jantar. Arnoldo seguiu também deixando Núria, sendo seguido por Mirna que alegou visitar a tia que Arnoldo tinha na cidade.
— Meu Deus!!! – disse Endy sentando-se de frente a Núria que sorriu. — Tudo isso parece um sonho, meu amor... um sonho maravilhoso.
O cheiro de Endy adentrou a narina de Núria que acariciou seu rosto suavemente com a ponta dos dedos. Seus lábios se aproximaram mais e uniram-se aos dela num beijo carregado de saudades.
— Como sofri longe de você Endy... como sofri sabendo que acreditava na minha morte... e imaginando o seu padecer...
— Eu nunca sofri nada parecido... dia após dia a dor e a saudade me consumiam...Núria... meu amor – disse Endy com o olhar preso ao de Núria que ainda acariciava seu rosto. O brilho dos olhos de Endy fazia Núria sentir que o amor ainda era seu e ela a beijou novamente.
— Eu amo você, meu amor, e depois de tudo o que passamos eu não quero mais sair do seu lado.
— Ficaremos juntas para sempre, Núria... nada irá nos separar mais.
As mãos de Endy correram pelos botões do vestido que Núria usava e despindo o corpo da mulher desejada, Endy tocou suavemente com a ponta da língua os seios de Núria que iam ficando intumescidos.
— Que saudade... – a mulher sussurrou enquanto desabotoava o vestido que Endy ainda usava.
E entregues ao amor e a saudade elas se amaram desprovida do preconceito que ainda carregava a raça humana.
Arnoldo tocou a campainha quando Núria sorridente abriu a porta e o abraçou, logo em seguida chegou Virgínia. A casa de Endy estava em festa quando o vinho foi servido e as taças levantadas ao ar para o brinde. O jantar foi servido e a mesa o olhar de Arnoldo cobria o de Virgínia que sentia imenso prazer sendo alvo da atenção daquele homem.
Depois do jantar uma música suave encheu o ar da casa. Mirna seguiu para a cozinha apesar do protesto de Endy. Arnoldo convidou Virgínia para apreciar a beleza do jardim e Endy sentou-se ao lado de Núria sorvendo mais uma taça de vinho.
Arnoldo tomou a mão da jovem entre suas mãos fortes e perfumadas e acariciou dizendo:
— Queria lhe fazer uma pergunta.
— Faça...
— Você tem namorado, é apaixonada por alguém? Pergunto isso porque desde que lhe vi... parece que encontrei o que procurava eu procurava...
— E eu, procurava por você, senti isso também... – disse ela timidamente.
Depois de mais algum tempo de conversa Arnoldo acompanhou Virgínia até em casa, beijou seus lábios e seguiu para a confeitaria, onde vivia Iraci a irmã de seu benfeitor.
O sábado chegou. O sol ia despontando no universo quando Endy abriu os olhos, sentindo o perfume de Núria adentrar seu nariz. Com mãos macias ela acariciou as costas nuas da mulher amada e a beijou no pescoço, sentindo o prazer de ver o corpo de Núria se arrepiar.
— Humm que delícia ver seu corpo assim... – disse isso enquanto Núria entregava-lhe os lábios num beijo carregado de desejo, sentindo a mão quente de Endy procurar seus seios numa carícia suave.
— Não pare... – disse Núria sorrindo quando Endy ameaçou soltar-lhe o seio que já estava enrijecido pelo carinho.
— Não paro... – falou Endy abocanhando suavemente um dos seios na boca enquanto acariciava o outro com a mão. O corpo de Núria estremeceu num prazer quase insólito quando Endy atingiu com sua boca molhada e quente a sua intimidade, fazendo com ela desabasse num manancial de prazer. Depois de minutos deitadas buscando recompor a força de seus corpos, Endy disse:
— Hoje teremos almoço na casa de Amália, então vamos levantar?
— Oh sim! Vamos.
Núria sorria quando Arnoldo falava, sentindo seu coração emocionado diante o amor que via brilhar nos olhos do irmão.
— Encontrei também o amor da minha vida, vou pedir Virgínia em casamento, o que me diz Núria?
— Eu acho maravilhoso!
Arnoldo sorriu.
— Vou buscar Virgínia e já volto para seguirmos rumo à fazenda, - ele disse isso e saiu ao encontro da namorada.
A chegada dos visitantes na fazenda fez o coração de Afonso acelerar de maneira desagradável, odiava ver Amália cercada pelos amigos e pela atenção de Ambrósio, o que dificultava seus planos.
— Que alegria a chegada de vocês aqui, - disse Amália abraçando Endy que sorridente lhe beijou o rosto. Depois dos abraços, seguiram todos para o interior da casa sobre o olhar de ódio de Afonso que saiu da janela coçando a cabeça. “Quando vou conseguir finalizar o meu plano? Amália vive cercada, mas uma hora eu vou consegui”, - ele pensava caminhando de um lado para o outro com passos desordenados.
Jussara serviu o almoço e todos se serviram alegremente, menos Afonso que alegou mal estar e saiu da mesa. Amália sentiu seu coração acelerar de maneira ruim, mas não disse nada. Seu coração ansiava pela partida do homem que cada dia mais lhe causava sensações desagradáveis.
A tarde já ia se despedindo do universo quando Endy retornou para casa na companhia de Núria e dos outros.
— Endy... – chamou Arnoldo adentrando a sala, após ter levado Virgínia para casa. — Eu queria lhe falar um pouco, venha Núria sente-se aqui ao meu lado.
Endy sentou-se, Núria também.
— Eu gostaria de comprar uma fazenda por aqui, com patrimônio que ficou para Núria, vocês poderão viver com tranquilidade. Se não se importa, podemos ver algo que seja do agrado de vocês duas e Mirna. Eu pretendo fixar solo por aqui, depois de me casar com Virgínia.
— Se Núria desejar isso, podemos comprar, aqui tem muitas terras boas.
— Eu quero Endy, poderemos comprar algo não muito grande, Arnoldo nos ajudará a administrar, não é verdade meu irmão?
— Sim, claro. Podemos comprar uma fazenda para nós dois, Núria e vivermos em harmonia em casas separadas, se você concordar.
— Eu concordo. E você Endy?
— Por mim está perfeito. Ao seu lado, meu amor, tudo está perfeito, - ela disse beijando suavemente a mão de Núria que sorriu.
— Então, amanhã mesmo irei a procura e assim que encontrar algo do nosso agrado, fecharemos negócio. Agora preciso ir. Vou fazer o pedido ao tio de Virgínia e logo nos casaremos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
cidinhamanu
Em: 03/10/2018
Bom dia minha querida amiga Edy tavares! Como vai você e a família?
Parabéns Edy por mais um bela história, escrita por essas lindas e abençoadas mãos mágicas que eu tive a oportunidade de ler.
Espero que em breve retornes com mais uma delícia dessas para nus degustarmos...
Beijos linda e até breve!!
Cidinha.
Resposta do autor:
Cidinha que saudades de você!!! Obrigada pelo seu carinho, é isso que me faz continuar escrevendo! Sou grata a Deus por tudo isso e a todas as leitroras que viajam nessas histórias que eu também me sinto honrada em narrar!
Beijos e gratidão imensa!
Logo teremos outra história!
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