Fazia um pouco mais de seis meses que eu e a Rafa estávamos namorando e não posso negar que estava tudo muito bom. Ela tinha um jeito encantador de tratar a mim e a Miguel, que diga se de passagem a adorou, nós não contamos que nossa relação era de namoradas, na sua cabeça Rafa era uma amiga da mamãe muito querida e que as vezes saímos nós três para se divertir.

Claro que nem tudo eram flores, ao mesmo tempo que ela ia descobrindo os meus defeitos, eu descobria os dela, e nessa altura do campeonato já havia percebido que ela muitas vezes sentia ciúmes da minha ex-mulher, acho que tinha medo de nós reatarmos por simplesmente continuarmos a conversar e conviver bem pelo Miguel.

-- Amor, semana que vem é aniversário do Miguel, não esquece que vamos para o sítio dos meus pais. – Lembrava ela do nosso compromisso pelo telefone.

-- Como que eu vou esquecer, só você para me fazer conhecer a família todo assim, numa tacada só.

-- Não fica assim, vai ser tipo band-aid tirar de uma vez para doer menos. Não esquece de preparar roupa pra passar a noite e pra cairmos na piscina.

-- Tá bom mãe! – Não segurei a gargalhada, nós conversamos mais um pouco e depois desligamos.

Aquela semana passou voando, nem conseguimos nos ver, eu estava correndo atrás das coisas para o aniversário do Miguel, iriamos fazer uma festa no sitio dos meus pais, sempre vamos para lá para passar o final de semana, como as coisas entre nós estavam serias queria apresenta-la para a minha família, nunca fui das que esconde as coisas, então depois de uma longa conversa com meu menino naquela noite, ele aceitou numa boa a “tia” Rafa na nossa vida e agora era a vez dos outros.

No sábado à tarde chegamos no sitio e para minha satisfação todos receberam a Rafa muito bem, tudo estava indo bem até minha ex-mulher chegar, Rafa ficou estranha e não conversava comigo direito.

-- Vai ficar de bico virado para mim mesmo? – A abracei por trás.

-- Eu não estou de bico virado, tá tudo bem, Mô.

--Mô!? Nada de amor, por que toda vês que a Juliana está por perto você fica assim, já te falei que não temos mais nada. Não precisa ter ciúmes. – Beijei sua bochecha.

-- Eu sei, não estou com ciúmes, acredite estou melhorando esse lance, nunca fui assim, acho que nunca gostei tanto assim de alguém para ter ciúmes. – A virei para mim, fiquei emocionada com suas palavras – Desculpa, não quero atrapalhar a festa, está tudo tão bonito.

-- Então, vamos ficar bem. Vem, o que acha de um mergulho na piscina.

Fomos para a piscina e nos divertimos como nunca, ver Miguel rindo por cada presente que ganhava, cada abraço e beijo que dava, não tinha preço e poder olhar para o lado e ver aquela mulher linda ao meu lado era maravilhoso. A cada dia que passava me apaixonava mais e em vários momentos pensava que já sentia algo mais forte que isso.

Em determinado momento, Juliana veio para a piscina junto ao meu filho e aí que vi a face da minha namorada retorcer, não consegui deixar de rir com sua expressão.

-- Ela precisava ser tão bonita, você poderia ter casado com uma barangona, com verruga no nariz, mas não tinha que ser com a motoqueira bonitona e sarada.

-- Para com isso, quem ouvi você falando pensa que a barangona é você, sendo que na verdade você é linda – dei um beijo no canto da sua boca – gostosa – beijei seu pescoço – e irritantemente atraente e sexy quando está com ciúmes – dei um selinho – me faz ter cada ideia. – Ela soltou uma risada gostosa me abraçando, mesmo nossa vontade fosse fazer mais que apenas se abraçar, respeitamos as pessoas ao nosso redor.

Já era noite quando cantamos parabéns e muitas pessoas foram embora, mas como Juliana tinha ido de moto e a estrada não era das melhores condições minha mãe a convidou para passar a noite e ir no domingo de manhã, claro que minha progenitora nos colocou numa saia justa, mas vou fazer era a dona da casa e tenho certeza que não foi de propósito.

-- Juliana você pode ficar no quarto de hospedes, você conhece a casa. – Minha mãe falava – As meninas e o Miguel ficam com o outro. Boa noite meninas. - Cada um estava se dirigindo para o descanso.

-- Mô. – Juliana me chamou – Eu posso ficar com o Miguel aqui, aí vocês podem ficar mais à vontade.

-- Não precisa Ju. Tem uma cama extra no outro quarto, não se incomode.

-- Ele é meu filho, não me incomoda. – Se virou para o Miguel – Vamos garotão o que acha de uma festa de pijama. – Nem precisou falar mais nada, meu filho saiu correndo.

-- Ok, então. Boa noite.

Já deitadas, começamos a trocar carinhos, beijos e várias mãos bobas, não aguentava mais me segurar perto daquela mulher.

-- Amor, estamos na casa dos seus pais, se controla.

-- Eu estou desde cedo me controlando, te ver com ciúmes e naquele biquíni me fez ter cada ideia.

-- Eu não estava com ciúme – ouvi ela falando enquanto beijava seu pescoço, sua pele quente denunciava o quanto estava mexida, mais algumas caricias e ela se rendeu.

Nossa noite como sempre foi maravilhosa, mesmo nos segurando muitas vezes para ninguém na casa perceber, aquela mulher me deixava louca, parecia saber todos os caminhos para me fazer ter prazer e modéstia parte conseguia deixa-la bem satisfeita.

Na manhã seguinte acordei com os raios solares que passavam pela janela que largamos aberta, me sentei na cama observando aquela mulher deitada com as costas nua, meu Deus como podia ser tão linda?

-- Ah meu amor, se você soubesse o quanto eu estou te amando. – Toquei suavemente suas costas e depois de um beijo segui para um banho, não posso prever o futuro, mas não posso deixar de desejar estar com ela para sempre.

Fim do capítulo