Feliz ano novo!
- Uau! – As gêmeas disseram juntas ao passarem por uma das entradas laterais da boate.
- Isso é incrível, Nat – Alex sentia cada parte do seu corpo vibrar de acordo com a música que tocava alta.
- Você ainda não viu nada, sis. Agora preciso ir me preparar, devo entrar em alguns minutos - Natasha deu um abraço rápido na irmã e seguiu com seu equipamento até o técnico de som que a aguardava. - Dá próxima vez que nos encontrarmos, por favor, esteja com uma aliança de noivado nesse dedo – a DJ gritou de longe e deu uma piscadela para a irmã.
Alex esperou a irmã desaparecer para perto do palco principal e se dirigiu até a escada que levava até a área onde Júlia deveria estar.
Mesmo em meio a enorme quantidade de pessoas que dançavam amontoadas, não demorou muito para que Alex visualizasse Júlia do outro lado da pista.
A garota dançava ao lado de outras três jogadoras, que Alex reconheceu dos jogos que assistira.
A batida da música começava a desacelerar, era sinal de que o DJ que se apresentava estava finalizando seu set, Natasha entraria logo em seguida. Alex apressou-se em descer as escadas, ansiava em sentir o calor que emanava de Júlia, por alguns segundos perdeu a noção de todo o ambiente que a cercava e guiava-se apenas pelas batidas que outra vez ficaram mais rápidas, o que significava que sua irmã assumira o palco. Alex se apertou entre as pessoas que se amontoavam tentando se aproximar de Natasha, e se encabulou ao ver a destreza com que ela dominava a cabine, sua energia era contagiante e a vibe que se alastrava pela pista era insana.
Alex estava há poucos metros de Júlia e podia sentir a saudade dos últimos seis meses vindo à tona, só pensava em se jogar em seus braços e sentir seu cheiro outra vez. Finalmente chegara o momento para o qual tanto se preparara.
- Feliz ano novo – Alex disse perto do ouvido de Júlia. – Você está incrível.
Júlia virou-se sem acreditar na voz que acabara de ouvir.
- Ai meu Deus – sem perder nenhum segundo Júlia tomou Alex em seus braços e a apertou com força. – Você está aqui! Não acredito que você está mesmo aqui.
- Estou – Alex devolvia o abraço e seu coração acelerava ao sentir o toque de Júlia. Não queria soltá-la enquanto não gravasse totalmente aquele momento em sua mente.
- Vocês querem me matar? – Júlia se afastou e socou levemente o braço de Alex, a garota estava em estado de êxtase e não conseguia conter sua alegria. – Não tenho mais 18 anos, meu coração é fraco!
- Só queria te fazer uma surpresa – Alex balançou os ombros. – E matar a saudade desses olhos lindos.
- Não acredito que você está aqui – Júlia falou manhosa e puxou Alex outra vez para junto de si mais uma vez e a beijou demoradamente. – Sonhei com isso todas as noites desde que cheguei. Como isso é possível? E os seus pacientes? Como conseguiu pagar a passagem? Onde estão o Paçoca e o Shoyu?
- Vou responder todas as suas perguntas, mas primeiro preciso que você também me responda uma coisa – Alex disfarçadamente enxugava as mãos suadas na calça e aproveitava para pegar a aliança guardada no bolso da frente. – Vim até aqui porque não podia mais esperar.
- Você atravessou o continente para me fazer uma pergunta? – Júlia perguntou alarmada.
- Não é qualquer pergunta – Alex usou sua melhor postura e colou o corpo ao de Júlia, bem próxima ao seu ouvido causando arrepios nas duas. – Amor, desde que você voltou para minha vida eu tento ser alguém melhor que mereça estar ao seu lado, uma pessoa a qual você sinta orgulho de amar e...
- Você não tem ideia do quanto orgulho eu tenho de você – Júlia interrompeu Alex e aproveitou para dar outro beijo lento. – Desculpa te interromper, mas só consigo pensar em te beijar, então se você puder dizer de uma vez o que quer me perguntar para que eu possa ainda esse ano te dar pelo menos 1% dos beijos que guardei.
- Parece uma boa ideia – Alex concordou e deixou de lado todo o texto que preparara. – Você quer se casar comigo?
- Uouuu! – por muito pouco Júlia não derrubou o copo de vodka que segurava. – Ai meu Deus, isso é sério?
- Pareceu um pouco melhor nas centenas de vezes que ensaiei na minha cabeça – Alex disse tensa.
- Alex, você veio até a Turquia para me pedir em casamento enquanto a Natasha toca nessa boate chique?
- Sim – Alex começava a suar frio e involuntariamente mordia o canto da boca
- Há quanto tempo você planejou isso?
- Humm, desde que eu percebi que ter você na minha vida faz com que meus dias comuns sejam extraordinários e me dei conta de que não quero voltar a ter uma vida sem você nela.
- Mas quando exatamente foi isso?
- Não sei, alguns dias antes de você viajar. Isso é mesmo a coisa mais importante agora? Será que você poderia responder a minha pergunta? Estou um pouco ansiosa aqui – Alex mostrou as alianças que escorregavam em suas mãos suadas.
- Você ficou maluca? Ainda tem alguma dúvida? – Júlia pegou a aliança das mãos de Alex e a colocou no dedo. – Essa foi a coisa mais fofa que você já fez na vida. É claro que eu quero me casar com você.
- Ufa – Alex voltou a respirar aliviada e deu um gole na bebida de Júlia. – Agora podemos voltar para a parte onde você me beija.
- Vamos sair daqui? Estou louca para tirar sua roupa, mas não acho que seja muito apropriado fazer isso em público.
- Isso é tentador, mas a Natasha vai nos matar se não ficarmos até o final do set.
- Tem razão e ela está maravilhosa. Eu ainda não acredito que vocês estão aqui – Júlia voltou a ter consciência do ambiente ao redor. – Vem, vou te apresentar para as garotas.
- Estou ansiosa para conhecê-las – Alex se deixou levar.
- Meninas, essa é a Alex, minha noiva – Júlia sorridente exibiu a aliança para as garotas que pararam de dançar e cumprimentavam Alex. – Essas são Nicole, Estela e Bia.
Alex estendeu a mão para Nicole, mas antes que pudesse tocá-la viu seu sorriso congelar em câmera lenta e no instante seguinte o vestido da garota era lentamente tomado por manchas vermelhas de sangue ao ser atingida por três das centenas de balas que voavam por todos os lados.
As garotas levaram alguns longos segundos para entenderem que terroristas invadiam a boate e disparavam tiros contra as pessoas no local.
O desespero se alastrava rapidamente, algumas pessoas corriam para as saídas de emergências enquanto outras buscavam se esconder atrás das mobílias, algumas caiam no chão cobertas de sangue.
Alex sentia o pavor de Júlia ao seu lado e sabia que também precisava tentar sair dali, mas o sorriso de Nicole sendo apagado estava gravado em sua mente e impedia que suas pernas lhe obedecessem.
- ALEX – o grito desesperado de Júlia a despertou do transe ao mesmo tempo em que sentia uma dor dilacerante na perna esquerda ao ser atingida por uma das balas. – Temos que sair daqui. Consegue andar?
Júlia apoiava Alex em seu ombro e a guiava por entre o caos da boate, em busca de um lugar para se esconderem. A música havia parado e os gritos horrorizados eram a única coisa que se ouviam entre os tiros.
- Preciso encontrar a Natasha – Alex parou subitamente ao olhar para o palco e foi derrubada por um homem que corria em direção aos banheiros.
- Nós vamos encontrá-la, mas primeiro precisamos tirar você daqui – Júlia agachou-se e fazia um torniquete com sua blusa na esperança de estancar a enorme quantidade de sangue que saia da perna de Alex.
Os tiros diminuíam, mas a correria ainda era grande, ninguém sabia ao certo para onde ir, nenhum lugar era seguro.
- Ela pode estar ferida no palco, tenho que ir até lá.
- Alex, não! – Júlia tentava impedir que Alex se levantasse.
- Preciso encontrá-la, isso é tudo minha culpa, ela nem queria estar aqui. Ela não pode estar morta, Juh. Não pode.
- Amor – Júlia segurou o rosto de Alex entre suas mãos. – Nada disso é culpa sua. Por favor, confie em mim.
- Não posso deixá-la para trás.
- Fique aqui, eu vou procurá-la – Júlia arrastou Alex para um canto e a escondeu embaixo de uma mesa que caíra do segundo andar. – Não se mexa.
Após alguns poucos minutos que mais pareciam uma eternidade, Júlia voltou coberta de poeira e sangue.
- Natasha não está lá – Júlia tossia enquanto ajudava Alex a se levantar. - Ela deve ter escapado pela saída dos camarins.
Os tiros finalmente haviam acabado, mas a tensão e o pânico ainda predominavam o ambiente.
- De quem é esse sangue na sua roupa? – Alex perguntou assustada.
- Seu – Júlia respondeu ao se dar conta do seu estado e consequentemente da quantidade de sangue que Alex havia perdido. – Você precisa de um médico, temos que sair daqui.
As pessoas que ainda restavam dentro da boate solidariamente ajudavam os feridos a sair, enquanto os bombeiros e a polícia iniciavam o trabalho de busca e resgate.
Após darem alguns passos uma das equipes de resgate localizou as meninas e as levaram em segurança até uma das dezenas de ambulâncias que transportavam os feridos.
Alex tivera uma artéria atingida, mas com uma pequena cirurgia estaria fora de risco.
- Eu vou encontrá-la – Júlia disse entre lágrimas, enquanto Alex era conduzida para dentro da sala cirúrgica.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Mille
Em: 22/08/2018
Oi Ray saudades
Oxi volte aqui garota como pode fazer isso transformar um encontro maravilhoso e colocar terrorista para acabar a festa. Muito preocupada aqui com a Nat e Alex.
Volte logo e nos deixar alegres em saber que elas estão bem.
Bjus e até o próximo capítulo
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preguicella
Em: 21/08/2018
Eitaaaa! Voltou com a corda toda hein!
Some mais nãooooo! Por favorzinho!
Bjãoo
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