I CAPÍTULO:

"É importante lutar, e recomeçar a lutar, e continuar a lutar, porque somente assim o mal poderá ser acuado, embora jamais erradicado." (Alvo Dumbledore)

Passado...

No início de tudo houve um stinker entre os herdeiros das casas verde e branca. Foi uma união feliz e dela adveio o jovem vamper Wallyr; sangue puro que foi prometido, ainda criança, à jovem filha do lı́der Wrades como forma de selar alianças de paz entre as casas.

Os anos se passaram e o jovem Wallyr se tornou um grande guerreiro. Em uma de suas batalhas adentrou numa aldeia humana caçando um corrompido.

_ Homens, o encontrem! Ele já dizimou metade da aldeia, vejam! – ordenou o lı́der irritado mostrando os corpos sem vida dos aldeões.

Todos os vampers olhavam desolados os corpos jogados por todos os lados! Gargantas destroçadas, corpos secos sem sangue completamente sugados. Os corrompidos eram vampers normais que foram transformados pela sede de sangue. Todos eles poderiam corromper-se se invés de alimentar-se apenas para fortalecer-se ou no prazer com seus tiamãs (companheiros eternos), passassem a fazer isso inúmeras vezes na semana; e, sem limite, bebessem até secar sua vítima!

Começaram a procurar o corrompido pelas ruas.

Wallyr já saía de uma ruela quando ouviu um grito! Correu até a origem daquele grito por socorro e deu de cara com o corrompido encurralando uma garota.

_ Deixe-a em paz – gritou chamando a atenção do assassino para ele.

_ Ora se não é o pequeno lı́der Wallyr Palmer Tanish! – debochado falou o corrompido.

_ Largue-a agora! – tornou a ordenar Wallyr.

_ Venha tirá-la das minhas mãos – afrontou o corrompido.

Nesta hora o lı́der pulou pra cima do corrompido com as espadas trashi empunhadas e flamejando.

Ele vendo o ataque largou a jovem e também saltou com adagas empunhadas. Encontraram-se no ar, com os aços chocando-se. A luta foi se acirrando, os homens chegaram e ficaram acompanhando o embate.

Pelos cantos dos olhos, Wallyr viu a moça se encolhendo junto à parede; estava ferida, pois saía sangue da sua cabeça e manchava a gola do seu vestido! Ele sentia o cheiro de seu sangue!

Voltou a sua atenção para luta no momento preciso em que o inimigo achou que cortaria seu pescoço.

Desviando-se do golpe rapidamente girou o corpo saltando às costas do corrompido e com as duas espadas lhe arrancou a cabeça com as trashi flamejantes. No último momento o corrompido deu um brado de derrota enquanto sua cabeça rolava do tronco, seu corpo pegava fogo e extinguia-se.

_ Apanhem a cabeça – ordenou Wallir limpando as espadas na calça – Precisamos entregá-la à ordem da justiça.

Atingido pelo amor...

Wallir

Olhei em direçãoà jovem humana. Dirigi-me até ela e ao aproximar-me, a mesma começou a desesperar-se chorando de pavor.

_Shiiii, calma – tentava acalmá-la – não te faremos mal.

Estendi a mão e limpei sua face do sangue que ali estava. Ao chegar mais próximo senti o cheiro da sua essência da vida! Seu sangue tinha cheiro de ambrosia... Inalei forte. Meus olhos buscaram os seus, ela estava em choque, todo seu corpo tremia.

Nasceu em mim um sentimento de proteção e, sem perceber, a tomei nos braços.

_ Qual teu nome? – perguntei enquanto a conduzia ao centro da aldeia onde tinha uma fonte.

_ Tandra, filha do chefe Zalmir... Me matará? – Ela trêmula.

_ Não! – neguei ofendido – Sobrou mais alguém?

_Ninguém, todos foram mortos! – Seus olhos encheram-se de lágrimas novamente.

Sentei-a na beira da fonte e molhando um trapo comecei a lhe limpar o sangue das têmporas e do pescoço. Ela olhou-me nos olhos. Nesta hora senti um impacto no peito, seu cheiro penetrava dentro de mim e percebi meu corpo vibrar de excitação.

Sacudi a cabeça para despertar, afastei-me dela e daquele encantamento! Reuni os homens para dar ordens de retirada e retorno à nossa cidade.

_ Vai levá-la para a casa branca?! – Quaertir, meu sargento, questionou olhando de esguelha pra moça.

_ Sim – respondi de cenho franzido – Vou!

_ Mas, Senhor...

_ Sem mais! – o interrompi – Vamos, temos muitos dias de viagem à pé pela frente, sem podermos voar, já que estamos em campo humano. Até chegarmos às fronteiras iremos normal, caminhando.

Durante aqueles dias de caminhada o amor brotou entre Wallyr e Tandra; E, em uma noite estrelada os corpos conheceram-se intimamente.

Enquanto penetrava Tandra escutando seus gemidos de prazer, Wallyr enfiou suas presas em seu pescoço bebendo dela e, de repente, sentiu o centro do seu peito queimar.

Neste momento sua mulher chegou ao orgasmo e levou a mão ao peito esquerdo sentindo doer. Wallyr também entrou em êxtase e uma luz partiu da sua testa fundindo-se à testa de Tandra que gritou desfalecendo em seus braços.

_ A matei! Ela é humana, não medi minha força! – Wallyr, desesperado, pensava – O que foi essa luz branca saindo de mim e adentrando em Tandra?

_ Tandra, Tandra?! Fala comigo amor!!! – No desespero comecei a chamá-la.

Ela voltou a si, encarou os meus olhos e percebi que os seus olhos que antes eram negros, agora estavam mel... Mel como a cor dos meus!!!!!

_ Impossível!!!! – pensei abismado.

_ Impossível o quê, Wallyr? – perguntou ela em resposta ao que eu pensei!

Ela leu meus pensamentos.

_ Meu Deus!!! Aconteceu um stinker... – afastei-me sentando pasmo.

_ Querido não compreendo – Tandra disse estupefata com a cara surpresa dele; gem*ndo em seguida levando a mão sobre o seio esquerdo – Aıiii, que dor!

Tomei sua mão olhando o que a incomodava e sentindo também uma dor no mesmo local! Boquiaberto, vi ali um dos sinais do stinker: as iniciais dos nossos nomes! No seio de Tandra tinha brilhando as letras WT e ao observar meu peito constatei gravado: TW.

_ Fui agraciado! – Pensei boquiaberto abraçando-a e sorrindo feliz.

_ Agraciado com o quê, querido?! Temos letras brilhantes dolorosas como uma merd* em nossos peitos e você fala que fomos agraciados!!! – Tandra falou irritada – Explica já isto, Wallyr!

_ Tandra você percebeu que está ouvindo meus pensamentos?

Ela levou à mão a boca ao se dar conta desta verdade.

_ O que isso significa? – balbuciou espantada.

_ Aconteceu um stinker entre nós – dobrei o joelho diante dela e declarei selando nossos destinos – Eternamente sou seu e você é minha!

_ A união de almas? Mas isso é verdade mesmo?!! – questionou sem crer – Eu sou humana! Na aldeia contara-nos esta estória que ocorre com os vampers ao encontrar seus companheiros eternos.

_ Querida, tanto é possível que ocorreu; é só conferir nossas marcas de vida e checar você ouvindo meus pensamentos. Ahhhh, e mulher? Prepare-se, pois daqui a poucos meses seremos pais! – disse isso sorrindo, pois a segunda parte do stinker é que se no momento do encontro de alma, o vamper estiver bebendo do parceiro, eles concebem um filho! E como, no nosso caso, a mãe é humana em seis meses a criança nascerá.

Assim, ali nascia um grande amor e também iniciava-se uma cisma entre casas verde, branca e a vermelha, pois o líder Wrades indignou-se pela quebra de aliança... Sua filha fora trocada por uma humana.

A partir dali a guerra entre as famı́lias foi declarada e por séculos permaneceu.

Daquela noite de stinker ente Wallyr e Tandra nasceu uma linda menina mestiça, herdeira das duas casas verde e branca: Andrah.

Dias atuais...

_ Impossı́vel isso! Não aceito uma mestiça na líderança das casas Vampers – Gritava lı́der Wrades diante do Alto conselho da Ordem Vampers – Meu neto Klauss é um vamper sangue puro; ele sim deveria assumir a líderança das casas com a morte do Lı́der supremo Wallyr e sua companheira Tandra.

_ Wrades? – falou o Tabbir presidente do Conselho – não tem o que contestar... Andrah é a herdeira na linha direta da sucessão; uma guerreira estupenda e uma mulher extremamente sábia. Nada a desqualifica para assumir o comando do povo Vampers que é um direito seu. E, só lembrando, seu neto é o décimo segundo na linha de sucessão de comando.

Wrades inchou de raiva ao ouvir o frisar da posição na linha de sucessão que o neto ocupava e voltou a sentar-se calado.

_ Que entre Andrah Zalmir Palmer Tanish! – Tabbir ordenou.

As portas se abriram dando entrada a uma belíssima mulher mestiça vampers de 35 anos, com negros cabelos longos trançados jogados às costas.

Seu rosto era forte, de maçãs salientes, lábios cheios e sobrancelhas meio arqueadas que lhe conferiam um ar sarcástico! O queixo possuia um delicioso furo e olhos cor de mel, bem claros, assemelhavam-se a olhos de felinos. Andrah emanava poder e segurança a cada passo.

Vestia uma roupa típica das guerreiras nobres! Blusa azul de mangas bufantes até os cotovelos, que lhe deixava o colo em evidência pelo decote acentuado; calças justas de cor verde sumo lhe moldavam as coxas torneadas. Ela possuia cintura fina e quadris cheios arredondados que deixavam homens e mulheres babando diante daquele monumento moreno de 1,87 de altura.

Todos na sala observaram a entrada da nova líder.

A mesma, conforme o protocolo deveria dobrar o joelho diante do Presidente do Conselho e levantar a cabeça para que colocasse o Chimashi, ramo do poder, em sua cabeça; e estender a mão direita sobre o cetro da justiça pra fazer seu juramento de lealdade às casas e ao povo Vampers.

Assim foi feito!

Wrades assistiu a toda cerimônia de coroação espumando de raiva! Já o seu neto Klauss via a tudo aquilo com olhares de cobiça e desejo sobre a nova líder vamper.

Já assentada na cadeira de lı́der, Andrah avaliava cada um que lhe cumprimentava!

Por dentro estava destroçada; tivera seus pais mortos há três meses em um embate nas fronteiras Guller quando lutavam contra corrompidos que tentavam dizimar uma aldeia de humanos.

Ela sentia-se culpada porque não os quisera acompanhar!

Na época estava de caso com Julliet Travier, uma vamper da casa verde (sim gostava de homens e mulheres); esta chegara a sua casa de madrugada absorvendo-a totalmente na luxúria.

Então mandara um mensageiro avisar aos pais que, desta vez, não viajaria com eles para passar o mês em Gulller como havia outrora combinado, mas que chegaria quatro dias depois.

Foi neste ínterim que corrompidos atacaram a aldeia humana próxima ao castelo Tanish e seus pais foram em auxílio perdendo suas vidas ali, lutando!

_Deuses! Agora estou eu aqui, perdi meus amados pais e fiquei com o peso de líderar toda a raça Vampers distribuídas em clãs: verdes, brancos, vermelhos e suas ramificações – pensava Andrah angustiada enquanto, exteriormente, passava uma sensação de tranquilidade a todos que lhe cumprimentava.

Este último clã̃, o vermelho, seria grande problema!! Isto sabia, pois rivalizava com ela por conta de uma velha estória entre seu pai e a filha do lı́der Wrades que foi preterida em virtude do stinker que seus pais tiveram!

_Aff! – bufou interiormente desgostosa – até hoje o homem é mordido com minha linhagem por causa deste bendito stinker!

Tinha certeza que ele, Wrades, era contra sua tomada da líderança alegando sua origem mestiça. Por conta de sua mãe ser humana, ela deixava de ser puro sangue vamper. Não voava, mas tinha a força, o intelecto e todas as demais caracterı́sticas Vampers.

Alimentava-se de sangue. Porém, por sua descendência humana, podia ingerir alimentos normais e andava durante o dia. O sol não lhe molestava, graças seus genes humanos resistentes a ele; devido a isto transitava normalmente entre as duas raças.

Então, o que para Wrades e muitos outros era desprezível; na verdade era um grande diferencial positivo ser misturada humana e Vampers.

_ Bem querido – murmurou o olhando partir irritado – Terá que me engolir!

Fim do capítulo