POV Nanda

— Mas Mainha, Dóris prefere o João e o Valdir tá sempre com a AnaBea.  Eu fico ch*pando o dedo, triste.... sem nenhum bichinho – eram seis horas da manhã e eu corria na beira-mar com AnaLu e éramos acompanhadas pela Alex de bicicleta e dois seguranças. Minha amiga não conseguia mais pedalar todo o caminho, então, um dos seguranças “empurrava” a bike enquanto corríamos.

— Fica com a Jurema então. Ela vive na sua casa mesmo e como a Lu tá viajando... – Alex fala da gata Jurema que a AnaLu deu para a sua dinda Lu.

— Ah, tia Alex... Jurema caga pra mim. Só aparece quando quer carinho e logo sai fora. – se estivéssemos perto da Clarinha ela iria xingar a minha filha pela “boca suja”. Era impressionante o quanto a minha mais nova era parecida comigo. Adorava qualquer esporte, mecânica, motos, carros, violão... Sempre pensei que o João seria o meu companheiro, mas me enganei. João segue os passos da sua mãe. Adora coisas Geeks e ama tudo sobre medicina. AnaBea é a nossa princesa, sempre no mundo da lua e tímida. AnaLu era campeã de Muai Tay e tocava e cantava o violão como ninguém. A voz dela era maravilhosa. Era incrível como essa menina sempre estava de bem com a vida.

— Vamos ver com a sua mãe. – falei e a menina de 12 anos faz um muxoxo. Ela sabe que com a Clarinha tudo é mais complicado. Quando se trata dos meus filhos eu sou a mãe bobona que deixa tudo acontecer.

— Mainha, por favor! Já falei com a Jennifer e ela tem um filhotinho que a mãe morreu no parto. A mãe tinha sido jogada fora. Por favor, Mainha!! Eu prometo que cuido dele. Limpo o coco... por favor!!

— Tá bom, mas vamos colocar umas roupinhas bonitinhas nele que sua mãe se derrete toda. Qual o nome que você vai dar.

— Sabrino.

POV Sabrino

Mano do céu. Acho que dormir por um século. Acordo do nada com uma fome. Daquelas fomes de comida que o vô jogava embaixo da mesa, sacas? Sem as mamães verem. Mas a coisa ta louca... não tô entendo porr* nenhuma. Tento caminhar e não consigo. Tento abrir os olhos e não consigo. “Mano, o bagulho ta islâmico mermão!”. Escuto a voz da Jennifer e fico mais tranquilo. Ela tá cuidando de mim! Tô louco pra nadar na piscina com o vô e dançar a Macarena.

Perai, mamãe morena tá falando... e uma voz... parece a voz da mamãe morena só que mais jovem. Já gostei dela. Me pegou no colo e ta me dando leitinho. “Será que pode me dar umas bolachinhas também?”. Essa humana miniatura de mamãe morena... gostei... vou pegar ela pra mim.

POV Ana Clara

— Porr* Nanda! Eu não posso virar as costas por um minuto e você faz todas as vontades dos meninos!

— Nem foi todas as vontades, eu não trouxe a roupinha de Darth Vader...

— Amor, não dá pra ser assim! Eu sempre sou a malvada nessa história! – Nanda vem com cara de cachorro que revirou o lixo e me abraça.

— Gatinha olha como a AnaLu tá feliz. E olha o padrinho? Tá sendo babá do Sabrino. Estão brigando os dois para ver quem cuida, quem dá mamadeira...

— Mamãe, to indo...

— Onde João?

— Vou pegar a Summer e ir na sorveteria. – olho apreensiva para Nanda. João andava cada vez mais na casa da Summer. Toda hora falava do “tio Vitor”. Como era legal! Como deixava eles andarem na cadeira de rodas... “tio Vitor isso.... tio Vitor aquilo...”.

No início levamos um baque quando encontramos o Vitor e a filha no shopping. Mas, por incrível que pareça, ele não nos reconheceu. Segundo os médicos ele teve perda de memória devido a uma isquemia severa durante o período de coma.

— Filho, você sabe que precisa combinar as coisas antes. Hoje a gente vai jantar com seus avós.

— Que saco!

— João! – Nanda fala grosso com ele.

— Calma gente – AnaBea chega colocando panos quentes. – Porque a gente não vai na sorveteria e Carlão nos traz pra janta?

— Assim, tudo bem. Filho, tem só que combinar! Não pode sair decidindo nada sem a gente saber. – Clarinha fala beijando a testa do garoto.

— Vamos AnaLu?

— Quem mais vai?

— Sofia, Summer, Jorge e a May. – João conta.

— Ah porr*! A pirigótica da May? Tô fora, prefiro ir surfar.

— Vamos AnaLu? Para de frescura! – AnaBea resmunga.

— Aquela menina me dá nos nervos. Prefiro ir surfar e depois ir na tia Alex. – Luiza estava em Milão e Alex ficou sozinha em casa. AnaLu sempre ia para lá.

— Você que vai perder. – João sai.

— Aham... prefiro mesmo. – AnaLu sai seguida pela irmã.

— O que acabou de acontecer aqui? -  pergunto para a minha esposa.

— Drama adolescente. Lembra que eu te falei que o João havia perdido o BV?

— Sim. Ele contou para você, ainda to triste que ele não quis contar para mim.

— Foi com essa tal de May que é colega das meninas. Só que, segundo o que a AnaBea me contou, essa May arrasta uma asa para a AnaLu, que foge da menina como quem foge da cruz.

— Ai DEUS, sério? Já tivemos o problema com a Summer. – meu filho teve um crush pela “prima” e nós tivemos que intervir. Só que não sabíamos que a AnaLu, precoce, já tinha perdido o BV aos 11 anos com a prima. Então foi um drama adolescente daqueles, e tivemos que chamar o Fê para intervir e colocar os quatro frente a frente. João, desde esse momento, ficou com uma implicância com a irmã.

— Prevejo grandes dramas adolescentes!

POV Sabrino

Já fazia um mês que eu acordei nesse corpo horrível. Mano, o que eu fiz para merecer isso? EU NÃO CONSIGO LAMBER AS MINHAS BOLAS! Sério! Fui dar um conferes zuero nas minhas partes masssss... meu pescoço não chega até lá? Sabe quando você vê uma torta gigante na geladeira te chamando para dar uma lambidinha mas você não consegue? É assim que eu me sinto.

Pelo que eu entendi eu morri. Calma mermão, acontece. Mas o mais louco é que voltei pra mesma família. A única coisa ruim é que agora tem o Valdir, um cara que acha que sempre tem razão e sabe tudo, a Jurema, que se acha a dona dessaporr*toda e a Doris.... a Doris é linda mano. Sempre na dela, carinhosa... Acho que vou apaixonei. Será que ela se importa em namorar caras mais novos? Já, sei... vou levar um presente pra ela.

POV Nanda

— ANALU, FOI VOCÊ QUE COLOCOU COCO DE GATO NA MINHA CAMA? – João gritava e corria atrás da irmã que ria.

— Claro que não tosco! Se fosse eu iria colocar na tua gaveta de cuecas! – João furioso tentava pegar a irmã, mas como ela era mais rápida, essa fugia.

— MAMÃE! MAINHA! OLHA O QUE ESSA RIDÍCULA FEZ!

— João, você sabe que sua irmã não mente. Se fosse ela, iria dizer e rir ainda por cima, mesmo que ficasse de castigo. - fala

— PORRA, VOCÊS SEMPRE... SEMPRE... DEFENDEM A ANALUZINHA! Vem May, vamos sair daqui.

— Vocês tavam nos amassos e dai se cagaram... é isso? – AnaBea começa a rir com a irmã e meu filho morre de vergonha e sai com a menina.

— Essa menina deve gastar a mesada toda em delineador né? DEUSULIVRE! – falo e as minhas filhas morrem rindo. – Imagina a quantidade de demaquilante? Deve comprar em galão!

Fim do capítulo