Boa noite a todxs! Perdoem o pequeno atraso na postagem e também qualquer erro na escrita. Esse capítulo acabou de ser criado nesse exato instante, pois a semana foi de retorno às aulas e estive bastante ocupada.
Espero que curtam o capítulo e gostaria de pedir a opinião sincera de vocês.
Tenham uma ótima leitura e uma excelente semana.
Xeros.
Capítulo 58 O Véu da Imortalidade
Delphine não se lembrava de que aquela escada fosse tão longa. Percorreu os mesmos degraus que já esteve há poucos dias, só que dessa vez o sentimento que lhe dominava era completamente diferente. Foi inevitável para si não rir sob a mais plena felicidade, ao ponto que parou a apressada corrida de ambas, obrigando Cosima a olhá-la curiosa.
Não disseram nada, pois entre elas tudo era comunicado pelos olhares, pelos gestos e Cosima percebeu pelo que Delphine estava passando. Foi inevitável não se compadecer por ela, por tudo que ela passou nos últimos dias, por tudo e todos que ela precisou enfrentar para estar ali com ela. Porém, afastou qualquer pensamento mais logico ou racional de sua mente, pois sua urgência gritava por senti-la novamente.
As vontades alucinantes de Cosima não passaram despercebidas por Delphine, que fitava o degrau e ergueu seus olhos para que esses fossem capturados pelo mais intenso e faminto dos olhares. Sentiu cada pelo de seu corpo ser eriçado e seu ventre se contorceu de imediato guiando toda a sua excitação para o seu sex* latejante. Engoliu em seco e anuiu energicamente com a cabeça, dando a permissão já desnecessária para que continuassem a incursão rumo ao apartamento. Um aperto de mãos concluiu o que queria dizer e poucos segundos depois, mergulhou de volta ao lar de Cosima.
Delphine parou um pouco a frente, de costas para a morena que se deixou recostar em sua porta após tê-la trancado. Dessa vez não queria que ninguém as interrompesse. Ousou varrer o corpo da loira diante de si, permitindo-se deixar invadir pelos mais insanos pensamentos de onde gostaria de lambê-la. De onde sua língua dançaria sobre aquele corpo absurdo.
Novamente aquelas imagens também atingiram Dephine potencializando o seu tesão ao extremo, obrigando-a a fincar suas unhas nas próprias coxas e sentir ainda mais o seu sex* latejar em meio a crescente umidade que muito em breve iria lhe denunciar. Estremeceu quando percebeu que Cosima se aproximava dela. Fechou os olhos e mordeu os lábios intensamente. A cada passo dado por ela, seu coração acelerava a uma velocidade impressionante provocando um tremor agoniado.
Cosima ficou parada bem atrás dela, se deliciando com o perfume singular de sua amada e usufruindo de cada instante de antecipação. Queria mais do que tudo tocá-la, mas ao mesmo tempo, desejava adiar ao máximo o iminente êxtase que viria com certeza.
Num tremor mutuo, Cosima recostou sua testa nas costas de Delphine que inclinou sua cabeça para trás. Também estava se deliciando com o “quase” e sentiu-se arrepiar por completa quando as mãos de Cosima mal tocaram seus braços enquanto subiam e desciam.
As respirações desconexas de ambas entram em uma sincronia tão particular enquanto a morena repetia o movimento de sobre e desce de seus dedos, sentindo sob a pele a arrepiar da loira. Contudo, sempre que suas mãos subiam se aproximavam cada vez mais perigosamente do abdômen dela e numa derradeira subida, permitiu que seus polegares deslizassem por sobre os mamilos absurdamente duros de Delphine que literalmente cambaleou diante do poder e da violência do espasmo que sentiu.
Cerrou os olhos diante da constatação de que estava na iminência do gozo apenas pelas insinuantes caricias que recebia. Mas queria esperar... Então ergueu suas mãos e tomou as de Cosima assim que essas estavam flutuando bem diante de seus seios. Naquela posição a puxou gentilmente, obrigando que ela colasse o corpo contra o seu e assim que seus copos se tocaram, o gemido foi partilhado por ambas.
Delphine ousou e levou uma das mãos de Cosima a sua boca, inicialmente dando leves beijos nas pontas dos dedos, mas o desejo desesperador que sentia a impeliu a deixar sua língua escorregar por entre os dedos dela para em seguida suga-los avidamente.
Foi a vez de Cosima sentir-se encharcar e permitir um movimento quase involuntário de seu quadril que chocava-se contra a bunda de Delphine, essa percebeu o aumento na velocidade daquele movimento, lhe dizendo que sua amada também estava bem próxima de seu limite.
Ambas estavam à beira de seus limites!
Repletas de saudades. Seus corpos sentiam a falta um do outro na mesma intensidade que suas almas se buscavam, relembrando os caminhos, os gestos, os sons já conhecidos.
E num desespero ancestral, Delphine mostrou que estava farta das preliminares, e girou ficando de frente para Cosima e a tomando nos braços. Essa compreendeu exatamente o que sua amada queria e num pequeno salto, subiu no colo dela, pondo um fim definitivo a qualquer distância que ainda pudesse existir entre elas. Porém a loira parou no instante em que suas bocas estavam prestes a se tocar, causando um protesto frustrado de Cosima que a encarou com uma das sobrancelhas erguidas.
- Senti tanto a sua falta... – E após tomar um ultimo fôlego, tomou os lábios da outra nos seus com um desesperado beijo avassalador. Cosima a envolveu pela cintura com suas potentes pernas e a cabeça dela com seus braços enquanto suas bocas se exploravam e suas línguas dançavam uma conhecida dança.
Palavras desconexas saiam misturadas a gemidos e respirações mais intensas sempre que suas bocas se afastavam por poucos segundos para que pudessem buscar mais ar e retornar a se perderem naquele beijo tão carnal.
Com um movimento de corpo, Cosima comandou indicando onde queria ir. Prontamente foi obedecida por Delphine que as guiou até deixar a morena sentada sobre uma mesa de canto, mas não antes de afastar os livros e uma travessa metálica repleta de chaves e moedas que caíram ao chão, fazendo um estardalhaço. Ambas olharam para aquela cena e riram, lembrando juntas da primeira noite delas.
“Dane-se o vaso!” Pensaram divertidas, mas qualquer pensamento mais inocente não perdurou, pois logo suas mentes foram invadidas pelas lembranças de tudo o que fizeram naquela noite e de como poderiam repetir cada detalhe e muito mais.
Sem pedir permissão alguma, Cosima enfiou suas mãos por baixo da leve camisa que Delphine vestia, ávida por sentir ainda mais dela e lhe acariciou as costas percebendo o enrijecimento dos músculos e o arrepiar da pele dela. Subiu e desceu sua mão, arrancando da loira gemidos quase chorosos, proferidos em meio aos beijos que não tinham nada de comportados e isso só sinalizava que precisavam de muito mais.
Seguindo seus desejos, a morena levou ambas as mãos para acariciar a barriga de Delphine, que suspendeu sua respiração por um instante, fechando os olhos com mais intensidade. Previu o que a sua amada faria em seguida e não errou. Com destreza e certa velocidade, sua blusa foi desabotoada revelando o sutiã branco com discretos detalhes em renda, contudo o que chamou a atenção de Cosima e suspendeu momentaneamente a sua fome, foram os vestígios do ataque que sofreram e que deixaram suas marcas. Sentiu-se comover profundamente e experimentou um temor absurdo. Por um instante permitiu a terrível ideia de perdê-la e sentiu seu sangue gelar. Tocou com extremo cuidado as costelas direitas, causando um estremecimento na outra.
Nenhuma delas disse nada, pois estavam se comunicando com cada gesto. Delphine percebeu a mudança no semblante de Cosima e também se compadeceu dela. Seu abdômen estava realmente dolorido, mas já não era nada muito incomodo. Contudo, foi surpreendida com as mãos de Cosima subindo para lhe segurar o rosto entre as mãos e ergue-se um pouco para alcançar o ferimento em seu supercílio e beijá-lo com cautela e carinho.
Delphine se sentiu preencher pelo mais profundo, acolhedor e verdadeiro amor. Levando seu coração a assumir um ritmo ainda mais acelerado e fazê-la envolver sua amada num longo e apertado abraço. Ela temia por sua vida, embora a loira soubesse que seria impossível para aqueles homens a mata-la. Ela jamais permitiria e, mesmo a sua imortalidade sendo afetada pela presença de Cosima, aquela gangue não seria páreo para ela.
Afastou aquelas desagradáveis imagens de sua mente e voltou a focar todas as suas reações na mulher que estava em seus braços. Aquela a quem tanto amava e por quem seria capaz das mais impensáveis loucuras. Lembrou-se de todo o tempo em que esteve afastada dela. Referia-se aos séculos de distância, que pareceram insignificantes mediante os últimos meses que precisou passar longe dela. Simplesmente era impensável viver sem ela em sua vida e ali, com ela de volta em seus braços se permitiu ser novamente feliz.
Um movimento mais firmes das pernas de Cosima exigindo ainda mais contato entre elas, indicou que o tesão momentaneamente pausado, havia retornado com tudo e como se uma chama fosse violentamente acesa no interior de Delphine, ela literalmente arrancou a blusa que a morena usava, revelando os seios de mamilos entumecidos. Ansiosa para aquele contato mais intimo, deixou claro o que desejava, levando Cosima a desprender o seu sutiã, retirando-o e o jogando longe. Olharam para os seus desnudos uma da outra. Mordiam seus lábios, engoliam em seco, respiravam com certa dificuldade. Estavam ávidas e a beira da loucura mais carnal, impelidas pela saudade e sem mais suportar um segundo se quer de afastamento, lançaram-se num abraço apertado e em meio a beijos famintos, deliravam com o roçar de seus seios, o que só multiplicava infinitamente os seus desejos.
Delphine sabia e sentia que o seu estado era tão extremo, que estava prestes ao êxtase apenas por causa dos beijos e do toque de peles. Mas precisava de mais! Desvencilhou-se das pernas delas e valendo-se de toda a sua destreza e força, ergueu Cosima por alguns instantes, tão somente para puxar a calça, juntamente com a calcinha que ela vestia. A morena não ofereceu resistência alguma, pois estava totalmente entregue, deixando claro que Delphine poderia fazer o que desejasse com ela.
A loira deu alguns passos para trás, cessando o contato e interrompendo o beijo. O arfar de seu peito indicava que ela também respirava alterada, mas queria observar o espetáculo que era Cosima. Essa não era nem um pouco tímida, no que dizia respeito a Delphine e então decidiu enlouquecer sua amada ainda mais, pois era divertido vê-la perder o seu famosos autocontrole.
Desceu da mesa, mas permaneceu recostada nela. Estava nua em pelo, usando apenas os seus óculos e via o desejo imensurável estampado no rosto de Delphine. Gargalhou com aquilo, fazendo com a loira ergue-se uma das sobrancelhas. Sabia que estava sendo desafiada, provocada e adorava aquele aspecto em Cosima. Ela queria fazer um showzinho? Pois bem... Delphine anuiu com a cabeça e cerrou seus olhos. Não se decepcionou.
Cosima amava o poder que exercia sobre a Toda Poderosa que estava literalmente salivando diante da visão estonteante que era a morena. Ousadamente iniciou a acariciar e puxar os bicos dos próprios seios, valendo-se inclusive de uma força um pouco maior, o que lhe causava extremo prazer mediante a pequena dor que sentia. Delphine tremia!
Puxava, apertava, apalpava a carne firme enquanto encarava a outra com a mais provocadora das expressões. Delphine suspendeu sua respiração enquanto acompanhava a mão direita de Cosima descer pela própria barriga, tendo um destino certo e sabido por ambas.
Sobrevoou a curta penugem no topo de seu sex* e com movimentos sensuais, deixou que seus dedos escorregassem para dentro de seu sex*. Cosima gem*u e fechou os olhos, levando a loira a engolir em seco. Quando a morena voltou a abrir os olhos, delirou com o que viu. Delphine já estava com a mão dentro da calça, e a julgar pela velocidade dos movimentos desferidos, ela estava prestes a explodir.
“Ah não Delphine. Não será tão fácil assim!” Pensou consigo.
- Pare! – Delphine ergueu os olhos e surpreendeu-se com a ordem dada por Cosima.
- O que? – Questionou, mas não retirou sua mão.
- Eu mandei você parar! – Fez questão de carregar de autoridade a sua voz. Delphine divertiu-se ao extremo com aquilo e decidiu que não pretendia desobedece-la. Não queria que nada estragasse aquele momento incrível. Retirou sua mão lentamente e Cosima quase perdeu todo o seu frágil controle quando percebeu o brilho nos dedos da mulher diante de si. Essa, que não era nada inocente, percebeu a reação da outra e esfregou a absurda umidade que escorria entre seus dedos.
“Chekc!” Delphine brincou com a expressão característica do xadrez, quando o oponente está sendo “encurralado”. Cosima ergueu a cabeça, empinando seu queixo. Não estava disposta a “perder”. Reiniciou o movimento de seus dedos e foi acelerando até que aquele som alucinante invadiu o ambiente, fazendo com a atmosfera fosse preenchida por um ar puramente sexual. Delphine cambaleou.
“Check!” Cosima revidou! Delphine segurou um riso quase desesperado e cambaleou um pouco. O delicioso jogo continuou e revide de Delphine veio com seus sapatos sendo retirados apressadamente e seus dedos deslizarem, abrindo o zíper da sua calça. Serpenteou seu quadril e deixou que a calça escorregasse por suas longas e firmes pernas. Revelando uma calcinha também branca que permitiu que Cosima visse o estado de excitação da loira, pois ultrapassava e ensopava o leve tecido daquela peça de roupa.
Ver Cosima se contorcer era a vitória que Delphine esperava, mas quis provoca-la ainda mais. Então, sem piedade alguma e parecendo a coisa mais simples, rasgou a própria calcinha se desnudando por completa. O efeito causado não poderia ter sido melhor. Cosima escorregou e quase caiu no chão, pois perdeu a referencia da consciência por alguns instantes.
“Que mulher é essa?” Questionou-se.
“Check!” Delphine empertigou-se.
Mas Cosima não estava disposta a ceder tão facilmente, embora tudo em seu corpo estivesse gritando por Delphine e sabia exatamente como atraí-la definitivamente. Então desceu sua outra mão e literalmente se mostrou para a outra. Com os dedos de uma das mãos afastou os lábios de seu sex*, revelando o interior pulsante e incrivelmente encharcado. E isso ficou ainda mais evidente quando a morena mergulhou seus dedos bem em seu interior e os retirou lentamente, evidenciando um filete de umidade. Delphine apertou a própria barriga e delirou quando viu quando era o destino daqueles dedos molhados.
Sem mais conseguir resistir, lançou-se em direção a ela e lhe segurou a mão com violência, pouco antes dos dedos serem sugados pela morena. Com uma fome quase animal Delphine abocanhou e sorveu cada gota de tesão contida neles. Gemia enquanto abria e fechava os olhos e como se um magnetismo sobrenatural as atraísse, colaram seus corpos nus. Contudo, Delphine queria, ansiava, necessitava de mais do gosto de Cosima e a tomando de surpresa, ajoelhou-se ali mesmo, posicionando-se bem entre as pernas de Cosima, que a olhava de cima.
A loira parou a milímetros do sex* de Cosima, permitindo que todo o seu ser fosse invadido pelos cheiros peculiares da mulher que tanto deseja. Ansiava por uma dose completa do que acabara de ter uma pequena amostra. Olhou para cima e ergueu as sobrancelhas, como se pedisse permissão. Mordiscando o lábio inferior, a morena deixou escapar.
- Checkmate! – E após tomar fôlego, Dellphine invadiu e tomou o sex* pulsante de Cosima entre seus lábios. Agarrou-se as nádegas dela enquanto a puxava ainda mais contra seu rosto. Cosima contorcia-se e delirava, gem*ndo cada vez mais alto. A loira fez questão de lambuzar todo o seu rosto com líquido quente e viscoso que saia do interior de Cosima. Sabia o local exato onde deveria se deter, mas desejava prolongar ao máximo o êxtase da mulher amada então deixava sua língua escorregar por sobre o clit*ris dela de forma esporádica, lançando-a cada vez mais ao seu limite.
Delphine não conseguia pensar e mais nada tão prazeroso quanto o gosto de Cosima. Era alucinante o que sentia com o sabor dela em sua boca, com a carne macia a sensível entre seus lábios e sob sua língua. Mas foi só quando teve a mão dela em sua cabeça, com os dedos entrelaçados em seus cachos, que ela percebeu que havia chegado o momento.
- Por favor, Delphine! – Choramingo enquanto ergueu uma das pernas e a apoiou no ombro da loira. Ela lutava para se manter de pé enquanto lançava seu quadril contra o rosto da outra. Uma de suas mãos empurrava a cabeça dela enquanto a outra acariciava e puxava o próprio mamilo estremecendo cada vez mais de forma descontrolada. – Está vindo... – Anunciou com dificuldade extrema. Então Delphine, com o polegar, esticou a carne do sex* de Cosima, afastando e deixando a mostra aquele pontinho exato que foi capturado entre seus lábios, sugando-se sofregamente.
Cosima berrou, mas não de dor. Muito pelo contrário! Estava explodindo no mais puro e extraordinário êxtase. Enquanto Delphine recebia todo o gozo de sua amada, sentia-se plenamente feliz e a sua própria excitação podia ser sentida e constada, pois escorria por entre suas pernas. Esperou pacientemente por todos os espasmos de Cosima que lutava para se manter de pé em meio aos tremores que sacudiam todo o seu corpo.
Ergueu-se lentamente, tomando o cuidado de deixar beijos por toda a extensão do abdômen contraído de sua amada que ainda soltava pequenos gemidos e permanecia de olhos fechados e boca entreaberta.
Delphine parou bem próxima a ela, sentindo os braços dela presos atrás de sua cabeça, pois ela estava se segurando nele. Admirou encantada a expressão de puro prazer que foi se convertendo num doce sorriso. Algumas gotículas de suor já podiam ser vistas na testa dela e o arfar de seu peito que ia retornando ao ritmo normal indicavam o estado de plenitude que ela se encontrava.
Com seu sorriso se convertendo de doce para sacana, Cosima abriu os olhos e encarou Delphine com a mais poderosa intensidade. Escorregou seus braços e parou segurando rosto dela em suas mãos.
- Eu quero você! – Lançou aquelas palavras abruptamente e essas atingiram a loira em cheio, fazendo com que seu abdômen se contraísse no mesmo ritmo em que seu sex* pulsou. E antes mesmo que Delphine pudesse se quer pensar em dizer algo, foi puxada em direção ao quarto. Durante o trajeto, observava despudoradamente o rebol*r da bunda da mulher diante dela, para em seguida erguer os olhos e fitar os músculos firmes das costas dela e ateve-se a nuca que agora podia ser vista decido ao novo corte de cabelo dela. Definitivamente aquele se tornou outra parte favorita do corpo da outra para ela.
Assim que alcançaram a cama, Delphine foi jogada sobre ela, provocando um breve balançar. Para sua surpresa, Cosima não deitou junto com ela, ficando parada, apenas contemplando a mulher sensacional que estava esparramada em sua cama.
Delphine adorava aquilo, pois lia nas expressões de Cosima, o quanto ela a desejava. O mordiscar de lábios, a mudança na tonalidade dos olhos, o esfregar de suas mãos... Tudo indicava que aquela mulher a queria com cada fragmento de seu ser. E como não nem um pouco boba, quis provoca-la ainda mais. Então foi a sua vez de se mostrar. Afastou as penas, para revelar ainda mais de sua intimidade e com torturante maestria, afastou os lábios de seu sex* desnudando o que já evidente.
Cosima queria exercer algum tipo de poder e superioridade sobre sua amada, mas a verdade que ambas sabiam era que ela só conseguia venerá-la, quase como uma idolatria e não conseguia tirar seus olhos daquele estupendo corpo. Alternava seu foco de atenção entre os movimentos circulares que massageavam o sex* perfeito e encharcado dela e o subir e descer dos seios mais fantásticos que já havia visto. Pensou seriamente em apenas assisti-la se satisfazer para o seu deleite, mas a vontade de sentir cada extensão daquele tesão contra o seu falou mais alto impelindo-a a engatinhar por sobre ela e puxar a mão dela, tão somente para substituí-la.
Delphine sorriu deliciada com a entrega de sua amada Cosima e foi a sua vez de mordiscar o lábio quando a foi se posicionar entre suas pernas e as afastou, buscando a melhor posição que possibilitaria aquele encaixe único. A loira seguiu as instruções dadas pelo corpo da morena além de obedecer a vontade de seus corpos. Então ambas abriram seus sex*s com os dedos, tão somente para possibilitar o contato ainda maior de seus pontos mais sensíveis. E assim que se tocaram, mediante aquele encaixe milimetricamente perfeito, algo parecido com uma descarga elétrica percorreu seus corpos, levando Delphine a apertar a bunda de Cosima com as unhas, exigindo ainda mais dela.
Gem*ram juntas!
Foram ajustando e sincronizando os movimentos para que cada vez mais um sex* fosse lançando contra o outro, empurrando-a para a beira da loucura. Delphine lutava para manter os olhos abertos, pois não queria perder nenhum segundo daquele espetáculo que era a sua mulher se perdendo em meio ao êxtase.
Cosima, que estava praticamente sentada sobre o quadril de Delphine também tratava uma luta particular com a consciência. O orgasmo que teve há poucos instantes ainda deixava seu sex* sensível e levemente dolorido, mas não desejava parar. Muito pelo contrário, queria explodir novamente, só que dessa vez, pretendia fazê-lo sobre o sex* de Delphine, junto a ela.
Constatou que, apesar dos meses que passaram afastadas, não havia esquecido os sinais que o corpo amado emitia durante o percurso até a explosão no mais maravilhoso dos gozos. Considerava aquilo a mais singular definição da beleza e perfeição e então sentiu o fincar de unhas em sua bunda e aquilo significava que ela precisa de mais intensidade, pois estava na iminência. Prontamente aumentou a velocidade e intensidade dos movimentos, causando um balançar intenso da cama, fazendo com que a cabeceira se chocasse contra a parede repetidas vezes, fazendo até com que alguns dos colares que estavam pendurados nela caíssem.
À beira da plenitude do gozo, Delphine levou ambas as mãos ao rosto de Cosima, que estava um pouco debruçada sobre ela. Precisava desesperadamente liberar o tesão que guardara e que chegava a lhe machucar. Necessitava demonstrar fisicamente o que estava sentindo. Libertar-se de toda e qualquer amarra que só conseguia fazer com ela. Apenas ela era capaz de arrancar-lhe tudo de mais intenso e precioso que possuía, mas era dela.
- Tome... – Disse com extrema dificuldade e com a voz embargada pela emoção que estava sentindo. Cosima abriu os olhos sem cessar o que fazia, mas estava atenta ao que ela iria dizer. – Tome... O que é seu! – Essa ultima palavra saiu embolada com o primeiro dos gritos e tocou Cosima tão profundamente pela entrega que essa emoção foi capaz de provocar-lhe um novo espasmo, seguido de outro e então, atingiram o ápice juntas, mergulhando uma na outra, numa entrega mútua e desesperada, como só duas pessoas que se amam são capazes.
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Delphine não conseguia caber em si de tanta felicidade! A tarde já ia longe quando finalmente se renderam a exaustão após longas e deliciosas horas de sex*. E ela havia acabo de despertar de um sonho delicioso que tivera com ela e chegou a acordar sentindo uma pontada de tristeza, pois achou que tudo o que viveu não passou de um som, contudo assim que abriu os olhos, sentiu o peso do corpo dela que estava parcialmente sobre o seu. Respirou aliviada e se deixou aproveitar a tranquilidade e o silêncio que agora reinava naquele quarto que, há poucas horas atrás, fora dominado pelos mais eróticos sons.
O suor que ainda cobria parte de seus corpos também denunciava as loucuras que realizaram naquela cama e pode perceber o quanto não tinha dimensão da falta que sentia dela, pois era cada vez mais evidente que tudo nela pertencia aquela mulher que dormia tranquilamente.
Porém, algo não lhe deixava usufruir de toda aquela felicidade. Apesar de achar que não era merecedora de algo tão lindo e puro quanto o amor de Cosima, não era isso que a estava incomodando. E por mais que tentasse mantar aquele pensamento afastado de sua mente, ele insistia em voltar para lhe assombrar.
A morte dela!
Voltou a experimentar o calafrio que sempre percorria seu corpo sempre que pensava naquela previsão. Olhou para o rosto terno e tranquilo dela e não podia conceber aquela visão aterradora que a pequena Manu havia compartilhado com ela. Moveu-se inquieta na cama e ouviu um gemido de protesto de Cosima. Paralisou seus movimentos até que sentiu o pesar do relaxamento dela que ressonou mais forte.
Já o seu desconforto não queria mais deixar que o sono chegasse, então decidiu se levantar para não atrapalhar o merecido descanso de Cosima. Com extremo cuidado, desvencilhou-se dela, certificando-se que ela não acordasse. Ainda ficou parada na beirada da cama a contemplando. Ela dormia de bruços e praticamente alheia de todos os problemas que as cercava.
Estava mais aliviada por ter começado a lhe dizer a verdade, mas ainda havia muito mais para ser dito e compartilhado, mas sabia que ainda precisava ir com cautela. Espreguiçou-se um pouco e sentiu uma pontada em suas costelas, levando a mão até lá. O sex* feito durante a manhã não contribuiu muito, e mesmo tendo uma excelente cicatrização, a proximidade de Cosima estava retardando a sua recuperação.
Inclinou a cabeça para o lado e a olhou com um misto de carinho e uma pitada de temor. O poder que a mulher exercia sobre ela era impressionante, pois provocava o que havia de melhor nela, mas também lhe deixava extremamente vulnerável.
Caminhou lentamente para fora do quarto e procurou onde ficava a cozinha. Mas antes de ir até lá, localizou suas roupas caídas no chão da sala de estar e vestiu sua calcinha. Estava precisando de água então abriu alguns armários na busca de um copo. O encheu de água e sentiu seu estômago protestar com a fome. Só então lembrou-se que não havia almoçado e o leve café da manhã já havia sido consumido faz tempo. Olhou pelos armários e geladeira e encontrou alguns ingredientes que lhe permitiam preparar algo. Decidiu que prepararia uma massa com manjericão, queijos e molho de tomate. Sabia que Cosima iria acordar tão ou mais faminta que ela e com aquele pensamento em mente, preparou a refeição que foi concluída trinta minutos depois.
Serviu-se de uma farta quantidade e foi até a sala, sentando-se no sofá. Sabia que muito em breve sua amada despertaria, mas optou por não acordá-la. Esticou e colocou os pés na mesa de centro e se deliciou com a simples mas saborosa massa que prepara. Enquanto comia, observava todo o apartamento de Cosima, de como ele refletia exatamente a sua personalidade em cada detalhe. A sua breve visita escondida não lhe permitiu ver tantos detalhes, pois a dor que sentia lhe atrapalhou, só que agora podia se ater a cada objeto, cada peça de decoração.
Finalizou seu almoço tardio e quando caminhava de volta para a cozinha, percebeu uma caixa de papelão, na prateleira acima da televisão. Deixou o prato na pia e retornou até lá, como se sentisse uma necessidade urgente daquilo. Tomou a caixa nas mãos que já estava aberta, ergueu a tampa lentamente e mesmo antes de ver do que se tratava, tinha a certeza do conteúdo.
Não se enganou! Era um exemplar do livro de Cosima sobre a Ordem. O segurou nas mãos e foi inevitável para ela não acariciar a capa que estampava o característico desenho do Labrys pintando num violeta levemente brilhoso. Suspirou quase derrotada assim que se jogou de volta ao sofá. Já havia lido o esbouço conseguido por Amanita, contudo tê-lo em mãos finalizado e pronto para ser conhecido pelo mundo era bem diferente. E aquilo significava que não poderia fazer mais nada contra o lançamento.
"Já é tarde demais... Sempre foi!” Pensou consigo enquanto foleava e alcançava o seu prefácio. Pensou que se fossem em outras circunstâncias, teria adorado escrevê-lo para ela, porem as palavras ali contidas não eram as dela e sim da Professora Cody, que fora a orientadora de doutorado de Cosima. As palavras, assim como as da autora eram gentis e ao mesmo tempo grandiosas, enaltecendo aquele antiguíssimo e importante grupo de mulheres.
Foleou algumas páginas, relendo algumas passagens escritas com maestria e elevado nível acadêmico, contudo, Cosima havia tomado o cuidado de mesclar uma linguagem mais acessível, afim de que o público leigo também pudesse apreciar aquela obra. Em cada página, cada sentença brilhantemente construída estava presente o estilo dela. Delphine riu satisfeita, apesar de tudo sabia que estava diante de uma importantíssima contribuição para o campo de estudos sobre gênero e feminilidades. Aquele livro certamente iria fazer diferença na vida de tantas mulheres e (por que não?) homens. A filosofia e a missão da Ordem eram realmente inspiradoras e ela, mais do que ninguém, era a prova viva disso.
Mas aquele livro descortinava aquilo que ela, e muitas antes dela, lutaram para manter em segredo. E com aquele livro em mãos, começou a questionar-se por que de tanto mistério. Estavam em pleno século XXI e se havia um momento em que uma obra como aquela fosse necessária, seriam esses dias tenebrosos onde o machismo e a misoginia gritavam cada vez mais alto.
Alcançou o prólogo e constatou o que já sabia. Aquela obra era datada! Cosima havia se limitado aos escritos no livro de Melanie e Evelyne, ou seja, ele era finalizado em meados do século XVII. Ela havia omitido toda e qualquer informação que fosse referente aos séculos seguintes, muito menos que a Ordem ainda existia.
E ali ela soube que aquela omissão foi pensada. Até mesmo Cosima, em toda a sua mágoa sabia que não deveria expor a Ordem e toda a luta das mulheres espalhadas pelos quatro cantos do planeta, que lutavam em segredo, buscando proteger, resgatar e salvar mulheres e crianças de um mundo que as oprimia. Era o empoderamento trazido acertadamente no subtítulo daquele livro. O fechou e na contracapa estava estampada uma lindíssima foto de sua amada.
- Me desculpe! – Delphine ergueu os olhos e viu Cosima parada logo após a porta do seu quarto.
- Por isso? – Ergueu o livro. A morena apenas anuiu levemente com a cabeça. – Sinceramente Cosima... – Pausou sua fala e voltou a fitar o que tinha em mãos. – Eu deveria lhe agradecer! – A mulher surpreendeu-se, pois não esperava por aquilo. Estava certa que seria julgada, ou até mesmo castigada por ela, porém ela estava lhe sendo grata?
- Eu... Não entendo? Pensei que isso ia de encontro a tudo o que você defende. Acho até que esse foi o motivo que lhe trouxe até aqui. – Aproximou-se com cautela. Sabia que estavam prestes a adentrar no assunto, mas delicado entre elas.
- E foi exatamente esse o motivo. – Disse secamente, causando um leve sobressalto em Cosima. – Confesso que cheguei bem perto de lhe odiar por causa disso. – Depositou o livro sobre a mesa de centro. A morena sentiu seu coração acelerar com aquela revelação. Não suportaria ser odiada por quem tanto amava. – Mas então eu o li! E ele é muito bom, por sinal – A mulher de pé arregalou os olhos sem compreender direito. Delphine inclinou a cabeça e sorriu de canto de boca, deixando claro que não foi nem um pouco difícil para ela conseguir ter acesso a seu livro antes mesmo dele ser se quer impresso definitivamente. – E compreendi que ele foi fruto da sua mágoa por mim e por isso quem lhe deve desculpas sou eu.
- Não Delphine... Eu agora entendo. Se bem que... – Pausou sua fala e passos assim que chegou bem próxima a ela. – Você deveria ter me dito logo no início. Terias nos poupado de tanto sofrimento. – Fez uma cara divertida ao sentar-se ao lado dela. – Ei... Que cheiro delicioso é esse? – Delphine gargalhou. Só Cosima mesmo poderia mudar de assunto tão drasticamente.
- Fiz uma massa e deixei para você. – Com um sorriso infantil nos lábios, Cosima correu até a cozinha e serviu-se de uma porção ainda maior que a loira. Delphine esperou que ela terminasse sua refeição para continuarem aquela discussão.
- Estava maravilhoso amor! – Deixou o prato bem ao lado do livro e o encarou até que o segurou nas mãos e voltou a ficar pensativa. – Eu me deixei levar pela impulsividade... É claro que lhe devo desculpas... Mas eu estava realmente perdida e magoada com você... Eu queria... – Baixou a cabeça e ajustou os óculos no rosto. – Lhe machucar! – Delphine não esboçou reação nenhuma, pois estava ciente que quem havia errado foi ela. – Mas eu não sabia... Não fazia ideia do motivo de estares me afastando... – A voz dela já começou a ficar embargada e recebeu um envolvente e terno abraço da mulher ao seu lado.
Cosima se sentiu preencher por um arrependimento que não cabia nela. Queria não ter feito aquilo, não ter sido tão precipitada. Mal sabia ela que esse mesmo arrependimento castigava o coração de Delphine, que arrependia-se amargamente em tê-la afastado.
- Eu achei que era o melhor pra você! – Disse baixinho.
- Como ficar longe de você poderia ser melhor para mim? Diga-me. – Exigiu com certa dureza na fala.
- Será que você não entende que eu não suportaria vê-la morrendo... “Novamente”? – Pensou essa ultima parte só para si. Cosima se comoveu com o pesar contido naquelas palavras, pois ela acreditava cegamente no que dizia. Foi a vez dela a envolver num abraço.
- Mas eu morri! – Disse de pronto, obrigando Delphine a se erguer e encará-la com evidente confusão. – De uma certa maneira... Aquela Cosima que você conheceu, não existe mais. – A loira começou compreender a que ela se referia, e isso só aumentou sua culpa. – Ela morreu, algo aqui dentro foi... – Tocou o seio esquerdo e ponderou suas palavras. Queria e ao mesmo tempo precisava devolver a ela o que lhe aconteceu – Maculado... Mortalmente ferido!
- Merde! – Jogou-se para trás com ambas as mãos na cabeça, sacudindo seus canelos. – Meu amor, me desculpe. Será que mereço o seu perdão? – Moveu-se, parando diante dela, ajoelhada. Completamente a mercê. Cosima era a única pessoa no mundo capaz de obter aquilo. A total devoção dela.
- Delphine... Eu a perdoei assim que você passou pela porta do meu café! – Disse com intenso brilho nos olhos. – Nada no mundo é capaz de atingir o meu amor por você. Hoje mais do que nunca eu tenho a certeza disso.
Lágrimas foram anunciadas nos olhos verdes musgo de Delphine que sorria, embevecida e profundamente tocada pelas palavras dita de forma tão sincera. Segurou uma das mãos dela e beijou sua palma, depois a levou ao próprio rosto e se sentiu acariciar por ela. Queria, necessitava se iludir com aquilo que lhe foi dito. De que Cosima havia sido metaforicamente morta. Agarrou-se aquilo como se fosse a sua tábua de salvação e tomada pelo mais verdadeiro e ancestral amor, alcançou o rosto dela e logo após passar o polegar sobre os lábios dela, os beijou.
Inicialmente aquele beijo era terno e traduzia o sentimento único que compartilhavam. Mas como numa reação química extremamente explosiva, logo seus corpos estavam entrando em ebulição novamente. E sem mal perceberem, já estavam deitadas sobre o sofá, trocando carícias mais intensas.
Cosima se movimentou e deixou Delphine por baixo, numa evidente posição de submissão que não lhe era comum, exceto diante daquela que dominava quase tudo nela. Logo a morena abandonou a boca maravilhosa e abocanhou um dos seios rijos enquanto invadiu a calcinha da loira sem anuncio algum. Soltou um gemido do fundo de sua garganta ao constatar o quão excitada ela estava e lançou um olhar sacana para a mulher sob si.
- Só você me deixa assim. – Delphine sussurrou e aquele timbre rouco enlouquecia Cosima, que arrancou a calcinha que ela vestia e escorregou de forma quase desesperada para posicionar-se entre as penas poderosas. Engoliu a saliva que se forma em quantidade em sua boca pois estava salivando para sentir o gosto dela novamente. Afinal já havia se passado várias horas desde a ultima vez. Olhou para Delphine que estava com o abdômen erguido, pois desejava assistir o que seria feito dela. E assim que desferiram um suspiro simultâneo, a loira urrou quando sentiu seu clit*ris ser sugado enquanto seu sex* era invadido pelos dedos de Cosima.
Logo ela ajustou e sincronizou os movimentos, da forma que ela sabia que enlouquecia sua amada e os tremores que ela desferia lhe diziam que ela iria explodir muito em breve.
O barulho de chaves forçando a fechadura da porta as alertou e num sobressalto Cosima se ergueu assustada. Delphine a olhou confusa e pode ver o quase engraçado desespero nos olhos da morena.
- Que estória é essa de deixar a droga da porta tranca... – Sally dobrou o corredor que ligava a entrada até sala e as três tomaram um susto quando se viram.
- Merda mãe! – Cosima postou-se na frente de Delphine, na inútil tentativa de esconder a evidente nudez dela. O rosto dela queimava de vergonha e um desagradável silêncio se fez por longuíssimos segundos.
- Vejo que ela acordou e que... Está muito bem! – Havia certo desdém na voz da mulher mais velha. E algo inusitado aconteceu. A sempre tão segura e autoconfiante Delphine Cormier ficou com vergonha.
- Olá... Sra. Niehaus... – Cosima olhou por sobre o ombro e estranhou o tom avermelhado que ficava evidente na tez branca dela.
- Por favor, vão se recompor. – Sally virou no próprio eixo e mergulhou na cozinha. As duas se entreolharam e tropeçaram uma na outra enquanto correram para o quarto.
- O que foi isso Cosima? – Delphine perguntava enquanto vestia a roupa que retirara pela manhã.
- Eu esqueci que ela tem a droga da cópia da chave! – Metia-se num robe de cetim estampado.
- Estão vestidas? – A voz de Sally veio da sala, causando novo embaraço de ambas que riam de forma nervosa. Retornaram temerosas para a sala, contudo Delphine estava sentindo algo que não conseguia lembrar-se de já ter sentido. Seria vergonha?
As duas pararam lado a lado e diante de Sally, que estava sentada numa poltrona, com as pernas cruzadas e segurava um copo com água. Indicou o sofá onde estiveram a pouco se amando, para que se sentassem. Delphine obedeceu de pronto, surpreendendo Cosima.
A loira sentiu o pesar do olhar avaliador de Sally e ficou ainda mais desconfortável diante daquela inusitada situação. Afinal de contas, foram pegas como duas adolescentes.
- Mãe... A sra não pode mais ir entrando assim. Se eu tranquei a porta, foi por um bom motivo. – Cosima permaneceu de pé, com os braços cruzados, claramente desafiando sua mãe. Sally apenas a olhou com firmeza, um olhar que Delphine percebeu ser de autoridade e fez com que a morena se calasse. Depois voltou a sentir o peso do olhar da mulher sobre ela.
- Então você é a tal Delphine! – Disse após beber o resto da água. A mulher diante dela apenas anuiu com a cabeça. – Aquela que magoou a minha filha como ninguém jamais o fez. – Foi impossível para Delphine não sentir o peso daquelas palavras. Baixou a cabeça diante de mais aquele julgamento. Mas resignou-se, pois sabia que merecia qualquer punição que aquela mulher desejasse lhe conferir. Afinal de contas era a mãe de Cosima.
- Mãe! Nós já conversamos... Já está tudo bem entre nós. – Quis por fim aquela conversa. Recebeu um olhar desconfiado de sua mãe, que assim como ela, era extremamente cabeça dura.
- Sra. Niehaus... – A loira disse após pigarrear devido a secura em sua garganta. – Eu cometi esse erro, e tens total razão em me julgar ou querer me punir. Mas acredite que essa culpa eu carreguei em cada segundo que estive longe dela. Me arrependi do que fiz no exato instante em que ela saiu por minha porta. – Cosima a olhou com surpresa e ternura. – Mas eu estava confusa, com algo sério que... – Olhou para Cosima, silenciosamente decidindo o que deveria ou não dizer. – Estava me acontecendo. Mas hoje vejo que errei. E estou aqui para lhe pedir perdão, pois sinto que lhe devo isso tanto quanto devo a sua filha. – Sally arregalou seus olhos e não consegui passar impune pelas palavras intensas da mulher diante dela. – Eu amo a sua filha com cada fragmento de meu ser. Não consigo imaginar passar nem mais um dia sem ela em minha vida. – As duas mulheres foram profundamente tocadas pelas sinceras palavras de Delphine.
- Você realmente ama a minha filha? – Perguntou tão somente para se certificar do que já sentia ser verdade, pois o poder do que a mulher lhe disse, a convenceu de imediato.
- Como eu lhe disse... Com todas as minhas forças! Faria qualquer coisa por ela. – Olhou apaixonada para Cosima e recebeu o mesmo olhar de volta.
- Pois bem... – Pareceu relaxar na poltrona, pensativa, mas logo inclinou-se em direção a Delphine. – Não ouse machuca-la novamente, se não vais se ver comigo! – Havia uma evidente ameaça contida naquelas palavras. E se fosse qualquer outra pessoa, Delphine riria da ousadia, mas não seria capaz de fazê-lo até por que precisou respeitar a coragem daquela mulher.
- Eu lhe prometo... Pela minha vida! – Não sabiam elas o quão significativa era aquela promessa.
- Tá mais tranquila agora mãe? – Cosima sentou-se ao lado de Delphine e pousou sua mão sobre a dela.
- Um pouco! – A mulher relaxou ainda mais. – E... – Mexeu no molho de chaves que tinha na bolsa. – Tome a sua chave... Espero não ter que me deparar com... Uma cena como essa novamente. – E segurou o riso o quanto pode. Mas logo as três riram com a desconcertante situação.
- Com certeza mãe! Nem eu!
______
O tilintar de metal sendo chocado contra metal preenchia aquele salão. E as duas figuras que duelavam não queria se entregar. Outros tantos assistiam aquela luta atentos, e gritando encorajando a ambos.
Os dois esgrimistas eram extremamente habilidosos e se esquivavam de ataques e revidavam com contra-ataques ainda mais firmes e certeiros. Contudo, um deles logo começou a se sobressair e desferiu uma série de exímios golpes, até que conseguiu levar seu oponente ao chão com a ponta da espada apontada para a garganta dele.
- Você melhorou bastante... – Com um movimento rápido do florete, retirou a mascara que protegia o rosto do derrotado, revelando o rosto de Paul Dierden que respirava ofegante e tinha suor escorrendo por suas têmporas. – Mas está longe de ser páreo para mim. Até o imprestável do seu irmão conseguia ser melhor que você – E retirou sua própria mascara, ao contrário de seu filho, John Lamartine não estava nem um pouco ofegante nem se quer transpirava e após desdenhar de Paul, deu-lhe as costas e o homem caído indignou-se com a menção ao seu irmão que fora assassinado por aquele a quem chamavam de pai. Consumido por uma ira que queimava suas entranhas, ergueu-se surpreendendo a todos que assistiam e partiu contra ele, lançando seu florete com impressionante agilidade.
Lamartine desviou a cabeça milésimos de segundos antes de ser atingido. E num girou rápido, desferiu um chute contra o peito de Paul e o desarmou. O homem voltou ao chão, tossindo e respirando com dificuldade.
Pensou em dizer algo, flertou com a possibilidade de mata-lo ali mesmo, mas optou por esperar, afinal de contas aquele homem ainda lhe seria muito útil.
- Seu idiota. Eu repito, não és páreo para mim! – Quase gritou com sua potente voz, que ecoou pelo amplo salão, causando um silêncio assustador.
- Eu não tenho tanta certeza disso! – E indicou com um movimento de cabeça a que se referia. A principio John não compreendeu aquela afirmação, só então que um estranho calor ardido foi sentido em sua orelha direita. Sendo consumido pelo pavor, levou sua mão até lá e fina dor que sentiu lhe alertou. Lentamente baixou sua mão para constatar o que mais temia.
- Sangue! Meu sangue! – Berrou, compartilhando seu pavor em todos os corações presentes. - Como? – Virou-se para Paul e esse apenas o olhava com indecifrável expressão. – Ela! Só pode ser ELA! – Gritou. Com exceção de Paul e Ferdinand, nenhum outro ali sabia da sua tão preciosa imortalidade. Ele andou a esmo pelo salão, cambaleante e resmungando palavras desconexas. Então se virou para um de seus homens.
- Ferdinand... Onde ela está? O que seus espiões têm a me dizer? – Segurou seu servo pelos ombros. O homem sacou seu celular do bolso e o manuseou com mãos tremulas até achar o que procurava.
- Estados Unidos! – Ele gaguejou.
- O que? O que ela está fazendo lá?
- Tudo o que sabemos é que ela foi sozinha. Sem nenhuma proteção. – Ferdinand completou a informação que lia em seu e-mail.
- Por quê? – A pergunta não era exatamente para o homem diante dele. Olhou para cada um dos seus que estavam assustados o encarando. Se havia algo que odiava era demonstrar fraqueza diante de seus homens. Mas naquele momento estava pouco se importando, pois acabou de ter mais uma terrível amostra da sua imortalidade sendo mutilada. – Descubram! – Berrou em direção aos seus homens. – Descubram o que aquela vadia Cormier foi fazer nos EUA!
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
LeticiaFed
Em: 12/08/2018
Oi! Massssss que capítulo QUENTE! Uau! Muito bom, vc conseguiu transmitir todo o sentimento, o amor e a ligação fortíssima que existe entre as duas e a angústia pela separação forçada. Podiam passar sem o flagra da Sally, mas enfim...rsrsrs
Interessante que o convivio com Cosima enfraquece e, imagino, acabará com a imortalidade de Del, e do John por tabela, mesmo que distante. Tenho curiosidade de saber mais detalhes de como se deu a maldição, quem foi responsável (imagino que a Mestra tenha usado seus poderes e o que constava no livro) e o que é necessario para revoga-la. Imagino que vc vai explicar isso quando Del e Cosima tiverem “A” conversa definitiva. Mas ja podia ir adiantando, né? Não custa pedir ;)
Boa semana, beijo!
Resposta do autor:
Muitíssimo obrigada! Estava receosa que não tivesse ficado bom, pois não sabia se alcançaria toda a emoção que o reencontro delas merecia rs...
O flagra foi para mostrar que Delphine, apesar de tudo, é hmana - gente com a gente rs...- E que preciava da "permissão" da sogra rs...
Sim... Cosima é a fonte de força e a maior fraqueza de Delphine ao mesmo tempo.
Sobre a Maldição... Já soltei algumas coisas, inclusive no ultimo sonho de Manu em que ela via a Grande Manu fazendo algo com a Evelyne... Fica a dica rs...
Xeros!
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